TRECHOS DE LIVROS - Diversos






“Quando a peça 'Morte e Vida Severina', de João Cabral de Mello Neto, começa a ser encenada, Chico é convidado pela direção do TUCA (Teatro da Universidade Católica) para musicá-la. Pois bem: Chico não compôs uma música que servisse de 'fundo musical' para o texto. Antes, descobriu a música que o poema já carregava, latente, dentro de si, e a evidenciou.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Com uma agitadíssima vida de shows e apresentações pelo Brasil afora, Chico tinha-se tornado, na expressão de Millôr Fernandes, a 'única unanimidade nacional' — o que tem o seu preço. Alguém não pode ser bem visto por todos, a não ser que alguma das partes esteja alimentando um equívoco. É o que se passou com a utilização de 'A Banda' como fundo musical de um filme de propaganda oficial na T.V. — contra o que Chico se indispôs indignadamente. Um exemplo, entre tantos, da capacidade que o sistema tem de absorver a música popular.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“A enumeração dos confrontamentos entre Chico Buarque e a censura seria longa e cansativa. Ele chegou a declarar nos jornais que, de cada três músicas enviadas para a censura, só uma era liberada. Em alguns casos, tratava-se de censura política; em outros, de censura 'moral' — reafirmando aquele velho esquema de qualquer ditadura: a aliança da repressão política com a repressão sexual.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“No entanto, o problema mais grave em relação à censura é desinformar culturalmente; não é tanto prejudicar um ou outro autor, que não pode ter sua obra difundida, mas interromper o processo de formação do público e, correlatamente, o desenvolvimento da obra dos autores.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Dois episódios nesse corpo a corpo de Chico com a repressão merecem registro. Um deles foi a censura na Phono 73 — o show do Phonogram, gigantesca exposição de cantores e compositores, na qual seria cantada a música 'Cálice', por Chico e Gil. Mas ela foi proibida na hora, mesmo depois de ter sido publicada em jornal. Para impedir que a palavra 'Cálice' (cale-se) fosse pronunciada, cortaram o som de todos os microfones, um após o outro. Chico, com raiva, começava a cantar num deles, o som era desligado; ele pegava o outro, também faziam o mesmo, e outro, e outro. E assim iconizou-se (= transformaram em imagem concreta, em ícone) aquela palavra. Para que ninguém ouvisse 'cale-se', a censura levou aquelas três mil pessoas presentes ao show a verem o 'cale-se' dramaticamente concretizado nos microfones calados.
Outro, foi um caso de censura extrema: a peça 'Calabar', que Chico escrevera em parceria com Ruy Guerra, foi censurada e a imprensa impedida de notificar a proibição. Era a repetição histórica, em 1974, daquilo que, na peça, devia ter-se passado no século XVII. Diz o frei (personagem da peça) a Bárbara, viúva de Calabar:
'Calabar é um assunto encerrado. Apenas um nome. Um verbete. E quem disser o contrário atenta contra a segurança do Estado e contra as suas razões. Por isso o Estado deve usar do seu poder para o calar. Porque o que importa não é a verdade intrínseca das coisas, mas a maneira como elas vão ser contadas ao povo.' Texto profético?”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“E a palavra na plenitude de suas potencialidades: a poesia. E aqui podemos perceber como a poesia, nos momentos de maior intensidade dramática, diz mais do que a prosa, rende mais. E quando se chega no limite mesmo dos sentimentos, ela vira música.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“[A novela 'Fazenda Modelo'] Trata-se de uma parábola sobre o poder, a respeito das formas de dominação social sobre o rebanho humano. E a forma de dominação mais radical é usurpar do indivíduo — sempre em nome dos mais santos princípios — qualquer possibilidade de assumir seu próprio destino pessoal.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Apesar de as experiências de maior vulto datarem de antes de 64, continua ainda vivo o Método Paulo Freire: mais do que um sistema de alfabetização, um processo de conscientização; dessa perspectiva, a leitura não é encarada como uma 'técnica' neutra, mas se vincula o acesso ao mundo da escrita à tomada de conscientização do analfabeto. 'Conscientização', aliás, é a palavra-chave do momento.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Se o que caracterizou o início da década de 70 foi a violência política, assiste-se agora a uma violência econômica — que gerará, num trágico encadeamento, a violência social a que estamos nos acostumando a assistir: assaltos, roubos, crimes, marginalização do menor.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Mas qual o sentido dessa radical subversão no mundo dos provérbios empreendida por Chico? A um certo nível, poderíamos dizer que há uma homologia — isto é, uma relação de correspondência — entre a estrutura de uma sociedade fechada, de rigidez de costumes, formal, organizada em torno de hábitos 'inevitáveis', e o mundo dos provérbios, que é o universo do pensamento estereotipado, feito de repetições e acomodações. É o 'lugar-comum' e o provérbio, no fundo, que constroem o ideário popular, feito de recorrências e fatalidades — que levam à aceitação acrítica de qualquer situação. O provérbio significa a 'consagração' de usos e costumes que se impõem a todos. Num certo sentido, postula a anulação da iniciativa pessoal, a recusa do pensamento e do ato individual, para privilegiar modos de ser, de sentir e de pensar coletivos. É um apelo para a inércia, um convite ao conformismo: 'Quem espera sempre alcança'. A sabedoria popular é, em suma, uma receita tranquilizante.”
(Adélia Bezerra de Meneses Bolle, no livro "Chico Buarque de Hollanda - Literatura Comentada")



“Trocar o ponto de interrogação pelo de exclamação: eis o objetivo da ironia questionadora e aporética, o ponto onde o filósofo e o poeta, sem roteiros, se encontram.”
(Alberto Pucheu, no Posfácio "Platão, Goethe e o Íon", do diálogo "Íon", de Platão)



“(...) em vez de termos o pensamento de Platão domesticado em nossos bolsos, possamos pensar em um Platão, enfim, perigoso, indomesticável, que, no fim das contas, nos obriga a pensar simplesmente — com ele, a partir dele. Por nossa conta.”
(Alberto Pucheu, no Posfácio "Platão, Goethe e o Íon", do diálogo "Íon", de Platão)



“Eu vejo as coisas de um jeito que a maioria não se permite ver. Mas tenho tido várias oportunidades de capturar a atenção de pessoas interessadas em mudar de posição, de ponto de vista. Algumas apenas podem mudar, outras precisam; o que nos une é o querer. Desejar ver a vida de outra forma, seguir outro caminho, pois a vida é breve e precisa de valor, sentido e significado. E a morte é um excelente motivo para buscar um novo olhar para a vida.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“De cara, preciso já dizer que saber da morte de alguém não faz necessariamente com que nos tornemos parte da história dessa pessoa. Nem mesmo assistir à morte de alguém é suficiente para nos incluir no processo. Cada um de nós está presente na própria vida e na vida de quem amamos. Presente não apenas fisicamente, mas presente com nosso tempo, nosso movimento. Só nessa presença é que a morte não é o fim.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Quase todo mundo pensa que a norma é fugir da realidade da morte. Mas a verdade é que a morte é uma ponte para a vida. Despratique as normas.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A vida seguia, mas, entre altos e baixos, o curso natural da doença levou à amputação das pernas. A esperança de a dor passar com a amputação também acabou rapidamente: ela persistia. Diagnóstico aterrorizante para uma criança: minha avó tinha uma dor fantasma. Dor fantasma... Teria sido possível exorcizá-la? Mandar a dor fantasma seguir seu caminho evolutivo? Tirá-la do purgatório e libertá-la rumo ao céu das dores? Ou poderíamos condená-la ao inferno, onde ficaria por toda a eternidade e nunca mais amedrontaria ninguém por aqui?
O que faço eu, ainda viva, para combater uma dor fantasma?
Rezar não adiantou.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Amputei as pernas finas ou gordas de todas as minhas bonecas. Nenhuma escapou ao destino cruel da semelhança. Só a Rosinha, que viera de fábrica com as pernas cruzadas, como um Buda, ficou inteira. Hoje ainda me pergunto: a escolha de se manter sentada nos protege de andar e de perder as pernas no caminho? Mas a Rosinha ganhou marcas 'cirúrgicas' de canetinha, só para me lembrar de que, mesmo se eu quiser me manter sentada, a vida deixará suas marcas. Então, aos 7 anos, eu já tinha uma enfermaria que cuidava da dor das bonecas. No meu hospital ninguém tinha dor. Entre um remédio e outro, eu as colocava sentadinhas e ensinava a elas o que aprendia na escola. Minha avó se divertia com as cenas e sempre perguntava:
– Mudou de ideia? Vai ser professora?
– Vou ser os dois, vó! Quando a dor delas passa, elas querem aprender!”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A história da moléstia atual. Sua queixa principal era a dor na barriga, do lado direito, bem abaixo das costelas. Falou que a barriga estava muito grande e isso dificultava a respiração. À noite sentia muito medo e a dor piorava. E, com a piora da dor, o medo aumentava. Tinha medo de ficar sozinho, de estar sozinho na hora da morte. E ainda tinha o medo de não acordar de manhã. Com os olhos vazando lágrimas, disse que merecia tudo isso. Tinha sido um homem muito ruim na vida, e sua mulher dizia que Deus o estava castigando. Achava que ela tinha razão. E o abismo entre o que ele dizia e o que eu queria dizer só crescia. A cada instante eu me dava conta, mais e mais, do quanto era impossível dizer qualquer coisa diante de tanto sofrimento. Fui ficando enroscada em um silêncio imenso e decidi que era chegado o momento de examiná-lo, mas não pude continuar. Não conseguia tocar naquele corpo; naquele instante, quem tinha medo era eu. Me veio uma fantasia: se eu o tocasse, poderia sentir a dor dele. Ao mesmo tempo, havia o medo de lhe causar mais dor.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Fui buscar ajuda.
Primeiro tentei o posto de enfermagem. A enfermeira do andar mal levantou os olhos das suas anotações quando perguntei se poderia dar mais remédio para acalmar a dor do senhor Antonio.
– Ele acabou de tomar dipirona. Tem que esperar fazer efeito.
– Mas ele ainda está com dor! E já tem mais de uma hora que deram a medicação – respondi.
– Não tem mais nada a fazer a não ser esperar a próxima dose, daqui a cinco horas – disse ela.
– Mas e agora? Ele vai ficar com dor esse tempo todo? Como assim, não tem nada a fazer?
– Minha querida – seu tom era muito irônico –, no dia em que você for médica, vai poder dar mais remédio. Já falei com o médico de plantão e tentei convencê-lo a sedar o paciente. O senhor Antonio precisa morrer logo.
– Morrer? Mas por que ele não pode ter menos dor antes de morrer?
A enfermeira baixou os olhos e sua atenção desapareceu no meio da papelada a sua frente. Percebi que não adiantava mais insistir com ela e fui atrás do professor. Eu o encontrei na sala dos médicos, tomando café com outros professores. Disse a ele que precisava dar analgésico para o paciente antes de continuar o exame, pois ele sentia muita dor. Fui repreendida; afinal, eu já fora informada de que se tratava de um paciente terminal, e não havia nada a fazer por ele. Entendi então o que era morrer de uma doença incurável em um hospital: todo o sofrimento do mundo em uma pessoa só, e todas as vozes terríveis ecoando: 'Não há nada a fazer... Não há nada a fazer'.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Durante a faculdade, quando via alguém morrendo em grande sofrimento (e, num hospital, isso acontece quase sempre), eu perguntava o que era possível fazer, e todos diziam: nada. Isso não descia. Esse 'nada' ficava engasgado no meu peito, doía de doer fisicamente, sabe? Eu chorava quase sempre. Chorava de raiva, de frustração, de compaixão. Como assim, 'nada'? Não me conformava que os médicos pudessem não se importar com tamanha incompetência. Não em relação a evitar a morte, porque ninguém vive eternamente. Mas por que abandonavam o paciente e a família? Por que o sedavam, deixando-o incomunicável? Havia uma distância muito grande entre o que eu precisava aprender e o que aprendia.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Em seu livro, 'Mortais', Atul Gawande, cirurgião e escritor americano, escreve: 'Aprendi muitas coisas na faculdade de medicina. Mortalidade não foi uma delas'. Na faculdade não se fala sobre a morte, sobre como é morrer. Não se discute como cuidar de uma pessoa na fase final de doença grave e incurável.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Vou mais longe: minha vida encheu-se de sentido quando descobri que tão importante quanto cuidar do outro é cuidar de si. Mas, como todo profissional de saúde, e em especial os médicos, por um bom tempo não dei importância a essa valiosa informação. Parece que cai bem socialmente dizer que você não teve tempo de almoçar, não teve tempo de dormir, não teve tempo de mexer seu corpo, de rir, de chorar; não teve tempo de viver. A dedicação ao trabalho parece estar ligada a um reconhecimento social, a uma forma torta de se sentir importante e valorizado; tudo a sua volta tem a obrigação de entender que o mundo só pode girar se você estiver empurrando.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Na terapia, encontrei mais abismos do que pontes. Muitas e muitas vezes me senti sem horizonte algum, temendo a altura desses penhascos todos. Para onde eu me voltava sempre havia um desafio, uma pendência. E agora? Para que tudo isso?”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Repensando a terapia. Nada faz muito sentido. Palpitação. De novo. Preciso respirar. Parece que não saio do lugar, embora não consiga parar para nada. Estou cansada de só falar dos problemas. Tento meditar já tem quase três meses, mas o resultado é zero. Todos os meus resultados são iguais a zero. O mundo está cinza tem algum tempo, mas estou vivendo de um jeito operacional. São 4 da manhã e estou só fazendo balanços. Meu estômago dói. Adormeço. Como é bom dormir! Quase dez minutos e o celular toca: 'Doutora Ana? O senhor Fulano chegou aqui no pronto-socorro. A família quer saber a que horas a senhora vem avaliá-lo'. Olho o relógio: 6 e meia da manhã. Já estou indo, já estou indo.
Estou indo para o brejo. Hoje tenho uma dor nova: lombar. Lateja, mal consigo ficar sentada. Tenho que andar. A vida está mandando: 'Ande!'.
(...)
Só de pensar no que estou pensando em fazer o coração tem o impulso de sair pela boca. O estômago ferve como um vulcão. A lombar lateja. Tenho tanto desconforto físico que me distraio dos pesares da alma. Vou parar a terapia. Muito caro e estou cheia de dívidas. Continuo ajudando a família; não consegui recusar. Não recuso nada, estou sempre muito disponível para ajudar. E ajudo.
(...)
Prometi para a Iraci, a pessoa que organizava os eventos, que iria, não posso decepcioná-la. Não posso decepcionar o mundo inteiro. E arrumei um programa ótimo para a hora do rush da cidade: estar no meio do rush da cidade.
(...)
Conversar com os amigos que tenho hoje me irrita, pois todos têm as mesmas queixas há anos. Por que as pessoas não mudam? Por que eu não mudo? De vida, de cabelo, de país, de planeta? Exausta, sinto a dor forte na lombar, mas não me mexo. Mereço a companhia dessa dor.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Uma mãe levou o filho até Mahatma Gandhi e implorou-lhe:
– Por favor, Mahatma, diga a meu filho para não comer mais açúcar...
Depois de uma pausa, Gandhi pediu à mãe:
– Traga seu filho de volta daqui a duas semanas.
Duas semanas depois, ela voltou com o filho.
Gandhi olhou bem no fundo dos olhos do garoto e lhe disse:
– Não coma açúcar...
Agradecida, porém perplexa, a mulher perguntou a Gandhi:
– Por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa a ele antes!
E Gandhi respondeu-lhe:
– Há duas semanas, eu estava comendo açúcar.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Cuidados Paliativos consistem na assistência, promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. (Organização Mundial da Saúde)”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O sofrimento de perceber a nossa mortalidade não começa somente no processo de morrer. Esse assombro já está presente na possibilidade de um diagnóstico, quando estamos apenas na expectativa de receber o resultado de um exame, por exemplo. O percurso entre a certeza do diagnóstico de uma doença ruim e incurável e a morte é acompanhado de sofrimento. Sendo a doença uma interpretação de um conjunto de sinais e sintomas associados a exames de laboratório ou de imagem, entendo que ela pode se repetir. Existem milhares de pessoas com câncer.
O sofrimento, porém, é algo absoluto, único. Totalmente individual. Podemos ver as doenças se repetirem no nosso dia a dia como profissionais de saúde, mas o sofrimento nunca se repete. Mesmo que o tratamento possa oferecer alívio para a dor, a experiência da dor passa por mecanismos próprios de expressão, percepção e comportamento. Cada dor é única. Cada ser humano é único. Mesmo em gêmeos idênticos, com o mesmo DNA, temos expressões de sofrimento absolutamente diferentes.
Diante de uma doença grave e incurável, as pessoas entram em sofrimento desde o diagnóstico. A morte anunciada traz a possibilidade de um encontro veloz com o sentido da sua vida, mas traz também a angústia de talvez não ter tempo suficiente para a tal experiência de descobrir esse sentido.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Sempre digo que medicina é fácil. Chega a ser até simples demais perto da complexidade do mundo da psicologia. No exame físico, consigo avaliar quase todos os órgãos internos de um paciente. Com alguns exames laboratoriais e de imagem, posso deduzir com muita precisão o funcionamento dos sistemas vitais. Mas, observando um ser humano, seja ele quem for, não consigo saber onde fica sua paz. Ou quanta culpa corre em suas veias, junto com seu colesterol. Ou quanto medo há em seus pensamentos, ou mesmo se estão intoxicados de solidão e abandono.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Os Cuidados Paliativos podem ser úteis em qualquer fase da doença, mas sua necessidade e seu valor ficam muito mais claros quando a progressão atinge níveis elevados de sofrimento físico e a medicina nada mais tem a oferecer. Fecha-se, assim, o prognóstico e anuncia-se a proximidade da morte. Os médicos profetizam: 'Não há nada mais a fazer'. Mas eu descobri que isso não é verdade. Pode não haver tratamentos disponíveis para a doença, mas há muito mais a fazer pela pessoa que tem a doença.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Minha busca do conhecimento a respeito de como cuidar das pessoas com doenças graves e incuráveis, em todas as suas dimensões, especialmente quando se aproximam do fim de suas vidas, sempre foi fruto de muito empenho e teimosia (hoje me dizem que não sou teimosa, sou 'determinada'). Teimosia ou determinação dizem respeito à mesma energia, mas são identificadas somente no fim da história. Se deu errado, era teimosia. Se deu certo, era determinação.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Se um dia formos diagnosticados com uma doença terminal, a única coisa de que poderemos ter certeza é: um sofrimento insuportável nos aguarda. Ter alguém que se importe com nosso sofrimento no fim da vida é uma dessas coisas que trazem muita paz e conforto para quem está morrendo e para seus familiares.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Trabalhar com a morte faz parte da minha profissão de médica na maior parte dos meus dias. Penso que todo médico deveria ser preparado para nunca abandonar seu paciente, mas na faculdade aprendemos apenas a não abandonar a doença dele. Quando não há mais tratamentos para a doença, é como se não tivéssemos mais condições de estar ao lado do paciente. A doença incurável nos traz uma sensação ruim demais de impotência, de incapacidade. O médico que foi treinado sob o conceito ilusório de ter poder sobre a morte está condenado a se sentir fracassado em vários momentos da carreira. A infelicidade é uma presença constante na vida do médico que só aprendeu sobre doenças. Já aquele médico que busca o conhecimento sobre 'cuidar' com o mesmo empenho e dedicação que leva para o 'curar' é um ser humano em permanente realização.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“É impressionante como todos adquirem uma verdadeira 'antena' captadora de verdade quando se aproximam da morte e experimentam o sofrimento da finitude. Parecem oráculos. Sabem tudo o que realmente importa nessa vida com uma lucidez incrível. Como recebem acesso direto à própria essência, desenvolvem a capacidade de ver a essência das pessoas à sua volta. Não há fracasso diante das doenças terminais: é preciso ter respeito pela grandeza do ser humano que enfrenta sua morte. O verdadeiro herói não é aquele que quer fugir do encontro com sua morte, mas sim aquele que a reconhece como sua maior sabedoria.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Uma pesquisa realizada em 2010 pela publicação britânica The Economist avaliou a qualidade de morte em quarenta países. O Brasil ficou em terceiro lugar como pior país do mundo para se morrer. Estamos à frente (por bem pouco) de Uganda e da Índia. A qualidade de morte foi avaliada mediante índices como disponibilidade de acesso a Cuidados Paliativos; formação na área para os profissionais de saúde na graduação; número de leitos de Cuidados Paliativos disponíveis; etc. Em 2015, a pesquisa foi refeita em oitenta países, e ficamos em 42oº lugar. E Uganda nos ultrapassou. Fico feliz por saber dos méritos dos imensos esforços da equipe de Uganda, que conheço pessoalmente, mas me entristece ver a dificuldade de meu país para estabelecer metas compatíveis com nossas necessidades. Isso me mostra, de maneira dolorosamente clara, que nossa sociedade não está preparada e que os nossos médicos, como parte dessa sociedade miserável, e em busca ativa pela ignorância da realidade da própria morte, não estão preparados para conduzir o processo de morrer de seus pacientes, o fim natural da vida humana.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Aceito a morte como parte da vida e tomo todas as providências e condutas para oferecer ao meu paciente a saúde, definida aqui como o bem-estar resultante do conforto físico, emocional, familiar, social e espiritual. Acredito que a vida vivida com dignidade, sentido e valor, em todas as suas dimensões, pode aceitar a morte como parte do tempo vivido assim, pleno de sentido. Acredito que a morte pode chegar no tempo certo, e assim será conhecida como ortotanásia. Mas ainda sou mais ambiciosa na prática dos Cuidados Paliativos e busco proporcionar e presenciar a kalotanásia: a morte 'bela'.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O processo de morrer pode ser muito doloroso para a maioria das pessoas, principalmente por conta da falta de conhecimento e habilidade dos profissionais de saúde ao conduzir esse tempo sagrado da vida humana. Nesse processo, quando temos à nossa disposição uma equipe de saúde de fato habilidosa para conduzir os cuidados com o tempo que nos resta, mesmo que seja pouco, então teremos a chance incrível de sair dessa existência pela porta da frente, com honras e glórias dignas de grandes heróis, reis e rainhas da própria vida.
Infelizmente, isso ainda está longe de ser a condição disponível para todos os brasileiros. Nem todos os médicos que trabalham com pacientes terminais sabem cuidar de pacientes terminais. A maioria fala que Cuidados Paliativos todo mundo sabe fazer. Dizem que é apenas uma questão de bom senso. O problema é que nem todo mundo tem bom senso, embora todos pensem que têm! Nunca tive notícia de alguém que tenha procurado um psicólogo dizendo: 'Vim aqui me tratar porque não tenho bom senso'.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A empatia tem seu perigo; a compaixão, não. Compaixão vai além da capacidade de se colocar no lugar do outro; ela nos permite compreender o sofrimento do outro sem que sejamos contaminados por ele. A compaixão nos protege desse risco. A empatia pode acabar, mas compaixão nunca tem fim. Na empatia, às vezes cega de si mesma, podemos ir em direção ao sofrimento do outro e nos esquecermos de nós. Na compaixão, para irmos ao encontro do outro, temos que saber quem somos e do que somos capazes.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Muita gente diz ter medo da morte. E me espanto quando vejo como vivem: bebem além da conta, fumam além da conta, trabalham além da conta, reclamam além da conta, sofrem além da conta. E vivem de um jeito insuficiente. Gosto de provocar dizendo que são pessoas corajosas. Têm medo da morte e se apressam loucamente em encontrá-la.
Quem diz ter medo da morte deveria ter um medo mais responsável. Quem sabe poderíamos dizer que deveriam ter respeito pela morte. O medo não salva ninguém da morte, a coragem também não. Mas o respeito pela morte traz equilíbrio e harmonia nas escolhas.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Podemos tentar acreditar que enganamos a morte, mas somos ignorantes demais para tal feito. Não morremos somente no dia da nossa morte. Morremos a cada dia que vivemos, conscientes ou não de estarmos vivos. Mas morremos mais depressa a cada dia que vivemos privados dessa consciência. Morreremos antes da morte quando nos abandonarmos. Morreremos depois da morte quando nos esquecerem.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Quem garante que vamos ter sucesso na carreira? Quem garante que encontraremos o amor da nossa vida? Quem garante que teremos filhos ou não? Quem garante? Ninguém garante nada sobre essas possibilidades. Mas a morte é garantida. Não importa quantos anos viveremos, quantos diplomas teremos, qual o tamanho da família que formaremos. Com ou sem amor, com ou sem filhos, com ou sem dinheiro, o fim de tudo, a morte, chegará. E por que não nos preparamos? Por não conversamos abertamente sobre essa única certeza?
O medo, os preconceitos, a fragilidade que essa conversa expõe são maiores do que a nossa vontade de libertação desses temores. Há tempos na nossa vida onde as palavras não chegam. Tempos onde entramos em contato com o que há de mais profundo em nós mesmos, buscando respostas, sentidos, verdade. O tempo de morrer é um desses momentos.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Muitas vezes, a pessoa demora dez anos em um processo terapêutico assistido para entender coisas simples a seu respeito. Mas no tempo de morrer parece que a capacidade individual de compreender e tomar atitudes sobre o uso do próprio tempo se acelera. Quem a pessoa pensava que era, ou mesmo quem a família pensava que ela era: tudo pode mudar completamente no final. A última impressão é a que fica. Como a pessoa se comporta na perda define a impressão que deixará.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Quando adoecemos, a percepção que temos do tempo é muito diferente de quando estamos saudáveis. O tempo da espera parece que dura para sempre. A espera é muito difícil: é o oposto da atividade. Como a pessoa não pode fazer coisas, é como se não estivesse viva. 'Então agora não posso fazer nada? Não tem nada que eu possa fazer?' A medicina não pode fazer nada. Espera-se a morte, então. Mas o problema mais difícil não é a morte, é esperar por ela.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Um exemplo claro para mim de ação ética é quando ouço uma mãe dizendo ao filho moribundo: 'Pode ir'. Em um primeiro instante, ela talvez tenha feito a prece pela cura, mas aí se conecta com essa força e consegue entender que o melhor não é o que ela deseja que aconteça. A mãe do nosso exemplo olha para aquele instante e entende que, para o filho, o melhor talvez seja justamente aquilo que doerá tanto se ela aceitar. Mas aceita e liberta, por amor.
Quando nós nos conectamos com essa força maior e mais sagrada dentro de nós, conseguimos fazer o bem pelo outro. Genuinamente o bem. Porque é algo que tem que ser feito, mesmo que não seja o nosso desejo. Aliás, algo que acontecerá independentemente do nosso desejo. Quando permitimos que aconteça o bem, aquilo flui, e é como se fosse um tempo vivido com todo o significado de amor do mundo. No momento em que estamos conectados com o outro e dizemos, do fundo do nosso ser, da nossa essência, 'que aconteça o melhor', isso é poderoso. Acontece o melhor, e é rápido.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Infelizmente, nossa cultura é faltante. Falta maturidade, integridade, realidade. O tempo acaba, mas a maioria das pessoas não percebe que, quando olha o relógio repetidas vezes esperando o fim do dia, na verdade estão torcendo para que o tempo passe mais rápido e sua morte se aproxime mais rápido. Mas o tempo passa no tempo dele, indiferente à torcida para apressar ou retardar sua velocidade.
O que separa o nascimento da morte é o tempo. Vida é o que fazemos dentro desse tempo; é a nossa experiência. Quando passamos a vida esperando pelo fim do dia, pelo fim de semana, pelas férias, pelo fim do ano, pela aposentadoria, estamos torcendo para que o dia da nossa morte se aproxime mais rápido.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O que é que eu faço aqui na beira do rio? E aí, ao buscar entender o que eu estava fazendo na beira do rio, vejo-me na beira de um leito de vida que se esvai como um rio em busca do mar. Contemplo. E a única coisa de que tenho certeza é: não existe uma explicação real de por que as pessoas morrem. Muitos discordarão desta última frase, pois cada um tem suas teorias e suas certezas. Mas nenhuma teoria ou certeza, individual, artística, espiritual ou científica, conseguiu até hoje responder o que é a vida. Quanto mais conseguir responder por que a vida acaba.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Todas as pessoas morrem, mas nem todas um dia poderão saber por que viveram. Não sei por que uma criança morre. Não tem explicação uma criança morrer. Mas elas morrem. Eu não sei por que é que os jovens morrem, mas eles morrem. Os velhos morrem, e apesar de ser mais ou menos óbvio que quando ficamos velhos podemos morrer, nem sempre é simples aceitar este destino lógico. Não é raro nos depararmos com pessoas que não aceitam que seus amados, mesmo que idosos, morram.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O problema é que caminhamos ao lado de pessoas que pensam que são eternas. Por causa dessa ilusão, vivem suas vidas de modo irresponsável, sem compromisso com o bom, o belo e o verdadeiro, distanciadas da própria essência. Pessoas que não gostam de falar ou pensar sobre a morte são como crianças brincando de esconde-esconde numa sala sem móveis. Elas tapam os olhos com as mãos e acham que ninguém as vê. Pensam de um jeito ingênuo: “Se eu não olho para a morte, ela não me vê. Se eu não penso na morte, ela não existe.” E é essa ingenuidade que as pessoas praticam o tempo todo com a própria vida. Pensam que, se não olharem para o lixo de relação afetiva, o lixo de trabalho, o lixo de vida que preservam a qualquer preço, será como se o lixo não existisse. Mas o lixo se faz presente. Cheira mal, traz desconforto, traz doenças.
(...) Viver como mortos faz com essa gente toda não consiga viver de verdade. Existem, mas não vivem. Há muitos ao nosso redor.
Eu os chamo de zumbis existenciais. Nas redes sociais, ao insistir em compartilhar violência e preconceito, ao persistir na vaidade de manter-se infeliz por dentro e bobamente feliz por fora, as pessoas cultivam cada vez mais a própria morte sem se dar conta disso. Todos como crianças adoecidas, estranhamente crescidas, nuas, com as mãos tapando os olhos, acreditando-se invisíveis. Sem perceber que estão expondo suas piores expressões à luz de toda a sociedade. Estão ausentes da própria vida, e isso talvez seja a maior causa de arrependimento experimentado no fim da vida.
Faltar na própria vida é uma dessas ausências impossíveis de explicar. A conexão consigo mesmo, com o outro, com a natureza, com o mundo à sua volta e com o que cada um de nós considera sagrado exige, antes de tudo, um estado de presença. Não há espaço para falar sobre morte com pessoas que não estão vivas em suas vidas. Não, eu não estou falando sobre conversar com os mortos de fato; refiro-me a esses mortos-vivos, a essas pessoas que não conseguem realizar com um mínimo de coragem uma reflexão sobre a morte. Zumbis existenciais que já se enterraram em todas as suas dimensões humanas e caminham sem rumo. Só falta morrer fisicamente.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O ser humano é a única espécie na Terra que é definida por um verbo. Vaca é vaca, boi é boi, borboleta é borboleta, mas ser humano, só nós. Nascemos animais, mamíferos pensantes e conscientes, mas só nos tornamos humanos à medida que aprendemos a ser humanos. No entanto, a maior parte dos animais da nossa espécie ainda não sabe o que é isso. Quando refleti sobre o assunto, entendi finalmente o sentido da expressão 'humanização'. Até então, parecia sem sentido para mim humanizar o humano. Agora percebi claramente que a maior parte dos animais pensantes e conscientes de nossa espécie se comporta de maneira instintiva e cruel, não se aprofundando em seus pensamentos, sentimentos e atitudes. Falar em humanizá-los, portanto, passou a fazer sentido para mim. A gente está 'sendo', e a completude de 'ser' humano só se dá quando sabemos qual é a finalização desse processo. Cada um de nós se organiza, se descobre, se realiza para ser humano até o dia em que a morte chega.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Chega uma hora em que nos preocupamos em fazer check-up, em perder a barriga, em tomar conta da vida dos filhos. Pensar na morte faz com que pensemos que é preciso fazer alguma coisa. Outro grave engano: vamos nos distanciamos do 'ser' pelo caminho do 'fazer'. Pensamos então que uma vida boa é uma vida que nos levou a ter coisas e a fazer coisas. Mas quando chega o tempo da doença não podemos mais fazer nada. E quando deixamos de fazer, pensamos que isso é morrer, mas não é ainda. A ideia de 'ser' humano é simplesmente existir e fazer diferença no lugar onde estamos, por ser quem somos. As pessoas que se ausentaram da própria vida serão apenas 'ausências' no tempo de morrer. Porque muita gente é assim na vida, um ausente quase que constante. E quando está presente, sente que esse tempo está vazio.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Dizem que falar a verdade para o paciente com uma doença grave pode matá-lo antes da hora. Essa é uma das maiores mentiras que ouço, e ouço quase sempre. Enfrento dilemas frequentes diante de familiares que me imploram para não falar a verdade sobre a doença dos meus pacientes, pois acreditam cegamente que a verdade fará com que fiquem deprimidos e morram antes da hora. Comportam-se como crianças que não querem abrir o armário com medo do monstro imaginário, sem se dar conta de que a casa está caindo. E o armário vai ruir com a casa.
O que mata é a doença, e não a verdade sobre a doença. Claro que haverá um momento de tristeza ao saber-se doente, gravemente doente. Mas essa tristeza é a única ponte até a vida que pode ser vivida verdadeiramente, sem ilusões ou falsas promessas de cura. O que mata a esperança não é saber-se mortal, mas sim perceber-se abandonado. A palavra que mata é a palavra mal utilizada. Um dos maiores desafios que enfrento no meu dia a dia é convencer a família de que a pessoa doente tem o direito de conhecer sua condição de saúde.
(...)
Quando estamos em um momento assim e as pessoas que estão ao nosso lado não foram preparadas para estar ali, arma-se uma grande encrenca. As famílias pensam que poupam seus amados quando mentem, sem saber que seus amados também mentem para poupá-los.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Muitos justificam seu desejo de estar ao lado de uma pessoa que está morrendo assim: 'Quero ser voluntário para ajudar as pessoas a morrer; quero fazer Cuidado Paliativo para ajudar as pessoas a morrer; quero estudar tanatologia para ajudar as pessoas a morrer'. Mas é bem o contrário disso. Preste atenção: se você quer ajudar as pessoas a morrer, então vá buscar outra coisa. Vá vender cigarros, álcool, drogas. Vá compartilhar violência e tristeza. Isso ajuda as pessoas a morrer.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Se a pessoa está realmente em sua fase final de vida e escrevo na prescrição que o paciente tem 'permissão para a morte natural', a reação chega a ser misteriosa. O enfermeiro chega para mim e diz: 'Então, doutora, será que vamos começar a sedação agora?'. Aí tenho que começar tudo de novo, desde o início, quando tudo era treva. Como nascem os bebês? É preciso que nasçam sedados? Então! Para morrer também não precisa sedar. Nascimento natural, parto natural, vida natural, morte natural. Difícil entender? Sim, às vezes é, e eu preciso desenhar. E é muito mais fácil fazer com que a família entenda do que a equipe de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e, pior ainda, os médicos. Então, a você que me lê e que não é da área da saúde, peço que perdoe essas pobres criaturas chamadas médicos, porque não aprendemos a conversar sobre a morte na faculdade. Aliás, não aprendemos nem a conversar sobre a vida! Nossa formação é sobre doença. Somos muito bons nisso de falar esquisito, e só sobre doenças. Somos de um vocabulário e raciocínios extremamente limitados. Tenha compaixão e paciência, pois atrás de um jaleco e de alguns números do CRM há um coração que sofre muito também.
Começamos a faculdade com uma intenção muito idealista e linda de salvar vidas, mas a vida nos mostra que a salvação vai muito além de remédios ou cirurgias. O que tentam nos ensinar na faculdade é que bons médicos têm de fugir da morte. O trabalho do médico deveria ser o de promover a saúde. Mas atuamos na base do medo: faça exames! Ande cinco vezes por semana, durma, coma direito! Senão você morre! Claro que você vai morrer. Mesmo que faça tudo isso. Deveríamos alertar que, se você fizer tudo isso, vai viver melhor. E isso já deveria ser um bom motivo.
É um grande desafio para os médicos e profissionais de saúde compreender que não há fracasso quando acontece a morte. O fracasso do médico acontece se a pessoa não vive feliz quando se trata com ele. Muita gente está curada de câncer, mas se sente completamente infeliz estando viva. Por que isso acontece? De que adianta curar e controlar doenças se não conseguimos fazer com que o paciente entenda que a saúde conquistada pode ser a ponte para a realização de experiências plenas de sentido na sua vida? O papel mais importante do médico em relação ao seu paciente doente é o de não o abandonar.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A área chamada 'pensamento de Deus' é uma região cerebral que entra em atividade quando a pessoa é estimulada a falar sobre Deus. Então, quando dizemos que Deus castiga aqueles que não lhe obedecem, a mensagem é que nós os castigaríamos caso fôssemos Deus. É preciso ter muito cuidado com as 'palavras' de Deus recitadas pelos homens, pois elas falam muito mais sobre quem diz do que sobre Deus. A verdadeira resposta do sagrado é aquela que não pode ser mudada, mesmo que Deus não obedeça.
O artigo também discutia como os valores considerados sagrados podem mudar a depender do que as pessoas acreditam que os outros pensam sobre isso. Pondero então que fazer o bem porque pega bem é uma prática comum entre as pessoas que se dizem religiosas. Gostam de mostrar o quanto são caridosas e generosas e adoram receber elogios frente a suas atitudes 'bondosas'. Esse comportamento entra na categoria custo-benefício, sendo o benefício algo da esfera da aprovação social.
Há também quem faça o bem para se dar bem. Os benefícios que poderão ser adquiridos em outra vida fazem com que as pessoas queiram fazer o bem. E também entra na balança das vantagens. Isso não é sagrado, é negócio. Sagrado é aquilo que fazemos e em que acreditamos, mesmo que não recebamos nenhuma vantagem por isso, mesmo que sejamos prejudicados. Integridade é a medida do que acreditamos e expressamos. Aquele que pensa e sente diferente do que diz e faz é um ser em desintegração.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Porque, uma vez que tenhamos estabelecido como verdade que existe um Deus, o passo seguinte é estabelecer uma relação com Ele. Cada religião terá uma química para esse grande empreendimento chamado 'relação com Deus', com suas normas, regras de comportamento, práticas, textos, scripts que vão reger um grupo de religiosos considerado 'especial' e que se intitula 'escolhidos'. O ser humano tem esse hábito estranho de buscar espaços onde se sinta diferente, se possível superior em relação a outros. E a religião favorece essa percepção de ser escolhido, de ser favorecido, de ser merecedor, de ser segregado positivamente do resto da humanidade da qual discordamos.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O mais perigoso, porém, é quando pensamos ter certeza de que sabemos o que é melhor em relação à religião e, com isso, interrompemos o fluxo de relacionamento com o paciente baseando-nos na nossa perspectiva religiosa. Isso é um desastre. Seria muito melhor se todos os profissionais que trabalhassem com Cuidados Paliativos fossem simplesmente ateus essenciais. Porque o ateu puro tem pelo menos uma curiosidade antropológica a respeito da crença do outro. O ateu verdadeiro, aquele de berço, é um cara da paz, que respeita a opinião e a crença de qualquer um. Ele não julga. Ele é um curioso. Os ateus convertidos, não. Eles são fundamentalistas como qualquer religioso, e fazem guerras para provar que Deus não existe. Então entendo o ateu convertido como uma religião, também. Uma religião que quer provar que Deus não existe.
Os profissionais de saúde que querem converter o paciente à própria religião podem ser perigosos.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Voltando àquela situação de acompanhar alguém no momento da morte, é fundamental que se entenda: a pessoa não está morrendo para que nós nos sintamos úteis. Não é esse o propósito. Não está ali para nos dar a certeza de que servimos para alguma coisa. Ficar ao lado de alguém que está morrendo é muito maior do que a nossa existência. Nossa existência existe para existirmos; é tão simples como respirar. Só que, ao longo da vida, “terceirizamos” os beneficiários das nossas decisões oferecendo-as a pessoas que não pediram essa escolha.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A busca de segurança dentro do afeto é um buraco negro. É possível encontrar tudo ali, menos afeto verdadeiro.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Precisamos da compaixão para permanecer no espaço sagrado da relação, do encontro.
E como faz para não se arrepender depois? Todos sabem o caminho do arrependimento, mas como se faz para não se arrepender? Acho que não existe fórmula nem guia passo a passo, mas um livro me transformou em relação a isso: 'Os quatro compromissos', do escritor mexicano Don Miguel Ruiz.
O primeiro compromisso, sugere ele, é ser impecável no uso da palavra. A palavra tem poder de transformação e de destruição muito maior do que qualquer tratamento. Muito maior do que qualquer cirurgia ou remédio. E tem muito mais poder quando ganha voz. Quando colocamos nossa voz em algo em que acreditamos, a palavra passa a ter algo de nós mesmos. (...) Se não for possível encontrar a palavra impecável, fique em silêncio. O silêncio tem tanto poder quanto a palavra. Quando estou muito irritada prefiro ficar quieta. E se alguém pergunta: 'Você não vai dizer nada?', respondo, atenta: 'Não tenho nada de bom para dizer nesse momento'. Posso garantir que não há como vencer um silêncio desse tamanho. É um silêncio cheio de palavras que não devem ser ditas, que ninguém quer dizer. É o extintor de incêndio mais apropriado para esse tipo de fogo. Para apagar fogo na floresta é preciso água, fogo de eletricidade pede espuma e fogo de palavras exige silêncio.
(...)
O terceiro compromisso é: 'Não leve nada para o lado pessoal'. Isso é bem difícil. Uma pessoa com baixa autoestima acredita que todos a acham péssima. Os outros estão simplesmente vivendo a própria vida, mas ela imagina que só se ocupam de pensar que ela não é importante. A baixa autoestima é um jeito torto de ser egocêntrico. Não somos tão especiais a ponto de todos pensarem que não somos bons o suficiente. O mundo não está girando em torno do nosso umbigo, ou apesar dele. O contrário também é verdadeiro. Receber elogios não deve ser levado para o lado pessoal. Se alguém nos acha importantes e interessantes, isso não necessariamente tem a ver conosco. Tem a ver com aquela chave que temos e que abre a porta de bem-estar da pessoa que elogia. Simples assim, de novo. Tirar conclusões e levar qualquer coisa, boa ou ruim, para o lado pessoal faz com que muitas vezes tomemos decisões erradas, que nos levarão ao arrependimento.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Passamos a vida tentando aprender a ganhar. Buscamos cursos, livros, milhares de técnicas sobre como conquistar bens, pessoas, benefícios, vantagens. Sobre a arte de ganhar existem muitas lições, mas e sobre a arte de perder? Ninguém quer falar a respeito disso, mas a verdade é que passamos muito tempo da nossa vida em grande sofrimento quando perdemos bens, pessoas, realidades, sonhos. Temos mil razões para sonhar, mas quando perdemos nossos sonhos não deveríamos perder a razão.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“'Foram anos da minha vida que eu dei para aquilo! Não me reconheceram! Olha o que fizeram comigo! Eu não devia, eu não devia, eu não devia!' Quando digo isso, matei meu tempo de vida. Destruí anos da minha vida. A última impressão é a que fica, não a primeira. Conhecemos a pessoa mais incrível da nossa vida, nos casamos com ela, mas depois ela nos decepciona muito. Então a pessoa se torna irreconhecível para nós, um monstro. A impressão que fica é somente a última.
O que é que aconteceu no intervalo entre ser incrível e tornar-se um monstro?”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“A expectativa da perda, mesmo que ela não ocorra, ou a experiência da perda só se tornará menos dolorosa se ao longo dela nos entregarmos e nos transformarmos, e, se possível, se tivermos a oportunidade de transformar o outro. Por isso é preciso pensar muito bem antes de começar relações e torná-las definitivas. Principalmente porque nada é definitivo, exceto a experiência já vivida. Nenhuma relação, nenhum emprego, nenhuma escolha – nada é definitivo. Tudo terminará. Se bem ou mal, vai depender de como vivemos cada um desses processos.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Penso que, se a sociedade se mobilizar para deixar clara qual é a sua vontade, e me refiro inclusive a deixar esse ponto culturalmente mais claro, mais lúcido dentro da vida de cada um, talvez no futuro seja mais simples oferecer cuidados para preservar a dignidade da vida da pessoa que está morrendo.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“Quero deixar aqui um panorama histórico sobre o momento em que estamos no Brasil no que diz respeito aos Cuidados Paliativos. Nosso país é um dos que oferece mais respaldo legal e ético para se fazer a boa prática de Cuidados Paliativos no planeta. Temos o único código de ética médica em que está escrito “Cuidado Paliativo” com todas as letras. Temos uma Constituição Federal que favorece essa prática. Temos direito à Dignidade da Vida.
(...)
Nosso código cível diz que ninguém pode ser submetido à tortura. Manter o paciente na UTI sem nenhuma possibilidade de sair vivo de lá é tortura. Fazer um tratamento fútil e doloroso é tortura.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“No momento extremo da dor, vem a tristeza, o choro, o desespero, a raiva. Todos esses sentimentos devem ser aceitos e experimentados. Quando me perguntam se podem chorar, eu digo: 'Chore, mas chore muito, mesmo. Deixe o corpo inteiro chorar, estremeça. Grite, deite na cama e esperneie. Permita-se, abra-se a esse encontro pleno com a dor. Aceite essa condição'. E é mágico como a dor passa quando aceitamos sua presença. Olhemos para a dor de frente, ela tem nome e sobrenome. Quando reconhecemos esse sofrimento, ele quase sempre se encolhe. Quando negamos, ele se apodera da nossa vida inteira.
Não existe nada de errado em ficar triste, pois a tristeza é uma experiência necessária para todo processo de luto saudável. Apesar de vivermos sob uma falsa impressão de que temos obrigação de estar sempre sorrindo e felizes, não é proibido ficar triste. Se as pessoas à nossa volta nos cobram demais a superação, entendamos que elas sofrem por nos ver sofrer. Como não sabem estar ao nosso lado durante essa fase, e como não sabem como reagiriam se estivessem no nosso lugar, lutam com todos os argumentos para tirar a nossa dor da frente.”
(Ana Claudia Quintana Arantes, no livro "A Morte É Um Dia Que Vale A Pena Viver")



“O discurso da Coca-Cola apresenta valores positivos como a alegria, emoção e prazer. Entretanto, são eliminados valores negativos e ocultados interditos, como: Coca-Cola é um produto norte-americano e industrializado, portanto, não é natural, engorda e vicia. Constrói-se, assim, um discurso que privilegia aspectos temáticos voltados para os estados passionais eufóricos (paixão, emoção, alegria). A Coca-Cola também reforça a ideia de que está presente em todo o tempo e lugar. Assim, as categorias espaço-temporais são elementos importantes para a construção de sentido de suas propagandas. Reafirmando os mesmos valores e mantendo as categorias cronotópicas para a construção de sentido de suas propagandas, a Coca-Cola consolida a ideia de onipotência, ou seja, ela tem o 'poder' de refrescar, trazer alegria, provocar emoção e satisfazer prazeres. Cria-se, assim, um estilo, isto é, uma identidade calcada em categorias divinas, tais como onipresença e onipotência.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Assim, pela perspectiva da semiótica, em um enunciado aparecem tempos que, aliados às paixões, alteram o espaço criado, dão-lhe novos sentidos e indicam a velocidade do movimento do homem nesse espaço. Esses movimentos são impulsionados por um sujeito que é movido pela paixão, pelo ato de querer um objeto, ato esse que o leva à vontade e à emoção, sentimentos propulsores para o fazer concreto. É a busca do sujeito para estar em conjunção com o objeto desejado, o que o leva a estar eufórico quando em contato com tal objeto ou disfórico quando distante dele.
O tempo é, assim, um importante elemento gerador de desejo, pois a cada momento as paixões renovam-se, modificam-se. Esse mesmo tempo, que anima as mais diversas paixões, altera também o espaço dando-lhe novas cores e sentidos. Isso ocorre porque o tempo está ligado a uma época, o que caracteriza o significado do ser humano.
Como o ser humano empenha-se em representar os sinais exteriores recebidos, moldando-os em um padrão por meio de cronótopos particulares, ao longo dos séculos, as pessoas têm organizado diferentes fugurações da realidade, basta observarmos obras das mais diversas épocas.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Para Bakhtin (...), 'um signo não existe apenas como parte de uma realidade; ele também reflete e refrata uma outra. Ele pode distorcer essa realidade, ser-lhe fiel, ou apreendê-la de um ponto de vista específico, etc'.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Sampaio (...) afirma que 'a marca é mais do que um produto. Para a função do produto, a marca adiciona sentimento. Para a performance do produto, a marca adiciona personalidade. Para o valor do produto, a marca adiciona exclusividade'.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Ao longo dos tempos fica configurado um discurso de onipotência da marca Coca-Cola já que, para a publicidade, ela é a única bebida consumida por todos, independente de classe social: '...não há dinheiro no mundo que compre uma Coca-Cola melhor' (...). O fato de ricos e pobres, pessoas de diferentes etnias e de diferentes faixas etárias consumirem Coca-Cola é a prova do poder de seu discurso.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Devido à 'força discursiva' da publicidade da Coca-Cola que consolida a marca e promove a venda de seu produto, muitos tentam imitar seu sabor. Criam-se marcas com nomes similares, emprega-se o nome Cola. É a onipotência da Coca-Cola.
Eternidade, onipotência e onipresença — essas qualidades dão um caráter de transcendência à Coca-Cola, escondem suas características comerciais, pois ofuscam a finalidade primordial de um discurso publicitário: a promoção de vendas do produto veiculado. Assim, a Coca-Cola, por meio de seus enunciados, apresenta-se ao seu enunciatário como detentora de qualidades divinas: eternidade, onipresença e onipotência. 'Sempre Coca-Cola', em todos os lugares, 'tudo vai melhor'.”
(Ana Lúcia Furquim de Campos, no artigo "A Pausa Que Refresca... Tempo E Espaço Nas Propagandas Da Coca-Cola")



“Arrepender-se, reconhecer-se culpado ou responsável, não é uma manifestação patológica, mas um sinal de maturidade.”
(Ana Maria Vidal-Abarca, no livro "Perdões Difíceis")



“Resolveu me falar sobre assuntos diversos, leves. Como se sentisse que seu papel, naquele cenário, fosse me distrair. Que bobagem. Eu só pensava no quanto queria ficar em silêncio. Mas eu ria. Nos últimos anos, havia me especializado na arte de ocultação de gritos. Eu sorria quando queria chorar. Eu sorria quando queria agradar. É incrível como um sorrisinho amarelo deixa tudo mais prático e confortável para a outra pessoa.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Na mesa ao lado, uma colega confidente era a única que suspeitava por onde andava minha cabeça enquanto meu corpo fazia figuração em frente ao computador. Ela sabia também que havia um outro órgão quebrado naquele corpo, e não era por causa de doença. Estava preocupada com minha dispersão justamente naquele dia em que todos me aconselhavam a estar no auge da sanidade mental e da elegância física.
— Não deixa esse cara te enrolar, Ana.
— Me enrolar? O que mais ele quer de mim? Todos os meus órgãos?
Era dia de negociar a proposta de divórcio com o advogado dele. Afinal, nos tornamos tão desconhecidos que ele julgou necessário o intermédio de uma pessoa que não esteve lá em nenhum dos dias dos últimos oito anos. Até me aconselharam a fazer o mesmo, mas eu achava estranho terceirizar conversas e resoluções que poderiam ser negociadas entre uma garrafa de cerveja e outra.
— Em que mundo você vive, Ana?
— Onde pessoas que tiveram uma história juntas não se tornam apenas um entrave burocrático.
Era o que eu havia me tornado.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Queria a magia de ser o amor da vida de alguém. Não queria casar nem burocratizar minhas relações. Queria apenas sentir.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Eu segui achando que uma fada madrinha faria uma mágica e nos reencontraríamos mais velhos e resolvidos, e que o sentimento seria o mesmo. Virei uma monogâmica sentimental. Pegava todo mundo, mas mantinha as relações na superfície. Confesso que houve uma época, já formada e trabalhando como jornalista, que peguei pesado a ponto de atrapalhar minha carreira, pois vivia sob olhares e julgamentos machistas sobre algo que só cabia a mim: eu era solteira, desimpedida, livre, contas pagas... Por que 'ser livre' era tão ofensivo? Nessa época eu trabalhava cercada por homens do esporte: jornalistas, jogadores de futebol, atletas. Achava curiosa a capacidade que eles tinham de transformar mulher em um prato a ser consumido. Por isso eu fazia o processo inverso. Eu pegava quem EU queria. Talvez aquele mundo não estivesse preparado para respeitar quem respeita as próprias vontades ainda que isso não desrespeite ninguém. Hipocrisia que persiste até os dias de hoje em vários setores profissionais.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Mas eu estava feliz e só queria mesmo era viver de poesia, cercada por pessoas que compreendessem o que para mim era tão claro: sentimento é para ser sentido, sem considerar o que é socialmente aceito ou não.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Amor platônico, desses que a gente guarda e não conta para ninguém. Fiquei na minha, mas ele tinha uma namorada que dizia aos quatro ventos que era um relacionamento aberto. Um blá-blá-blá danado pra esconder o ciúme que ela sentia e reproduzia com caras e bocas que cada vez mais me faziam desanimar com o trabalho. A paixão desceu ralo abaixo e descobri que a liberdade poética também pode ser seletiva e cheia de julgamentos. Já nos primeiros meses como assessora de imprensa deles adquiri a tal da 'má fama', infelizmente sem usufruir da cama onde me colocavam.
O problema era comigo. Deduzi.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Nessa equação maluca, deixei de existir. Eu queria mergulhar naquele sorriso e me sentir invadida por um olhar que me inundasse de sentimentos. Mas quem tenta mergulhar em piscina vazia racha a testa. Rachei uma, duas, três, várias vezes.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Ficamos surdos para ouvir nossa própria dor. E seguimos barulhentos e vazios do silêncio da paz que deveríamos apreciar.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Quanto tempo existe no pra sempre? Quanto pra sempre pode existir em um único momento?”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Gente que gosta de gente é o tipo de gente de quem eu gosto de gostar...”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Conhecer a Renata, que enfrentava o mesmo diagnóstico que o meu, foi fundamental para a minha sanidade mental, assim como outras pacientes com câncer de mama metastático que se tornaram grandes amigas e que ressignificaram para mim até mesmo o conceito de sororidade. Não era sobre ter o mesmo objetivo. Era sobre lutar umas pelas outras, ainda que os objetivos fossem diferentes.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“E nessa de viver nosso último dia todo dia, percebemos o quanto tudo tem um sabor especial. Acreditem, entender que a vida acaba é a ferramenta de empoderamento e autoconhecimento mais incrível de todas (e ninguém precisa de câncer pra isso). Não há tempo a perder. Não há sentimento a ser desperdiçado. Viver é prioridade.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Ainda estávamos em êxtase com a nossa viagem. Conversávamos muito sobre o quanto tudo tinha sido perfeito e como havíamos tomado a decisão certa ao realizar esse sonho e não deixar que o medo da doença nos tirasse o fogo de viver. Dava uma vontade de gritar para todas as pacientes: 'Vivam, vivam, tornem-se protagonistas dessa história!'.* Acompanhávamos de perto ou pelas redes sociais a luta de outras meninas e o quanto elas não tinham noção do que estavam enfrentando. Teve uma moça que, mesmo sem doença ativa e com a possibilidade de manutenção com hormonioterapia, seguia sendo derretida na quimioterapia convencional. Ela sofria com efeitos colaterais, quase não saía de casa por causa da intensa diarreia e parecia ter uns vinte anos mais do que realmente tinha. A médica dissera que 'tinha medo' de parar a quimioterapia e a doença voltar. E a gente pensava: 'Sua médica tem medo de câncer, mas não de te matar de tanta químio?'
Era difícil nos metermos neste cenário: um médico com medo que apavora uma paciente que quer viver. Mas cada vez que eu via uma foto dessa moça, até me dava um nó no estômago de tanta vontade de pegá-la pela mão e levá-la para ver alguém que tivesse a capacidade de enxergar além de seus próprios medos. A história dela se repetia nas postagens. Meninas que não eram ouvidas pelos seus médicos, outras que estavam convencidas de que 'sofrer' era normal e também aquelas que acreditavam que quanto mais efeitos colaterais, mais a medicação estava funcionando. Sim, existem profissionais de medicina que dizem isso. E elas viviam debilitadas não pela doença, mas pela mão pesada e medrosa dos doutores.
Uma vez encontramos com uma paciente em um de nossos passeios no meio da semana. Ela era jovem, bonita, tinha um filho pequeno e estava em tratamento de câncer de mama metastático havia pouco mais de um ano.
— Vocês são loucas de viajar pra tão longe. Meu médico nunca deixaria. Semana passada tinha uma festa de família pra ir, mas ele achou melhor não, porque minha imunidade estava baixa e poderia atrasar o tratamento. Imagina só ir pra Europa. Daqui a pouco estarei curada e poderei fazer tudo isso.
Eu e Renata ficaríamos o resto do dia inconformadas com o quanto os pacientes perdiam o poder de decisão sobre a própria vida por medo do médico, da família, do julgamento alheio. E também o quanto ignoravam o significado de tratamento paliativo. Diante do que a medicina oferece hoje, essa cura que ela estava esperando para começar a viver não era possível. O médico poderia ter prescrito algo para melhorar a imunidade dela, atrasar a quimioterapia alguns dias, incentivando-a a viver esse momento de comemoração ao lado da família. Seria importante para ela. Seria importante para eles. Nós nos perguntávamos em que momento da faculdade o médico deixava de ver o ser humano na sua frente e passava a ver apenas doença e remédio. Era culpa do médico? Do sistema? Do paciente que não se posicionava?”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“A gente queria escrever sobre sentimentos e, com isso, quem sabe, provocar alguma reflexão em quem estava do outro lado da tela do celular. Não queríamos ter números de seguidores. Queríamos apenas que algo no nosso aprendizado fizesse sentido para alguém. E logo de início percebemos a quantidade de pessoas que viviam na mais profunda solidão e sofrimento por conviverem com o olhar de dó daqueles que não entendem que o câncer de mama metastático não tem cura, mas que não significa morte iminente. Elas já viviam a morte mesmo que, clinicamente, não existisse nada indicando um risco imediato. Muitas não entendiam como era possível que a gente fizesse piadas, viajasse, saísse... Era quase ofensivo quando eu postava uma foto maquiada e de salto alto dias depois de fazer uma quimioterapia.
— Você está em tratamento. Não pode fazer essas coisas.
— Ah, eu posso, e como posso! Se tem uma coisa que eu posso é poder!
Ninguém espera que uma paciente com câncer, em tratamento paliativo, esteja bonita, bem-vestida e vivendo as delícias que viveria se fosse saudável. Eu aprendi o que podia ou não fazer e nunca me expus a um risco idiota. Nesse processo todo, havia entendido que a medicação era só uma parte do tratamento. Eu precisava me amar, me divertir, me sentir bem, bonita, dar risada, sentir a vida correndo em cada veia do meu corpo. (...) Os médicos, exames, remédios eram parte da rotina, e não o que havia de principal na nossa agenda repleta de compromissos com o bem-estar e a felicidade.
Não éramos PaliAtivas só nas mídias sociais. Essa era a forma como, efetivamente, havíamos decidido viver!”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“'Cuidados paliativos são para aqueles casos em que não há mais nada a fazer.' Um minuto de silêncio para quem insiste nessa falácia. Vim mostrar minha vida paliativa repleta de nadas que vêm me proporcionando cada vez mais tempo de qualidade. Aprendam, mesmo quando não há mais nada a fazer, ainda há muito a ser feito. Espero que ensinem isso nas faculdades de medicina.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Engraçado como as pessoas criam toda uma história a nosso respeito baseada apenas no nosso corte de cabelo. No meu caso, ser estilosa significava cabelo curto, sem corte, depois de um ano sem quimioterapia convencional. Não era estilo, era falta de opção. Para mim, havia se tornado um experimento antropológico. Gostava de ver a reação dos meninos quando eu mandava um sincerão na lata: – Ah, pois é... Tá lindo meu cabelinho, né? Um ano sem quimioterapia e ficou assim. Legal, né? Parece corte proposital.
Houve quem engasgasse; outros fingiam um aparente interesse na história e logo sumiam, e tinha também quem quisesse saber detalhes eróticos de quem ficou careca. Eu falando que tinha câncer e o cara querendo saber se meus pelos da periquita tinham caído ou não. Homens...”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“No fundo eu queria, sim, viver uma linda história de amor com alguém que não quisesse me colocar numa planilha de custo, benefício e expectativas para o futuro. Por que não viver uma entrega pelo tempo que for, com a poesia que merece?”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“É fácil ser feliz sem dor. Não é fácil, é melhor. Difícil é ser feliz sem nunca ter tido dor nenhuma. Nem haveria poesia.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Muitas vezes, em meus textos ou nas conversas com pacientes, falei sobre o quanto achava absurdas aquelas pessoas que desistiam de tudo, que se entregavam aos efeitos colaterais das medicações, que viviam apenas o drama da doença. Para mim, era falta de força, de vontade de lutar. Eu estava errada. Cometi o mesmo erro da maioria das pessoas: achar que o paciente oncológico é um boxeador implacável e está sempre 'lutando' ou 'em guerra' contra a doença. É como dizem: 'Pimenta nos olhos dos outros é refresco.' É mais fácil exigir essa invencibilidade quando não somos nós a subir no ringue. Em muitos casos, o momento de desânimo é só cansaço mesmo, simples assim. No segundo em que eu 'desisti', talvez tenha finalmente entendido exatamente a dor psicológica que o câncer nos causa.
Foi ali, naquele choro sofrido de quem 'desiste', que eu pensei em tudo o que tinha vivido até aquele momento, buscando os porquês, os 'pra quês' e tentando entender se fazia algum sentido continuar com todo aquele sofrimento. Acredite, as lágrimas de quem não tem mais nada a perder são as mais sinceras, carregadas de uma clareza de sentimentos tão grande que parecem colocar tudo em ordem novamente:
'Posso até morrer, mas vai ser vivendo'.
O poeta Mario Quintana escreveu que 'a felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas'. Talvez as dores que já enfrentei apesar da minha pouca idade tenham me trazido uma maturidade forçada ao longo dos anos de tratamento. Mas nada se compara com o encontro real que tive com minha própria fragilidade. Chegar ao limite abre novas possibilidades, uma visão diferente da vida. Foi desistindo que percebi o quanto eu realmente queria viver, com ou sem dor, com ou sem enjoo, na remissão e na progressão... Até que o fim chegasse naturalmente.
No dia em que eu desisti, encontrei uma mola no fundo do poço. Sofrer não é vergonha para ninguém e acolhi o meu surto com toda a legitimidade que ele merecia. O sofrimento existe para que a felicidade faça sentido.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Antes uma vida curta por inteiro do que uma longevidade pela metade.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Bronnie [Ware] escreveu um livro com os cinco arrependimentos mais comuns das pessoas antes de morrer:
1. Queria ter aproveitado a vida do meu jeito, e não da forma que os outros queriam.
2. Queria não ter trabalhado tanto.
3. Queria ter falado mais sobre meus sentimentos.
4. Não queria ter perdido contato com meus amigos.
5. Queria ter me permitido ser feliz.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Enquanto eu seguia perseguindo apenas a cura garantida para o meu corpo, sofri. O remédio que eu precisava era para a alma. E estava o tempo todo aqui, dentro de mim.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“A praça em frente ao museu parecia cenário de filme. Jardim bem cuidado, árvores com folhas em formato de estrelas em tons vermelhos e amarelos típicos de outono e uma praça com bancos onde era possível sentar e observar o vaivém das pessoas apressadas e daquelas concentradas na tela do smartphone. Imaginei quantas já haviam parado ali para apreciar as folhas das árvores caindo ou a beleza das flores que ornamentavam os jardins. Estava feliz por ser turista e não estar com pressa. Prometi a mim mesma que, ao voltar para São Paulo, eu passaria a apreciar mais as belezas que minha própria cidade oferecia para que nenhum turista precisasse olhar pra mim com pena por eu estar apressada demais pra curtir a paisagem tão bela que ele via enquanto eu olhava para o celular.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Percebi o quanto idealizamos até mesmo nossas expectativas em relação ao amor. Cada um entrega o que é possível; cabe a nós acolher e enxergar sem o véu de nossas exigências.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Passei a contar essa história para muitos pacientes com quem convivi e que sempre reclamavam do pouco amor que recebiam.
— É o amor que é pouco ou você está esperando o amor que idealiza sem enxergar o amor que está sendo entregue?
É como fazemos em muitas de nossas relações. Expectativas e frustrações que poderiam ser resolvidas com um olhar atento para ler nas entrelinhas os milhares de formas em que um amor pode ser escancarado.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Meus pais ouviram em silêncio e depois me disseram que confiavam na minha vida longa e nos bons planos divinos para a minha trajetória. Eu entendia. E foi bom ter condições de falar sobre essa pressão psicológica que as frases religiosas me causavam na época. As pessoas que nos amam, em geral, não saem de casa com o objetivo de nos magoar e nem têm o dom de ler nossos pensamentos. Falam o que acham que pode nos ajudar ou ser útil. Cabe a nós informar ou não o que nos causa mal-estar. Em qualquer momento da vida.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“PARA MUITAS PESSOAS O dia útil causa tanto sofrimento que deveria mudar de nome.
(...)
Caras cansadas e discursos sofridos pela semana que é sempre mais longa que a anterior, embora tenha a mesma quantidade de dias. Deveria se chamar dia inútil e estaria tudo resolvido. Trabalha-se nos dias inúteis à espera dos dias úteis em que seja possível um pouco de felicidade. Imagina só quanta vida desperdiçada! Cinco dias inúteis e dois úteis. Mais dinheiro e menos saúde. Menos tempo de qualidade e mais vida a menos. Existe algo de muito adoecido na relação que temos com nossos dias úteis e inúteis. Acordar em uma segunda-feira não deveria causar sofrimento. Dormir no domingo não deveria ser tão triste. A alegria não deveria ser sentida apenas na sexta, às 18h. Se você soubesse que seu fim se aproxima na velocidade de um fim de semana, só haveria espaço para dias úteis, sem nenhuma pressa para que eles acabassem.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“A aposentadoria precoce me fez refletir sobre o quanto essa relação com o trabalho pode nos fazer mais vivos ou nos adoecer e nos matar aos poucos. Às segundas-feiras eu fazia quimioterapia, voltava pra casa e ficava deitada o dia todo com a sensação de que havia sido atropelada por uma manada de elefantes. Abria as mídias sociais e observava o culto ao sofrimento, à espera da sexta-feira. Não desejava estar no lugar de ninguém, mas sentia vontade de oferecer o meu lugar a todos, para que aprendessem sobre dias úteis e inúteis. Um só dia na minha pele e o milagre seria realizado. Seja para que ressignificassem o motivo por trabalhar em determinados locais, ou só para que tivessem a coragem de mudar enquanto havia saúde para recomeçar.
— Gente saudável sofre muito, né, Rê? Deve ser o ar-condicionado – eu brincava.
— As pessoas sofrem quando não querem se desapegar do que lhes causa dor – ela refletia.
Quem se toca que todo dia é um passo rumo ao fim não permite a existência de dias inúteis.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Vivemos para trabalhar e trabalhamos para viver quando a aposentadoria chegar. E o tempo vai passando, implacável.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Médicos juram, na faculdade, cuidar e aliviar, mas, no fundo, são obcecados por cura.
São muitos os desafios para quem decide cuidar. Vivemos em um país onde a morte é considerada tabu e poucos se importam com o sofrimento de quem enfrenta uma doença que ameaça a continuidade da vida. Supervalorizamos a cura. Jogamos para o canto escuro aqueles que caminham rumo ao fim da vida. É como se, ao não falar sobre a morte, tivéssemos o poder de evitá-la. E vamos acompanhando pessoas morrerem diariamente na mais absoluta dor e solidão. 'Não havia mais nada a fazer', é o que se tornou comum dizer para familiares que perdem alguém que amam. E criamos mais sofredores entre profissionais de saúde, familiares e qualquer pessoa que se veja no pacote do 'incurável'. Morrer é biológico, exato e humano. Morrer não é fracasso. Nem para o médico nem para o paciente. Especialmente em casos de doenças crônicas ou degenerativas. Fracasso médico é enxergar apenas doença e ignorar o ser humano que a carrega. Fracasso é ser negligente. Fracasso é esconder-se atrás de diplomas e do próprio ego e usar sua técnica apenas como marketing pessoal e não com olhar de interesse para aquele a quem jurou cuidar.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Naquela tarde no Soho entendi que a gente complica demais as relações. Deixamos nosso ego comandar até mesmo o desejo do nosso coração. Entre os cinco arrependimentos antes de morrer estava 'não queria ter perdido contato com meus amigos' e sempre leio sobre relações restabelecidas no leito de morte. Por que esperamos tanto e deixamos de usufruir do amor que tanto é importante para nós?”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“— (...) Parece que tudo é sempre sobre a aparência das pessoas.
A Ludmilla me ouvia com lágrimas nos olhos e me ensinava sobre feminismo, sobre autoestima, sobre o quanto vivemos em um mundo que dita como devemos nos vestir e o cabelo que devemos ter para que sejamos consideradas bonitas.
— Tanta embalagem perfeita e vazia por dentro. Olha pra você. Se enxerga.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Eu aceitara tudo aquilo. Tinha deixado que me tratassem daquela forma. Mas eu não era vítima do mundo cruel que vivia de aparência. Eu tinha sido meu próprio carrasco. Passei parte da vida preocupada com o julgamento alheio sobre minha embalagem. Toda a minha segurança em relação ao conteúdo que eu carregava acabava no instante em que o flash era disparado. Que bobagem. Eu sabia tão bem quem eu era; imagina só! Ficar preocupada se minha roupa estava perfeita ou não...
— Roupa bonita é a que a gente veste e se sente bem – ensinava a Lud.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Sigo não sabendo como me vestir, mas aprendi o que não gosto. Acolhi minha insegurança e lido bem com ela. Faz parte. Aparência não define ninguém. Algumas das pessoas mais cruéis e babacas que conheço só ligam para isso. O feio e o bonito. O pobre e o rico. Não tem problema ser sem caráter, maltratar as pessoas. Se é bonito e rico é bem-vindo.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Sinto cura por perceber que o julgamento diz mais sobre quem o faz do que a quem se direciona.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Além disso me dizia que, às vezes, também se culpava por ter bebido demais.
— Mas já bebeu, Rê. Não foi divertido no dia? Então pronto. Não adianta, já foi. Seu câncer não é hepático. É de mama.
— Pois é, mas se eu tivesse me cuidado, talvez as medicações funcionassem melhor e meu fígado não estivesse tão detonado.
(...)
— O 'e se' é um universo hipotético no espaço do que não existe. Você podia não ter bebido uma gota e estar exatamente na mesma situação, só que não teria as mesmas histórias pra contar. Não são boas histórias?
— São as melhores!
— Então pronto. Sigamos.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“É como diria a Dra. Ana Claudia Quintana Arantes, autora do livro 'A morte é um dia que vale a pena viver' (...). 'Medicina é fácil, gente boa. O difícil é a psicologia.' Na versão da Renata seria: Quimioterapia é fácil. Difícil é falar sobre o que dói de verdade.
Muitas vezes, os fantasmas da alma causam muito mais dor do que aqueles que acompanham um papel com um CID (Código Internacional de Doenças).”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Já no sistema privado, temos que lidar com a arrogância e com médicos que se submetem até mesmo a evitar a prescrição de determinadas medicações para não se 'indispor com o convênio'. O que não consideram é que humanização não está no tempo do atendimento nem na medicação prescrita. É estar presente, ainda que o tempo seja curto. É um olhar rápido e real de quem se importa com quem você é e não só com o que você tem.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“E é muito cedo pra ser tarde demais. Vamos ter calma.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Então vim contar meu segredo.
Anota aí.
A.M.O.R.
O próprio, ao meu corpo, ao que é sagrado, ao próximo e à vida.
Não adianta cortar o açúcar e nutrir ódio. Não adianta correr 15 quilômetros por dia e fugir de si mesma. Não adianta pagar o médico mais caro que não tá nem aí pra quem você é. Não adianta ter dinheiro e ser vazio. Não adianta barganhar com Deus o seu merecimento e seguir isolada na ilha do ego. Não adianta beber litros de suco verde enquanto o veneno do julgamento escorre no canto da boca. Não adianta espernear pelo milagre se nem ao menos consegue reconhecê-lo na beleza de mais um dia.
Abra os olhos!
Você tem que se cuidar não pra 'prevenir' ou curar o câncer. Você tem que se amar pra VIVER bem. Pra respeitar o corpo que habita. Pra fazer as escolhas que façam sentido pra VOCÊ.
Essa é a mágica.
Amor é tratamento curativo, paliativo e necessário.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Tem algo de muito perigoso no espaço do que não existe. É um planeta paralelo, governado pelo deus 'e se...' e capaz de roubar horas preciosas de um dia real. Lá, o tempo é vazio. Muitos de seus habitantes costumam ser apegados aos pretéritos. Vivem tristes e demonstram picos de raiva e frustração. Outros acreditam possuir poderes sobrenaturais e vivem vidas que não aconteceram ainda. É um planeta ansioso.
Um planeta que, muitas vezes, sofre com a falta de oxigênio. Todo dia me convidam a habitar o espaço do que não existe. E se eu não tivesse câncer? E se a medicação falhar? E se tivesse escolhido outro caminho? E se tivesse repassado a corrente da vida eterna pra noventa amigos?
Minha resposta é sempre a mesma.
Não sei. Não importa!
Só sei responder sobre a vida que é a minha. Pelas escolhas que fiz. Pelos caminhos que percorri. Pelas lágrimas que derramei. Pelo que foi. Pelo que é. Simples assim. O que cabe a mim está no real que habito hoje. Amanhã, já não sei. A graça está na impermanência. No frio na barriga em cada salto no invisível. Pode ser que seja bom. Pode ser que não seja. Pode ser que nem exista. Tudo tem o seu presente pra ser vivido.
Fica a dica turística. O planeta hipotético é cobrador. E manda a conta da hospedagem com juros altos. Cedo ou tarde demais.
'E se você tivesse vivido?'
E se...”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Nesta jornada acompanhamos muitas pacientes que diziam estar preocupadas porque a família simplesmente havia parado de viver, ou, vez por outra, deixavam claro o impacto que a doença tinha sobre seus sentimentos. É preciso colocar cada coisa em seu lugar. Nem o paciente tem direito de sobrecarregar os familiares, exigindo excesso de atenção ou dedicação, nem os familiares devem abandonar a própria vida e culpar a doença por isso. Ninguém ganha com essa equação do sofrimento. Isso é ainda mais importante quando falamos do familiar que assume a função de cuidador. Ele cuida da dor de outra pessoa, mas, antes disso, precisa aprender a cuidar da própria dor. Hoje falamos muito que as abordagens dos cuidados paliativos devem ser iniciadas logo no diagnóstico de uma doença que ameace a continuidade da vida. Acredito que esse cuidado deve ser estendido aos familiares, principalmente para aquele que assume a função de cuidador do paciente.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Sim, era uma situação irreversível. E essa consciência não era uma forma de desistir. Era só a oportunidade para que todos ressignificassem aquele tempo que tinham juntos (que poderia ser muito ou pouco).”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Todo dia me perguntam o que é mais importante. Sempre digo que é não sentir dor. A dor me paralisa e eu deixo de ser eu. Quero que eles façam de tudo pra me manter assim, sem dor, feliz, pra gente poder rir disso tudo comendo gelatina.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“O ar é o nada repleto de tudo.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“O invisível me fascina.
Fico horas observando o céu tentando explicar para mim mesma o sentido de tudo. Se somos seres biológicos apenas, com um ciclo de vida determinado por fatores unicamente científicos. Se sou o resultado de uma história que começou com uma célula há bilhões de anos. Se a costela do Adão é uma metáfora, um conto ou se houve de fato um criador que calculou toda a complexidade de um universo e seus habitantes em sete dias. Se o invisível que existe em mim vai além do ar que respiro todos os dias. Por onde esse invisível esteve nos últimos séculos? Será que ele escolheu essa realidade que vivo hoje? Quem será que manda nesse processo todo de ir e voltar? Será que é sorteio? Merecimento? Escala evolutiva?
(...)
Quanto mais olho o céu, mais tenho certeza de que essa explicação sobre o invisível é infinita demais para caber na limitação da minha mente biológica.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“— Não quero dor. Só queria dormir e não acordar mais. Eu conseguia entender e sentir cada palavra que ela falava. Para uma mulher como a Renata, o corpo havia se tornado uma prisão e, por mais que estivesse cercada pelo suporte de uma equipe totalmente dedicada a proporcionar conforto a ela, as paredes do quarto se tornavam cada vez mais claustrofóbicas. Ela nasceu pra ser livre. E, para mim, era o espírito dela quem gritava aflito por uma libertação. Ao mesmo tempo, eu pensava no significado de desistir. O que era desistir em estado terminal? Nossa constituição não prevê o direito à morte assistida. E nossa cultura não admite que as pessoas se preparem para a terminalidade. Você quer ser entubado? Quer ser reanimado? Quer viver conectado a aparelhos? Quer doar órgãos? Como quer ser enterrado? Passamos a vida toda desejando uma morte natural na cama quente aos 110 anos. Falar sobre escolhas de fim de vida é tratado como um assunto mórbido, mesmo para familiares e pacientes com doenças crônicas e potencialmente fatais. O que acontece é uma sequência de sofrimentos que poderiam ser evitados com apenas uma conversa. Para uma mãe é difícil decidir a hora de parar o tratamento do filho. Para um filho é difícil saber o que o pai gostaria. Sofre o doente, sofre a família, sofre a equipe hospitalar.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Enquanto planejávamos, a mãe dela chegou e encontrou a filha animada com a possibilidade de uma aventura. Ela parecia tão leve que disse à mãe: — Conversei com a Dra. Natalia. Falei com a Ana e quero falar com a senhora. Mãe, não quero mais. Quero desistir. Cansei.
Eu nem acreditava que presenciava uma cena daquelas. Meu coração parou por alguns segundos e as lágrimas voltaram a rolar quando vi a resposta daquela mãe incansável, que esteve junto nos momentos mais difíceis da Renata.
— Tudo bem, minha filha. Eu te entendo. Não quero que você sofra. Estamos juntas – disse ela, enquanto beijava Renata, contendo as lágrimas.
É um privilégio, afinal, poder falar sobre tudo isso com alguém que está morrendo. Aceitar esse diálogo não significa que você está desistindo da pessoa, nem que a ausência dela será facilmente aceita. É preciso muito amor para olhar para alguém que detenha nosso afeto e desejar que simplesmente aquela pessoa não passe por nenhum sofrimento físico ou emocional no final de sua vida. Há quem acredite que o amor é querer a pessoa viva a qualquer custo, ainda que doa, ainda que ela nem esteja mais lá. Mas questiono esse sentimento. Assim como a Rê, desejo que minha mãe me ame tanto a ponto de entender que é hora de partir, sem julgamentos nem culpas.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“'Despratiquei' as normas sobre o que é esperado de um paciente em tratamento paliativo, e vivo por aí, a distribuir vida e gratidão pela beleza de mais um dia. Porque, no meu último suspiro, meus caros, eu não quero ver o reflexo no espelho de dores que não me definem. Quero um filme lindo, de amor e aventura, com o final feliz que eu mereço.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Se tem uma coisa que paciente oncológico tem medo é de internação. 'Vou entrar viva e sair morta'.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Nem mesmo as enfermeiras se conformavam com as risadas que ecoavam no corredor. E uma delas, uma vez, foi lá jogar na paciente toda a sua visão turva em relação à vida. Falou do trabalho pouco reconhecido, do marido, dos filhos. Nada era bom.
— E por que você não muda?
— Já tô velha!
— Mas não morreu. Ainda pode ser feliz.
Até hoje não entendo que benefício pode haver em ter uma conversa como essa com uma paciente. Do mesmo jeito que não entendia a incredulidade de quem nos via sorrindo mesmo diante de um cenário doloroso de doença como o que vivíamos. 'Não deve ser real, deve ser negação, é impossível ser feliz estando com essa doença.' Aos poucos fui entendendo que o que as pessoas, e até profissionais de saúde, tentavam justificar no meu comportamento e no da Renata era o fato de 'estarmos bem com isso tudo'. Poderia ser simples, mas parecia complexo e quase ofensivo. Para mim, a mensagem final era uma só: 'Como eles vão reconhecer a felicidade em mim se não a reconhecem em si mesmos?' A gente mede com a régua que tem, e quem nunca tocou na beleza da vida jamais vai conseguir entender por que aquela menina gargalhava cada vez que fazia uma piada com a própria situação.
Mas o restante da equipe entendia o que importava para a Rê e, naquele cenário, felicidade era não sentir dor e eles se desdobravam para vê-la feliz.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“— Qual o diagnóstico, doutor?
— Paixão... pela vida.
— É grave?
— Depende de quem julga.
— Tem cura?
— Espero que não.
Espero que NUNCA.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Não vê? O único remédio é dançar com o tempo...
A finitude é crônica.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Mesmo sendo ainda uma criança, já observava o comportamento dos frequentadores e servos da Santa Igreja. Certa vez perguntei a um padre por que ele deixava as senhorinhas da primeira fila comungarem se elas passavam o dia todo falando mal umas das outras, até mesmo nas atividades da igreja. Ele me disse que um dia eu entenderia melhor os adultos e que deveria preservar minha linda alma de criança. Explicou que muitas pessoas escondem suas sombras atrás de uma religião, mas que o papel da igreja era acolhê-las e mostrar-lhes a face do amor de Deus.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Se eu tenho medo de morrer? Não! Eu tenho é dó. Medo mesmo eu tenho é de não estar viva até esse dia.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Nossos erros, acertos, verdades, tropeços ao longo do caminho nos trouxeram exatamente para o ponto em que estamos hoje. O desafio é compreender que é possível, sim, ver beleza na dor. Mais ainda, é ela que faz tudo ter sentido. Só conhece o sabor da felicidade quem sentiu na pele o peso de um sofrimento.
A gente morre várias vezes ao longo da vida. Cada escolha de caminho é, consequentemente, a morte da outra possibilidade. E no caminho que é o seu, é possível encontrar ilimitadas novas possibilidades de outros destinos. Por que, então, decidimos paralisar na vida que não gostamos de ter? O que pode haver de mais importante do que essa vida preciosa que pulsa no peito? Enquanto existe ar nos pulmões, existe a chance de ver a vida pelo seu melhor ângulo.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Hoje convivo com dezenas de pacientes que me procuram para que os ajude a refletir sobre a morte. Sempre digo que a reflexão tem que ser sobre a vida. 'Depois que morrer, você reflete sobre a nova realidade.' Já os médicos seguem divididos. Metade acredita que os ajudo em seu trabalho, 'facilitando muito a comunicação mais clara com as pacientes'. Outros viram a cara, acham que não entendo o suficiente de medicina para dizer como eles devem se comportar. (...)
Tem razão, doutor, prefiro seguir não entendendo nada dessa medicina que só vê biologia, frieza, arrogância, medo e ignora belas biografias. É um terreno árido. Que calcula custo e benefício para hospitais, convênios, sistemas. Colocam preço na nossa vida e escrevem livros à custa do nosso sofrimento negligenciado em prol do progresso.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Tem sido minha motivação. Falar sobre a cura que importa. E sobre a dignidade que é direito de cada ser humano. A certeza da finitude nos convida à cura. E essa cura não vem com um laço cor de rosa e garantia de longevidade e vida perfeita. As pessoas estão sofrendo com seus próprios fantasmas, sejam eles do passado ou aqueles inventados pelo desejo de controlar o futuro. Vidas idealizadas e tristeza ocultada pela necessidade de aparentar que está sempre tudo bem. Não está. Não precisa estar. E mentir para si é sempre o caminho que nos leva ao mais absoluto vazio existencial. O que existe no tudo que você sonha tanto em ter? O que é o tudo? Para muitos, o tudo está no som de uma respiração profunda. Para outros, no alto de um edifício cercado por luxo e conforto. Não importa. O tudo é o lugar onde você tem paz e consegue ver seu coração preenchido por uma sensação gostosa de 'que boa essa vida'.
E, por isso, sigo rindo disso tudo.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“É triste não poder falar sobre amor. É triste não poder tocar neste amor enquanto estamos vivos. Somos nossos próprios carrascos a maior parte do tempo, criando justificativas para nos mantermos presos às armadilhas do ego. A vida se arrasta na lama dos arrependimentos e nos priva de vermos toda a beleza que pode haver na vulnerabilidade.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Nossa felicidade não pode estar presa aos projetos que fazemos com outras pessoas. O tudo, pra ela, pode não ser o mesmo que o seu. E essa prisão escondida atrás de um discurso de amor e proteção só cria novos vazios, frustrações e claustrofobia. Viva a vida que lhe cabe. Busque ajuda quando achar que as coisas estão perdendo o sentido. Na igreja, no psicólogo, no silêncio, na solidariedade. Ser feliz com a felicidade de outras pessoas e oferecer seu ombro quando elas precisam também carrega uma linda dose de preencher o vazio com o tudo.
E como é linda a vida que é vivida na intensidade do dia de hoje. Sem pressa.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Essa imagem atravessa as décadas, pois, ainda que tenha uma vida curta, a borboleta poliniza, inspira, embeleza e dança com o vento. Não poderia haver símbolo mais adequado para a arte dos cuidados paliativos, que é capaz de trazer à tona a borboleta escondida no corpo e no espírito de uma pessoa em sofrimento. Não faz sentido negar esse cuidado a qualquer ser humano neste planeta. Não faz sentido recusar-se a receber esse cuidado. É como preferir dormir na rua ao relento por achar que o edredom não é do tamanho certo: 'Prefiro a dor e o frio.'”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Muitas vezes vi em filmes, li em livros ou em matérias na imprensa sobre o que acontece no leito de morte de alguém. Perdões liberados, amor demonstrado, verdades libertadoras. As pessoas decidem viver só quando a vida já está indo embora.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Emprestaria a você cinco minutos do que eu sinto. Da sensação de não ter tempo a perder com o que não importa. Não importa. Está me ouvindo? Não importa. As pessoas morrem o tempo todo. O avião cai cheio de gente saudável que estava com pressa demais para sentar no chão e dizer ao filho o quanto ele era amado. Não podemos controlar nosso futuro, mas podemos viver o nosso presente de forma presente. Sentindo as cores, os aromas, os sabores. Fazendo planos e buscando o melhor, dia após dia.
Tire as máscaras. Saia da cadeira de juiz. Se livre do peso de ser constantemente o réu. Viva a sua vida. Os julgamentos que você faz dizem muito mais sobre você do que sobre as outras pessoas, e vice-versa. É fato. Guarde essa informação pra sua vida e se torne alguém melhor. Capaz de amar. Capaz de se amar. Capaz de ser amado sem o peso das expectativas que cria.
Conecte-se com o que há de sagrado em você. A vida pode ser mais simples do que parece quando você aprende a respirar fundo, segurar por alguns segundos, soltar e agradecer pelas inúmeras oportunidades que existem em mais um dia.
Nesta jornada descobri que as respostas que eu queria habitavam no universo do intangível e invisível. Foi meu jeito. Muita meditação, autoconhecimento, encontro com o sagrado que habita em mim, muito amor ao meu corpo, muito respeito às minhas escolhas, inseguranças e limitações. Tenho muita satisfação com quem me tornei e com as pessoas que tenho encontrado nesse caminho. Sei que assim será até o fim. Quando tocamos nessa cura que importa, é um caminho sem volta. E é lindo.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Mas deixo com você o seguinte pensamento: imagina como seria poderoso viver seu último dia hoje. E se a partida fosse hoje? O que tem de lixo nessa bagagem para jogar fora? Quais as curas que você precisa? Busque-as. E a partir de amanhã, munido de toda a sua saúde, de todas as possibilidades e sem tanta carga, vá viver a leveza de uma vida extraordinária. E, no final, morra tendo vivido. Não siga vivendo estando morto.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Não queria ter a vida de ninguém, mas seria uma honra o privilégio da longevidade. Vejo quem luta contra a natureza por medo de envelhecer e penso: 'Que sonho!' É algo que muitos não poderão experimentar. Queria poder viver cada cabelo branco e bico de papagaio.”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Aposto que, ao terminar esta leitura, você vai correr no Google pra descobrir por onde ando. Se não achar, não se preocupe. De um jeito ou de outro, estou onde sempre estive.
Por aí, dançando com o vento...”
(Ana Michelle Soares, no livro "Enquanto Eu Respirar")



“Disponibilizar o laboratório consciencial significa iluminar o porão consciencial para enxergar os trafares, aprender com eles, usando os trafores para comunicar o aprendizado às outras consciências.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A comunicação evolutiva é a capacidade madura de autoexpressão verbal, não verbal, escrita, energética e parapsíquica, realizada pela consciência lúcida da autoevolução, buscando interassistência eficaz nas interlocuções multidimensionais e visando prioritariamente à tarefa do esclarecimento.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A necessidade de interagir com outras consciências, desde o núcleo familiar até os vínculos sociais mais distantes, faz do ato comunicativo a autoexpressão consciencial mais fundamental.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Pró-evolutivo é buscar alternativas e saídas do próprio círculo interno vicioso.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Para a consciência, o mais inteligente evolutivamente é o abandono da resistência à mudança. Querer mudar (recin) é condição 'sine qua non' para a evolução sadia e cosmoética. Mudança exige autopesquisa.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Só a autoconscientização possibilita à consciência reconhecer a necessidade de autopesquisa constante, adquirindo mais informações sobre seu próprio funcionamento.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Pela Evoluciologia, a autodeterminação de evoluir com autoconfiança pode medir o envolvimento e o compromisso da consciência com a própria proéxis, enfrentando-se para evoluir.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Consoante a Holomaturologia, o ponto de partida para aumentar a lucidez está na vontade inquebrantável de se autoconhecer.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Reconhecer fraquezas fortalece.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Somente a consciência pode avaliar os próprios pensamentos e sentimentos, discernindo-os de acordo com a autoparapercepção dos fatos e parafatos ocorridos no entorno.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“As proéxis pessoais estão imbricadas nas grupais, semelhante à teia multidimensional. O movimento pró-evolutivo de uma conscin interfere na autoevolução e na evolução grupal.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Dobrar-se e manter-se firme e fixado no chão pelas raízes denota sustentabilidade, leveza e força, simultaneamente, afora adaptabilidade.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Para o perfil introspectivo, tímido, acanhado, os sentimentos negativos ficam represados, embotados, e se manifestam em geral na forma de doença (semanas, meses ou anos depois). (...) É o pedido de socorro do organismo, no limite de suportabilidade da pressão do conflito irresolvido.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A mudança, quando não iniciada pela própria consciência, ocorre por forças externas, ou seja, a vida, o universo, a evolução natural.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A principal abordagem na compreensão do que é ser uma pessoa comunicativa de modo pró-evolutivo reside no domínio simultâneo e otimizado dessas 6 habilidades básicas: saber ouvir e saber falar (nível interlocutório); saber ler e saber escrever (nível gráfico); saber traduzir e saber pensenizar (nível pensênico).”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Em geral, nos grupos familiares acomodados e tradicionais predomina o mutismo, os não ditos, a reticência, o silêncio em nome da paz doméstica, da pseudo-harmonia, da estabilidade familiar. Há a crença de que não se deve mexer em assuntos polêmicos, incômodos, provocadores de desajustes, rebeldias e violência.
(...) A ausência da palavra que poderia ser dita na hora certa e no momento certo preenche o complexo universo mental das ruminações pensênicas, podendo desencadear doenças psicossomáticas, desequilíbrios emocionais e desajustes de personalidade, como neuroses e psicoses. Às vezes, uma palavra cura.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A bagagem cultural influi diretamente na capacidade assistencial, pois, conhecendo diversas e diferentes realidades e assuntos, dentro da visão multidisciplinar, o acesso pela interlocução ao assistido estará mais facilitado. Investir na melhoria das ferramentas comunicativas como vocabulário, polissemia, idiomas, uso de dicionários, é pró-evolutivo e pró-assistencial.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Saber discernir sobre o que ler e pesquisar dentre as inúmeras informações disponíveis na era da informação na rede virtual revela o nível de maturidade e de uso da inteligência evolutiva da consciência. Dispensar a cultura inútil, evitando qualquer acúmulo de conhecimento sem aplicabilidade prática à evolução consciencial passa a ser desafio (...).”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Da mesma maneira que se aprende a falar durante a aquisição da linguagem, qualquer conscin pode aprender a 'ler' pelas energias conscienciais, de modo lúcido, por acoplamentos áuricos ou assimilações energéticas. As percepções e parapercepções, além dos 5 sentidos, podem ser treinadas com exercícios bioenergéticos para se desenvolver a habilidade parapsíquica.
(...) Assim como para aprender a ler necessita-se estar alfabetizado, conhecendo o alfabeto da língua materna, a técnica do Estado Vibracional é considerada básica na 'alfabetização' da linguagem parapsíquica, buscando-se autodomínio energético para maior amplitude da comunicação parapsíquica.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“O modo de pensenizar interfere e se revela na escrita, pois aprender a escrever é, principalmente, aprender a pensar. Há uma relação estreita entre pensenizar e escrever: a escrita traduz o pensene, sendo que o pensene estruturado e organizado embasa a escrita, tornando-a detalhe comunicativo.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“As palavras não criam as ideias. Em verdade, as palavras são tentativas (rudimentares) de traduzir ou expressar as ideias obtidas ou acessadas pela consciência. Em geral, a maioria das ideias pensenizadas não é necessáriamente própria e sim fruto do acúmulo mnemônico das informações ouvidas de alguém ou lidas em algum lugar ao longo das vidas.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“É preciso habituar-se a estruturar pensamentos claros, coerentes, objetivos. Ou seja, ortopensenizar é ordenar o pensamento, administrando o caos mental e emocional.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Nas vivências cotidianas, quem procura demonstrar o valor da reflexão, pensando antes de falar, constrói melhor diálogo na inter-relação. A tranquilidade e o equilíbrio sintetizam a postura da consciência construtiva, curiosa, cientista. Mostra-se anticosmoético sonegar ou omitir informações e ideias obtidas pela reflexão.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“O que uma conscin penseniza guarda estreita relação com o que as consciexes que a acompanham pensenizam. O modo de pensenizar, bem como seus conteúdos, seleciona as companhias intrafísicas e extrafísicas.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A produção de pensenes é contínua, incessante, podendo ser retilínea e organizada ou caótica e dispersa. O autodomínio da produção dos pensenes é a chave da desperticidade, condição em que a consciência não se deixa mais influir negativamente pelos pensenes alheios ou xenopensenes, devido à holomaturidade alcançada.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“O agrupamento de consciências em comunidades, tanto no intrafísico quanto no extrafísico, se realiza pelas afinizações pensênicas, ou seja, pela média dos padrões pensênicos das consciências afinizadas.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Qualquer consciência tem liberdade de pensenizar o que quiser, tendo a intenção como balizador inclinando para a condição amparada ou assediada conforme escolha pessoal.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A qualidade pensênica depende sempre da vontade, da intencionalidade e da determinação de cada consciência, fatores relevantes para o caráter hígido, positivo, neutro, autodestrutivo e/ou negativo dos pensenes. A escolha é pessoal.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Pensenização positiva (ou negativa) é ação. Quem penseniza positivamente já contribui para sua autoevolução, pois cria psicosfera otimista e tende a ser assistencial nas inter-relações, estabelecendo interlocução sadia ao atrair, por afinização, consciências amparadoras, pró-assistenciais e interessadas em evoluir. O otimismo ajuda mais a evolução consciencial, pois tende a atrair mais amparo.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Qualquer que seja a escolha do modo de pensenizar, positivo ou negativo, ortopensênico ou patopensênico, há a responsabilidade 'a priori' da consciência, pois, conforme a tendência escolhida, consciente ou não, o nascedouro do ato está sempre na própria consciência.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A base da convivialidade sadia está no investimento de trocas de experiências pessoais nas diversas interlocuções interconscienciais e interdimensionais, fundamentadas nos diálogos produtivos. Se o foco de cada autoexpressão estiver na possibilidade de acréscimo de conhecimento para o outro, então, a intercooperação se consolida.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Durante a interlocução, o interlocutor explicita o nível evolutivo pessoal pela maneira de falar, léxico utilizado, abordagens e visão de mundo.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Sob a ótica da Assistenciologia, qualquer interlocução consciencial possui, potencialmente, caráter assistencial.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A vontade da consciência é soberana sobre as repressões sociais.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“A atitude pró-grupal ou pró-convivialidade sadia traduz-se pela demonstração pacífica de convivência nos diversos modos de ser e de pensar com relação às consciências de qualquer grupo. Não se refere aqui à tolerância passiva, permissiva para com atrocidades imaturas, mas à convivência inteligente, cosmoética, respeitando o livre-arbítrio alheio, mesmo contrário ao próprio posicionamento.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Deduz-se que assistir exige fortalecer-se. Às vezes, somente a vontade de assistir é insuficiente, requerendo, primeiro, o fortalecimento do ego do assistente (emissor), além da capacitação técnica e mesmo profissional, na maioria de tais interações. Boa intenção não basta.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Dispor-se a ajudar não implica assistência irrestrita, sem medir as próprias limitações e capacidade assistencial para cada caso.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Em geral, as imaturidades apresentam-se mais relacionadas à ordem emocional-afetiva do que psicológica-intelectual. (...)
Há consciências com desenvolvido nível intelectual, mas que apresentam deficiências ou insuficiências na área emocional. (...)
A principal causa desse desnivelamento entre a maturidade intelectual e a emocional está associada ao autodesconhecimento consciencial.
Uma das razões de não aprofundamento da autopesquisa está no uso dos mecanismos de defesa do ego pela conscin. As barreiras de defesa são levantadas como falsa proteção dos incômodos e desconfortos causados pelos traços a serem reciclados.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“O ser ou a consciência madura tem maior responsabilidade por suas ações.”
(Ana Seno, no livro "Comunicação Evolutiva Nas Interações Conscienciais")



“Os linguistas, portanto, estão interessados no que é dito, e não no que alguns acham que deveria ser dito. Eles descrevem a língua em todos os seus aspectos, mas não prescrevem regras de correção. É um equívoco comum achar que há um padrão absoluto de correção que é dever de linguistas, professores, gramáticos e dicionaristas manter. A noção de correção absoluta e imutável é alheia aos linguistas.”
(Angélica Furtado da Cunha, Marcos Antonio Costa & Mário Eduardo Martelotta, no artigo "Linguística")



“(...) é válido dizer que para a linguística não há formas de expressão corretas ou erradas, mas adequadas ou não aos diferentes contextos de uso.”
(Angélica Furtado da Cunha, Marcos Antonio Costa & Mário Eduardo Martelotta, no artigo "Linguística")



“Nessa perspectiva, emoções e sentimentos são os sensores para o encontro, ou falta dele, entre a natureza e as circunstâncias. E por natureza refiro-me tanto à natureza que herdamos enquanto conjunto de adaptações geneticamente estabelecidas, como à natureza que adquirimos por via do desenvolvimento individual através de interações com o nosso ambiente social, quer de forma consciente e voluntária, quer de forma inconsciente e involuntária. Os sentimentos, juntamente com as emoções que os originam, não são um luxo. Servem de guias internos e ajudam-nos a comunicar às outras pessoas sinais que também as podem guiar. E os sentimentos não são nem intangíveis nem ilusórios. Ao contrário da opinião científica tradicional, são precisamente tão cognitivos como qualquer outra percepção. São o resultado de uma curiosa organização fisiológica que transformou o cérebro no público cativo das atividades teatrais do corpo.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Nem o encarceramento nem a pena de morte — respostas que a sociedade atualmente oferece para esses indivíduos — contribuem para a compreensão do problema ou para sua resolução. De fato, devíamos levar mais longe essa questão e interrogar-nos acerca da nossa responsabilidade quando nós, indivíduos ditos 'normais', deslizamos para a irracionalidade que marcou a grande queda de Phineas Gage.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A distinção entre doenças do 'cérebro' e da 'mente', entre problemas 'neurológicos' e 'psicológicos' ou 'psiquiátricos', constitui uma herança cultural infeliz que penetra na sociedade e na medicina. Reflete uma ignorância básica da relação entre o cérebro e a mente. As doenças do cérebro são vistas como tragédias que assolam as pessoas, as quais não podem ser culpadas pelo seu estado, enquanto as doenças da mente, especialmente aquelas que afetam a conduta e as emoções, são vistas como inconveniências sociais nas quais as pessoas doentes têm muitas responsabilidades.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“(...) é mais provável que alguém doente aceite de bom grado um determinado tratamento se lhe disserem que 90% das pessoas tratadas em casos semelhantes se encontram vivas ao fim de cinco anos do que se lhe informarem que 10% morreram.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Uma última nota prática: a solução para o problema da violência social não virá apenas de se considerar os fatores sociais e se ignorar os fatos neuropsíquicos correlacionados, nem virá da atribuição das culpas a um único agente neuroquímico. É necessária a consideração de ambos os tipos de fatores, sociais e neuroquímicos, em proporção adequada.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Os organismos simples que possuem apenas corpo e comportamento, mas estão desprovidos de cérebro ou de mente, ainda existem e são, de fato, bastante mais numerosos que os seres humanos em várias ordens de grandeza.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Partilhamos com outros seres humanos, e até com alguns animais, as imagens em que se apoia nosso conceito do mundo; existe uma consistência notável nas construções que diferentes indivíduos elaboram relativas aos aspectos essenciais do ambiente (texturas, sons, formas, cores, espaço). Se nossos organismos fossem desenhados de maneiras diferentes, as construções que fazemos do mundo que nos rodeia seriam igualmente diferentes. Não sabemos, e é improvável que alguma vez venhamos a saber, o que é a realidade 'absoluta'.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Esse arranjo pode parecer estranho. Temos aqui circuitos inatos cuja função é a de regular o funcionamento do corpo e assegurar a sobrevivência do organismo, a qual é alcançada pelo controle das operações bioquímicas internas do sistema endócrino, do sistema imunológico e das vísceras, assim como pelos impulsos e instintos. Por que deveriam esses circuitos interferir na modelação daqueles mais modernos e plásticos, responsáveis pela representação de nossas experiências adquiridas? A resposta a essa importante pergunta está no fato de tanto os registros das experiências como as respostas a elas, para serem adaptativos, deverem ser avaliados e modelados por um conjunto fundamental de preferências do organismo que considera a sobrevivência o objetivo supremo. Parece que, devido a essa avaliação e modelação serem vitais para a continuidade do organismo, os genes especificam também que os circuitos inatos devem exercer uma influência poderosa sobre virtualmente todo o conjunto de circuitos que podem ser modificados pela experiência.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Assim, à medida que progredimos da infância para a idade adulta, o design dos circuitos cerebrais que representam nosso corpo em evolução e sua interação com o mundo parece depender tanto das atividades em que o organismo se empenha como da ação de circuitos biorreguladores inatos, à medida que os últimos reagem a tais atividades. Essa abordagem sublinha a inadequação de conceber cérebro, comportamento e mente em termos de natureza versus educação, ou de genes versus experiência. Nossos cérebros e nossas mentes não são 'tabulae rasae' quando nascemos. Contudo, também não são, na sua totalidade, geneticamente determinados. A sombra genética tem um grande alcance mas não é completa. Os genes proporcionam a um dado componente cerebral sua estrutura precisa e a outro componente uma estrutura que está para ser determinada.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“O perfil imprevisível das experiências de cada indivíduo tem realmente uma palavra a acrescentar ao design dos circuitos, tanto direta quanto indiretamente, pela reação que desencadeia nos circuitos inatos e pelas consequências que tais reações têm no processo global de modelação de circuitos.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Alguns circuitos são remodelados vezes sem conta ao longo do tempo de vida do indivíduo, de acordo com as alterações que o organismo sofre. Outros permanecem predominantemente estáveis e formam a 'coluna vertebral' das noções que construímos sobre o mundo interior e exterior. A ideia de que todos os circuitos são evanescentes faz pouco sentido. A suscetibilidade de modificação indiscriminada teria criado indivíduos incapazes de se reconhecerem uns aos outros e desprovidos do sentido de sua própria biografia. Esse arranjo não seria adaptativo, e é bastante claro que tal não acontece.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A luz que ilumina uma coisa genuinamente importante, boa ou má, brilha também sobre o que a rodeia.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“O controle das inclinações animais por meio do pensamento, da razão e da vontade é o que nos torna humanos, segundo 'As Paixões Da Alma', de Descartes. Estou de acordo com sua formulação, só que, onde ele especificou um controle alcançado por um agente não físico, vejo uma operação biológica estruturada dentro do organismo humano que em nada é menos complexa, admirável ou sublime.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Existem nas sociedades humanas convenções sociais e regras éticas acerca e acima das convenções e regras que a biologia por si proporciona. Esses níveis de controle adicionais moldam o comportamento instintivo de forma a poder ser adaptado com flexibilidade a um meio ambiente em rápida e complexa mutação e garantir a sobrevivência do indivíduo e dos outros indivíduos (especialmente se pertencer à mesma espécie) em circunstâncias em que uma das respostas preestabelecidas no repertório natural se revelaria contraproducente imediata e posteriormente. Os perigos que advêm dessas convenções e regras podem ser imediatos e diretos (danos físicos ou mentais) ou remotos e indiretos (perda futura, vergonha). Muito embora essas convenções e regras tenham de ser transmitidas apenas por meio da educação e da socialização, de geração em geração, suspeito de que as representações neurais da sabedoria que incorporam e dos meios para implementar essa sabedoria se encontram ligadas, de forma inextricável, à representação neural dos processos biológicos inatos de regulação.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Isso significa que o amor, a generosidade, a bondade, a compaixão, a honestidade e outras características humanas louváveis não são mais do que o resultado de uma regulação neurobiológica orientada para a sobrevivência e que é consciente mas egoísta? Será que isso nega a possibilidade do altruísmo e anula o livre-arbítrio? Isso quer dizer que não existe amor verdadeiro, amizade sincera, compaixão genuína? De modo algum. O amor é verdadeiro, a amizade sincera e a compaixão genuína se eu não mentir em relação ao que sinto, se eu realmente me sentir apaixonado, amigável e compadecido. Talvez eu fosse mais merecedor de elogios se alcançasse esses sentimentos por meio de um puro esforço intelectual e de uma pura força de vontade, mas não vejo nenhum problema se minha atual natureza me ajudar a atingi-los mais rapidamente e me fizer simpático e honesto sem esforço. A verdade do sentimento (que diz respeito à correspondência entre o que faço e digo e aquilo que tenho em mente) e a grandeza e beleza dele não são postas em perigo pela percepção de que a sobrevivência, o cérebro e uma educação apropriada têm muito a ver com os motivos pelos quais nós experienciamos tais sentimentos. O mesmo se aplica em grande medida ao altruísmo e ao livre-arbítrio.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Não conseguimos nos autoenganar, tal como não conseguimos enganar as outras pessoas quando só sorrimos por cortesia, e é exatamente isso que o registro elétrico parece estabelecer de forma clara. Pode ser também por esse motivo que tanto grandes atores quanto cantores de ópera conseguem sobreviver à simulação das emoções exaltadas a que se submetem com regularidade sem perder o controle.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A continuidade dos sentimentos de fundo encaixa-se no fato de o organismo vivo e sua estrutura serem contínuos enquanto for mantida a vida. Em vez do nosso meio ambiente, cuja constituição muda, e em vez das imagens que criamos em relação a esse meio ambiente, que são fragmentárias e condicionadas por circunstâncias externas, o sentimento de fundo refere-se sobretudo a estados do corpo. Nossa identidade individual está ancorada nessa ilha de uniformidade viva e ilusória em contraste com a qual nos damos conta de uma infinidade de outras coisas que manifestamente mudam em torno do organismo.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A anosognosia sugere que a mente normal requer um fluxo contínuo de informação atualizada a partir dos estados corporais. Pode até ser que o cérebro precise saber que estamos vivos antes de procurar manter-se a si próprio desperto e consciente.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Não me parece sensato excluir as emoções e os sentimentos de qualquer concepção geral da mente, muito embora seja exatamente o que vários estudos científicos e respeitáveis fazem quando separam as emoções e os sentimentos dos tratamentos dos sistemas cognitivos.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Os sentimentos têm um estatuto verdadeiramente privilegiado. São representados em muitos níveis neurais, incluindo o neocortical, onde são os parceiros neuroanatômicos e neurofisiológicos de tudo o que pode ser apreciado por outros canais sensoriais. Mas, em virtude de suas ligações inextricáveis com o corpo, eles surgem em primeiro lugar no desenvolvimento individual e conservam uma primazia que atravessa sutilmente toda a nossa vida mental. Como o cérebro é o público cativo do corpo, os sentimentos são os primeiros entre iguais. E, dado que o que vem em primeiro lugar constitui um quadro de referência para o que vem a seguir, eles têm sempre uma palavra a dizer sobre o modo de funcionamento do resto do cérebro e da cognição. Sua influência é imensa.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“(...) apesar de a biologia e a cultura determinarem muitas vezes o nosso raciocínio, direta ou indiretamente, e parecerem limitar o exercício da liberdade individual, temos de admitir que os seres humanos contam com alguma margem para essa liberdade, para querer e executar ações que podem ir contra a aparente determinação da biologia e da cultura. Algumas atitudes humanas sublimes advêm da rejeição do que a biologia ou a cultura impelem os indivíduos a fazer. Essas atitudes são a afirmação de um novo nível de existência em que é possível inventar novos artefatos e criar modos mais justos de viver. Em determinadas circunstâncias, porém, a libertação dos condicionamentos biológicos e culturais pode ser também um sinal de demência e alimentar as ideias e os atos da pessoa louca.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A ideia de que o organismo inteiro, e não apenas o corpo ou o cérebro, interage com o meio ambiente é menosprezada com frequência, se é que se pode dizer que chega a ser considerada. No entanto, quando vemos, ouvimos, tocamos, saboreamos ou cheiramos, o corpo e o cérebro participam na interação com o meio ambiente.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“O organismo atua constantemente sobre o meio ambiente (no princípio foram as ações), de modo a poder propiciar as interações necessárias à sobrevivência.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A razão por que as pessoas morrem de queimaduras não tem a ver com a perda de uma parte da sensação do tato. Morrem porque a pele é uma víscera indispensável.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“O presente torna-se continuamente passado, e no momento em que nos apercebemos disso já estamos em outro presente, que foi gasto em planejar o futuro e se baseia nos degraus do passado. O presente nunca está aqui. Estamos irremediavelmente atrasados para a consciência.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“A razão, da prática à teórica, baseia-se provavelmente nesse impulso natural por meio de um processo que faz lembrar o domínio de uma técnica ou de uma arte. Retire-se o impulso, e não é mais possível alcançar essa perícia. Mas o fato de se possuir esse impulso não faz das pessoas, automaticamente, peritas.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Conhecer a relevância das emoções nos processos de raciocínio não significa que a razão seja menos importante do que as emoções, que deva ser relegada para segundo plano ou deva ser menos cultivada. Pelo contrário, ao verificarmos a função alargada das emoções, é possível realçar seus efeitos positivos e reduzir seu potencial negativo. Em particular, sem diminuir o valor da orientação das emoções normais, é natural que se queira proteger a razão da fraqueza que as emoções anormais ou a manipulação das emoções normais podem provocar no processo de planejamento e decisão.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Não é este o local para uma abordagem adequada dessas questões, mas devo dizer que os sistemas educativos poderiam ser melhorados se se insistisse na ligação inequívoca entre as emoções atuais e os cenários de resultados futuros, e que a exposição excessiva das crianças à violência na vida real, nos noticiários e na ficção audiovisual desvirtua o valor das emoções na aquisição e desenvolvimento de comportamentos sociais adaptativos. O fato de tanta violência gratuita ser apresentada sem um enquadramento moral só reforça sua ação dessensibilizadora.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Para nós, portanto, no princípio foi a existência e só mais tarde chegou o pensamento. E para nós, no presente, quando vimos ao mundo e nos desenvolvemos, começamos ainda por existir e só mais tarde pensamos. Existimos e depois pensamos e só pensamos na medida em que existimos, visto o pensamento ser, na verdade, causado por estruturas e operações do ser.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“É esse o erro de Descartes: a separação abissal entre o corpo e a mente, entre a substância corporal, infinitamente divisível, com volume, com dimensões e com um funcionamento mecânico, de um lado, e a substância mental, indivisível, sem volume, sem dimensões e intangível, de outro; a sugestão de que o raciocínio, o juízo moral e o sofrimento adveniente da dor física ou agitação emocional poderiam existir independentemente do corpo. Especificamente: a separação das operações mais refinadas da mente, para um lado, e da estrutura e funcionamento do organismo biológico, para o outro.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Versões do erro de Descartes obscurecem as raízes da mente humana em um organismo biologicamente complexo, mas frágil, finito e único; obscurecem a tragédia implícita no conhecimento dessa fragilidade, finitude e singularidade. E quando os seres humanos não conseguem ver a tragédia inerente à existência consciente, sentem-se menos impelidos a fazer algo para minimizá-la e podem mostrar menos respeito pelo valor da vida.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Talvez a coisa mais indispensável que possamos fazer no nosso dia a dia, enquanto seres humanos, seja recordar a nós próprios e aos outros a complexidade, fragilidade, finitude e singularidade que nos caracterizam. É claro que essa não é uma tarefa fácil: tirar o espírito do seu pedestal em algum lugar não localizável e colocá-lo num lugar bem mais exato, preservando ao mesmo tempo sua dignidade e sua importância; reconhecer sua origem humilde e sua vulnerabilidade e ainda assim continuar a recorrer à sua orientação e conselho. Uma tarefa indispensável e difícil, sem dúvida, mas sem a qual talvez seja melhor que o erro de Descartes fique por corrigir.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Há algum tempo que os seres humanos atravessam uma nova fase evolutiva em termos intelectuais, na qual suas mentes e cérebros tanto podem ser escravos como donos de seus corpos e das sociedades que constituem. É claro que há imensos riscos quando os cérebros e as mentes que vieram da natureza resolvem se fazer de aprendiz de feiticeiro e influenciar a própria natureza. Mas também é arriscado não aceitar o desafio e não tentar minimizar o sofrimento. Os riscos de não se fazer coisa nenhuma são ainda maiores. Fazer apenas o que a natureza dita só pode agradar a quem não consegue imaginar mundos e alternativas melhores, a quem pensa que já está no melhor dos possíveis mundos.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“(...) só uma parte das redes de circuitos nos nossos cérebros é especificada pelos genes. O genoma humano especifica com grande minúcia a construção dos nossos corpos, o que inclui o design geral do cérebro. Mas nem todos os circuitos se desenvolvem ativamente e funcionam como se encontra estabelecido nos genes. Uma grande parte das redes de circuitos do cérebro, em qualquer momento da vida adulta, é individual e única, refletindo fielmente a história e as circunstâncias daquele organismo em particular.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“Para se compreender satisfatoriamente o modo como o cérebro cria a mente e o comportamento humanos, é necessário considerar seu contexto social e cultural.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“O sofrimento proporciona a melhor proteção para a sobrevivência, uma vez que aumenta a probabilidade de darmos atenção aos sinais de dor e agirmos no sentido de evitar sua origem ou corrigir suas consequências.”
(António R. Damásio, no livro "O Erro De Descartes")



“(...) é a partir de uma língua que se veem as coisas do mundo e não o contrário.”
(Antonio Vicente Pietroforte, no artigo "A Língua Como Objeto Da Linguística")



“O que vemos é que o discurso aparentemente 'gasto' faz-se necessário, precisando ser repetido inúmeras vezes para que a constituição social dessa língua minoritária ocorra, ou seja, para chegarmos à legitimação e ao reconhecimento, por parte da sociedade como um todo, de que a língua de sinais É uma língua. Certamente a marca linguística não é a única questão nas discussões sobre a surdez, mas é a legitimidade da língua que confere ao surdo alguma 'libertação' e distanciamento dos moldes e representações até então exclusivamente patológicos. Tornar visível a língua desvia a concepção da surdez como deficiência — vinculada às lacunas na cognição e no pensamento — para uma concepção da surdez como diferença linguística e cultural.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Em qualquer lugar em que haja surdos interagindo, haverá línguas de sinais. Podemos dizer que o que é universal é o impulso dos indivíduos para a comunicação e, no caso dos surdos, esse impulso é sinalizado. A língua dos surdos não pode ser considerada universal, dado que não funciona como um 'decalque' ou 'rótulo' que possa ser colado e utilizado por todos os surdos de todas as sociedades de maneira uniforme e sem influências de uso. Na pergunta sobre universalidade, está também implícita uma tendência a simplificar a riqueza linguística, sugerindo que talvez para os surdos fosse mais fácil se todos usassem uma língua única, uniforme. O paralelo é inevitável: e no caso de nossa língua oral, essa perspectiva se mantém? Mesmo que, do ponto de vista prático, tal uniformidade fosse desejável, seria possível a existência, nos cinco continentes, de uma língua que, além de única, permanecesse sempre a mesma?”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Em que, então, as línguas orais e de sinais diferem?
Diferem quanto à forma como as combinações das unidades são construídas. Enquanto as línguas de sinais, de uma maneira geral (mas não exclusiva!), incorporam as unidades simultaneamente; as línguas orais tendem a organizá-las sequencialmente/linearmente. A explicação para essa diferença primária se dá devido ao canal de comunicação em que cada língua se estrutura (visual-gestual x vocal-auditivo), pois essas características ficam mais salientes em uma língua do que em outra (Ferreira Brito, 1995; Wilcox & Wilcox, 1997).”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“A língua de sinais tem todas as características linguísticas de qualquer língua humana natural. É necessário que nós, indivíduos de uma cultura de língua oral, entendamos que o canal comunicativo diferente (visual-gestual) que o surdo usa para se comunicar não anula a existência de uma língua tão natural, complexa e genuína como é a língua de sinais.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Por definição, barulho é a ausência de silêncio; é um ruído ou som acústico perceptível aos ouvidos. Para a cultura surda, todavia, o barulho e o silêncio adquirem novas versões. Em uma conversa com um colega surdo, pude compreender um pouco essa noção a partir da perspectiva surda. Relatou-me que quando está em uma comunidade com/entre surdos, e se todos estão usando sinais ao mesmo tempo, tem a sensação de 'barulho' muito grande, afinal, diz ele, 'ouço com os olhos', e o mesmo também procede quando está em uma multidão de ouvintes que falam a língua oral. O 'barulho', neste último caso, é perceptível à visão do surdo através da dinâmica dos objetos e das pessoas, manifestada, por exemplo, em forma de movimento, conversas paralelas, risos, expressões facial, corporal e manual. Poderíamos, então, nos referir a uma espécie de ruído visual (Gesser, 2006), pois o surdo pode não saber o que está sendo falado, mas percebe visualmente a movimentação das pessoas através da visão. Isto porque os sons extrapolam sua característica físico-acústica e adquirem significados culturalmente relacionados. O som de uma tossida, por exemplo, pode ser, segundo Padden & Humphries (1988: 92) 'um espontâneo produto de limpeza da traqueia, ou pode ser uma forma de indicar reprovação, ou para dar um sinal'. Esse significado é culturalmente construído, e cada cultura organiza seus significados diferentemente. Assim, 'o som não tem um significado inerente, mas pode ter uma miríade de interpretações e seleções'. Essas convenções culturais são aprendidas e construídas dentro das nossas práticas cotidianas.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Mas a afirmação 'o surdo tem uma identidade e uma cultura própria' tem outra face que, a meu ver, é extremamente significativa no processo de afirmação coletiva de grupos minoritários, que não apenas se exprime no singular 'uma', mas também está inscrita no adjetivo 'própria'. 'Cultura própria' sugere a ideia de um grupo que precisa se distinguir da maioria ouvinte para marcar sua visibilidade, e a única forma de obter coesão é criada a partir de uma 'pseudo' uniformidade coletiva. Em grande medida, funciona como 'sobrevivência cultural' entre os excluídos e desprovidos, portanto, de poder e voz.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Afinal, como aponta de Certeau (1995: 233), a cultura é, gostemos ou não, 'o flexível'; ela é produtiva, dinâmica, aberta plural e está em constante transformação, pois é construída situacionalmente em tempos e lugares particulares. Utilizando metáforas, o historiador-sociólogo afirma que a cultura pode ser inventada ou criada da mesma forma que uma 'planificação urbanística: capaz de criar uma composição de lugares, de espaços ocupados e espaços vazios, que permitem ou impedem a circulação', mas, ao se aproximarem os 'habitantes', todos os planos do urbanista são 'perturbados' — 'as maneiras de utilizar o espaço' ou as maneiras como se faz uso cultural fogem a essa planificação.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“A surdez é muito mais um problema para o ouvinte do que para o surdo. A tentativa de domesticar o surdo, enquadrando-o nos moldes 'ouvintistas' (Humphries, 1975; Skliar, 1998), mostra, no mínimo, a fragilidade para lidar com o desconhecido, com o diferente. ('Ouvintismo é um conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte.')”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Se há um tipo de universalismo, o universalismo possível deve ser pensado como o proferido por Boaventura de Souza Santos, ou seja, 'aquele que tenha como ponto em comum a dignidade humana'.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“Nesse sentido, ver a surdez como deficiência, é, como bem pontua Skliar (2003), uma forma de violência, uma vez que, da maneira como é articulada, reafirma uma espécie de desgraça, um desajuste social e individual.
A surdez como deficiência pertence a uma narrativa assimétrica de poder e saber; uma 'invenção/produção' do grupo hegemônico que, em termos sociais, históricos e políticos, nada tem a ver com a forma como o grupo se vê ou se representa: 'Quando os surdos discutem sua surdez, eles usam termos profundamente relacionados com a sua língua, seu passado, e sua comunidade' (Padden & Humphries,1988: 44). No discurso predominante, ignora-se completamente o fato de que as alteridades às quais se referem como 'deficientes' são cidadãos e sujeitos políticos que se articulam e fazem parte de movimentos sociais e militâncias; são homens ou mulheres marcados por suas orientações sexuais, religiosas, étnicas, de gênero, classe e idade (Pérez de Lara, 1999 apud Skliar, 2003).”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“O discurso médico tem muito mais força e prestígio do que o discurso da diversidade, do reconhecimento linguístico e cultural das minorias surdas. A surdez é construída na perspectiva do déficit, da falta, da anormalidade. O 'normal' é ouvir, o que diverge desse padrão deve ser corrigido, 'normalizado'. Nesse processo normalizador, abrem-se espaços para a estigmatização e para a construção de preconceitos sociais. E, com um discurso tão forte e tão reforçado pela grande maioria, fica difícil pensar a surdez sob outro prisma, ou seja, pensar a surdez como diferença (...).”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“No capítulo 3, intitulado A surdez, apontamos que a surdez é, historicamente e socialmente, um problema para o ouvinte. Ela em nada afeta a vida dos surdos — o problema começa a existir quando queremos torná-los ouvintes e falantes de uma língua oral. Ver a surdez como deficiência é inscrever-se no paradigma da normalidade ouvinte, que rejeita as outras culturas e outras identidades que o indivíduo constrói, ou seja, outras formas de se relacionar com o mundo.”
(Audrei Gesser, no livro "LIBRAS? Que Língua É Essa? - Crenças E Preconceitos Em Torno Da Língua De Sinais E Da Realidade Surda")



“É na vida real, fora da proteção de nossos confortos e prazeres, de nossos acúmulos, além da arquitetura de nossa rotina, que derrubamos as barreiras de nossas crenças limitantes, triunfamos sobre nossos defeitos e nos expressamos. É no mundo real, um mundo rico de opções e desafios, medo e liberdade, que seus maiores presentes e aventuras aguardam você. Escute com atenção. É na vida real que o destino chama. Tenha coragem e se prepare.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Então... de volta à pergunta essencial: com tantas de nossas necessidades humanas sendo satisfeitas, por que não nos sentimos pessoas eletrizadas e satisfeitas com a vida?
A resposta apresenta um argumento controverso: nós sentimos essa insatisfação porque a base de nossas motivações humanas evoluiu. O que nos deixava felizes, energizados e satisfeitos 50 anos atrás não mais se aplica, pois nosso cérebro, corpo e sociedade mudaram.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder da Energia")



“Não vou fingir que a jornada para se autoconhecer é fácil. Ao decidir, conscientemente, assumir as rédeas de sua vida e seguir em uma nova direção, você vai se encontrar (a princípio, pelo menos) em uma estrada desconfortável, cheia de obstáculos. Mas tudo bem — essa é a única estrada que vale a pena atravessar.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Sejam quais forem sua posição, circunstâncias e oportunidades na vida, você sempre terá a liberdade de escolher como experimenta, interpreta e molda seu mundo.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“(...) não podemos controlar tudo na vida. Tampouco devemos tentar. Na verdade, costumo dizer que a maior parte da tristeza que as pessoas sentem na vida provém da tentativa de controlar as coisas que não podem ser controladas ou que não têm importância. Não se pode controlar o clima nem a economia. Não se pode controlar as outras pessoas — você já sabe disso, tenho certeza. Na maior parte do tempo, podemos controlar apenas a qualidade de nossas atitudes e contribuições ao mundo.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A maioria dos acontecimentos e das experiências que acontecem em sua vida costuma ser aleatória, inesperada, coincidente ou, se preferir, predestinada — eles acontecem e não estão relacionados às suas expectativas. No entanto, sua reação — o sentido que você dá a esses acontecimentos — está 100% dentro de seu controle. Nessa habilidade, está o maior diferenciador da experiência humana (...).”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Apesar de ouvirmos que nosso cérebro é um computador, ele não é. Os computadores não têm emoção; você tem. Para cada informação que entra em sua vida, seu cérebro agrega mais sentido e emoção. Isso quer dizer que a informação é bem 'pesada' e, quanto mais informação você tiver na vida, mais peso vai sobrecarregá-lo. Se um computador fica sobrecarregado com dados demais, ele diminui a velocidade de processamento ou, em casos extremos, para de funcionar.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Apesar de nossos enganos, pessoas otimistas não são sonhadoras que não veem o mundo como ele é. Na verdade, as pessoas otimistas têm mais chance de ver o mundo como é e de tomar atitudes para resolver os problemas do que as pessoas pessimistas. Isso porque as pessimistas não acreditam que os problemas possam ser resolvidos e as otimistas, sim, então estão mais dispostas a agir. As pessoas otimistas, de modo geral, são mais felizes, lidam melhor com os fatos (...). As pessimistas costumam ver os acontecimentos e as experiências negativas como coisas que durarão mais tempo, que prejudicarão a vida e que não podem ser controladas nem interrompidas.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Uma das escolhas mais fortes que você pode fazer em sua vida é decidir controlar a qualidade da pessoa que você será todos os dias. O que você defenderá? Que tipo de valores positivos, padrões e crenças você demonstrará todos os dias? Quanta honestidade, integridade, justiça e gentileza você oferecerá ao mundo? É disso que a personalidade é feita.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Você não pode controlar tudo na vida. Mas pode controlar você — quem você está sendo, como está tratando as outras pessoas, qual propósito direciona você.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“(...) a personalidade não é só o que pensamos ser e o que defendemos — é o que demonstramos ao mundo. As intenções não bastam; nossas atitudes definem quem realmente somos. Dessa maneira, nada muda em sua vida se você não mudar seu comportamento, exigindo e mostrando mais de sua grande personalidade.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Envolver-se em um projeto do começo ao fim é mais satisfatório do que apenas aparecer em algumas partes dele.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Tenho agora mais duas opções: consolar ou direcionar. Uma envolve fazer a pessoa se sentir melhor. A outra envolve fazer uma pessoa ser melhor.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Seja qual for sua profissão, somos uma força de trabalho em movimento, socialmente interligada e que precisa ser mais produtiva, mais criativa e, sim, mais feliz do que nunca. É o cenário para uma grande tragicomédia: a mudança vem a toda velocidade, mas você não pode se sentir uma pessoa insegura nem distraída.
Isso não tem graça!”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Seu nível de competência determina quão adaptável e resiliente você será. Essa afirmação tem implicações surpreendentes no seu nível de sucesso na vida e no trabalho. Quem acredita em sua habilidade de entender, de ter bom desempenho e de dominar seu mundo tem mais disposição para ajustar seu caminho se algo não estiver dando certo. Levanta-se mais depressa quando leva um tombo, pois o recebe como uma lição e não como um fracasso.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A maioria de nós aprende a aprender por 'valores extrínsecos' ou recompensas externas oferecidas pelo mundo, como a aquisição de dinheiro, poder ou honras. Na pior metáfora de todas a respeito de motivação, as pessoas se referem a esse tipo de motivação como 'a cenoura e o chicote', sendo o chicote a punição se você não agir do modo desejado, e a cenoura a recompensa se você agir como se espera. Há três problemas nessa metáfora. O primeiro é que ela nos coloca no papel de burro. O segundo é que insinua que somos burros que farão o que se espera se apanharem. O terceiro é que considera que motivações extrínsecas nos motivam.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Vamos imaginar que você vai aprender um novo idioma — por exemplo, francês. Se você começar a ter aulas na próxima semana, mas só for começar a usar o idioma em conversas quando for para a França, daqui a cinco anos, isso afetará a sua motivação para aprender? É evidente que sim. Os seres humanos são terríveis quando o assunto é recompensa tardia e, quando temos que esperar, menor se torna nossa motivação para aprender e tentar.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Analisando o último ano de sua vida, houve momentos em que você não foi atrás de seus sonhos porque não acreditava que se esforçaria o suficiente para alcançá-los ou que não obteria o desejado nem mesmo se tivesse se esforçado? Essa crença dizima seus sonhos.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A variação a respeito de quem somos em determinado contexto é natural e, apesar do que algumas pessoas acreditam, saudável. A vida seria terrivelmente doente (e chata) se fôssemos iguais o tempo todo.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Então, quem definiu você? Até que ponto você se esforçou, conscientemente e de propósito, para decidir quem ser? Mais importante ainda: você está agindo todos os dias em congruência com sua imagem autodefinida e se sente uma pessoa autêntica, orgulhosa, completa, realizada e firme para aparecer, em todas as situações, como uma pessoa única, talentosa e verdadeira?”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Seja paciente e gentil consigo. Saiba que as críticas que você faz contra si costumam ser as mais prejudiciais que você vai receber.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A estratégia é simples. A partir de agora, sempre que alguém contar alguma coisa para você, tenha o cuidado de perguntar: 'Nossa! Como você se sentiu quando isso aconteceu?'.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A melhor maneira de se aproximar de adolescentes é não falar sobre nada em especial, demonstrar que você é uma pessoa fracassada ou rejeitada, e, só quando for o momento certo, mostrar que você não está nem aí para isso.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Lembre-se, há duas coisas que mudam a vida: uma coisa que entra em sua vida ou algo novo que sai de você.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Se muitas mudanças ocorrerem, enlouquecemos; se pouca mudança acontecer, nos entediamos.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“O impulso mais forte para melhorarmos a vida (...) é o desafio. É por isso que nos envolvemos mais em épocas de desafios. Independentemente de o desafio ser imposto por nós ou pelo mundo, ele nos força a dar total atenção, intensificar os pontos fortes, ultrapassar limites, aprender e crescer. Quando nos envolvemos em um desafio, perdemos nossa noção de tempo e, até certo ponto, de quem somos (...). O desafio é realmente o grande unificador de todos os impulsos, pois ele dá à nossa vida uma mudança que devemos controlar, envolver em competência e, normalmente, gerenciar de modo social (ativando os cuidados e a conexão). O desafio, quer dizer, o problema do desafio é que ele assusta, então a maioria das pessoas o evita, preferindo trabalhar por objetivos mais 'práticos'.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A expressão criativa é a grande impulsionadora e amplificadora da satisfação na vida. Quando estamos nos expressando de modo firme, nos sentimos vivos e cheios de energia. Mas, se nossa criatividade for retirada de nós, lentamente começamos a ter a impressão de que somos apenas mais uma peça na roda de um mundo sem vida e impessoal (...). A expressão criativa é a moldadora mais importante do 'eu' e permite a definição e a diferenciação de quem somos dentro de nossa mente e no contexto de nosso mundo social.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“O que damos ao mundo é como medimos nosso lugar no mundo (...).”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Porém, individualmente, consideramos a mudança algo difícil. Isso é estranho, uma vez que a mudança tem sido nossa companhia constante e amiga em progresso ao longo da vida. Engatinhamos, caminhamos e então corremos. Mudamos de apenas 50 centímetros para até mais de 1,80m na fase adulta. Nosso corpo e cérebro se formaram e cresceram por meio de trilhões de células. O ar nos pulmões, os sons nos ouvidos, as imagens nos olhos, os pensamentos em mente e as sensações no corpo mudaram e mudarão a cada instante em todos os dias de toda nossa existência. Nossa experiência de vida e nossa sabedoria se ampliaram a cada novo esforço, interação, fracasso e sucesso. Nossos valores mudaram; nosso comportamento mudou; nossos sonhos mudaram. Em um contexto social mais amplo, parece que a cada dia uma inovação muda o mundo que conhecemos tão bem (...).
Deveríamos ter nos acostumado com isso. Mas muitas pessoas não veem nem percebem sua magia ou permanência na vida. Elas a veem como algo intermitente, pestilento, que mostra a cabeça assustadora nos piores momentos; uma interrupção inesperada de certeza. Essa visão vê a mudança como um problema que deve ser temido, evitado ou adestrado. Como isso pode ocorrer? Como algo com que temos tanta familiaridade, algo que conhecemos de modo tão completo e íntimo, pode causar tamanho estresse a tantas pessoas? Por que tantos de nós vemos a mudança com receio?”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Você deve saber uma coisa: a mudança é o único caminho para seus sonhos, pois, para alcançá-los, você precisa sair de um lugar e ir para outro.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Seja qual for a motivação que você tenha para fazer essas mudanças, em sua mente, saiba que as dores de perda, processo e resultado mostrarão a cara feia. Você precisa se preparar para enfrentá-la.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“É uma das grandes verdades da vida: as pessoas lutam com garra apenas por coisas nas quais acreditam profundamente.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Para chegar a um objetivo, precisamos começar ou continuar algumas coisas, e temos que parar outras.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A vida não é vivida na segurança; ela é vivida no desafio.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Se você quer se sentir melhor em relação à sua vida, precisa se sentir melhor em relação ao mundo. A melhor maneira de fazer isso é desafiar-se a si a ser uma pessoa ativamente participante da sociedade. Fazer parte da solução sempre é melhor do que apenas observar. Se você ficar observando um navio naufragando e não fizer nada, vai se sentir uma pessoa morta por dentro. Mas entre nos botes salva-vidas, mobilize as pessoas ao seu redor a fazer a mesma coisa e, de repente, voltará a se sentir uma pessoa viva.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Acredito que não existe nada mais forte na vida do que permitir que nossa individualidade se mostre, iluminar o mundo com nossa singularidade divina (...). Independentemente de qual seja a maneira [de autoexpressão], sabemos de uma coisa: nunca tente estragar a individualidade ou a expressão criativa de outro ser humano.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Se você perder o contato com sua expressão criativa, você perde o contato com aquilo que é único em você — e, assim, perde a ligação consigo. Ativar seu impulso pela expressão criativa é uma das estratégias mais rápidas para encontrar felicidade e satisfação.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Às vezes, só o fato de prestarmos atenção nas pessoas nos ajuda a perceber coisas novas dentro de nós.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“A criatividade não tem a ver apenas com ideias; ela tem a ver com forma física. A ideia é a faísca, a forma física é o resultado (...). A criatividade real termina em alguma coisa.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“(...) a criatividade não é uma característica; é disciplina. Pessoas que dizem que não são criativas geralmente são pessoas que se opõem à árdua tarefa de transformar uma boa ideia em algo realmente maravilhoso.
Gosto de dizer às pessoas que a criatividade não é uma faísca; é um esforço.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Muitas pessoas querem encontrar sua voz no mundo, mas a voz não é algo que 'encontramos', é algo que compartilhamos. Você não entra em uma sala, olha ao redor e diz: 'Ah, ali está a minha voz única no mundo'. Na verdade, você entra em uma sala, conversa com um monte de pessoas e, ao compartilhar, descobre e comunica traços e verdades a respeito da essência de quem você é.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Preste atenção. Escute. As pessoas se inspiram quando veem que você ama o que faz, seja o que for. É uma contribuição suficiente para o mundo.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“E se viver a sua verdade, ser o seu melhor e expressar suas qualidades, talentos e habilidades no que você faz fosse suficiente para contribuir com o mundo? Eu digo que é, e não devemos ignorar o fato de que ser o melhor que podemos ser inspira os outros e, de fato, causa um impacto.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Sempre digo que o marco da consciência elevada é sempre ter integridade completa consigo e profundo respeito pelas outras pessoas.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“É por isso que digo que você não terá uma vitória completa. Mas isso não é ruim. Como sociedade, devemos parar de pensar que as coisas classificadas como 'difíceis' também são 'ruins'.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“Nos próximos dias, independentemente do que você aprendeu, você vai acordar em algumas manhãs sentindo-se no controle de sua vida, a ponto de não entender como pôde ter sido uma pessoa fraca ou insegura; e, em outros dias, você não vai sentir controle algum. Assim é a vida. E ela vale a pena.”
(Brendon Burchard, no livro "O Poder Da Energia")



“No primeiro livro [de Vinícius de Moraes], 'O Caminho para a Distância' (1933), é evidente a preocupação religiosa, sob a forma de intensa angústia: uma consciência torturada pela precariedade da existência, e por isso lançada na busca ansiosa de uma superação pela transcendência mística, o 'sublime'. Some-se a isso o sentimento do pecado, um constante interrogar-se e o desejo de autopunição e estará explicado o porquê do desconsolo e do desespero. Como pelo menos parte desse processo é inconsciente, a linguagem utilizada pelo poeta será abstrata e alegórica, além de se inspirar na tradição bíblica, por força de sua formação religiosa. Desse modo, o mundo aparece povoado de visões estranhas e presságios, como se a existência correspondesse a um pesadelo, que o homem vive de olhos abertos e do qual não pode livrar-se (...).
Mas a insuportável tortura proveniente da concepção de vida como pecado levará o poeta, em certo momento, a ousar: 'Senhor, eu não compreendo os teus sagrados desígnios!' — uma ousadia de certo modo responsável por toda a evolução futura de sua poesia.”
(Carlos Felipe Moisés, no livro "Vinícius de Moraes - Literatura Comentada")



“No livro seguinte [de Vinícius de Moraes], 'Forma e Exegese' (1935), um pormenor de ordem formal aponta para uma mudança de perspectiva (...). Essa mudança, na verdade, simboliza a expansão do espaço interior, o alargamento do próprio eu, que amplia os seus horizontes na expectativa de superar o impasse matéria/espírito, humano/divino. Tal impasse afinal se delineia fora do indivíduo, em decorrência da formação religiosa e é endossado pelas convenções sociais; daí aparecer muito intenso, no poeta, o desejo de isolamento (...).
Isto propiciará intensa e profunda reflexão pessoal a respeito das contradições até aqui assinaladas. A angústia, a insatisfação e o desespero deixarão de ser problemas místicos e metafísicos para se incorporar à direta experiência de vida individual; o desejo de transcendência (a busca do sublime) cederá lugar à aceitação da imanência (o encontro do cotidiano), segundo um processo determinado pelo próprio esforço humano, com toda a sua limitação - mas um processo que ainda levará alguns anos, e muitos poemas, para se realizar.
(...) Vinícius, de fato, empreende uma espécie de divinização da mulher, transferindo para ela todo um caudal de esperanças e ansiedades: transforma-a num ser superior, de onde provém e para onde convergem todas as formas elevadas de existência; com isso atribui ao amor a condição de experiência-limite, capaz de resgatar o homem de sua precariedade. Qualquer coisa como se o 'sublime' devesse ser procurado dentro do 'cotidiano', e não fora dele.”
(Carlos Felipe Moisés, no livro "Vinícius de Moraes - Literatura Comentada")



“Depilação, elegância, dietas, maquiagem: tudo isso é escolha, e não obrigação. No nosso corpo, quem manda somos nós.”
(Carol Rossetti, no livro "Mulheres - Retratos De Respeito, Amor-Próprio, Direitos E Dignidade")



“Parece que algumas pessoas têm um prazer especial em ser desrespeitosas com os outros sob a máscara do humor, né, Clarissa? Quem sabe um dia percebam que ninguém mais está rindo.”
(Carol Rossetti, no livro "Mulheres - Retratos De Respeito, Amor-Próprio, Direitos E Dignidade")



“Maya, tom de pele não determina nem beleza nem feiura, mas pode desmascarar o preconceito de alguns.”
(Carol Rossetti, no livro "Mulheres - Retratos De Respeito, Amor-Próprio, Direitos E Dignidade")



“Ninguém deveria ser julgado apenas por ser quem é.”
(Carol Rossetti, no livro "Mulheres - Retratos De Respeito, Amor-Próprio, Direitos E Dignidade")



“Todos deveriam se sentir livres para fazer suas próprias escolhas, e estas não são válidas apenas quando concordamos com elas.”
(Carol Rossetti, no livro "Mulheres - Retratos De Respeito, Amor-Próprio, Direitos E Dignidade")



“A história da humanidade vem sendo tecida há milhões de anos. A gênese e a configuração de uma civilização com sentido planetário, no entanto, são fenômenos bem mais recentes. A denominada civilização planetária tem início a partir dos últimos 500 anos e se desenvolve e prospera à medida que se integram os continentes pelos intercâmbios mercadológicos e se aperfeiçoam os sistemas de comunicação promovendo, em consequência, uma intensa miscigenação cultural em todo o Planeta Terra.
Por outro lado, a consciência da existência de uma civilização planetária e a aptidão para conviver numa Terra-Pátria comum dependem, fundamentalmente, de uma ação educativa fundamentada em pressupostos dos paradigmas sistêmicos e complexos que configuram uma nova matriz cognitiva e uma remodelação da estrutura do pensamento. Morin (...) não revela nenhuma dúvida ao fazer tal constatação: 'Eis o que falta, de qualquer forma, para que se concretize uma comunidade humana: a consciência de que somos filhos e cidadãos da Terra-Pátria. Ainda não chegamos a reconhecê-la como o lar da humanidade'.
Ora, a forma tradicional e peculiar de pensar e de compreender a realidade veiculada no ambiente das famílias, nas vivências recreativas, nos meios de comunicação de massa e, sobretudo, nos sistemas educativos, não contempla uma visão sistêmico-complexa da realidade e, portanto, não prepara para os grandes desafios da chamada era planetária. Ao contrário, a forma ocidental de pensar e de produzir o conhecimento e a cultura reforça as visões parcelares, fragmentadas, locais e desconectadas. Morin (...) entende que: 'O que agrava a dificuldade de conhecer nosso Mundo é o modo de pensar que atrofiou em nós, em vez de desenvolver, a aptidão de contextualizar e de globalizar, uma vez que a exigência da era planetária é pensar sua globalidade, a relação todo-partes, sua multidimensionalidade, sua complexidade [...]'.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A reforma paradigmática sugerida por Morin propõe como uma finalidade geral e primordial do ensino: ensinar a pensar. Referenda e ressignifica o adágio de Montaigne: 'mais vale uma cabeça bem-feita que bem cheia' (...). Prosseguindo nas ponderações, acrescenta que uma cabeça bem feita não é aquela que soube acumular saberes enciclopédicos ou desenvolveu competências específicas para uma profissionalização, mas é aquela que soube dispor de 'uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas' e dispor de 'princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido' (...).
O estágio atual da era planetária, portanto, ressente-se cada vez mais de uma reforma do pensamento que promova a formação de cabeças bem feitas. Entende Morin (...) que 'a reforma do pensamento contém uma necessidade social-chave: formar cidadãos capazes de enfrentar os problemas de seu tempo'.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“O desafio do pensamento de planetariedade, hoje, consiste em fazer da Terra a grande pátria humana, construindo a ideia de Terra-Pátria de todos em contraponto com a ideia de terra-mercadoria de e para alguns. Nesse sentido, de acordo com Morin (...): “A pátria terrestre não deve negar ou recalcar as pátrias que a compõem mas, ao contrário disso, integrá-las”. Trata-se, portanto, de despertar um sentimento de origem e de destino comum.
A incorporação e a ultrapassagem de um pensamento do tipo linear para um pensamento sistêmico-complexo podem conceber o contexto, o global, o multidimensional e o complexo dependem, fundamentalmente, de uma reforma radical do pensamento e do sistema de ensino educativo. Na concepção de Morin: '[...] quanto mais os problemas se tornam multidimensionais, maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade; quanto mais a crise progride, mais progride a incapacidade de pensar a crise; quanto mais planetários tornam-se os problemas, mais impensáveis eles se tornam. Uma inteligência incapaz de perceber o contexto e o complexo planetário fica cega, inconsciente e irresponsável (...)'.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“É o pensamento que deve ser repensado sob novo paradigma: o paradigma da complexidade. Pouco ou nada irá significar o grande volume de informações disponibilizadas pelos meios impressos e vias eletrônicas, bem como a agilidade e a confiabilidade com que são veiculadas, se a forma de sistematizar, organizar, reunir e produzir tais informações, e o próprio conhecimento continuarem ostentando a marca da simplificação, da disjunção e da redução.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“As instituições de ensino, como instâncias privilegiadas de formação do pensamento sistematizado, defrontam-se com múltiplos desafios, dentre eles o cultural, o sociológico, o religioso, o cívico, o étnico. A todos esses desafios, contudo, soma-se o maior de todos eles, ou seja, o desafio de reformar o ensino pela reforma das mentes para que alunos e professores possam reaprender a religar os saberes, os fatos e os fenômenos.
Morin considera o ensino algo abrangente e interdependente dos demais desafios e, por isso mesmo, o classifica como o desafio dos desafios: 'a reforma do ensino deve levar à reforma do pensamento e a reforma do pensamento deve levar à reforma do ensino' (...). Não se trata de uma reforma superficial, operacional ou programática qualquer, mas de uma mudança profunda e paradigmática que colocará o aluno em condições de compreender e de enfrentar os diversos desafios — cultural, ecológico, sociológico, ético e cívico —, com o pleno emprego da inteligência: 'trata-se de uma reforma não programática, mas paradigmática, concernente a nossa aptidão para organizar o conhecimento' (...).
Em que consistiria uma reforma paradigmática? 'Trata-se num sentido do que há de mais simples, de mais elementar, de mais ‘infantil’: mudar as bases de partida de um raciocínio, as relações associativas e repulsivas entre alguns conceitos iniciais, mas de que dependem toda a estrutura do raciocínio e todos os desenvolvimentos discursivos possíveis' (...).”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“De acordo com Morin (...): '[...] o conhecimento não é insular, é peninsular, e, para conhecer, é necessário ligá-lo ao continente de que faz parte. Sendo o ato de conhecimento ao mesmo tempo biológico, cerebral, espiritual, lógico, linguístico, cultural, social, histórico, o conhecimento não pode ser dissociado da vida humana e da relação social'.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Hoje o pensar, o viver e o agir cotidianos exigem a conjunção entre as distintas culturas que, ao longo da História, se desenvolveram de forma disjuntiva, paralela e, até mesmo, concorrentes. Morin (...) denuncia a disjunção entre as culturas científica e humana, alertando que o desenfreado desenvolvimento da cultura científica provoca o arrefecimento da reflexividade. Por isso, incentiva um diálogo permanente entre a cultura científica e a cultura humanística, de modo que uma modifique a outra, mantendo as diferenças sem homogeneizar, pois as duas culturas separadas e paralelas são duas subculturas, mas ambas integradas elevam-se à categoria de policultura.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A cabeça bem feita pode ser denominada de cabeça culta, pois sabe transitar entre culturas diversas. Em tempos e contexto de enorme fosso que separa as culturas científicas e as humanidades e que não permitem respostas afirmativas, Morin sugere novos entendimentos entre as civilizações. Propõe a reforma do pensamento que possibilita religar o que o pensamento simplificador concebeu como divergente, antagônico e excludente.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Retornamos novamente à exigência de uma reforma das mentes, sugerida por Morin: 'O verdadeiro problema [...] é que nós aprendemos muito bem a separar. É melhor reaprender a religar' (...).”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A complexidade é uma característica inscrita na própria realidade e que brota a partir das múltiplas percepções, quase sempre pouco positivas dessa realidade. Nesse viés, ela é produto e produtora de um exercício cognitivo pertinente com essa complexidade. A cabeça bem feita está apta a pensar e a codificar essa complexidade. Assim, a competência para compreender a dimensão da complexidade depende diretamente das operações da inteligência de uma cabeça bem feita.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“O pensamento complexo requer uma práxis pedagógica transdisciplinar. A compreensão transdisciplinar rompe com a forma epistemológica e metodológica tradicional de ensino. Os limites parcelares impostos pelas disciplinas tradicionalmente organizadas fragmentam o conhecimento e impedem a compreensão de um sistema complexo, no qual todos os elementos estão em relação e interdependência. Para Morin e Moigne (...), 'um grande erro de efeito perverso [...] é a substantificação das disciplinas. Acabamos por acreditar que a psicologia é uma coisa em si, a história é uma coisa em si, que a economia é uma coisa em si'. A pertinência do conhecimento consiste em religar as partes ao todo e o todo às partes, situando as informações e os dados num contexto global – histórico e geográfico – de forma simultaneamente analítica e sintética.
A mais clara, premente e profunda estratégia pedagógica e metodológica de reforma do conhecimento, do pensamento e do ensino, portanto, refere-se à necessidade de uma prática escolar com ênfase interdisciplinar, polidisciplinar, supradisciplinar e, preferentemente, transdisciplinar. Na tentativa de fugir do estreitamento das especializações e do tratamento disciplinar, Morin (...) sugere que se busquem as soluções até mesmo num olhar indisciplinar e extradisciplinar. Enfim, se a realidade local/global forma um tecido complexo e conectante, é necessário que se crie e se ponha em prática também uma racionalidade que nos aproxime cada vez mais do sentido dessa realidade, em vez de nos distanciar dela.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A ênfase na transdisciplinaridade tem o mérito de superar as compartimentações instituídas pelas disciplinas, sem eliminá-las; porém, estabelecendo linhas transversais que articulam os princípios nucleares, constitucionais e centrais do real, construindo pontes e eixos de ligação entre as disciplinas e não apenas abordando as suas fronteiras.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A abordagem analítica conduz a uma redução dos saberes a um certo número de disciplinas desconexas, isoladas umas das outras — é uma abordagem de natureza enciclopédica —, enquanto que a abordagem sistêmica concentra-se sobre a interação entre os parâmetros, entre os fenômenos. Ela considera suas dinâmicas de evolução e suas relações no tempo. Existe, pois, uma complementaridade entre as duas: a abordagem analítica permite extrair os fatos da natureza, a abordagem sistêmica favorece sua inclusão num quadro de referências mais amplo, o que permite o exercício da razão, da lógica (ROSNAY, 2001, p. 494).”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“O pensamento que fragmenta o real converte-se em antipensamento, proclama Morin (...), pelo fato de o fragmento ser pensado e tomado como um todo.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Ao contrário do pensamento disciplinar, que se enclausura em conhecimentos fatiados e estanques, o pensamento complexo propõe uma relação dialógica entre as diversas ciências, bem como promove o diálogo entre os diferentes níveis de conhecimento como o laico, o mítico e o religioso.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A complexidade do real, subentendendo que tudo está ligado a tudo, exige uma prática pedagógica que possibilite a compreensão da teia de relações existente entre todas as dimensões das coisas. Só a concepção de uma ciência una e múltipla, local e global, singular e universal pode resultar numa ciência global. Por esta razão a interdisciplinaridade, embora signifique um avanço em relação às demais práticas epistemológicas, ainda é insuficiente para a compreensão da complexidade do real. A interdisciplinaridade caracteriza-se por uma comunicação e até mesmo por uma colaboração entre as diferentes disciplinas, mantendo-se, porém, cada uma com e em sua especificidade. Já na transdisciplinaridade realiza-se um verdadeiro intercâmbio e uma transrelação nos diferentes níveis de conhecimento. Ela rompe e transpõe as barreiras e as fronteiras que delimitaram os conhecimentos em territórios fechados.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Morin possui uma clara percepção sobre a importância decisiva do pensar complexo e, por isso, revela muita convicção no conjunto de ideias que expõe e defende: 'a complexidade não é tudo, não é a totalidade do real, mas é o que melhor pode, ao mesmo tempo, se abrir ao inteligível e revelar o inexplicável' (...) e, portanto, 'precisamos, enfim e fundamentalmente, que se cristalize e enraíze um paradigma da complexidade' (...). Ressalva, no entanto, que a complexidade sempre irá comportar incompletudes e interrogações mais do que respostas seguras. Sem dúvida, o desafio da complexidade do mundo contemporâneo está exigindo não apenas decisões e ações políticas, mas antes de tudo uma reforma radical do pensamento.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“O que torna a humanidade algo concreto é o fato de congregar indivíduos provenientes de um mesmo tronco, com natureza e destino comuns, com as mesmas raízes e que habitam no mesmo planeta: a Terra. Por essas razões ele recomenda que: 'A partir de agora, a necessidade de raízes, que impulsiona tantos povos e indivíduos a se curvarem sobre a etnia e a religião singulares, deve se aprofundar e se ampliar no reconhecimento da comunidade terrestre dos seres humanos' (...). Esse sentimento respeita a identidade individual e a diversidade da espécie e, ao mesmo tempo, promove uma identidade terrena e planetária pela unidade da espécie em torno da ideia de Pátria-Comum, ou seja: Terra-Pátria.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Morin não pode ser considerado um utopista ingênuo e sonhador que acredita no progresso linear e sem traumas da humanidade. Segundo ele, não podemos nos alimentar da utopia do melhor dos mundos, em que seriam eliminadas as ideias de infelicidade, de competição, de desordem, de conflito, de angústia e outras tantas que denigrem nosso planeta. 'Querer um mundo melhor, que é nossa finalidade 'principal, não é querer o melhor dos mundos' (...). A aspiração a um mundo melhor e mais solidário é sempre uma utopia possível, porque existem muitas virtualidades e potencialidades que a humanidade ainda não aprendeu a desenvolver e a explorar.
Morin repele as utopias de cunho iluminista que define como sendo utopias negativas. Tais utopias messiânicas vislumbram um mundo perfeito, de inclusão, de progresso, de ordem e onde reina a harmonia absoluta, pois todos se reconciliam. Este é um mundo no campo dos sonhos inatingíveis, posto que pressupõe a eliminação das dialógicas humanas. A utopia negativa é aquela que aposta na ideia da perfeição terrestre, da reconciliação permanente, da eliminação dos conflitos, enfim, do império único. Morin acredita em utopias realistas, aquelas que estão no campo das possibilidades concretas, embora, atualmente, pareça algo impossível. Cita, como exemplo de uma utopia possível, a eliminação da fome e da miséria. A humanidade dispõe de meios técnicos, materiais e político-culturais para realizar essa utopia: construir um mundo sem tantas desigualdades sociais e econômicas.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Segundo Morin, não podemos nos colocar contra as modificações, os avanços científicos e o progresso tecnológico. É necessária, porém, a devida precaução contra os perigos que tudo isso pode representar em termos de equilíbrio da biosfera e do planeta. O mundo precisa criar mecanismos de controle e supervisão para evitar que o poder da ciência seja entregue nas mãos de grupos ou países inescrupulosos. Estamos num patamar muito abaixo do necessário, no sentido de criar uma consciência e mecanismos de regulamentação e de controle do desenvolvimento desenfreado da ciência, da tecnologia e da indústria.
Essas considerações indicam que o futuro da humanidade é sempre algo muito improvável e incerto, pois existem inúmeras forças destrutivas a ameaçá-lo, como o poder da informática, dos computadores; a possibilidade de reprodução dos robôs; o uso da inteligência artificial. Segundo Morin (...): 'O mundo está numa fase particularmente incerta porque as grandes bifurcações históricas não foram ainda apreendidas. Não sabemos para onde vamos. Não sabemos se haverá grandes regressões, se as guerras em cadeia não irão desenvolver-se. Não sabemos se um processo civilizatório conduzirá a uma situação planetária mais ou menos cooperativa. O futuro é muito incerto'.
É urgente e necessário, portanto, estabelecer um canal permanente de interlocução entre a comunidade científica, os tecnólogos e os economistas com os educadores, os filósofos e os políticos.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“A boa civilização é aquela que permite ao indivíduo empregar, da melhor forma possível, sua pulsão para a solidariedade, para a compreensão e para o amor. Já a má sociedade não deixa florescer essas pulsões positivas, deixando emergir a agressividade e o egocentrismo. Junto com a luta e a esperança é necessária certa dose de resistência aos movimentos totalitários e às barbáries que se originam de um mundo industrializado e submetido ao império da racionalização científica.
O viver melhor e verdadeiramente humano requer que o desenvolvimento não seja finalidade-término, mas finalidade-meio; que a democracia contemple a diversidade dos interesses e dos grupos sociais, assim como a diversidade das ideias; enfim, que se cultive uma consciência comum e solidária da vida e do destino planetário do gênero humano.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Morin (...) adverte que o cuidado e o diálogo com o outro, bem como a solidariedade e a fraternidade, são exigências fundamentais para o crescimento e a ampliação da complexidade antropológica e antropolítica. Pensar e agir segundo os princípios da complexidade exigem a virtude da solidariedade.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“Há uma relação complexa entre o viver, o compreender e o amar, porém sem dúvida é o amor que recebe um destaque maior na obra de Morin. Afirma ele (...): 'O importante na vida é o amor. Com todos os perigos que ele contém'. O homem compõe-se de vida e de ações dialógicas e ambivalentes: sapiens/demens, prosa-poesia, amor-ódio, unidade-pluralidade, trabalho-lazer e outras. O amor ao próximo ou a uma causa é mais forte que tudo.”
(Celso José Martinazzo, no artigo "O Pensamento Complexo E A Educação Escolar Na Era Planetária”)



“O século XX deixou como herança uma marca sombria: questionar o 'status quo' parece ser hoje uma tarefa inútil à qual só se dedicam os nostálgicos de um passado supostamente glorioso. O desencanto é, por assim dizer, um subproduto do pragmatismo que, por sua vez, costuma ser o eufemismo usado para definir o conformismo, o ceticismo, a aceitação anestesiante das circunstâncias que temos a sorte (ou a desgraça) de enfrentar.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“A grande maioria dos que trabalham enfrentam penúrias. Todavia, os que não trabalham estão ainda pior. O desemprego se transformou em atributo estrutural do capitalismo contemporâneo. A promessa do pleno emprego se desintegrou mais rápido do que qualquer economista podia imaginar algumas décadas atrás. Os explorados deixaram lugar aos 'em condições de exploração' (os sem emprego) que, por sua vez, estão deixando lugar 'aos que nunca terão sequer a sorte de aspirar a serem explorados': os 'inempregáveis'.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Se a 'ameaça juvenil' dos anos setenta se sustentava em sua crítica radical ao passado e numa vigorosa aposta no futuro, a anomia juvenil do presente parece estabelecer suas raízes no esquecimento daquilo que ocorreu e na indiferença sobre o que nos ocorrerá.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“(...) o fim dos horrores do comunismo não significou em nada o fim dos horrores do capitalismo. 'O colapso de uma parte do mundo — tal como afirmou Eric Hobsbawn em sua fundamental 'Era dos Extremos' — revelou o mal-estar do resto'.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Para uma boa parte dos que viverão o século XXI, desencantar-se com o socialismo não significará, provavelmente, encantar-se com a barbárie que propõe o capitalismo na era da crise global. Não é possível aceitar a lógica maniqueísta. Sim, não vivemos mais, como nos últimos vinte anos, uma época de mudanças. Estamos agora numa encruzilhada, numa mudança de época. Urge repensarmos os rumos das políticas mundiais.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Não há meio-termo: ou brota agora, também entre nossas crianças e jovens, uma nova consciência da humanidade, fundada na sincera ânsia por justiça e paz, ou continuaremos, entre atentados, desastres ambientais e guerras, no plano inclinado da destruição do planeta, já adoentado pelo modo de vida espoliador que a civilização urbano-industrial e consumista erigiu como modelo. O fim está logo ali.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“O 'burnout' é uma 'reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto e excessivo com os outros seres humanos, particularmente quando estes estão ocupados ou com problemas'.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“A possibilidade de reconhecer ou perceber acontecimentos é uma forma de definir os limites sempre arbitrários entre o 'normal' e o 'anormal', o aceito e o negado, o permitido e o proibido. É por isso que, enquanto é 'anormal' que um menino de classe média ande descalço, é 'absolutamente normal' que centenas de meninos de rua andem sem sapatos, perambulando pelas ruas de Copacabana pedindo esmolas.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“A 'anormalidade' torna os acontecimentos visíveis, ao mesmo tempo em que a 'normalidade' costuma ter a capacidade de ocultá-los. O 'normal' se torna cotidiano. E a visibilidade do cotidiano se desvanece (insensível e indiferente) como produto de sua tendencial naturalização.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“(...) hoje, em nossas sociedades dualizadas, a exclusão é invisível aos nossos olhos.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“O mapa da pobreza latino-americana constrasta com uma brutal concentração da riqueza, que faz desta a região mais injusta do planeta... Dados com os quais, a rigor, todos se importam, mas dos quais quase ninguém se lembra.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Em nossas sociedades fragmentadas, os excluídos devem se acostumar à exclusão. Os não excluídos, também. Assim, a exclusão desaparece no silêncio dos que a sofrem e no dos que a ignoram... ou a temem. De certa forma, devemos ao medo o mérito de lembrarmos diariamente da existência da exclusão. O medo dos efeitos da pobreza, da marginalidade. O medo dos efeitos produzidos pela fome, pelo desespero ou, simplesmente, pelo desencanto.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“(...) o medo não nos faz 'ver' a exclusão. O medo nos leva a temê-la. E o temor é sempre, de uma forma ou de outra, aliado do esquecimento, do silêncio.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Que todos tenham acesso à escola não significa que todos tenham acesso ao mesmo tipo de escolarização.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“O enfraquecimento dos obstáculos que impediam o acesso à escola não significou, portanto, o fim das barreiras discriminatórias, mas sim seu deslocamento em direção ao interior da própria instituição escolar.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“A consolidação de uma sociedade democrática depende não apenas da existência de programas para 'atender' aos pobres, mas de políticas orientadas a acabar com os processos que criam, multiplicam e produzem socialmente a pobreza.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Reconhecemos, explícita ou implicitamente, por ação ou omissão, que a igualdade, os direitos e a justiça social são meros artifícios discursivos em uma sociedade na qual não há lugar para todos. Escola para todos, sim. Mas direito à educação para poucos.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Não há como evitar a barbárie se não lutamos para transformar, limitar e destruir as condições sociais que a produzem.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Uma sociedade na qual a proclamação da autonomia individual não questione os direitos e a felicidade de todos.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Esta é a tendência de todas as metrópoles brasileiras. Para o povo, pouco pão e péssimo circo, quando há.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Nenhuma celebração, portanto. Mas reflexão, entendimento, ação transformadora. Chega de encobrimento! Somos indo-afro-europeus, isto é, bugres-negros-lusos, nesta ordem, inversa à dominação.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Os que mandam desde 1500 nos querem isolados, individualistas, dispersos e apáticos na caravela-presídio do 'cada um por si'. Egoísmo como virtude é auriverde cinzento pendão, ensinado nas disciplinas da domesticação. Também na globalização: a matriarca do neoliberalismo, dona Tatcher, decretou que 'não há mais sociedade, mas apenas indivíduos'. A cidadania fica reduzida a ter documentos, vacinar as crianças e quiçá saber cantar o hino nacional. Não há lugar para perspectivas coletivas e projetos comuns. É a escola 'self-made-man', onde se ensina a 'naturalidade' da desigualdade entre os seres humanos e a competição como motivação.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“A colonização e o Império foram assuntos de machos, mas República é, por concepção, feminina e plural.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Dando nome: Pindorama, a terra das palmeiras, a terra sem nome e sem males ('antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade', idealizou Oswald de Andrade, um século depois da pseudo-independência anunciada à beira-riacho pelo príncipe português). Com a conquista, as denominações d'além mar: em 30 anos, fomos Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Terra do Brasil e Brasil. Crise de identidade?
Tantos nomes para um só caminho: concentração de bens, saber e renda, dependência externa, exploração, chacinas. Justiça dos ricos, dos pistoleiros, das emboscadas, da impunidade. Melhor seria, agora, nos rebatizarmos: Terra de Tanta Cruz.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Do ponto de vista analítico, portanto, não existe 'uma' moral ou 'a' moral, mas sistemas morais vinculados a um tempo e a um espaço específicos. Também não existe 'uma' ética ou 'a' ética, mas diferentes interpretações acerca do conteúdo, significado, razão, fundamento ou necessidade das moralidades historicamente construídas.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Assim como a História, o próprio ser humano é uma possibilidade. Ninguém nasce bandido, ninguém nasce santo. Ninguém nasce sequer humano, arriscaria eu, no sentido cultural da palavra: humano como um ser dotado de inteligência, a quem se atribui racionalidade, subjetividade e, por isso, até uma certa superioridade (será?) em relação aos demais seres vivos. Melhor do que falar em natureza humana, portanto, é falar em condição humana. Somos filhos do tempo, da cultura e... dos processos educativos que as sociedades criam e recriam. 'Húmus' que podem fecundar ou apodrecer.
Hannah Arendt afirmou que o ato educativo resume-se em humanizar o ser humano. Grande resumo, síntese admirável! E prática dificílima.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Como lembrou José Saramago ao receber o merecido Prêmio Nobel de Literatura, em 1998, 'vivemos uma quadra estranha da humanidade, onde as pessoas conquistam os espaços siderais mas não conseguem chegar, solidárias, à porta do vizinho'.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“O conhecimento que não é compartilhado é vazio.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Época de mudanças ou, no fundo, mudança de época? Descobrimos, maravilhados e argutos, que 60% dos nossos gens são iguais aos da mosca e 99% iguais aos do chimpanzé para desconstituirmos nossa visão sobre o ser humano, que é, segundo Albert Camus, 'o único ser vivente que se recusa a ser o que é'.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Tanto sofrimento... Magistério não é sacerdócio, todos já sabemos. Mas é missão. Profissão de fé. Tarefa grandiosa que se escolhe e leva adiante, apesar dos sacrifícios.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Paulo Freire disse, por exemplo, que o dominador é tão poderoso que consegue, às vezes, entrar dentro do coração e da razão do dominado, que se nega a si mesmo. Paulo Freire disse, por exemplo, que a educação que não chega às classes populares será sempre elitista, reprodutora da exploração. Paulo disse também que a arrogância burra da escola é considerar que antes dela nada existe, ou que as crianças precisam ser 'limpas' culturalmente para poder aprender. Paulo, por fim mas não por último, reafirmou que a política é uma dimensão fundamental da vida e que esses tempos de endeusamento do mercado, de 'coisificação' da vida são muito medíocres: é preciso superá-los. Na escola, na luta política, construindo pontes para derrubar muros de individualismo e indiferença.”
(Chico Alencar & Pablo Gentili, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto")



“Estudar Didática não significa apenas acumular informações técnicas sobre o processo de ensino-aprendizagem. Significa, antes de mais nada, desenvolver a capacidade de questionamento e de experimentação com relação a essas informações.
Para que o professor não se torne escravo do instrumental didático, deve saber questioná-lo e avaliá-lo a partir da realidade em que atua. Nesse sentido, é importante que tenha uma visão ampla e profunda do contexto em que desenvolve sua atividade docente. É importante, também, que aprenda a refletir, a partir deste contexto, ao escolher as alternativas docentes.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“(...) não há forma única nem um único modelo de educação. Em cada sociedade ou país a educação existe de maneira diferente (...).
Cada país, cada sociedade tem realidades e valores diferentes e, por isso, tem uma concepção diferente de educação (...)
A ideia de educação de cada povo depende, portanto, da sua realidade concreta e de seus valores.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“O homem não é um ser passivo. Por isso, perante determinada situação, cada um reage de acordo com sua escala de valores. Alguns procuram transformar a situação, pois ela não está de acordo com seus valores. Outros, no entanto, não querem que seja modificada, pois ela corresponde a seus valores.
Os que querem que a situação permaneça como está geralmente estão se beneficiando dela. Essas pessoas, inclusive, estabelecem hierarquias de valores que procuram impor às demais. De maneira geral, na sociedade as hierarquias de valores correspondem aos interesses dos grupos sociais privilegiados.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Educação não se confunde com escolarização, pois a escola não é o único lugar onde a educação acontece. A educação também se dá onde não há escolas. Em todo o lugar existem redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração para outra. Mesmo nos lugares onde não há sequer a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado existe educação.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A família por exemplo, é o primeiro elemento social que influi na educação. Sem a família a criança não tem condições de subsistir. Tal necessidade não é apenas de sobrevivência física, mas também psicológica, intelectual, moral e espiritual. A família, no entanto, encontra uma série de problemas, na sua missão de educar. A falta de preparo de muitos pais para exercer integralmente essa função é o principal problema.
Dessa falta de preparo surge uma série de outros problemas: falta de amor, de carinho, de trato adequado, frustração, separações, abandono do lar, etc.
Por isso, há necessidade da educação dos próprios pais para a paternidade e a maternidade. Essa é também uma das funções da escola.
A escola só conseguirá preencher essa função quando houver o entrosamento dos pais com a escola e com a comunidade.
Assim, a escola deve ser o ambiente em que os pais e professores promovam conjuntamente a educação. Aliás, toda a comunidade deve participar, criando condições e buscando recursos, para que os pais e educadores possam desempenhar sua missão. Só assim a escola deixará de ser um meio de perpetuar os vícios da sociedade (...).”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“O maior problema, observa Paulo Freire, não é o fracasso da escola, mas o fracasso da sociedade inteira como comunidade educativa.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Para se ter uma ideia mais clara da importância do professor primário, basta pensar no mal que ele poderá causar às crianças se for um mau professor. O mal que poderá causar é, sem dúvida, uma prova do bem que ele poderá realizar se tiver uma personalidade equilibrada e amor à sua função e a seus alunos.
O que mais influi nas crianças das primeiras séries do ensino de primeiro grau é a personalidade do professor (...).
Grande parte dos comportamentos e das atitudes dos alunos é provocada pelo comportamento, pelos métodos e pelas atitudes do professor.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“É bem verdade que atualmente existem muitas limitações que impedem que o professor exerça essa função com maior eficácia. A superação de muitas dessas limitações, no entanto, não depende exclusivamente dele nem do sistema escolar. Como vimos, depende principalmente da transformação da estrutura social.
Mas, mesmo com relação a esse aspecto, o próprio professor pode desempenhar um papel muito importante. Ele, mais do que qualquer outro profissional, tem enormes possibilidades de ser um agente de transformação social. Para tanto, é preciso que se proponha a ter uma participação ativa no processo pedagógico. Deverá, por exemplo, indagar-se constantemente sobre a legitimidade dos fins pedagógicos da escola, sobre os objetivos propostos, sobre o conteúdo apresentado, sobre os métodos utilizados, enfim, sobre o sentido social e político de sua própria atividade docente.
O professor, portanto, em sua atividade docente, poderá estar trabalhando para mudar a sociedade ou para conservá-la na forma em que ela se encontra.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Afinal, o que é ensino e o que é aprendizagem?
Para responder a essa pergunta, podemos partir da seguinte constatação: Não é só na sala de aula que se aprende ou que se ensina. Em casa, na rua, no trabalho, no lazer, em contato com os produtos da tecnologia ou em contato com a natureza, enfim, em todos os ambientes e situações podemos aprender e ensinar. É isso mesmo. Cada situação pode ser uma situação de ensino-aprendizagem. Só os que não têm uma atitude de constante abertura é que não aprendem ou não ensinam em todas as situações.
Mas em que consiste essa atitude?
Consiste em ser capaz de indagar, pesquisar, procurar alternativas, experimentar, analisar, dialogar, compreender, enfim, ter uma atitude científica perante a realidade.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Se em nossos dias, apesar do progresso tecnológico, as pessoas não melhoraram muito, talvez isso se deva, em parte, à falta de questionamento no campo da educação, principalmente no que se refere aos valores.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“É importante observar, com relação aos tipos de aprendizagem, que não se aprende uma só coisa de cada vez, mas várias.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba motivar os seus alunos.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Entre motivação e aprendizagem existe uma mútua relação. Ambas se reforçam.
A motivação da aprendizagem se traduz nas seguintes leis:
a) Sem motivação não há aprendizagem.
b) Os motivos geram novos motivos.
c) O êxito na aprendizagem reforça a motivação.
d) A motivação é condição necessária, porém, não suficiente.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Além da motivação, outra condição da aprendizagem é a maturação. A maturação consiste em mudanças de estrutura, devidas em grande parte à herança e ao desenvolvimento fisiológico e anatômico do sistema nervoso. Segundo Piaget, a maturação cerebral fornece certo número de potencialidades (possibilidades) que se realizam, mais cedo ou mais tarde (ou nunca), em função das experiências e do meio social. O processo de maturação apresenta certo paralelismo com a idade. Esta, porém, resulta de diversos fatores: desenvolvimento biopsíquico, interesses, evolução social, educação, etc.
Só quando o indivíduo estiver maduro para uma determinada tarefa, podemos dizer que está apto para realizá-la. Só poderá aprender algo quando estiver maduro para essa aprendizagem.
Embora a aprendizagem requeira um determinado grau de maturidade, a própria aprendizagem — quando certas condições didáticas são observadas — contribui para a maturação da pessoa.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A palavra 'pedagogia' vem do grego (pais, paidós = criança; agein = conduzir; logos = tratado, ciência). Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, ele era submisso à criança, mas tinha que fazer valer sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande habilidade no trato com as crianças.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A execução do plano consiste no desenvolvimento das atividades previstas. Na execução, sempre haverá o elemento não plenamente previsto. Às vezes, a reação dos alunos ou as circunstâncias do ambiente exigirão adaptação e alterações no planejamento. Isto é normal e não dispensa o planejamento, pois, uma das características de um bom planejamento deve ser a flexibilidade.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Explicando à criança o porquê das coisas e de seu comportamento, fazemos com que ela adquira hábitos de reflexão que a preparem para uma 'civilização em mudança', plena de situações novas às quais ela terá que se adaptar.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“(...) segundo a teoria de Piaget, o desenvolvimento da inteligência não é devido a um aumento de conhecimentos, mas a uma nova estrutura mental.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“É melhor ser realista e se ater ao que é possível e não ao que seria ideal.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“Cabe ao professor orientar a aprendizagem dos alunos no sentido de capacitá-los para criticar as informações recebidas. Para tanto deverá dar ênfase aos aspectos formativos, procurando transformar o aluno, de simples espectador, de mero e passivo receptor, de elemento manipulado pela mensagem, em elemento manipulador e crítico da mensagem. Só dessa maneira os meios de comunicação estarão colaborando para melhorar o nível de ensino.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“(...) os cinco sentidos não têm a mesma importância para a aprendizagem. (...) a percepção através de um sentido isolado é menos eficaz do que a percepção através de dois ou mais sentidos. Por isso é importante empregar métodos de ensino que utilizem simultaneamente os recursos orais e visuais.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A verdadeira disciplina, portanto, não se origina de pressões exteriores. Ela parte do íntimo do indivíduo. O indivíduo age dentro dos limites estabelecidos por ele próprio.
Sabemos, no entanto, que ninguém nasce disciplinado. Como a maior parte de nossos comportamentos, a disciplina é resultado de aprendizagens interligadas em todas as áreas — afetiva, cognitiva e motora. Começa desde os primeiros dias de vida e continua a vida toda.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A responsabilidade não nasce pronta. Deve ser aprendida. E só se aprende a ser responsável enfrentando situações de responsabilidade.”
(Claudino Piletti, no livro "Didática Geral")



“A sabedoria, ao contrário da filosofia, surge, aos olhos de Sócrates, como algo relacionado ao divino. A filosofia, por sua vez, parece alguma coisa referida ao próprio homem, que tem de haver consigo mesmo e com a linguagem na construção de um saber. Por isso, ele, Sócrates, seria apenas um leigo, um homem simples, que nada faz além de dizer a verdade. Um simples mortal. Os belos poemas cantados pelo rapsodo, ao contrário, não são humanos, nem provêm dos homens. São divinos, provenientes dos deuses. Os poetas: intérpretes desses deuses. Os rapsodos: intérpretes desses intérpretes.”
(Cláudio Oliveira, na Introdução do diálogo "Íon", de Platão)



“(...) para os gregos, a experiência da linguagem é o que há de mais extraordinário e essa mesma experiência se dá seja na poesia, seja na profecia, seja na política, seja na retórica, seja na sofística.”
(Cláudio Oliveira, na Introdução do diálogo "Íon", de Platão)



“(...) é fácil concluir que nenhuma comunicação é neutra ou ingênua, no sentido de que nela estão em jogo valores ideológicos, dos sujeitos da comunicação. Em outras palavras, as relações entre sujeitos são marcadamente ideológicas e os discursos que circulam entre eles e que estabelecem os laços de manipulação e de interação, são, por definição, também ideológicos, marcados por coerções sociais.”
(Diana Pessoa de Barros, no artigo "A Comunicação Humana")



“Muito variável em sua métrica, a Lírica criava dificuldades para sua classificação, o que não acontecia com a Épica e a Tragédia, por exemplo, que tinham pés métricos definidos. Como já podemos ver, a manifestação dos sentimentos mais íntimos não tem medida.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“O caminho da prosa poética é fascinante porque seu lugar é o entre, é o intermédio entre a poesia e a prosa, um fio de lâmina aguçado de imagens é onde ela se equilibra.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“As leis que determinam o clima poético desconhecem a objetividade racional dos elementos que compõem o mundo material. A poesia será engendrada pela subjetividade de um eu lírico comprometido em alargar as margens do particular, até levá-lo ao coração do universal.
Contudo, no contexto escolar, a poesia acaba por abrir mão de ser arte para comprometer-se em servir. Sua finalidade passa a ser a de descrever fatos e personalidades que precisam ser enaltecidos. Nesta ótica, a poesia já não busca mais atingir a essência das coisas que compõem o mundo, criando uma realidade que intensifique o sentido da realidade primeira. Ela já não vem mais do coração do todo, como lembrava Jacob Grimm. Neste contexto, ela se compromete a obedecer a um rigor formal e aos objetivos didático-pedagógicos. Essa poesia pedagógica exigirá da criança um amadurecimento precoce, uma vez que pretende conduzi-la para os padrões adultos. (...)
O processo de levar a poesia para as salas de aula muitas vezes se transforma num exercício de destruir na criança o seu ser poético, como lembra Carlos Drummond de Andrade quando aborda o problema da poesia na escola. Pergunta Drummond:
'Mas, se o adulto, na maioria dos casos, perde essa comunhão com a poesia, não estará na escola, mais do que em qualquer outra instituição social, o elemento corrosivo do instinto poético da infância que vai fenecendo, à proporção que o estudo sistemático se desenvolve, até desaparecer no homem feito e preparado supostamente para a vida?'”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Em geral, as ciganas que se oferecem para ler o destino oculto na palma de todas as mãos quase nunca predizem tragédias ou desamores. Metaforizadas em cartilhas, as mãos, tomadas por essas mulheres enfeitadas, possibilitam a leitura de futuros cheios de amor e fortuna, casamentos com muitos filhos e longas viagens. Ninguém quer ter notícias da vida como ela é. Ao contrário, queremos, muitas vezes, que nossas vidas sejam mais do que na verdade são.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Aristóteles dizia que perceber uma dificuldade e admirar-se é conhecer a própria ignorância e encetar a viagem para a sabedoria filosófica.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Para Bachelard não se voa porque se tem asas, mas tem-se asas porque se voa.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“O narrador, [no livro 'Correspondência',] quando se refere à possibilidade de um desejo que possa ter ficado oculto, levanta a certeza de que toda leitura deve estar carregada da experiência particular de cada leitor.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“O cheiro [da maçã] se faz mapa capaz de conduzir o escritor à fonte de sua vida, porque o passado revelado desse modo não é o antecedente do presente, é a sua fonte.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Para fecharmos este capítulo, retomaremos ainda Gilbert Durant quando este escreve: 'qualquer esforço de tradução do mito — como qualquer esforço para passar do semântico ao semiológico — é um esforço de empobrecimento.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“A lírica moderna tem se caracterizado sobretudo pela metalinguagem. Da metade do século passado para cá, o poeta passou a olhar demoradamente o objeto de sua atenção amorosa e quis explicá-lo, ou melhor, poetizar o próprio processo de construção do poema. O poeta defrontou-se com o fascínio e os sortilégios da linguagem. Descobriu-a mais misteriosa, para além da representação mimética das coisas; transgressora do real para representar um mundo no qual o leitor é quem cria sua referência. A linguagem pode voltar-se sobre si, cantar e nomear a si mesma, atingindo um máximo de individualidade. Nesse processo de individuação, o poeta descobriu que ela podia falar dela mesma, poetizar-se no que chamamos metapoema.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Acreditamos que toda nova atitude do homem está ligada a seu tempo. Ao debruçar-se sobre o poema, investigá-lo em suas várias formas, o poeta encarna o espírito moderno que a tudo quer explicar. Mas o poetar sobre o poema não se fecha em considerações linguísticas ou da ordem da poética. Teorizar sobre o poema pressupõe tecer a linguagem do mundo junto com a linguagem da poesia. O olhar sobre as representações sociais, psicológicas e históricas é permeado pela reflexão sobre o processo de construção poética. O artista, como se poderia imaginar, não se fecha na metapoesia, esquecido do homem e dos laços solidários com o outro. Ao pensar o poema, o artista faz aliança com a reflexão sobre a realidade do homem.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Essa nova fase da poesia reflexiva implica em três novos posicionamentos: solidão, linguagem e estética. A solidão está ligada à posição do poeta no mundo. Além de incorrer em angústias e outras experiências de origem metafísica, esse estar-no-mundo, no qual o homem não se reconhece, pois não o compreende, envolve uma incompatibilidade. Assim, o poeta está só com seu poema, em encontro com ele e em desencontro com o mundo. Em divergência com o seu tempo, o poeta descobriu a linguagem como matéria ainda inexplorada pela poesia. Com a metalinguagem, a arte, de um modo geral, ganha autonomia estética, libertando-se de qualquer função alheia à sua gênesis.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“O rio, como discurso, é recorte do mar enquanto linguagem.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Dançar requer libertação, despreendimento, despojamento; dançar é exteriorizar-se, mostrar-se. Dormir é viagem interior. Dormir é uma viagem para dentro, região de névoa que existe no homem. Ambos arrebatam: dormir é renovar-se, dançar é usar essa renovação.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“Por fazer consonância entre o real e o imaginário, a criança consegue, mais que o adulto, passar de uma instância a outra sem dificuldade.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como o leitor interfere, se é que interfere, no seu processo de criação?
— Guardo um grande respeito pelo leitor. Ele confere ao meu trabalho a condição de obra de arte ou não. Eu apenas trabalho. A aceitação pública desse meu fazer é fundamental para minha continuidade. Mas não escrevo para um leitor determinado, idealizado. Faço o melhor de mim ao exercer a minha escrita. Quero um texto aberto, capaz de acolher a muitos, ou melhor, onde muitos possam inscrever-se.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como você vê a tentativa do mercado editorial em adjetivar a literatura feita para criança em infantil, juvenil e intanto-juvenil?
— De fato é uma questão de adjetivo. O mundo gosta muito de adjetivos. Isso me leva a uma reflexão sobre a produção artística e seu consumo. A pintura, a dança, a fotografia, o teatro, não têm pré-requisitos formais para sua apreciação. Mas a literatura exige. A pessoa tem que saber ler para entrar no texto. Ela exige o veio da alfabetização. Isso torna a literatura diferente.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como você idealiza a relação entre educação e/ou escola e a literatura?
— É uma relação difícil para a minha maneira de pensar. A escola é um espaço servil (palavra feia), a literatura não se reduz a isso. Por ser assim, frequentemente, a escola usa a literatura tentando torná-la também servil, buscando adequá-la às funções da pedagogia, tentando colocá-la como objeto, ou melhor, como instrumento pedagógico. 'Vai servir para a criança aprender isso ou aquilo, dominar o conteúdo, disciplinar-se, etc.' O que a escola pretende é menor do que a arte possibilita. A escola empobrece a literatura quando interrompe o voo permitido por ela, em detrimento da formalização. A escola fala em liberdade mas pratica a contenção. A escola outorga a liberdade e a arte é liberdade.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Você escreve em prosa e no entanto acentua a ambiguidade da linguagem, o que é próprio da poesia. Você faz isso porque suas narrativas estão carregadas de traços biográficos e por isso ancoradas nas histórias do coração, ou porque sendo escritor da infância e para a infância você estaria elegendo essa linguagem para se aproximar mais do imaginário infantil, ou você é mesmo um poeta que escreve em prosa?
— A poesia não está na disposição do texto. Ela está escondida, pronta para deixar-se adivinhar (...). Toda criação é um rompimento com o cotidiano. Procuro um rompimento e não uma norma.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Poderíamos dizer que há duas linhas de criação na sua obra?
— Acho que sim. Sou muitos e mineiro. Há em mim um lugar claro e um outro obscuro. Trafego nesses dois espaços com um certo sofrimento. Tento romper mas vejo o real como um lugar comum. Os problemas do homem são sempre os mesmos: o medo, a perda, a falta, o desejo, a angústia.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como escritor e estudioso da literatura, você acompanhou o crescimento da literatura infantil brasileira. Como você pontuaria as transformações dessa literatura no país?
— Vejo com dificuldade tal questão. Há lugar para todos no mundo. Observo, porém, duas escritas para as crianças. Uma literária e outra informativa e que também está em livros. Há uma constante produção mas nem tudo que está em 'letra de forma' é literário. Quando se estuda a matemática pretende-se chegar ao máximo da linguagem da matemática. Isso acontece com a Física, a Química, a História. Quando escrevo para jovens, pareço ingênuo, mas quero também introduzir o leitor na literatura universal (...). Não quero meu trabalho como fim. Vejo como fato concreto da escola a alfabetização. Esse processo tem que ser seguro, prazeroso e definitivo. Cabe mais à escola tratar desse assunto ao traçar seus objetivos. Seria uma grande contribuição para a seleção da produção. O prazer de ler está também no susto, na afeição, no peso, na angústia diante do texto. Prazer de ler não pode ser confundido apenas com risos e alegrias precárias.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como é a relação da sua memória com o poético?
— Só existem no mundo dois lugares para se falar da gente: no divã do psicanalista ou por meio da escrita. De outro jeito fica vulgar ou vira 'fofoca'. E como é necessário falar para buscar a 'cura', escolhi a palavra escrita. A literatura confere dignidade mesmo ao mais primário (...). Minha memória é mais da falta do que do realizado. Minha memória é de lembrança de faltas sucessivas. Se foi desejo, foi poético. Como cada palavra é plural e conduz a uma 'estrutura ausente', a poesia está em sonhar o 'fora'. A poesia está no amarrar as coisas. Meu avô, por parte de pai, passou a vida debruçado na janela vendo o mundo passar. Meu pai, quando construiu a sua casa em Pará de Minas, fez uma casa sem janelas na frente. Meu avô continua debruçado nas janelas que faltam. Entende? As coisas existem independente de nós, mas cabe à poesia amarrá-las, desde que com laço frouxo.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como você trabalha o seu texto de forma biográfica e assim mesmo atinge um público que ainda não tem a noção da memória bem estabelecida?
— Volto a dizer: a criança vive o tempo da urgência. Parece-me que trabalhar com a memória é voltar a um tempo anterior, a um tempo de lembranças. Mas se está presente não pode ser memória. O tempo é inteiro.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Na sua opinião, o que garante a um texto o estatuto de poético?
— O poético está na possibilidade do texto em exilar-me para um lugar onde a solidão é um presente.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“— Como você se sente em perseguir uma prosa poética num tempo em que o conhecimento mítico perdeu seu espaço para o conhecimento científico?
— Não há nada tão místico como o conhecimento científico. Cada revelação, cada descoberta, cada enunciado traz um novo mistério. Tudo é possível de explicação menos o incômodo de sentir desejo. O científico é também movido pelo desejo, pelo não-saber.”
(Ebe Maria de Lima, no livro "Literatura Sem Fronteiras - Uma Leitura Da Obra De Bartolomeu Campos Queirós")



“No Evangelho, como já dissemos, está claramente demonstrada pelo próprio mestre a natureza do veredito: passarão para a direita os espíritos julgados merecedores de acesso, aqueles que, pelo seu próprio esforço, conseguiram a necessária transformação moral; os já então incapazes de ações criminosas conscientes; os que tiveram dominado os instintos da violência, pela paz; do egoísmo, pelo desprendimento; da ambição, pela renúncia; da sensualidade, pela pureza.”
(Edgard Armond, no livro “Os Exilados Da Capela”)



“A ciência produziu frutos em largas messes que, entretanto, têm sido amargos, não servindo para alimentar a alma, enobrecendo-a.”
(Edgard Armond, no livro “Os Exilados Da Capela”)



“(...) a pergunta que me move é como cada um inventa uma vida. Como cada um cria sentido para os dias, quase nu e com tão pouco. Como cada um se arranca do silêncio para virar narrativa. Como cada um habita-se.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Lembranças não são fatos, mas as verdades que constituem aquele que lembra. Recordações são fragmentos de tempo. Com elas costuramos um corpo de palavras que nos permite sustentar uma vida.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Esta é a minha memória. Dela eu sou aquela que nasce, mas também sou a parteira.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) percebo que o escuro era uma ausência. Uma ausência de palavras. Essa escuridão é minha pré-história. Eu antes da história, eu antes das palavras.
Eu caos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Desde o início o mundo doeu em mim. Dentro, mas também fora. Alguns creem que as memórias da primeira infância ou são boas ou não existem, temerosos de que até o mito da infância feliz lhes escape.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Sempre vou temer o retorno da escuridão, que para mim é o mundo sem palavras.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Durante a infância minha mãe nos carregou, a mim e a meus irmãos, para o túmulo da filha que morreu. (...) Talvez minha mãe não pudesse acreditar e precisasse repetir, repetir, repetir. E a cada repetição, eu, a filha viva, sentia que a viva era a outra. E, mais morta do que viva, eu falhava em fazer renascer as partes ausentes da minha mãe. Só muito mais tarde eu descobriria que esta é a sina dos filhos que sobrevivem, chapinhando no lago escuro e sem fundo que é a dor sem consolo de pais órfãos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Em momentos transtornadores (...), as palavras me exasperam com sua insuficiência e o corpo começa a doer de falta.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) para a banalidade do mal, como nos mostrou Hannah Arendt, sempre bastou a ação de alguns e a omissão de todos os outros.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Quando se escreve memórias de palavras, os tempos se misturam. O passado não existe, assim como o futuro. O que há é um eu inventando um passado e um futuro, no presente. Que em seguida escapa. O presente como um tempo que não existe, uma impossibilidade lógica.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Décadas mais tarde (...), empreenderia como repórter uma travessia funda pela morte. Não a morte violenta que está nos jornais, mas a morte silenciada - e silenciada por ser a morte que a maioria de nós terá. A morte por doença, a morte por velhice.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Maninha não tinha vivido apenas cinco meses, já que o tempo de um filho não se mede por dias, meses ou anos. Um filho é mundo sem tempo. Eu estava diante de mulheres empaladas pela dor. O resto era mal-entendido. Há mal-entendidos demais numa vida humana.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) acompanhávamos as peripécias da heroína, dia após dia, até o catártico final feliz. Que, por paradoxal que fosse, era também um pouco triste, porque depois dele havia só a nossa vida. E nela, a tristeza, assim como a felicidade, eram mais cinzas.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Assim que encontrou uma combinação que lhe pareceu harmoniosa, uma nova novela de rádio foi ao ar e a heroína era justamente Isabel Cristina. Minha mãe desistiu do nome, temerosa de que nascessem Isabéis Cristinas demais no mundo, o que demonstrava uma tentativa amorosa de me destacar na multidão. Mas eu não entendi dessa maneira. Para mim, minha mãe me negara um nome de heroína. Das mães, como se sabe, é preciso arrancar-se.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Penso que meu tio sofria, mas até hoje, naquele mundo rural, o alcoolismo é uma falha de caráter. Suficiente para um desprezo público ou uma tolerância condescendente, insuficiente para qualquer ajuda.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Eu era rodeada por mulheres bondosas demais, e tristes, muito tristes. No mundo onde eu nasci ser mulher era suportar a vida. O fardo, a cruz, dia após dia. Essas eram as santas, as putas não me eram apresentadas. Eu não queria ser uma santa.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Pelas fábulas de família minha avó resgatava um pretérito que nunca teve. Se não era possível alcançar um amanhecer mais próximo de seus suspiros, ela compensava alinhavando seu antes com linhas bem coloridas, às vezes extravagantes. Minha avó sabia que, para algumas vidas, é mais fácil mudar o passado que o futuro.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Minha avó descendia de uma família que falava com os mortos. Não como algo assustador ou sobrenatural, mas como parte da rotina da casa. Não havia fronteiras entre o mundo de cá e o de lá. Nem grandes revelações. Eram fantasmas bem domésticos. Os mortos seguiam na mesma toada de quando ainda eram vivos, arrastando pela casa seus chinelos de fumaça, assim como seus hábitos e seus arrependimentos. A diferença se dava no fato de que ninguém mais precisava gastar com seu sustento. E recebiam ainda menos atenção do que quando vivos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) são muitos os iletrados que fazem literatura pela boca, porque donos de palavras que apenas não se escrevem.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Arrastaremos para sempre os cadáveres de nossas letras.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Ainda sem perceber que era lá que o coração daquelas mulheres pulsava em desatino, para onde escapavam de um corpo em que o desejo fora sepultado sob a lápide do casamento, das convenções e dos dias.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Na cidade pequena, os papéis atribuídos a cada um são de cimento. Ou arranca-se essa máscara colada no rosto como se fosse pele ou acabou-se.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Não era capaz de racionalizar, mas sentia que apenas o caos fazia sentido. A vida se dava no descontrole, não nas regras que regiam uma cidade que era o mundo inteiro. De algum modo, o jardim manteve intacta uma porção da minha sanidade. Da infância, somos todos sobreviventes.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“A vida de cada um é também a tessitura desse monstruário pessoal no qual vamos nomeando os seres que assombram apenas a nós. Aqueles que nascem de uma mitologia íntima, forjada em nosso confronto com o real, sempre muito mais apavorante. (...) Gosto de chamar meus monstros pelo nome. E sei que é mais fácil encará-la como monstro do que olhar em seus olhos tão desesperadamente humanos e enxergar neles o pavor da morte.
É o contrário do que parece ser. Antes de nos assombrar, os monstros eram humanos. Eles nos assustam pela lembrança de sua humanidade. A monstruosidade é o que nos ajuda a suportá-los.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Eu tinha idade suficiente para saber que faria algo bem errado, mas também sentia em meus ossos de passarinho que era a coisa certa a fazer.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Hoje, ao lançar meus anzóis no lago nebuloso do passado, em busca de um mapa cujo único destino sou eu, percebo que escrever me salvou de tantas maneiras e também desta. Desde pequena eu tenho muita raiva — e quase nenhuma resignação. A reportagem me deu a chance de causar incêndios sem fogo e espernear contra as injustiças do mundo sem ir para a cadeia. Escrevo para não morrer, mas escrevo também para não matar.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Ouvi de alguns chefes que a indignação faz mal para o exercício do jornalismo, que bom jornalista não tem causa. Discordo. Indignação só não faz bem para quem tem como única causa a do patrão.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Do encontro entre o pênis violento dos sinhozinhos e a vagina seca das pretas cativas construíram-se capítulos da história do Brasil.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“E com o nome veio um mundo inteiro, quase um desvario.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Meu pai descobriu ali que ler podia ser uma maldição. Mas aceitou o preço, às vezes alto, de decifrar as letras.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“E aprendi com minha tia Nair que a melhor maneira de homenagear os que partiram era viver.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Nas andanças pelo Brasil que, muito mais tarde, eu faria como repórter, escutei de homens e mulheres das mais variadas geografias uma expressão que revela a finura da linguagem do povo brasileiro: 'Sou cego das letras'. Era como expressavam, em voz sentida, sua condição de analfabeto.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Lembro-me ali de quem escolhi ser. E Luzia sussura: ser é perder-se.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Há realidades que só a ficção suporta. Precisam ser inventadas para ser contadas.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Escolhi viver sem fronteiras definidas, nações não me interessam, limites só me importam os da ética. Tenho um coração andarilho (...).”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“É este afinal o sentido da literatura da vida real. Ou pelo menos um deles. Tentar amalgamar pela linguagem o que foi separado pela carne. Mas a palavra é desde sempre insuficiente para abarcar a vida e aquele que escreve se condena ao fracasso. Se esta é a maldição, é também a beleza pungente dessa busca.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“No meu nome carrego o que sou e o que não sou, sustento o que busco e não alcanço, assim como o vazio entre as letras, o incapturável em mim. O indizível que também me constitui.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Há uma autonomia na forma como damos carne ao nosso nome com a vida que construímos — e não com a que herdamos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Presença e ausência são, afinal, a essência de todos os nomes. Não posso corrigi-lo porque para mim não é erro — e sim marca.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Entender rápido demais pode ser um perigo, já que tudo pode significar — ou não significar coisa alguma. O passado só existe a partir de um narrador no presente que é tanto um decifrador quanto um criador de sentidos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Eu não era má nem queria provocar. Talvez só um pouquinho. Queria mesmo entender. Minha curiosidade era real e, em casa, sempre pude fazer qualquer pergunta sem medo. A escola, eu logo descobriria, era bem menos aberta a questões fora do manual.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“O lugar da realidade se inverteu. A paisagem dos livros era a real. A da vida concreta era sonho. Eu me movia por ela e fazia o que esperavam que fizesse, mas eu não estava ali. Estava lá.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Desde que o primeiro livro se abriu para mim (e se fechou sobre mim), o cotidiano tornou-se um fardo a suportar. Era aquém demais. Sempre havia sido, mas agora existia uma maneira de escapar. Os livros me carregaram para dentro.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Na minha casa, a literatura era o território da liberdade e a busca pertencia a cada um. Meus pais amavam tanto os livros que jamais ousariam profaná-los com uma censura.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Aprendi ali que ninguém é substituível. Alguns se tornam substituíveis ao se deixar reduzir a apertador de parafusos da máquina do mundo. Alienam-se do seu mistério, esquecem-se de que cada um é arranjo único e irrepetível na vastidão do universo. Quando a alma estala fingem não saber de onde vem a dor. Então engolem a última droga da indústria farmacêutica para silenciar suas porções ainda vivas. Teriam mais chance se ousassem se apropriar de sua singularidade. E se tornassem o que são. Para se perder logo adiante e se buscar mais uma vez, já que ser é também a experiência de não ser.
Somos igualmente diferentes, a única desigualdade que nos iguala. A singularidade do que sou, só eu sou. A singularidade do que é você, só você é. O que deixarmos de criar será uma ausência no mundo. Uma existência perdida — ou desperdiçada — faz um rasgo no tecido invisível da história.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Para mim, as notícias habitam os detalhes, às vezes empoeirados, do cotidiano.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) tão difícil quanto partir era permanecer.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Lili tinha asas na alma. E às vezes se esquecia disso.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Lili, você é um presente para sempre presente em tudo o que sou.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Acredito que não se pode conhecer uma pessoa, um grupo, uma aldeia ou um país sem habitá-lo por ao menos um domingo, esse dia esgarçado em que nossas ausências gritam e o silêncio ensurdece.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“E foi num domingo que eu nasci como palavra. Esse parto eu mesma fiz. Desde então, parto para continuar íntegra — eu partida, de partida.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Lembro do sentimento duplo, a autonomia e a ameaça. Nunca me livrei dessas duas emoções conflitantes, mas sempre lado a lado numa sociedade machista até hoje. Eu já sabia que tinha uma boceta e que esse fato me tornava uma presa em potencial.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Na minha infância não se falava em trauma. Nós éramos mais ou menos consolados, e a vida seguia sem muito espaço para dramas. Fazia parte do processo educativo aprender a resolver os próprios problemas desde cedo. Me virei como pude.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Ao testemunhar seu destino, ano após ano, e compará-lo ao meu, compreendi o que é desigualdade. A mais abjeta das desigualdades, a de origem. Compreendi que ela tinha me roubado 7 cruzeiros e a inocência, mas que a nossa queda de braço ela já tinha perdido ao nascer.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Eu não sei o seu nome, e é grande a probabilidade de que ela esteja morta. Mulheres de classe média como eu tentam aprender a envelhecer. Mulheres como ela tentam não morrer antes dos vinte. Pode ser que hoje ela só viva em mim — e a memória seja a única vida que eu possa lhe dar.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Ela me ensinou que os dentes do mundo estão sobre nossos corpos. Muito mais no corpo dela do que no meu. Não há nada pior — nada — do que ser criança, menina, e viver (e morrer) no desamparo. Em algum momento no qual nossos olhos se encontraram, eu compreendi que a guerra não era entre nós. Nunca havia sido entre nós.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Meu pai acreditava que a casa só seria sólida se tivesse as portas e as janelas abertas para o mundo e para as novidades trazidas pelos filhos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“À margem de lugar nenhum, o sem-lugar só se reconhece no exílio.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Quando me tornei repórter, sofria se alterassem o meu texto. Até hoje não suporto. Sou aberta a sugestões, mas quem escreve, com palavras minhas, sou eu. Em meus textos sou a autora de todas as vírgulas. As faltas e também os excessos me pertencem. Só assim sustento o frágil equilíbrio que me mantém na posse de mim mesma.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Não sou capaz de esconder sentimentos, o que faz de mim uma aleijada social. O que vivo escapa pelos meus olhos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Sei que, numa reportagem, cada um conta uma parte. E para contar bem a sua parte é preciso primeiro se sentir parte. Como editora de minhas reportagens, a mim cabe garantir que todas as partes dialoguem entre si. Quando me descobriam pela redação nas madrugadas, a última a ir embora, alguns colegas achavam que era exagerada. Eu sou exagerada. Por que eu não deveria ser exagerada? (...) Se isso é loucura, acho que a minha faz mais bem ao mundo do que a lucidez de uns tantos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“A forma como a palavra era um corpo no qual cabia a coisa e o efeito da coisa, o significante e o significado.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“A lei era estúpida, mas, algumas raras vezes, a estupidez nos ajuda.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Eu era delicada demais para a puberdade e para toda a violência que vem com a condição feminina quando o corpo se torna um corpo para o sexo.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“A bomba — o signo da coisa e não a coisa — resgatou em mim a possibilidade de que o horror pudesse ser pronunciado sem que eu morresse — ou matasse.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Percebi que as palavras poderiam matar.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“Aos poucos percebi que só poderia me colocar diante do outro, de todos os outros, como eu era. Quebrada. Com toda a integridade das minhas fraturas, das quais finalmente fiz um vitral. Uma quebrada diante de quebrados, esse é o pacto em meus encontros públicos.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“(...) durante uma palestra numa favela do Rio, um homem comentou, referindo-se à minha fragilidade exposta: 'Achei, num determinado momento, que você se desmancharia'. Respondi: 'Eu quase me desmancho'. Quase. Minha força é, agora eu sei, saber-me quebrada.”
(Eliane Brum, no livro "Meus Desacontecimentos - A História Da Minha Vida Com As Palavras")



“A Ciência de todos os séculos está cheia de apóstolos e missionários. Todos eles foram inspirados ao seu tempo, refletindo a claridade das Alturas, que as experiências do Infinito lhes imprimiram na memória espiritual, e exteriorizando os defeitos e concepções da época em que viveram, na feição humana de sua personalidade.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“Quase todos os mundos que lhe são dependentes [dependentes de Capela] já se purificaram física e moralmente, examinadas as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras pré-históricas de sua existência, marcham uns contra os outros ao som de hinos guerreiros, desconhecendo os mais comezinhos princípios de fraternidade e pouco realizando em favor da extinção do egoísmo, da vaidade, do seu infeliz orgulho.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“Quanto ao fato de se verificar a reencarnação de Espíritos tão avançados em conhecimentos, em corpos de raças primigênias, não deve causar repugnância ao entendimento. Lembremo-nos de que um metal puro, como o ouro, por exemplo, não se modifica pela circunstância de se apresentar em vaso imundo, ou disforme. Toda oportunidade de realização do bem é sagrada. Quanto ao mais, que fazer com o trabalhador desatento que estraçalha no mal todos os instrumentos perfeitos que lhe são confiados? Seu direito, aos aparelhos mais preciosos, sofrerá solução de continuidade. A educação generosa e justa ordenará a localização de seus esforços em maquinaria imperfeita, até que saiba valorizar as preciosidades em mão. A todo tempo, a máquina deve estar de acordo com as disposições do operário, para que o dever cumprido seja caminho aberto a direitos novos.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“Nos bastidores da civilização, somos compelidos a reconhecer que a Índia foi a matriz de todas as filosofias e religiões da humanidade, inclusive do Materialismo, que lá nasceu na escola dos charvacas.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“É que a civilização e o progresso, como a própria vida, dependem de trocas incessantes. O universo, na sua constituição maravilhosa, não criou nem sanciona leis de isolamento na comunidade eterna dos mundos e dos seres. A existência é uma longa escada, na qual todas as almas devem dar-se as mãos, na subida para o conhecimento (...).”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“A vida é a harmonia dos movimentos, resultante das trocas incessantes no seio da natureza visível e invisível. Sua manutenção depende da atividade de todos os mundos e de todos os seres.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“Sócrates é acusado de perverter os jovens atenienses, instilando-lhes o veneno da liberdade nos corações.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“— Sócrates, Sócrates, os juízes te condenaram à morte...
— Que tem isso? — responde resignadamente o filósofo — eles também estão condenados pela natureza.”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“É que, portas adentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas...”
(Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, no livro "A Caminho Da Luz")



“Um excesso de infância é um germe de poema.”
(Gaston Bachelard, no livro "A Poética do Devaneio")



“Lembre-se: o momento em que você aceita total responsabilidade por tudo em sua vida é o momento em que você reinvindica o poder para mudar qualquer coisa em sua vida.”
(Hal Elrod, no livro "O Milagre Da Manhã")



“Se você não controlar seus hábitos, seus hábitos vão controlar você.”
(Hal Elrod, no livro "O Milagre Da Manhã")



“Quem você está se tornando é muito mais importante do que o que você está fazendo. Ainda assim, o que você está fazendo é o que está determinando em quem você está se tornando.”
(Hal Elrod, no livro "O Milagre Da Manhã")



“(...) a referência ou remissão nem sempre se estabelece sem ambiguidade. Havendo, no co-texto, dois ou mais referentes potenciais para uma forma remissiva, a decisão do leitor/ouvinte terá de se basear nas predicações feitas sobre elas, levando em conta todo o universo textual em que estão inseridas. Cabe, pois, ao produtor do texto evitar, sempre que possível, a ambiguidade potencial de referência.”
(Ingedore Villaça Koch, no livro "A Coesão Textual")



“(...) podemos afirmar que a coerência não é nem característica do texto, nem dos usuários do mesmo, mas está no processo que coloca texto e usuários em relação numa situação comunicativa.”
(Ingedore Villaça Koch & Luiz Carlos Travaglia, no livro "A Coerência Textual")



“Efetivamente, a língua, sob a forma de uma entidade concreta, não existe. O que existe são falantes; são grupos de falantes. A língua, tomada em si mesma, não passa de uma abstração, de uma possibilidade, de uma hipótese. O que existe de concreto, de observável são os falantes, que, sempre, numa situação particular, usam (e criam!) os recursos linguísticos para interagirem uns com os outros e fazerem circular a gama de valores culturais que marcam cada lugar, cada situação e cada tempo.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“Seria bem mais proveitoso e mais animador se as mudanças linguísticas fossem vistas simplesmente como mudanças, como diferenças, algo inevitavelmente esperado na normalidade dos fatos sociais e históricos. Ou algo inteiramente previsível nos contextos regulados pelas instituições humanas. Numa palavra: algo normal. E mais: até enriquecedor.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“Os programas de línguas teriam outra orientação se fossem inspirados pela procura do que uma pessoa precisa saber para atuar socialmente com eficácia. Os pontos da gramática ou do léxico não viriam à sala de aula simplesmente porque estão no programa nem viriam na ordem em que lá estão. Viriam por exigência do que os alunos precisam ir aprendendo, para serem comunicativamente competentes e, assim, construírem e interpretarem os diferentes gêneros, adequada e relevantemente. Vale salientar que, de acordo com essa perspectiva, muda não apenas a ordem em que as questões aparecem. Mudam as próprias questões do programa, agora consideradas relevantes na medida em que interferem na construção e na interpretação da própria atividade verbal.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“Falta, na verdade, um engajamento da sociedade nos programas de educação de sua comunidade. A escola pública não é coisa do governo. É coisa nossa. É coisa de todos. Nos diz respeito. O desenvolvimento é de todos e para todos. (...) A comunidade precisa, portanto, entrar na escola, assumi-la, como alguma coisa que também lhe pertence.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“As palavras — com seus sentidos básicos — funcionam como as margens de um rio: se, por um lado, limitam o percurso das águas, por outro possibilitam seu curso. Sem a margem, o rio perde a sua identidade.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“Ora, a outra face da escrita é a leitura. Tudo o que é escrito se completa quando é lido por alguém. Escrever e ler são dois atos diferentes do mesmo drama (ou da mesma trama!).”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“Não se nasce com o gosto pela leitura, do mesmo modo que não se nasce com o gosto por coisa nenhuma. (...) Como vimos, o gosto por ler literatura é aprendido por um estado de sedução, de fascínio, de encantamento. Um estado que precisa ser estimulado, exercitado e vivido.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“(...) todas as atividades que envolvem a linguagem são, necessariamente, intertextuais. Ninguém é absolutamente original. Na verdade, a história é apenas o registro do grande discurso humano que nunca se partiu.”
(Irandé Antunes, no livro "Língua, Texto E Ensino")



“O posicionamento íntimo é o que dá direcionamento à vida.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Levando em conta o acúmulo de experiências adquiridas, a consciência resulta, na atual vida, na versão mais avançada dela mesma.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Este é o resultado dentro desta interligação da teia assistencial: ao melhorar-me estou inevitavelmente influenciando o entorno.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Através desta autoconsciência, consigo verificar: possuo traços natos, tanto maduros quanto imaturos. Vieram comigo de outras vidas. Essa é mais uma oportunidade para desenvolver-me, qualificar-me e retratar-me perante as sucessivas vidas já experimentadas.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A antimaternidade é a opção consciente da mulher por não ter filhos, ou seja, estar mulher e não estar mãe.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Sou o responsável pelos fatos, atos, acontecimentos à minha volta. Não existem mais culpados, e sim possibilidades de reconstruções e reconciliações de erros do passado. A responsabilidade é minha.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Conhecer a possibilidade da verdade relativa de ponta é permitir renovar-se constantemente, e assim transformar a rotina em um novo momento todo dia.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Amar alguém é doar-se, sem exigir nada em troca. Amar alguém é quando fazemos pelo outro, desejando acontecer o melhor evolutivamente, sem reivindicações.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Compreendi: é possível dar ou doar somente aquilo que temos.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A consciência não tem sexo: utiliza veículos sofisticados para aprender com eles, ora estando homem, ora estando mulher.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Nosso maior medo não é o de sermos capazes. Nosso maior medo é de descobrir que somos muito mais capazes do que pensamos.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Ser medíocre não vai ajudar em nada o mundo, ou quem quer que seja. Não existe nenhum mérito em diminuir nossos talentos e responsabilidades apenas para não deixarmos os outros inseguros ao nosso lado.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Você só faz aquilo que você prioriza.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A programação existencial é individual e por isso as escolhas também devem ser individuais.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Os filhos devem ser tratados multidimensionalmente. São consciências e terão suas próprias responsabilidades neste momento evolutivo. Por isso, deve lhes ser concedido o livre-arbítrio, entendendo e respeitando suas escolhas, sendo necessária a transmissão de valores para ajudá-los nesta reconstrução consciencial. É necessário não transferir aos filhos os sonhos sonhados por seus pais, as não realizações e as obrigações. Educar é respeitar a consciência com seu respectivo histórico evolutivo.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“É necessário aprender e ensinar o respeito às diferenças.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“'Adoção' tem as mesmas letras que 'doação'. Esse é o seu real significado quando norteada pelo discernimento e pela cosmoética.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A adoção saudável só poderá existir quando a escolha estiver embasada na interassistencialidade, o traço força de uma relação afetiva.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Existem algumas correntes, principalmente as religiosas, favoráveis à proibição do aborto, por se tratar de um atentado à vida. Esquecem de olhar a qualidade de vida à qual esta criança estará sujeita caso nasça em uma família despreparada para cuidar e educar este novo ser.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“O passado não pode ser mudado, mas o aprendizado com ele pode nos transformar para melhor.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Seus valores passam a ser adversos à evolução, pois investe todo o seu tempo em acumular riquezas e aventuras e acaba perdendo-se em seu mundo. Essa decisão pode comprometer o avanço de várias outras pessoas, cuja evolução estava associada às suas mudanças e esperavam aprender através do exemplarismo.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Quando alguém no grupo deixa de fazer a sua parte, todo o trabalho evolutivo pode ficar prejudicado.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A evolução é individual, mas estamos todos interligados.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“O desenvolvimento do parapsiquismo é acessível a qualquer pessoa, através de técnicas, vontade e intencionalidade evolutiva.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Somente vivenciando o respeito para consigo será possível respeitar o outro.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Reflita, pondere e faça suas escolhas. O tempo mostrará os resultados e a sua decisão mudará o seu mundo. Essa mudança repercutirá em todo o Universo, pois estamos interligados, conectados a tudo e a todos. Isso é fato.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“A responsabilidade quanto à maternidade é maior do que muitas mães conseguem perceber. Muitas vezes até delegam a terceiros esse papel, quando têm filhos apenas para cumprir o roteiro mesológico.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Nós não vemos as coisas como elas são. Nós as vemos como nós somos.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“O amor verdadeiro — aquele que diz o 'não' bem-intencionado, mas também abraça para comemorar uma conquista e ampara em uma derrota — e o sentimento sincero de educar com ética e responsabilidade alicerçam a transposição de obstáculos e a superação das barreiras — vividas e experimentadas durante o amadurecimento de cada ser.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Diariamente cada um de nós usa o seu livre-arbítrio para a construção pessoal. O resultado do que cada um é hoje é consequência dessas escolhas e das ações adotadas para efetivá-las.”
(Jackeline Bittencourt de Lima, no livro "Maternidade E Antimaternidade Lúcida - A Escolha É Sua")



“Abrir um livro é como abrir uma porta. Obrigado por ter-me aberto a sua! Porém, não me deixe assim plantado na soleira da sua atenção! Posso entrar e pousar no chão estas pesadas valises?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“E se o caminho fosse dentro de nós mesmos?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Deixando de lado as impressões registradas durante a vida intrauterina, não somos, ao nascer, essa folha sobre a qual as experiências da vida virão, progressivamente, deixar suas marcas, como alguns psicólogos afirmam. Segundo o Yoga, somos possuidores de uma herança adquirida ao longo de muitas vidas anteriores e causa dos Vásanas, ou tendências latentes específicas a cada um de nós e com as quais viemos ao mundo.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Ações e reações, experiências novas e novas tendências, o barco da vida voga sobre correntezas se contrariando e ondas circunstanciais entrechocando-se e, não raro, acontece de ficarmos desorientados até perder o rumo inicial para o qual os nossos Vásanas pareciam logicamente apontar.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Gente, vocês precisam entender! Havia adentrado, com total lucidez, no outro lado da vida para descobrir... A VIDA!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A morte não existe. Só existe a vida que a consciência vai percorrendo.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Tentei explicar aos meus amigos que a guerra estava ainda muito presente em meu espírito, que se eu estava ainda vivo era graças a esse tipo de reação instantânea que motivava agora a hilaridade deles.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“— O Yoga não pôde desenvolvê-lo muscularmente?
— Não, senhor. O Yoga me deu resistência física e nervosa, saúde orgânica, controle emocional e mental; contudo, não me deu um corpo apolíneo, pois seu objetivo não é este.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Algumas moças quiseram verificar se as primeiras observações dos seus amigos a meu respeito tinham fundamento, pois tive que recusar vários convites 'para ouvir uns discos em casa'. Recusava, de uma forma delicada mas firme, e fazia entender que a fidelidade era para mim, como continua sendo, um princípio absoluto de comportamento. Essas morenas livres e sensuais foram um teste. Passei, incólume, por ele.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Qualquer que tenha sido o sentido dessas palavras, não me atingiram, pois eu fui fiel principalmente a mim mesmo, fiel ao ideal de vida que eu me havia fixado.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Tinha clara consciência de minha esquisitice ao vestir aquela túnica, mas submetia-me de bom grado a esta prova, visando a combater um defeito comum a todos nós: o excesso de amor-próprio.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“O que sou eu, afinal, se meu aspecto exterior exerce tanto poder sobre meu comportamento emocional?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Deus tem muitos nomes e a intenção importa muito mais do que a forma. Feliz daquele que ao passar diante de igreja católica ou protestante, de templo hindu, de mesquita, de sinagoga, de stupa budista ou de templo parsi do fogo, sinta em sua alma o mesmo respeito e amor. Feliz ainda mais é aquele que purifica seu coração e faz dele o templo dos templos.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Fiz questão de contar este episódio engraçado porque é bom não nos levar demasiadamente a sério... É bom rir de nós mesmos... Quando pensamos que somos diferentes ou superiores, acontecem estes pequenos fatos que servem para levar-nos a uma apreciação menos pedante de nós mesmos. O senso de humor é ainda a nossa maior arma para lutar contra a vaidade.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Pegue as suas asas e voe!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“'Voar com suas próprias asas', com a liberdade e, também, o risco do voo individual, 'para o alto', ou ajustar seus passos ao lento caminhar de ruminantes indo, dia após dia, do pasto ao estábulo e do estábulo para o pasto, símbolo das comunidades religiosas?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A escolha é nossa?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Sentar-se em postura de meditação é a coisa mais natural para o indiano. É assim que ele estudou na escola primária e que ele fica no templo ou durante meetings políticos. É para ele uma posição de trabalho ou descanso e não é raro ver um respeitável diretor de firma, sentado numa confortável poltrona, em seu escritório de molde ocidental, puxar discretamente, atrás de sua moderna escrivaninha, uma perna depois a outra para cruzá-las na postura clássica do Yoga, pois assim se sente mais confortável.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro “Globe-trotter da Consciência - Do Yoga à Conscienciologia”)



“Ao 'chorar os nossos mortos', penso que manifestamos, sobretudo, o nosso egoísmo.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Ao tempo, longínquo, em que os homens conversavam com os deuses, um fazendeiro e o Diabo estavam sentados à beira de um caminho. Falavam de tudo e nada, do tempo, do sol, da chuva, das colheitas a virem, etc., quando, vindo de direções opostas, a Verdade e um homem cruzaram caminho diante dos dois conversadores. A Verdade carregava, nas costas, um saco abarrotado de... 'verdades' e uma delas caiu ao chão. O homem, precipitando-se, apanhou o pedaço de verdade e saiu correndo, gritando:
— A Verdade, eu tenho a Verdade!
O fazendeiro, atônito, olhou para o Diabo e disse:
— Sr. Diabo, o senhor não fez nada para impedir?
— Não. Por quê?
— Porque agora esse homem vai proclamar essa verdade aos quatro ventos e difundi-la... e assim findará o poder do senhor, poder assentado sobre a ignorância.
— Bem, pelo contrário — retrucou o Diabo — pois a primeira coisa que ele vai fazer é transformar esse pedaço de verdade em mais um dogma, aumentando, assim, a confusão e, consequentemente, o meu poder!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“E todas as vezes que eu uso o termo 'Deus', sinto um evidente constrangimento, pois faz muito tempo que eu extirpei de mim o conceito infantil e machista de uma suprema autoridade masculina (Deus, o Senhor, o Pai, o Criador), de um Deus ciumento, vingativo, irado, autoritário, protegendo as ovelhas do seu rebanho (que imagem mais triste de total passividade!) e castigando sem piedade os que não se submetiam cegamente a ele. Em suma, uma autoridade divina com humanos defeitos elevados à potência cósmica. Terrível!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Ao entrar no pequeno e tranquilo cemitério para verificar com o guardião o lugar do jazigo que acabara de comprar, lembrei-me da citação que, às vezes, ornamenta o portão de entrada: 'Lembres que és pó e ao pó voltarás'. Que sentença mais tetricamente materialista por parte de uma religião que se diz portadora da 'boa nova'. Se isto é boa nova, passe bem e muito obrigado!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A pessoa que dedica o melhor da sua existência em aliviar a dor do próximo acaba, às vezes, adquirindo poderes, não importando a fé que professe ou professando nenhuma.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A gratidão, para certas pessoas, é um fardo muito pesado a carregar, sobretudo quando elas têm que escolher entre esse sentimento e um excuso interesse material ou, ainda, possam sentir amargor, consequência de um injustificado e infantil complexo de inferioridade, gerando o desejo de afirmar que 'eu também existo, nem que para provar isto eu tenha que agredi-lo!'.
Não importa o motivo, porque, em relação a elas, somos nós os devedores. Por acaso não foram elas que nos deram a oportunidade de desenvolver e manifestar o nosso senso de compreensão e fraternidade?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Existe no Brasil uma simpática fórmula de boa educação que se usa, às vezes, ao despedir-se de alguém: 'desculpe qualquer coisa!'.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“As mesmas causas produzem os mesmos efeitos.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A lição dessa vivência é que ser o campeão, mesmo (e, talvez, sobretudo) de uma causa muito nobre, é dever, é estar preparado para encontrar-se, um dia, sozinho, no meio da arena da vida, sem armas e sem escudos para lutar ou proteger-se contra a calúnia, a traição, mas o importante é, de uma forma real, efetiva, profunda, poder compreender o mecanismo da reprodução cármica de certos conflitos e perdoar, para que os mesmos não venham a repetir-se vida após vida.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“O nosso carma pessoal está relacionado a outros carmas individuais. Lembre-se do ato de tricotar um 'swetter' de lã. Se perder um ponto, é só puxar, em seguida, o fio na lã e todo o 'swetter' desmancha. Quem sabe se, ao compreender a fundo o mecanismo da interprisão cármica em seus aspectos negativos, não será como criar esse vazio (esse ponto que falta) pelo fato de não responder ao ódio, ou ao ato vingativo pelo desejo de vingar-se e desfazer assim, uma trama cármica nefasta que estava prestes a prosseguir.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Os verdadeiros Mestres nunca fazem demonstração gratuita dos seus siddhis ou poderes.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“(...) a morte é a libertação, o abrir feliz de uma gaiola que prende em espaço demasiado exíguo o pássaro enamorado da imensidão.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“— Peço a sua bênção.
— Pratique Yoga e abençoará a si mesma!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“(...) mas por que uso a palavra 'recluso' se a liberdade é uma condição interna do Ser?”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Ao contrário do que muita gente pensa, numerosos yogis de grande adiantamento espiritual vivem, na Índia, vida normal em sociedade, sendo comerciantes, funcionários, professores, militares, etc..”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“O Yoga não menospreza nem condena o sexo, muito ao contrário, utiliza-se dessa energia cósmica para transformá-la em energia mental e espiritual, evitando, assim, desequilíbrio e frustrações causadas pela continência antinatural, pregada por certas doutrinas religiosas.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“O sutil domina sempre o grosseiro.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Ao contrário do que se possa pensar, essa forma de comer (com as mãos, em folhas de figueira) é higiênica. As folhas são lavadas, na água corrente, antes de elas servirem de prato. Cada conviva lava demoradamente as mãos antes de passar no refeitório. Além do mais, ao utilizar a mão, nenhum indiano se queima, pois os dedos são órgãos de percepção e informação que permitem analisar a temperatura dos alimentos. O tato participa também do prazer de comer, sentindo a textura, a elasticidade, a maciez, o aveludado, etc., dos alimentos constituindo a refeição.
Depois, as folhas são oferecidas às vacas e o que cai no chão se transforma em festim para os passarinhos e as formigas.
E nós, quando vamos ao restaurante, podemos ter certeza da limpeza dos pratos e talheres dispostos na mesa? Às vezes é melhor evitar pensar em que boca entrou o garfo que eu ponho agora na minha. Enquanto que os dedos são meus e sei que os lavei com todo cuidado.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Dizem que a melhor maneira de conhecer uma pessoa é casar-se ou fazer uma viagem com ela. É verdade.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Pequenas rusgas acontecem, de vez em quando, num grupo. Elas revelam que existe sempre certa distância entre o ideal de vida escolhido e nossas humanas limitações em segui-lo e vivê-lo integralmente.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“A entidade invocada não importa, o importante é a vontade de ajudar o próximo, de forma inegoísta e impessoal, para que, por meio da generosa entrega do médium, possa fluir livremente o poder da cura.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Sente-se nele o homem que conhecia o valor das palavras, e, por isso, não se pronuncia sem primeiro pensar o que vai dizer.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Valores espirituais são comuns em todo o mundo. Entretanto, a característica essencial da Índia é uma tendência a olhar para dentro, ao invés de olhar para fora, para o mundo externo. Para buscar uma solução individual ao invés de uma regeneração social. (...) A Índia se caracteriza também pela sua atitude de absoluta tolerância para com as opiniões e religiões diferentes, assim como por um total desinteresse na conversão de outros povos às suas próprias crenças religiosas.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia", citando Nehru)



“A religião muitas vezes divorcia-se da espiritualidade. A espiritualidade quase sempre transcende a religião. A ciência nem sempre é iluminada pela luz do espírito e nem sempre a espiritualidade sabe enriquecer-se da ciência...”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“O valor espiritual essencial da Índia é a serenidade da alma, que se libertou do medo, do ódio (Ahimsa) e do apego às coisas materiais.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia", citando Radhakrishnan)



“Não há antagonismo entre progresso material e desenvolvimento espiritual, mas é o progresso espiritual que nos permite fazer bom uso do progresso material.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia", citando Dalai-Lama)



“TODO SER VIVO pode atingir a realização espiritual!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia", citando Dalai-Lama)



“A coisa mais importante deste mundo é a verdade. Ela pode estar oculta agora, mas possui por si mesma uma força tremenda, invencível, e nada poderá impedir que um dia ela resplandesça!”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia", citando Dalai-Lama)



“(...) compreendi toda a diferença que existe entre 'capo' e 'líder'. O capo é como lobo dominante, sempre pronto a arreganhar os dentes para fazer respeitar a sua posição de mando no seio da matilha. Cioso de que ninguém possa fazer-lhe sombra, o capo quer controlar tudo e não deixa o menor espaço para qualquer iniciativa pessoal. As pessoas sob sua autoridade sentem-se oprimidas, à mercê de bruscas mudanças de humor, podendo provocar inesperadas e injustas críticas. Nesse ambiente, desenvolvem-se inveja, falsidade, medo, bajulações, hipocrisia e politicagem. Ao contrário, o líder não critica, orienta; não tolhe, estimula; não limita, mas possibilita a cada um encontrar um espaço onde possa expandir livremente o espírito de iniciativa em benefício do seu crescimento pessoal e, portanto, da própria coletividade em que está inserido. Existem também ambientes onde não há nem capo nem líder e onde os mais ambiciosos, se não os mais capazes, procuram adquirir poderes a custo de recíprocas traições.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Sempre tive, por princípio, agarrar qualquer oportunidade de aprender e de saber colocar-me na situação receptiva do aluno sedento de novos conhecimentos, em vez de trancar-me na arrogante atitude de professor que não tem mais nada a receber de bagagem porque já sabe tudo. 'Saber ouvir' significa 'abrir-se', livrar-se da ilusória pretensão à posse definitiva de um determinado tipo de conhecimento, entender que a verdade de ponta de hoje cederá lugar à verdade de ponta de amanhã, sem que a segunda conteste, obrigatoriamente, a primeira, mas a defina melhor, ampliando-a e harmonizando-a com a progressiva evolução intelectual e espiritual do homem; e, quando diante de alguém com conhecimento semelhante ao seu 'próprio', 'saber ouvir' significa apreciar uma explicação, uma comparação, uma ilustração às quais não se tinha pensado antes e, eventualmente, rir de uma anedota que, ao mesmo tempo que diverte, pode transformar um conceito abstrato em realidade viva. 'Saber ouvir' significa tornar-se mais rico intelectualmente e espiritualmente.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Eu considero guru aquele que realizou o que está ensinando.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Tudo tem um senso de aprendizagem, nada é realmente trágico. Se você analisar bem as engrenagens do Carma, tudo faz parte do que você mesmo escolheu.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Você não pode fazer nada se a pessoa não estiver pronta, se não estiver na mesma sintonia, não adianta. É como fazer massagem numa perna de pau. A pessoa vai ouvir a minha voz, mas não a mensagem.”
(Jean-Pierre Bastiou, no livro "Globe-Trotter Da Consciência - Do Yoga À Conscienciologia")



“Durante uma reunião de vendas, o gerente repreendia severamente sua equipe por causa de algo desanimador: o baixo número de vendas alcançadas.
— Já me cansei de desempenho ruim e de desculpas — queixava-se ele. Se vocês não conseguem fazer o trabalho, talvez haja outras pessoas de vendas por aí que abraçariam a chance de vender este produto maravilhoso que cada qual de vocês tem o privilégio de representar.
A seguir, apontando para um novo contratado, um jogador de futebol aposentado, ele completou:
— Se um time de futebol não está vencendo, o que acontece? Os jogadores são substituídos, certo?
A pergunta pairou no ar por alguns segundos, até que o ex-jogador de futebol respondeu:
— Na verdade, senhor, se todo o time estivesse enfrentando dificuldades, normalmente trocávamos de treinador.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Jamais sabemos quem ou quanto influenciamos outras pessoas.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Faça algo em que todo mundo ganhe ou nada faça.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“As pessoas práticas sabem como conseguir o que querem. As filósofas sabem o que deveriam querer. As líderes sabem como conseguir o que deveriam querer.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Uma vida em que qualquer coisa serve será, por fim, uma vida em que nada funciona.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O bom é inimigo do ótimo.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“A maioria das pessoas pode priorizar quando se defronta com a questão de certo e errado. O desafio surge quando nos defrontamos com duas boas escolhas.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Quando sou íntegro, minhas palavras e minhas atitudes se equivalem. Sou o que sou, independentemente de onde estou e de com quem estou.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Uma pessoa íntegra não consegue dividir sua lealdade (isso é duplicidade) nem consegue fingir (isso é hipocrisia).”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Integridade não diz respeito tanto ao que fazemos, mas ao que somos. E, por sua vez, quem somos determina o que fazemos. Nosso sistema de valores faz parte de nosso ser, não podemos separá-lo de nós.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Todos nós nos deparamos com desejos conflitantes. Ninguém, independentemente de quão 'espiritual' seja, pode evitar essa batalha. Integridade é o fator que determina que desejo prevalecerá.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Imagem é o que as pessoas pensam que somos. Integridade é o que realmente somos.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Não podemos dar o que não temos. A imagem promete muito, mas produz pouco. A integridade jamais nos desaponta.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“No que diz respeito à integridade, não há atalhos no processo. Por fim, a verdade é sempre exposta.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Cada um de nós, no fim, é reconhecido exatamente pelo que é — não pelo que aparenta ser.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Integridade não é um aspecto líquido e certo na vida das pessoas, mas resulta de autodisciplina, autoconfiança e decisão de ser extremamente honesta em todas as situações da vida.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Os hábitos nos liberam de raciocinar sobre nossas ações; por isso costumamos ter muitos deles. Hábitos não são instintos: são adquiridos; não acontecem sem mais nem menos, mas são causados. Primeiro, formamos hábitos, mas depois nossos hábitos nos formam. Toda mudança ameaça nosso padrão de hábitos e nos força a pensar, reavaliar e, algumas vezes, desaprender comportamentos antigos.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“De fato, muitas pessoas se sentem mais confortáveis com antigos problemas do que com novas soluções.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O epitáfio de uma pessoa negativa na lápide de seu túmulo deveria ser: 'Eu esperava por isso'.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Um repórter viajou da cidade de Nova York a Maine para entrevistar esse homem que chegou aos cem anos de idade. Sentado na varanda da casa do ancião, o repórter lhe perguntou:
— Aposto como o senhor viu muitas mudanças em sua vida.
— Vi mesmo, e vi cada uma delas envelhecer — retrucou o homem.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Amo essa piada: 'Quantas pessoas são necessárias para trocar uma lâmpada?'. A resposta: 'Quatro. Uma para trocar a lâmpada, e três para relembrar como a antiga lâmpada era boa'.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Estudos sobre o comportamento humano demonstram que em geral as pessoas não resistem às mudanças; elas resistem 'a mudar a si mesmas'.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“A mudança acontecerá. A questão não deve ser 'Será que mudaremos algum dia?', mas 'Quando e quanto mudaremos?'. Nada permanecerá da mesma forma, exceto o fato de que a mudança estará sempre presente.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Nem todas as mudanças são melhorias, mas sem mudança não pode haver melhoria.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Certa vez, um sábio filósofo comentou que o ar é o único obstáculo que uma águia tem de ultrapassar para que possa voar de forma mais livre e fácil. No entanto, se o ar fosse retirado e essa orgulhosa ave tivesse de voar no vácuo, ela cairia imediatamente no solo, incapacitada de voar. O elemento que oferece resistência para seu voo é, ao mesmo tempo, a condição para o voo.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Os problemas podem parar você durante certo tempo, mas só você pode escolher permanecer na imobilidade.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Se não houver uma resposta para o problema, então não há problema — há apenas um fato da vida. Só tenha cuidado para não se resignar rápido demais. Alguma outra pessoa pode vir com uma solução.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Nós não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Minhas visões não são concretizadas por meio de pessoas fortes e dogmáticas. A certeza absoluta requer um conhecimento absoluto. Em geral, a pessoa dogmática nada sabe, mas, por mera convenção, afirma algo.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O poder pode ser comparado a um grande rio: enquanto corre em seu leito, respeitando as margens, é lindo e útil; mas, quando ultrapassa seus limites, ele destrói.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O perigo da posição de poder repousa no fato de que aquelas pessoas que se revestem dele tendem a adotar como primeira preocupação preservar o poder que têm. Portanto, naturalmente, tais líderes se opõem a quaisquer mudanças nas forças que lhes concederam poder.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Muitas vezes pergunto a pessoas jovens:
— O que você vai fazer quando crescer?
Mas a pergunta mais importante é esta:
— O que você vai ser?
A decisão sobre o caráter deve ser feita antes da escolha da carreira.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O bom caráter deve ser mais louvado do que um talento excepcional. Os talentos, em sua maioria, até certo ponto, são dons. E, para contrastar, o bom caráter não nos é dado. Temos de estruturá-lo peça a peça — por meio de ideias, escolha, coragem e determinação.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“Reza um provérbio chinês: 'Se você fizer o planejamento para um ano, plante arroz. Se o fizer para vinte anos, plante árvores. Se o fizer para séculos, plante pessoas'.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“A diferença entre jogar para vencer e jogar para não perder representa a diferença entre o sucesso e a mediocridade.”
(John C. Maxwell, no livro "Você Nasceu Para Liderar")



“O título do livro é explicado pelo próprio Alencar, na nota introdutória: 'Lucíola é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira dos charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conserva a pureza d'alma?'.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“No ano seguinte, Alencar tenta o drama, e a peça 'As Asas de um Anjo', logo depois de encenada, é proibida pela censura por imoral: a heroína, uma prostituta, embora redimida pelo amor, é forte demais para o provincianismo da sociedade brasileira.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“Não obstante o livro girar em torno de uma prostituta, 'Lucíola' é um romance extremamente moralista e moralizante.
O livro dissocia radicalmente o amor físico e o amor espiritual.
Quando Lúcia se apaixona por Paulo, começa a afastar-se de sua vida de prostituição e, mais do que isso, começa a abster-se de qualquer relação sexual. Inicialmente, recusa os seus fregueses habituais.
Posteriormente, conforme aumenta o amor dos dois, a relação entre ambos torna-se platônica, o que simbolicamente abre caminho para a 'purificação' da moça.
Essa purificação, porém, não é suficiente para que a sociedade (nem o romancista) a perdoe.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“'Poema em prosa': assim se referia Machado de Assis ao romance 'Iracema', de Alencar, obra que, desde as primeiras linhas, já chama nossa atenção para o trabalho com a linguagem.
Em capítulos curtos, superpõem-se imagens sobre imagens, comparações sobre comparações, cada uma mais bela, original e adequada, para sugerir o nascimento de um mundo.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“Todas as imagens de que Alencar se utiliza para se referir a Iracema são retiradas da natureza local, identificando Iracema claramente com essa natureza, fazendo-a símbolo do Brasil e, por extensão, da América. Um crítico já observou que Iracema é anagrama de América, isto é, Iracema tem exatamente as mesmas letras de América, só que em outra ordem.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“Pacificado o país [após os primeiros dez anos do Segundo Reinado], consolidou-se o poder central, apoiado no forte grupo conservador, representado pelos bacharéis, formados nas faculdades de Direito de São Paulo e Recife, que se sobrepõem aos partidos Liberal e Conservador, partidos esses que, na verdade, representavam apenas facções políticas dos senhores de terra, sem nenhuma diferença ideológica acentuada.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“De certa forma, o Brasil começa a modernizar-se, graças a uma incipiente criação de indústrias, de bancos, de companhias de comércio, de estradas de ferro. Tudo isso, é claro, necessário à comercialização de nosso café no exterior.
Toda essa modernização de nossa sociedade é importante para a compreensão do papel de Alencar em nossa literatura, pois a vida urbana passou a ter importância cada vez maior, e não se pode pensar em literatura (especialmente em romance) sem a consolidação das cidades, onde se concentram os leitores.
(...)
Por esse tempo, as escolas brasileiras de Direito resumiam-se a duas: a de São Paulo e a do Recife. Essas faculdades de Direito são muito importantes, porque, paralelamente à formação de profissionais da advocacia, proporcionavam um debate amplo de ideias. Em seus bancos reuniam-se os jovens com veleidades políticas, artísticas e intelectuais, que misturavam o estudo dos códigos com discussões amplas de arte e filosofia, divulgando, por aqui, as ideias novas que circulavam na Europa, dinamizando, enfim, a vida cultural dos centos urbanos onde localizam as escolas.
Essas escolas de Direito eram também importantes porque formavam a mão-de-obra necessária à administração do país. Seus alunos, quase sempre filhos de famílias ricas e ilustres, eram os futuros dirigentes políticos da nação. Nas horas vagas, eram escritores, jornalistas e poetas.
O próprio José de Alencar exemplifica bem essa formação polivalente dos intelectuais brasileiros do século passado: além de exercer até o fim da vida a profissão de advogado, foi jornalista, romancista, deputado, ministro da Justiça.
Em resumo, os cursos superiores, em particular os de Direito, permitindo a discussão de ideias e assuntos os mais variados, funcionavam como núcleos de movimentos intelectuais. Reunindo elementos das mais distantes regiões do país, funcionavam como unificadores da cultura.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“O novo estilo [o Romantismo] era revolucionário. Arejava e rejuvenescia a arte, pondo por terra os preceitos clássicos. O estilo romântico era a resposta da arte às profundas transformações políticas e sociais por que o mundo ocidental passara depois da Revolução Francesa. Em uma palavra, o Romantismo era o porta-voz da arte burguesa, assim como o Classicismo o fora da arte aristocrática.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“Já sabemos que Alencar pretendia retratar o Brasil no tempo e no espaço. Ele mesmo o disse, como vimos, no prefácio de 'Sonhos d'Ouro'. Mas, como autêntico romântico, o romancista via tudo sob a óptica romântica, da fuga da civilização, da procura de lugares e tempos supostamente mais felizes. Portanto, não se procure em Alencar um realismo outro que não o da fantasia. E essa ele tinha em abundância e dela se serviu com tal exuberância que até hoje nos envolve.
Mas, o nacionalistmo da obra de Alencar não se restringiu a seu esforço de retratar, em várias obras, diferentes realidades e paisagens brasileiras. Ele lutou também para aproximar a linguagem literária da linguagem falada, afastando seu texto dos padrões portugueses.
Esse seu esforço foi extraordinariamente criticado e custou ao romancista páginas e páginas de justificações e defesa de sua atitude. Ainda no terreno da linguagem, Alencar teve o mérito de criar uma linguagem para seus personagens índios que, se não corresponde à realidade etnográfica, corresponde, e muito bem, à realidade de seu romance.”
(José Luiz Beraldo, no livro "José de Alencar - Literatura Comentada")



“(...) para Grice, o princípio da cooperação é o princípio geral que rege a comunicação. Por ele, o falante leva em conta sempre, em suas intervenções, o desenrolar da conversa e a direção que ela toma. Grice formula da seguinte maneira esse princípio:
Que sua contribuição à conversação seja, no momento em que ocorre, tal como requeira o objetivo ou a direção aceita da troca verbal em que você está engajado.
Esse princípio é explicitado por quatro categorias gerais (...) que constituem as máximas conversacionais. Grice formula assim essas máximas:
— Máximas da quantidade
Que sua contribuição contenha o tanto de informação exigida.
Que sua contribuição não contenha mais informação do que é exigido.
— Máximas da qualidade (da verdade)
Que sua contribuição seja verídica.
Não afirme o que você pensa que é falso.
Não afirme coisa de que você não tem provas.
— Máxima da relação (da pertinência)
Fale o que é concernente ao assunto tratado (seja pertinente).
— Máximas de maneira
Seja claro.
Evite exprimir-se de maneira obscura.
Evite ser ambíguo.
Seja breve (evite a prolixidade inútil).
Fale de maneira ordenada.”
(José Luiz Fiorin, no artigo "A Linguagem Em Uso")



“A mesma realidade, a partir de experiências culturais diversas, é categorizada diferentemente. Nenhum ser do mundo pertence a uma determinada categoria, os homens é que criam as categorias e põem nelas os seres.”
(José Luiz Fiorin, no artigo "Teoria Dos Signos")



“A necessidade de uma língua internacional cresce na proporção em que se aprimoram os meios de comunicação e de transporte (...).
Se os meios de transporte e de comunicação aproximam os homens, as línguas os distanciam. Hoje pode-se perfeitamente ligar o telefone para o hemisfério oposto e, em poucos segundos, até mesmo sem a intermediação de um telefonista, ter-se, a milhares de quilômetros, um interlocutor que pode não ser aquele que fala uma língua em comum com a pessoa que fez a chamada. Não havendo uma língua em comum, será o mesmo que ninguém respondendo ao telefone.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Uma língua internacional, aprendida como segunda língua por todos os povos, seria a solução fácil do problema, pois ao achar-se em presença de um interlocutor falante de idioma desconhecido, apelar-se-ia imediatamente para o denominador comum, a segunda língua. Assim, desde a escola elementar, o indivíduo teria dois canais de comunicação: a língua pátria para falar com seus concidadãos — ou com estrangeiros que eventualmente falassem a sua língua — e um segundo idioma para uso internacional.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“[Entidades de âmbito mundial] poderiam livrar-se do terrível emaranhado produzido pela diversidade de línguas, e também da delicada questão discriminatória — de que se queixam tantos países —, adotando uma língua neutra como instrumento de comunicação.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Tradução não é atividade simples como parece à primeira vista. Traduzir não significa substituir pura e simplesmente as palavras de uma língua pelas suas correspondentes na outra, como geralmente pensa o leigo. Se assim fosse, de há muito os computadores estariam operando em substituição aos tradutores humanos. Traduzir significa decodificar uma mensagem, interpretá-la completamente e, depois, codificá-la numa outra língua, que apresenta características específicas na sua estrutura, nos seus recursos expressivos, não raro muito diversos daquela na qual a mensagem foi elaborada originalmente. Traduzir é passar de um universo a outro, pois cada comunidade de fala recorta a realidade, categoriza-a de um modo próprio, construindo o seu universo linguístico. As línguas são simbólicas, refletem o mundo de maneira particularíssima, circunscrevendo o raciocínio dentro dos limites linguísticos de cada povo. Por isso, tradução em bom nível requer, do tradutor, além de larga dose de conhecimento específico na área em que opera, amplo domínio das duas línguas, o que inclui, necessariamente, o conhecimento profundo da própria psicologia dessas línguas.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Um tradutor é um ser humano, dotado de preferências e de idiossincrasias. Não é uma máquina. Em muitos casos, por mais que se esforce, não consegue transmitir a mensagem com o colorido desejável ou com a ênfase ouvida, simplesmente porque ele é um tradutor, um intérprete linguístico, e não um ator que assuma completamente a personalidade que está produzindo a mensagem.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Significa também que numa determinada zona geográfica vivem, trabalham e pensam milhões de pessoas de culturas diversas, mas semelhantes, as quais organizaram a sua sociedade de modo análogo, respeitando os direitos e as opiniões de cada uma e concedendo amplo espaço às minorias culturais. Depois de terem passado séculos a se guerrearem, os europeus querem hoje viver em paz.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel", citando o artigo "Perché l'Europa?")



“A mesma impossibilidade que existe de se estabelecerem limites rígidos entre língua e dialeto, existe entre os conceitos nação e país (...). Por esse motivo, para nomear-se uma língua usada como elemento de comunicação entre aloglotas, ao invés de usar-se indistintamente o termo língua internacional, prefere-se interlíngua por sua maior abrangência e por ficar num campo mais linguístico do que político. Isso não impede, entretanto, o uso do termo língua internacional em casos nos quais se possa aplicá-lo sem restrições.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Ao Latim coube o papel mais longo na história das interlínguas [naturais]. Na verdade, seu uso sempre esteve restrito a uma pequena camada de intelectuais, a serviço da religião, da ciência, da política e da literatura. Muitas obras de erudição foram escritas nessa língua, por ser o único veículo de difusão de ideias que, embora alcançando pequena minoria da população, conseguiu atingir enormes distâncias.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Entretanto, a aceitação do Francês como língua internacional não foi tão tranquila e duradoura como foi a do Latim. A diferença reside exatamente no fato de ser o Francês o idioma de um povo, de um determinado poder político contemporâneo. Desde o começo da dominação do Francês no campo da comunicação internacional, a Inglaterra reagiu. Diante de um incidente ocorrido pela não aceitação de correspondência em Inglês, por parte dos franceses, o Governo Inglês enviou instruções severas aos seus representantes na França, orientando-os no sentido de nada aceitarem em Francês, a fim de que não se criasse precedente que viesse a reconhecer o uso da língua francesa como um direito adquirido.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Deve-se reconhecer, sem dúvida, a inegável supremacia do Inglês, a ainda grande influência do Francês, os esforços do Alemão e do Espanhol e, em menor escala, do Italiano. Quanto ao Russo e ao Chinês, se não procuram expandir-se, também não aceitam com naturalidade o uso do Inglês, por faltar-lhe aquela neutralidade política do Latim, cuja aceitação internacional era indiscutível. Ninguém, entretanto, pode garantir que esse quadro se perpetue...”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Um projeto continuará sendo projeto, enquanto uma comunidade, um organismo social, não usá-lo efetivamente. É o povo que decide, embora inconsciente do papel histórico que desempenha, a relegar um projeto ao esquecimento ou a dar-lhe o sopro de vida, alçando-o à condição de língua viva. Mas para que possa firmar-se nessa posição, é necessário ter condições de acompanhar o progresso em todos os setores da atividade humana, quer seja incorporando novos elementos, quer seja despojando-se daquilo que se tornou obsoleto.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Interessante notar a posição de Zamenhof relativamente à sua condição de criador da língua [Esperanto]. Ao contrário de outros autores de projetos, ele soube reconhecer — malgrado sua condição de linguista amador e a própria limitação da ciência da época — o caráter social e evolutivo de uma língua. Sabia ele que, ao entregar ao mundo o seu projeto, sua ação pessoal terminaria no momento em que este se tornasse uma 'langue'.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Essa língua internacional artificial, bem construída, preconizada por Sapir, já existe. Não se trata de uma proposta apenas. Trata-se de uma língua viva, tão viva quanto uma língua natural de uso corrente no mundo, com a diferença de ser politicamente neutra e de aprendizado facílimo, porque livre das irregularidades próprias das línguas naturais e detentora de maior capacidade de expressão, embora postule um mínimo de esforço para seu aprendizado e domínio completo.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“O Esperanto fez cem anos em 1987. Língua jovem se comparada às línguas naturais, mas de idade apreciável se cotejada com outras da mesma natureza, cujas existências foram efêmeras. O segredo de sua sobrevivência heroica — uma vez que a sua difusão não conta, de um modo geral, com apoio oficial de países poderosos — reside exatamente em seus valores intrínsecos. Dentre esses valores se destacam a concisão, a clareza e a simplicidade que Zamenhof conseguiu imprimir-lhe, procurando imitar, sempre que possível, as características favoráveis das línguas naturais.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Nas línguas étnicas, pelo menos para o falante comum, o dicionário é o árbitro para a questão da cidadania das palavras: se o vocábulo está dicionarizado seu uso será considerado legítimo, caso contrário — embora expresse perfeitamente a ideia — será considerado incorreto.”
(José Passini, no livro "Bilinguismo - Utopia Ou Antibabel")



“Mas o que significa dizer que uma língua morre? Como ela morre? E se ela pode morrer, devemos assumir que ela vive também, mas como? Onde? Algumas teorias linguísticas dizem que as línguas moram nos nossos cérebros, e que eles são algo assim como uma grande biblioteca onde existem todos os termos, os usos e as regras para esses usos. Outras dizem que ela mora na nossa informação genética. Corriqueiramente, as pessoas intuem que as línguas moram nos textos e nos dicionários, às vezes, no conhecimento dos professores. E se eu disser para vocês que as línguas são eventos fugazes, efêmeros, digamos? Que elas não moram em lugar nenhum, mas que aparecem cada vez que os falantes as usam? Ou seja, que todas as vezes que usamos a língua (qualquer que seja) o que achamos que é nossa língua faz uma aparição fugaz e imediatamente depois desaparece indo para lugar nenhum. A língua não volta para a casa dela (seja essa o dicionário, os livros ou o cérebro) e fica esperando o momento de reaparecer. Ela simplesmente nasce, se desenvolve e morre toda vez que a utilizamos.”
(Juliana Angel Osorno, no artigo "As Línguas Não Existem, Porém Morrem")



“Assim como a abstração do conceito de língua nos serve para operar no mundo e fazer dicionários, ela também apaga os falantes. Ao reificarmos a ação de falar, ou seja, ao transformarmos inúmeras das falas (atos de fala) em uma coisa e darmos um nome a ela, A LÍNGUA, estamos apagando a importância dos seus falantes.”
(Juliana Angel Osorno, no artigo "As Línguas Não Existem, Porém Morrem")



“Mas se eu digo aqui que as língua não existem, como e por que devemos nos preocupar com sua extinção? Bom, porque se a língua só existe na voz dos seus falantes, devemos estar muito preocupados com a desaparição dessas pessoas ou com as condições em que elas podem usar seus próprios hábitos linguísticos em paz e com segurança. Isso porque as línguas morrem por dois motivos principais: ou as pessoas que as falam morrem, ou as pessoas que as falam deixam de falá-las. Parte da perda da variedade linguística das Américas se deu pelo extermínio de populações inteiras de indígenas que habitavam (e falavam) nos territórios que foram colonizados. Outros, que não foram mortos, foram castigados por falarem as próprias línguas.”
(Juliana Angel Osorno, no artigo "As Línguas Não Existem, Porém Morrem")



“O chamado é então a defender as pessoas, seus direitos linguísticos, seus territórios e sua vida comunitária. A lembrar sempre que quando falamos de línguas em perigo de extinção nos referimos, em realidade, a falantes em situação de insegurança (política, ecológica, econômica, etc.). Uma das práticas da identificação de línguas em perigo é gravá-las, estudá-las, transcrevê-las, etc. Como se ao guardá-las numa caixa a gente não fosse perdê-las para sempre. Elas vão se perder, sim. Do mesmo jeito que uma foto dos nossos avós não é a mesma coisa que tê-los por perto. Então, se queremos viver em um mundo linguisticamente diverso, fiquemos sempre alerta na defesa dos humanos.”
(Juliana Angel Osorno, no artigo "As Línguas Não Existem, Porém Morrem")



“Em algum lugar, nas profundezas da floresta por onde poucos ousam se aventurar, vive um animal selvagem chamado Sucesso. Ele é raro e muito procurado, porém, poucos se arriscam a ir a seu encalço para capturá-lo. A caçada é longa, difícil e arriscada. Há muito sofrimento que irá ferir seu coração e sua alma ao longo do caminho. Os galhos da floresta erguem uma barreira quase impenetrável. Os insetos picam e furam sua pele. Cobras peçonhentas, crocodilos e outros animais perigosos representam uma grande ameaça a sua segurança. O sol ardente e incessante é seu companheiro contínuo até o anoitecer: quando a temperatura cai, a ponto de congelar, você sente saudades do sol ardente em contato com sua pele já vermelha e cheia de bolhas.
Há momentos em que você se sente fraco e atordoado de tanto cansaço. O Sucesso, às vezes, parece uma criatura imaginária, impossível de ser capturada, porém você deve continuar, pois já está no meio da floresta e não compensa desistir e voltar sem o prêmio.
Os meses passam, e até os anos. E nem um sinal do Sucesso. Ele é um animal esperto, que raramente se expõe, e está sempre pronto a fugir, se pressentir que corre perigo de ser capturado. O Sucesso é tão raro, tão inigualável, tão desafiador e você precisa alcançá-lo! Nenhum outro animal exige tanta habilidade ao ser caçado e capturado.
Assim como o animal é raro, mais raros são os homens e mulheres que organizam suas próprias expedições em busca do Sucesso (...). As recompensas são enormes. Nós sabemos disso. Também sabemos que a caçada é difícil. Sabemos que estamos em desvantagem. Sabemos que muitos fracassaram e poucos tentarão seguir na expedição. Quando entendermos tudo isso, saberemos que o Sucesso nos espera!”
(Juliana & David Menezes, no Prefácio do livro "Rinoceronte Bem Sucedido", de Scott Alexander)



“A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em resumo, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito.
Nas mais remotas épocas da história, verificamos, quase por toda parte, uma completa estruturação da sociedade em classes distintas, uma múltipla gradação das posições sociais.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez mais do que estabelecer novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das que existiram no passado.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Por burguesia entende-se a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social que empregam o trabalho assalariado. Por proletariado, a classe dos assalariados modernos que, não tendo meios próprios de produção, são obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviver.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“(...) à medida que a indústria, o comércio, a navegação, as vias férreas se desenvolviam, crescia a burguesia, multiplicando seus capitais e colocando num segundo plano todas as classes legadas pela Idade Média.
Vemos, pois, que a própria burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimento, de uma série de transformações no modo de produção e de circulação.
Cada etapa da evolução percorrida pela burguesia foi acompanhada de um progresso político correspondente.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“(...) a burguesia, com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, conquistou, finalmente, a soberania política exclusiva do Estado representativo moderno. O executivo no Estado moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.
A burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário.
Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam o homem feudal a seus 'superiores naturais', para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse, as duras exigências do 'pagamento à vista'. Afogou os fervores sagrados da exaltação religiosa, do entusiasmo cavalheiresco, do sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do cálculo egoísta. Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal.
A burguesia despojou de sua auréola todas as atividades até então reputadas como dignas e encaradas com piedoso respeito. Fez do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio seus servidores assalariados.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A burguesia não pode existir sem revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. A conservação inalterada do antigo modo de produção era, pelo contrário, a primeira condição de existência de todas as classes industriais anteriores. Essa subversão contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relaçõse sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de ideias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se consolidarem. Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas relações com os outros homens.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Impelida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo terrestre. Necessita estabelecer-se em toda parte, explorar em toda parte, criar vínculos em toda parte.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Pela exploração do mercado mundial, a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela roubou da indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a ser destruídas diariamente. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas — indústrias que já não empregam matérias-primas nacionais, mas sim matérias-primas vindas das regiões mais distantes, e cujos produtos se consomem não somente no próprio país mas em todas as partes do mundo. Ao invés das antigas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, surgem novas demandas, que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e de climas os mais diversos. No lugar do antigo isolamento de regiões e nações autossuficientes, desenvolvem-se um intercâmbio universal e uma universal interdependência das nações. E isto se refere tanto à produção material como à produção intelectual. As criações intelectuais de uma nação tornam-se patrimônio comum. A estreiteza e a unilateralidade nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis; das numerosas literaturas nacionais e locais nasce uma literatura universal.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A burguesia suprime cada vez mais a dispersão dos meios de produção, da propriedade e da população. Aglomerou as populações, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos. A consequência necessária dessas transformações foi a centralização política. Províncias independentes, ligadas apenas por débeis laços federativos, possuindo interesses, leis, governos e tarifas aduaneiras diferentes, foram reunidas em uma só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse nacional de classe, uma só barreira alfandegária.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A burguesia, em seu domínio de classe de apenas um século, criou forças produtivas mais numerosas e mais colossais do que todas as gerações passadas em seu conjunto. A subjugação das forças da natureza, as máquinas, a aplicação da química na indústria e na agricultura, a navegação a vapor, as estradas de ferro, o telégrafo elétrico, a exploração de continentes inteiros, a canalização dos rios, populações inteiras brotando da terra como por encanto — que século anterior teria suspeitado que semelhantes forças produtivas estivessem adormecidas no seio do trabalho social?”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A sociedade burguesa, com suas relações de produção e de troca, o regime burguês de propriedade, a sociedade burguesa moderna, que conjurou gigantescos meios de produção e de troca, assemelha-se ao feiticeiro que já não pode controlar os poderes infernais que invocou. Há dezenas de anos, a história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas modernas contra as modernas relações de produção, contra as relações de propriedade que condicionam a existência da burguesia e seu domínio. Basta mencionar as crises comerciais que, repetindo-se periodicamente, ameaçam cada vez mais a existência da sociedade burguesa. Cada crise destrói regularmente não só uma grande massa de produtos fabricados, mas também uma grande parte das próprias forças produtivas já criadas. Uma epidemia, que em qualquer outra época teria parecido um paradoxo, desaba sobre a sociedade — a epidemia da superprodução. A sociedade vê-se subitamente reconduzida a um estado de barbárie momentânea; como se a fome ou uma guerra de extermínio houvessem lhe cortado todos os meios de subsistência; o comércio e a indústria parecem aniquilados. E por quê? Porque a sociedade possui civilização em excesso, comércio em excesso. As forças produtivas de que dispõe não mais favorecem o desenvolvimento das relações burguesas de propriedade; pelo contrário, tornaram-se poderosas demais para estas condições, passam a ser tolhidas por elas; e assim que se libertam desses entraves, lançam na desordem a sociedade inteira e ameaçam a existência da propriedade burguesa. O sistema burguês tornou-se demasiado estreito para conter as riquezas criadas em seu seio. E de que maneira consegue a burguesia vencer essas crises? De um lado, pela destruição violenta de grande quantidade de forças produtivas; de outro, pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. A que leva isso? Ao preparo de crises mais extensas e mais destruidoras e à diminuição dos meios de evitá-las.
As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltam-se hoje contra a própria burguesia.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A burguesia, porém, não se limitou a forjar as armas que lhe trarão a morte; produziu também os homens que empunharão essas armas — os operários modernos, os proletários.
Com o desenvolvimento da burguesia, isto é, do capital, desenvolve-se também o proletariado, a classe dos operários modernos, os quais só vivem enquanto têm trabalho e só têm trabalho enquanto seu trabalho aumenta o capital. Esses operários, constrangidos a vender-se a retalho, são mercadoria, artigo de comércio como qualquer outro; em consequência, estão sujeitos a todas as vicissitudes da concorrência, a todas as flutuações do mercado.
O crescente emprego de máquinas e a divisão do trabalho despojaram a atividade do operário de seu caráter autônomo, tirando-lhe todo o atrativo. O operário torna-se um simples apêndice da máquina e dele só se requer o manejo mais simples, mais monótono, mais fácil de aprender. Desse modo, o custo do operário se reduz, quase exclusivamente, aos meios de subsistência que lhe são necessários para viver e perpetuar sua espécie. Ora, o preço do trabalho, como de toda mercadoria, é igual ao seu custo de produção. Portanto, à medida que aumenta o caráter enfadonho do trabalho, decrescem os salários. Mais ainda, na mesma medida em que aumenta a maquinaria e a divisão do trabalho, sobe também a quantidade de trabalho, quer pelo aumento do trabalho exigido num determinado tempo, quer pela aceleração do movimento das máquinas etc.
A indústria moderna transformou a pequena oficina do antigo mestre da corporação patriarcal na grande fábrica do industrial capitalista. Massas de operários, amontoadas na fábrica, são organizadas militarmente. Como soldados rasos da indústria, estão sob a vigilância de uma hierarquia completa de oficiais e suboficiais. Não são apenas servos da classe burguesa, do Estado burguês, mas também dia a dia, hora a hora, escravos da máquina, do contramestre e, sobretudo do dono da fábrica. E esse despotismo é tanto mais mesquinho, mais odioso e exasperador quanto maior é a franqueza com que proclama ter no lucro seu objetivo exclusivo.
Quanto menos habilidade e força o trabalho manual exige, isto é, quanto mais a indústria progride, tanto mais o trabalho dos homens é suplantado pelo de mulheres e crianças. As diferenças de idade e de sexo não têm mais importância social para a classe operária. Não há senão instrumentos de trabalho, cujo preço varia segundo a idade e o sexo.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Em geral, os choques que se produzem na velha sociedade favorecem de diversos modos o desenvolvimento do proletariado. A burguesia vive em luta permanente; primeiro, contra a aristocracia; depois, contra as frações da própria burguesia cujos interesses se encontram em conflito com os progressos da indústria; e sempre contra a burguesia dos países estrangeiros. Em todas estas lutas, vê-se forçada a apelar para o proletariado, a recorrer a sua jornada e desta forma arrastá-lo para o movimento político. A burguesia fornece aos proletários os elementos de sua própria educação política, isto é, armas contra ela própria.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“De todas as classes que hoje em dia se opõem à burguesia, só o proletariado é uma classe verdadeiramente revolucionária. As outras classes degeneram e perecem com o desenvolvimento da grande indústria; o proletariado, pelo contrário, é seu produto mais autêntico.
As camadas médias — pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses — combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como camadas médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, são reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da História. Quando se tornam revolucionárias, isto se dá em consequência de sua iminente passagem para o proletariado; não defendem então seus interesses atuais, mas seus interesses futuros; abandonam seu próprio ponto de vista para se colocar no do proletariado.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento autônomo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. O proletariado, a camada mais baixa da sociedade atual, não pode erguer-se, pôr-se de pé, sem fazer saltar todos os estratos superpostos que constituem a sociedade oficial.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Todas as sociedades anteriores, como vimos, se basearam no antagonismo entre classes opressoras e classes oprimidas. Mas para oprimir uma classe é preciso poder garantir-lhe condições tais que lhe permitam pelo menos uma existência servil. O servo, em plena servidão, conseguiu tornar-se membro da comuna, da mesma forma que o pequeno burguês, sob o jugo do absolutismo feudal, elevou-se à categoria de burguês. O operário moderno, pelo contrário, longe de se elevar com o progresso da indústria, desce cada vez mais, caindo abaixo das condições de sua própria classe. O trabalhador torna-se um indigente e o pauperismo cresce ainda mais rapidamente do que a população e a riqueza. Fica assim evidente que a burguesia é incapaz de continuar desempenhando o papel de classe dominante e de impor à sociedade, como lei suprema, as condições de existência de sua classe. Não pode exercer o seu domínio porque não pode mais assegurar a existência de seu escravo, mesmo no quadro de sua escravidão, porque é obrigada a deixá-lo afundar numa situação em que deve nutri-lo em lugar de ser nutrida por ele. A sociedade não pode mais existir sob sua dominação, o que quer dizer que a existência da burguesia não é mais compatível com a sociedade.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“O objetivo imediato dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição do proletariado em classe, derrubada da supremacia burguesa, conquista do poder político pelo proletariado.
As proposições teóricas dos comunistas não se baseiam, de modo algum, em ideias ou princípios inventados ou descobertos por este ou aquele reformador do mundo.
São apenas a expressão geral das condições efetivas de uma luta de classes que existe, de um movimento histórico que se desenvolve diante dos olhos. A abolição das relações de propriedade que até hoje existiram não é uma característica peculiar e exclusiva do comunismo.
Todas as relações de propriedade têm passado por modificações constantes em consequência das contínuas transformações das condições históricas.
A Revolução Francesa, por exemplo, aboliu a propriedade feudal em proveito da propriedade burguesa.
O que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa.
Mas a moderna propriedade privada burguesa é a última e mais perfeita expressão do modo de produção e de apropriação baseado nos antagonismos de classes, na exploração de uns pelos outros.
Nesse sentido, os comunistas podem resumir sua teoria numa única expressão: supressão da propriedade privada.
Nós, comunistas, temos sido censurados por querer abolir a propriedade pessoalmente adquirida, fruto do trabalho do indivíduo — propriedade que dizem ser a base de toda liberdade, de toda atividade, de toda independência individual.
Propriedade pessoal, fruto do trabalho e do mérito! Falais da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, forma de propriedade anterior à propriedae burguesa? Não precisamos aboli-la, porque o progresso da indústria já a aboliu e continua abolindo-a diariamente. Ou porventura falais da moderna propriedade privada, da propriedade burguesa?
Mas o trabalho do proletário, o trabalho assalariado cria propriedade para o proletário? De modo algum. Cria o capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar sob a condição de gerar novo trabalho assalariado para voltar a explorá-lo. Em sua forma atual, a propriedade se move entre dois termos antagônicos: capital e trabalho. Examinemos os termos desse antagonismo.
Ser capitalista significa ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na produção. O capital é um produto coletivo e só pode ser posto em movimento pelos esforços combinados de muitos membros da sociedade, em última instância pelos esforços combinados de todos os membros da sociedade.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“O preço médio que se paga pelo trabalho assalariado é o mínimo de salário, ou seja, a soma dos meios de subsistência necessários para que o operário viva como operário. Por conseguinte, o que o operário recebe com o seu trabalho é o estritamente necessário para a mera conservação e reprodução de sua existência. Não pretendemos de modo algum abolir essa apropriação pessoal dos produtos do trabalho, indispensável à manutenção e à reprodução da vida humana — uma apropriação que não deixa nenhum lucro líquido que confira poder sobre o trabalho alheio. Queremos apenas suprimir o caráter miserável desta apropriação, que faz com que o operário só viva para aumentar o capital e só viva na medida em que o exigem os interesses da classe dominante.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Na sociedade burguesa o trabalho vivo é sempre um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é um meio de ampliar, enriquecer e promover a existência dos trabalhadores.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Horrorizai-vos porque queremos suprimir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está suprimida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós. Censurai-nos, portanto, por querermos abolir uma forma de propriedade que pressupõe como condição necessária que a imensa maioria da sociedade não possua propriedade.
Numa palavra, censurai-nos por querermos abolir a vossa propriedade. De fato, é isso que queremos.
A partir do momento em que o trabalho não possa mais ser convertido em capital, em dinheiro, em renda da terra — numa palavra, em poder social capaz de ser monopolizado —, isto é, a partir do momento em que a propriedade individual não possa mais se converter em propriedade burguesa, declarais que o indivíduo está suprimido.
Confessais, no entanto, que quando falais do indivíduo, quereis referir-vos unicamente ao burguês, ao proprietário burguês. E este indivíduo, sem dúvida, deve ser suprimido.
O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar de sua parte dos produtos sociais; apenas suprime o poder de subjugar o trabalho de outros por meio dessa apropriação.
Alega-se ainda que com a abolição da propriedade privada toda a atividade cessaria, uma inércia geral apoderar-se-ia do mundo.
Se isso fosse verdade, há muito que a sociedade burguesa teria sucumbido à ociosidade, pois os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não trabalham. Toda a objeção se reduz a essa tautologia: não haverá mais trabalho assalariado quando não mais existir capital.
As objeções feitas ao modo comunista de produção e de apropriação dos produtos materiais foram igualmente ampliadas à produção e à apropriação dos produtos do trabalho intelectual. Assim como o desaparecimento da propriedade de classe equivale, para o burguês, ao desaparecimento de toda a produção, o desaparecimento da cultura de classe significa, para ele, o desaparecimento de toda a cultura.
A cultura, cuja perda o burguês deplora, é para a imensa maioria dos homens apenas um adestramento que os transforma em máquinas.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Censurai-nos por querermos abolir a exploração das crianças pelos seus próprios pais? Confessamos este crime.
Dizeis também que destruímos as relações mais íntimas, ao substituirmos a educação doméstica pela educação social.
E vossa educação não é também determinada pela sociedade? Pelas condições sociais em que educais vossos filhos, pela intervenção direta ou indireta da sociedade, por meio de vossas escolas etc.? Os comunistas não inventaram a intromissão da sociedade na educação; apenas procuram modificar seu caráter arrancando a educação da influência da classe dominante.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A ação comum do proletariado, pelo menos nos países civilizados, é uma das primeiras condições para sua emancipação.
À medida que for suprimida a exploração do homem pelo homem será suprimida a exploração de uma nação por outra.
Quando os antagonismos de classes, no interior das nações, tiverem desaparecido, desaparecerá a hostilidade entre as próprias nações.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Será preciso grande inteligência para compreender que, ao mudarem as relações de vida dos homens, as suas relações sociais, a sua existência social, mudam também as suas representações, as suas concepções e conceitos; numa palavra, muda a sua consciência?
Que demonstra a história das ideias senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? As ideias dominantes de uma época sempre foram as ideias da classe dominante.
Quando se fala de ideias que revolucionam uma sociedade inteira, isto quer dizer que no seio da velha sociedade se formaram os elementos de uma sociedade nova e que a dissolução das velhas ideias acompanha a dissolução das antigas condições de existência.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A história de toda a sociedade até nossos dias moveu-se em antagonismos de classes, antagonismos que se têm revestido de formas diferentes em diferentes épocas.
Mas qualquer que tenha sido a forma assumida, a exploração de uma parte da sociedade por outra é um fato comum a todos os séculos anteriores. Portanto, não é de espantar que a consciência social de todos os séculos, apesar de toda sua variedade e diversidade, se tenha movido sempre sob certas formas comuns, formas de consciência que só se dissolverão completamente com o desaparecimento total dos antagonismos de classes.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações tradicionais de propriedade; não admira, portanto, que no curso de seu desenvolvimento se rompa, do modo mais radical, com as ideias tradicionais.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“O poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de outra.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Se o proletariado, em sua luta contra a burguesia, se organiza forçosamente como classe, se por meio de uma revolução se converte em classe dominante e como classe dominante destrói violentamente as antigas relações de produção, destrói, juntamente com essas relaçõse de produção, as condições de existência dos antagonismos entre as classes, destrói as classes em geral e, com isso, sua própria dominação como classe.
Em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e antagonismos de classes, surge uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Os comunistas lutam pelos interesses e objetivos imediatos da classe operária, mas também defendem e representam o futuro do movimento.
(...)
Em resumo, os comunistas apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra a ordem social e política existente.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Os comunistas se recusam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser os seus grilhões. Têm um mundo a ganhar.”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Proletários de todos os países, uni-vos!”
(Karl Marx & Friedrich Engels, no livro "Manifesto Comunista")



“Às vezes, voltando à realidade da vida sã, o paciente lamenta a perda daquele estado em que vivia feliz, num mundo de fantasias, sonhos e abstrações nefelibáticas. Alguns, ao invés de agradecerem ao psiquiatra, exclamam, simplesmente, diante da realidade:
— Que pena!”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Nem todos obtêm a graça suprema. Por quê? Apelando para as leis cármicas, ditas justíssimas, talvez possamos achar o fio da meada e a coincidência incompreendida, porém de há muito estabelecida pelos Senhores dos nossos destinos. A Lei Suprema se fizera sentir, talvez, naquele instante do 'milagre', inexorável: aí não teria havido atenuação de penas, mas merecimento absoluto.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“A ventura de um lar está na saúde mental da família.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Meus senhores — dizia um célebre pregador católico — não há criatura tão singularmente pasmosa como a frágil criatura humana. Vem à luz entre suspiros e lágrimas qual o mais débil dos mamíferos, e desaparece nas voragens do sepulcro qual a mais efêmera das sombras! Meus senhores, digo eu, como psiquiatra: Amai os vossos filhos. A falta de afetividade é a pior das doenças.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Quero aprender e quero curar o meu doente: eis tudo.
Em casos excepcionais, nada consigo. Mas, com a ajuda de entidades espirituais, tudo, no mínimo, se esclarece; e, se houver relação de causa e efeito de magia, se cura. As forças do mal agem com mais precisão e eficiência, por motivos óbvios, pois a inveja envenena, o fogo reduz a cinzas e o ódio reduz a nada. A isso se prestam as nossas deficiências orgânicas, quando a maior de todas as forças, a força moral, se estiola.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Vem a pelo, aqui, um paralelo entre o Carma e as Viroses. Quando uma criança, inocente, padece de horríveis e indescritíveis sofrimentos, dizem os ocultistas: é o Carma! Quando um ser bom, caridoso, puro, encontra um revés atordoante na existência, proclamam os teosofistas: é o Carma! Quando um acidente destrói, de uma só vez e num só instante, uma porção de personalidades ilustres e célebres pelo caráter, pela cultura e pelas realizações magníficas em seu país, repetem os exegetas do Destino: é o Carma!... Em Medicina, quando não sabemos diagnosticar, com absoluta precisão, uma doença grave, gravíssima, máxime do sistema nervoso, em que o infeliz, depois de alguns dias de coma, volta completamente paralítico, isto é, tetraplégico, dizem os especialistas: é uma Virose!”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Sei de um hospício que me espera, onde um enorme aparelho, reforçado por um ímã imenso, retém as almas endiabradas. Não é possível — azar nosso — aplicá-lo aqui, pois o nosso mundo ficaria vazio.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“La Bruyère, célebre moralista francês, dizia, com acento tônico, que não há exagero mais belo que o da gratidão. Paulo Mantegazza lembrava, com ironia, que o homem, em geral, é surdo quando lhe pedem alguma coisa; é eloquente quando ele próprio a pede; é mudo quando deve agradecer.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Conclusão: Pode-se pensar a respeito deles o que se possa ou se queira. Negá-los, nunca. Poderão ser, talvez, como assinalou Charles Richet, monstruosas inverossimilhanças, mas, ainda assim, realidades irrefutáveis. Mas, pela razão de não explicarmos ou não entendermos um fato, seria leviandade deixar de admiti-lo. São fatos que confundem nossa miserável inteligência, sem dúvida. Mas são fatos reais, seja lá o que se pense a respeito deles. E são de extremo interesse para o homem, para o seu futuro. Se eles não se ajustam bem às teorias dos cientistas, revejam-se essas teorias.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“As diferenças religiosas poderão, sem dúvida, desaparecer; ou ser compreendidas; ou ser suprimidas pelos sacrifícios da humildade. Não, porém, pela guerra entre religiões.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Peryllo Doliveira compreendia que o homem era mesquinho, desprezível, quando se lamentava; e dizia, num soneto humílimo, que era melhor padecer em silêncio do que, expondo a sua dor, reparti-la com os outros.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“As nossas células registram as nossas faltas. As nossas faltas perturbam as funções vitais. As funções vitais, se entrarem em anarquia fisiológica, podem levar o espírito à loucura ou castigar o corpo inapelavelmente.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“As forças ocultas, inteligentes ou não, são atraídas e agem pelo pensamento, ajudando-nos ou prejudicando-nos.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Quando o homem mente aos outros, compreende-se, é um impostor; mas, quando mente a si mesmo, é, como diria Vieira, 'o opróbrio dos homens e o abjeto da terra!'.”
(Lauro Neiva, no livro "O Psiquiatra E O Invisível")



“Escrever desdramatiza e esclarece.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“(...) a liberdade, embora atraente do ponto de vista teórico, nem sempre é desejada na prática porque implica no constante desafio de assumir responsabilidades, a primeira delas sobre o próprio destino, o atual e o almejado.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Conhecimento é responsabilidade.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A melhor dessoma é a de quem completou a sua programação existencial.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Os afins se atraem.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A vida, em qualquer dimensão, é um constante sistema de escolhas interdependentes. Optar por alguma coisa sempre implica a renúncia de outra.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A melhor explicação não muda o fato e nem altera a sua condição evolutiva.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Todo dogma reprime.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“É em nome do amor que mais se reprime.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A inflexibilidade apresenta-se mais intensa quanto maior a inconsistência dos dogmas estabelecidos.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Nada matou e mata tantos homens na história da humanidade como as causas ou pretextos religiosos.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A ignorância fragiliza e escraviza a consciência.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A fé não substitui o aprendizado.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Acreditar em algo ou algum ser superior capaz de cuidar dos seus passos e limpar todos os rastros deixados para trás é um conforto para quem não se garante quanto à qualidade dos próprios atos ou tem medo das consequências destes. Assim, rezam para não ter que pensar e pedem para não precisar fazer.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Existe uma clara diferença entre adequar-se para produzir e enquadrar-se para ser aceito.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Definir a origem das prioridades pessoais é determinar quem dirige a sua vida.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Nosso livre arbítrio é muito maior do que o admitido e reconhecido pela maioria das pessoas.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Evolução requer ação.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Acomodação, conformismo, passividade, neofobia e inércia: estes constituem os grandes inimigos a serem vencidos, e não as circunstâncias ou as pessoas.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Uma pessoa não é o que pensa ser, mas, sim, o que pensa.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Tudo aquilo a que nos apegamos de modo excessivo em algum momento será um estagnador de nossa evolução.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Ou você pensa ou alguém faz isso por você.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O medo é o instrumento preferido pela repressão religiosa, familiar ou social. É um meio eficaz de controle e poder.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A mesologia apenas reforça certas tendências individuais.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O medo só se traduz em falta de coragem evolutiva quando bloqueia as atitudes necessárias ao completismo existencial.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O medo visa, em primeiro lugar, à autopreservação. Já a chantagem é sempre egoísta.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A intelectualidade bem desenvolvida, isoladamente, não representa evolução.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A consciência mais madura, lúcida e cosmoética não precisa provar para ninguém a força que traz dentro de si.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Todos os atos anticosmoéticos das consciências são egoístas em sua essência, em suas causas e em seus efeitos.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Todo excesso é patológico.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O tamanho da autoculpa, muitas vezes, é igual ao índice de autocorrupção e covardia da consciência que se prende ao passado para fugir do presente.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O erro é sempre uma oportunidade valiosa de aprendizado.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A única utilidade prática do passado é a possibilidade de aprendermos com ele.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“(...) na maioria das vezes, nossa dificuldade não está no problema em si, mas na relação emocional que temos com ele.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Querendo ou não, todos somos minipeças dentro de um maximecanismo multidimensional, apenas alguns estão funcionando bem e no lugar certo, outros não.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Enquanto a pessoa esperar que todas as condições estejam propícias, nunca fará nada.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Existe uma diferença clara entre reeducar e reprimir comportamentos.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Se o indivíduo diagnostica e reconhece uma dificuldade pessoal é porque já tem condições de superá-la.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Só podemos fazer aquilo que está ao nosso alcance, mas podemos fazê-lo cada dia melhor.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O exemplo positivo e o esforço pela melhoria incomoda e constrange, porque mostra que, se a pessoa pode mudar, então eles também podem.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Em geral, a primeira alternativa descartada pela pessoa é justamente a causa mais provável de determinados comportamentos indesejados.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“É mais fácil admirar os outros do que propor-se a um esforço disciplinado e contínuo visando à melhoria dos desempenhos pessoais.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“O ser humano, por natureza, precisa de desafios. Os mais inteligentes buscam desafios evolutivos, que acrescentem algo de verdadeiramente bom para si e para os outros.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“Os amparadores confiam mais naqueles com os quais podem contar sempre, mesmo que com um percentual menor de energia.”
(Luciano Vicenzi, no livro "Coragem Para Evoluir")



“A própria essência orgânica e divina contém a programação para multiplicar-se, diversificar-se e evoluir. Nada é estático; nada tem um fim em si mesmo; tudo se transforma; tudo evolui; tudo é movimento.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“A evolução da consciência é franqueada a todos, mas o ritmo do progresso compete a cada um.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“O Demiurgo reuniu seus legionários e pediu fidelidade incondicional, sob pena de punições severas. A reunião foi tensa e a decisão tomada foi insana, ou seja, se contrapor aos ensinamentos de Sophia e promover o caos na consciência incipiente do ser humano.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Ora, se o conhecimento é a base para a evolução do ser humano, restou patente a firme intenção do Demiurgo de impedi-la, mantendo o ser humano nas trevas da ignorância.
E esse foi somente seu primeiro ato, no sentido de desorientar a vulnerável e incipiente consciência humana.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Um conflito direto entre Sophia e o Demiurgo estaria fora de propósito, vez que seria uma impropriedade da sabedoria se lançar contra a rebelião da ignorância demiurguiana. Guerra Santa é criação do Demiurgo para dominar o homem e guiá-lo para a obscuridade das trevas. Em um conflito, a sabedoria recomenda: 'Amem os seus inimigos', de sorte que Sophia jamais se envolveria num conflito direto, movido pela ira e pela ignorância.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“O ato de pensar é essencial para as novas descobertas, permite-nos escolhas mais adequadas, dentro de uma lógica ao menos aproximada da verdade. Entretanto, essa reflexão deve ser desprovida de qualquer preconceito, senão invalida o discernimento, neutraliza a inteligência e engessa a consciência.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Deus, o Inefável Criador, conhece a consciência de cada ser, de maneira que não precisa submetê-lo à prova.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“A discriminação é outra forma cruel de segregação, entretanto, o homem está fora do alcance dessa lei de influência demiurguiana, propositalmente direcionada para a mulher. O mais paradoxal é que o homem que se comunicava com o mundo espiritual era elevado ao posto de profeta, enquanto a mulher que se comunicava com o mundo espiritual recebia a pena de morte, sem direito à defesa.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“É importante ressaltar que não se ama por decreto ou sob ameaça de qualquer natureza. O amor é espontâneo e floresce no coração, independente da nossa vontade.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Deus não necessita fazer acordos, pois suas eternas leis naturais e universais já regulam tudo. À luz da razão, fazer um acordo dessa natureza seria infringir suas próprias leis, ou até mesmo negá-las.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“O Inefável Criador é amoroso e eternamente justo, não daria a espada a um de seus filhos para abater o outro, em nenhuma circunstância.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“O 'temer a Deus' não encontra esteio nos Dez Mandamentos, ao contrário, eles mandam: amar a Deus sobre todas as coisas. Não há ponto de confluência entre amar e temer, ou se ama ou se teme. O amor é fonte inesgotável do Criador Universal, enquanto o temer é a fonte de dominação do Demiurgo.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Deus não pune nem manda nenhum espírito mal atormentar seus filhos por qualquer pecado que seja. Para tanto, existem suas eternas leis universais, de sorte que, incorrendo o homem no erro, a reta justiça se manifesta pela lei de causa e efeito, que preconiza a devida correição naturalmente.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Errar na escolha e se arrepender é próprio do espírito ignorante, da imperfeição do homem, mas é necessário na sua jornada evolutiva. É pelo arrependimento que se busca o reto caminho nessa jornada terrena.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Assim será para sempre, desde o cosmos como um todo até a menor partícula, todos estão submetidos às leis naturais e universais, sem exceção, sem privilégios e sem milagres.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“(...) a evolução espiritual vem pelos méritos e pelas virtudes, e não simplesmente pela graça, conforme defendem muitos. Podemos, portanto, afirmar que o progresso espiritual é uma conquista individual inerente às virtudes de cada um.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“De tudo, deduz-se que não basta a fé inabalável para se alcançar a evolução espiritual e brilhar como uma estrela no céu. Conforme afirma Daniel, são necessários conhecimento, sabedoria e a prática constante das virtudes do amor fraterno e da justiça, sendo a fé inabalável a essência primária e fundamental para o progresso espiritual, mas, sem a prática das virtudes, a fé torna-se inócua, tal qual a fé cega, criação do Demiurgo e que conduz a humanidade ao abismo da ignorância.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Em sua suprema sabedoria, Deus não poderia criar um espírito ignorante e, ao mesmo tempo, criar outro evoluído em sua plenitude, pois, se assim o fizesse, estaria se contradizendo e infringindo suas próprias leis naturais e universais.
Portanto, todos os espíritos são criados iguais e, na sua existência primária, ignorantes; mas em sua consciência encontra-se a semente que os conduz ao caminho para o progresso espiritual.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Certamente que a evolução de cada ser depende do esforço individual, pois o Inefável Criador dotou sua criação de todos os instrumentos necessários ao progresso, que apontam para suas eternas leis naturais e universais, como a do livre arbítrio e a da causa e efeito (...).”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Essa luz brota dentro do ser humano pela via do progresso espiritual e somente por essa via.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Quando Deus criou o mundo e tudo que nele há, para o bem do progresso da humanidade, deixou todos os instrumentos necessários para que a ciência relativa ao desenvolvimento da matéria e a ciência relativa ao desenvolvimento da espiritualidade juntas descobrissem o caminho do progresso, uma colaborando com a outra para que, dessa união, resultasse uma dinâmica evolutiva eficaz e continuada.
Contudo, por ação do Demiurgo, o deus da ira e das trevas, houve uma cisão entre a sabedoria (a gnose) e a matéria, que resultou em desastroso conflito, que se perpetua até os dias atuais. (...)
Dessa cisão houve uma bifurcação natural: de um lado, o caminho da ciência e tecnologia relativa ao desenvolvimento da matéria; de outro, a ciência da espiritualidade; e, sempre que possível, uma atrapalhando o desenvolvimento da outra.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Jesus passou a estudar o comportamento do ser humano, percebeu a condição de miséria a que estava submetido, com leis arbitrárias e instituições sociais que somente serviam aos interesses da elite dominante. Nada contemplava os miseráveis, senão a exploração e a escravidão açoitada pelo chicote daquela classe dominante.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“(...) ao acender uma luz, ela deve ser colocada no lugar mais alto, para que ilumine todo o ambiente e todos recebam os mesmos benefícios.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“(...) amar o amigo é o natural, não há qualquer mérito nesse ato. Entretanto, somente o possuidor do conhecimento e da sabedoria suprema é capaz de amar o inimigo, por ter alcançado a compreensão da amplitude do verdadeiro amor, do amor que vem da consciência, que tem a percepção de que seu inimigo também é filho de Deus e, por conseguinte, seu irmão.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“Nada se oculta e, de acordo com o que se semear, colher-se-á o resultado. É o livre arbítrio em pleno funcionamento. Você escolhe o caminho e, de acordo com sua escolha, receberá sua paga, pois, na outra ponta e interagindo com a primeira, espera-o a lei da causa e efeito, ambas trabalhando em sintonia.
Se semear o amor, colher-se-á o amor; se semear o ódio, colher-se-á o ódio. Não se planta espinheira esperando-se colher maçãs. Não é necessário estar escrito em lugar algum: basta observar em seu próprio comportamento, quando interagindo com outros irmãos e com o ambiente, que verá o resultado.”
(Luiz José de Almeida, no livro "O Descortinar Da Verdade")



“(...) refletir a partir de um texto é sempre prestar um tributo a sua intrigante singularidade.”
(Luiz Tatit, no artigo "Abordagem Do Texto”)



“O paradigma consciencial coloca a consciência como epicentro da própria evolução.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Os portadores de queloides afetivos, não raro, alimentam emoções destrutivas, tais como o ressentimento, a amargura, o ciúme, a melancolia, a revolta, a inveja, a reivindicação e a autoculpa, que afetam de forma consciente ou inconsciente a sua saúde psicológica e física.
Presas ao rancor e à mágoa, a maioria das pessoas tem o hábito de justificar a própria infelicidade apontando como causa o comportamento dos demais. Essa postura implica negação da autonomia pessoal e constitui uma das distorções mais comuns no uso do livre-arbítrio. Trata-se de um equívoco que conduz à insatisfação e à fuga de responsabilidades.
A desafeição interpessoal é responsável pela lentidão e, muitas vezes, pela paralisia na caminhada evolutiva do indivíduo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O perdão real tem muito pouco a ver com a justiça humana ou com a suposta justiça divina. É muito mais autônomo e está relacionado à decisão íntima de mudar a si mesmo sem que para isso seja preciso buscar autorização, esperar o consentimento alheio ou tentar mudar o outro.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Pela assistenciologia, existe um processo dialético na dinâmica evolutiva: quanto mais nos voltamos para o estudo de nós mesmos (autoconhecimento), mais percebemos a necessidade de auxiliar os demais (fraternidade). Quanto mais nos interessamos pelo bem estar dos outros, mais recebemos informações sobre a nossa realidade íntima.
Como resultado, tornamo-nos mais úteis aos que nos cercam (assistencialidade).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Posturas que causam mal estar íntimo precisam ser examinadas de perto e sem paixão, evitando a formação do remorso. (...) A autoculpa não resiste à lógica.
A maior parte dos sentimentos de culpa é do tipo neurótico, não tem causas reais. ”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Mas, não vamos nos iludir: amadurecer, autorrealizar-se não significa ausência de problemas, assim como saúde não é simplesmente ausência de enfermidade física.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O procedimento científico é a especificação de medidas que se devem tomar em dada ordem para se chegar a um determinado fim.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Autocura é a busca incessante da consciência pelo estado hígido, ou seja, pela saúde integral (física, energética, psicológica, emocional e mental). O resultado final desse processo é a libertação egocármica.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Somente o epicentro da experiência poderá cessar a entropia energética representada pela doença.
Não adianta tentar terceirizar a autocura.
Segundo a Conscienciologia, a heterocura não existe. A pseudocura promovida de fora para dentro, muitas vezes sem a participação consciente do interessado, sem o seu real consentimento, não pode ser duradoura. É paradoxal buscar a cura sem querer comprometer-se integralmente com ela.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Na maioria das vezes, o elemento que impede a cura é justamente aquele que seria o maior beneficiado por ela. Quem sofre com a enfermidade, geralmente, ignora a fonte, a causa real do seu problema e foge do esclarecimento de que mais necessita.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Autocura é um estilo de vida, um hábito sadio a ser implementado de forma permanente. De que adianta aplicar a vacina ao doente terminal?”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quando já sabemos o que é o ideal, é impraticável conviver com o mais ou menos. Então, partimos em busca do ideal-possível. O que não serve não serve mesmo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O correto é ser feliz, embora muitos já tenham aceitado a infelicidade como parte natural de suas vidas. Porém, normal mesmo é ser sadio. A doença é um sinal de que a consciência ainda não está usando sua competência natural para conservar o estado ideal de equilíbrio ou homeostase (harmonia interior).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A doença é uma linguagem silenciosa, ou o professor de que estamos precisando.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Há pessoas que não adoecem, simplesmente, porque a enfermidade não encontra hospitalidade em suas ideias. Pensanidade = pensenidade sadia.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Levar uma vida sedentária, fumar, beber ou comer em excesso, intoxicar-se com drogas (incluindo aqui a automedicação e a medicação desnecessária) são maus hábitos suficientes para acabar com a saúde muito mais cedo do que se poderia esperar (suicídio branco).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A maior prova de amor, de afetividade, é respeitar os pontos de vista do outro.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Já consumimos muitas vidas perdendo oportunidades de promover a reconciliação com os componentes do nosso grupo evolutivo. Essa seria uma das principais razões para voltarmos à vida humana em tantas ressomas compulsórias que sempre constituem novas tentativas de convivência.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A terapia é necessária e apresenta sempre resultados mais visíveis, imediatos. No entanto, a profilaxia, cujo resultado não aparece no presente, é mais avançada, constituindo um investimento que trará benefícios mais duradouros amanhã.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A cada ano, canhões e soldados com edições blindadas da bíblia no bolso são abençoados com água benta para ir à guerra com a maior naturalidade. É quando perguntamos: há alguma lógica nisso? Onde fica a autoridade moral para falar em paz sem o repúdio explícito ao belicismo?”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Pacifismo não é passividade.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Há milênios as religiões estimulam o sectarismo e a preconceituação, patrocinam guerras baseadas no desentendimento, na intolerância e na desafeição. Será que estão na posição mais adequada para explorar o assunto 'reconciliação'? Com que exemplos? Com qual experiência prática?”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Experimento, logo existe. E, se existe, é preciso investigar.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Para todas as tarefas: 1) há uma ou mais de uma solução; 2) há várias maneiras de executá-las, não uma única.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Toda ciência tem como compromisso oferecer soluções para determinados problemas. Sabemos, contudo, que nem sempre é o que ocorre.
Por exemplo, a pesquisa visando à alta tecnologia bélica é uma das mais caras do mundo e não é exatamente a solução de que mais precisamos para sermos felizes ou termos melhor qualidade de vida. Pelo contrário, a ciência bélica, se puder, define a qualidade da morte que teremos: bombas ou guerra bacteriológica? (...)
Isso nos leva a concluir que a ciência oficial é ainda imatura, aética ou anética, pouco preocupada com a evolução da consciência. Não prioriza o indivíduo ou dedica o conhecimento que organizou para agilizar o amadurecimento da humanidade. É a ciência sem consciência.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A melhor explicação científica sobre qualquer fato, situação, evento ou fenômeno não é a mais complicada ou complexa e, sim, aquela mais simples que consegue cobrir a maior quantidade de variáveis. Essa é a hipótese que permanecerá em vigor até que seja refutada por outra explicação ainda mais simples (Navalha de Occam).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“As oportunidades evolutivas são singulares e se sucedem, mas jamais se repetem.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quando se trata de evolução, a consciência merece sempre o que há de melhor. Cabe a ela e a mais ninguém a responsabilidade de buscá-lo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Refletindo com profundidade, acabamos descobrindo que nada temos a perdoar aos demais. Temos que perdoar primeiramente a nós mesmos por termos permitido que tal situação ocorresse. (...) Perdoar é um ato de amor a si mesmo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Por fim, aceitamos que no mundo há poucos assumindo responsabilidades cada vez maiores (os mais maduros) e o restante culpando os demais (os mais imaturos). Toda ausência de atitude positiva, assertiva e pró-ativa está onerando alguém. De qual grupo quero fazer parte?”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Não podemos mudar a biografia de ninguém. Podemos no máximo aperfeiçoar a própria autobiografia, que sempre pode ser revisada e melhorada. Cada um tem o direito de ser como é, a começar por nós mesmos. Com o fim da ilusão de mudar o outro, a correspondente expectativa frustrada, na maior parte das vezes, desaparece (economia energética), aumentando a energia disponível para a ação.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Podemos construir uma autoestima sadia, assumindo a responsabilidade pelo uso do livre-arbítrio em causa própria.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Ao cessar a condenação mental e o julgamento da atitude da pessoa, deixamos de compartilhar os pensamentos, emoções e energias dos seus desafetos humanos e extrafísicos para sintonizar os pensamentos, sentimentos e energias daqueles que objetivam promover a saúde e o equilíbrio de todos (foco sadio).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O primeiro tipo de convivência compulsória para a consciência, seja ela homem ou mulher, é a companhia obrigatória de si mesma (egocarma).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A partir das nossas escolhas através de vidas sucessivas criamos compromissos benéficos ou patológicos, laços espontâneos ou forçados pelos débitos com os componentes das nossas relações. O carma é justamente a trama energética, o tecido afetivo, o produto final ou a consequência desse comprometimento inarredável da evolução.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Não é possível agradar a todos sem se desagradar primeiro. Temos que fazer nossa escolha pois, na vida humana, vamos aprender que não dá para evoluir e ser aplaudido por todos ao mesmo tempo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Desafeição é basicamente incomunicação.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Caberia ao mais maduro, ao mais experiente, sendo o que possui mais informação, a tarefa de ceder na tentativa de alcançar a melhoria do relacionamento. Mas isso na prática não acontece com facilidade.
O que nós chamamos de 'maldade', consciências maduras consideram 'falta de experiência'.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O resgate das relações afetivas é um imperativo da evolução.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Na família humana a consciência deixa-se nivelar por baixo. No grupo evolutivo tem a oportunidade de nivelar-se por cima.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Ninguém está dizendo que lares disfuncionais sejam necessários para a evolução pessoal ou que não precisem ser reciclados. No entanto, ninguém vai parar em determinada família nuclear à toa.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Mesmo na dimensão extrafísica, pós-dessoma, podemos permanecer unidos (quando existe afeto) ou atados (quando há desafeto) àquelas consciências com as quais criamos codependência afetiva.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Um autoexemplo vale por mil tentativas de esclarecimento.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Se o afeto une, o desafeto ata.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Evolutivamente estamos sempre mais próximos de quem tem problemas similares. Quando superamos uma linha de aprendizagem, somos naturalmente liberados para a próxima etapa.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Perdoar é libertar-se de ser algoz ou vítima para sempre.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Não se pode negligenciar o ciclo de comportamentos autodestrutivos gerados por uma autoestima negativa.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Emoções destrutivas isolam consciências.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Qualquer assistência, ainda que egoísta e mal intencionada, é melhor que nenhuma.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Temos o mau hábito de justificar nossos receios de mudança evocando situações compatíveis negativas ocorridas no passado (traumas). A crença no pior justifica a fuga do impasse evolutivo que representa justamente a oportunidade de crescimento.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Crises surgem para indicar que, sem uma nova estratégia, chegamos ao fim da linha. As possibilidades para aquela situação estão esgotadas.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Estaremos acompanhados de nós mesmos, por toda a eternidade. Existir implica em estar condenado à autoconvivência, nesta ou em outras dimensões.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Doença no soma é apenas ressonância de ideias doentes no mentalsoma.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Se já admitimos que podemos receber ajuda de outras dimensões, vamos nos tornar disponíveis para ela.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A raiz da palavra 'reivindicar' é 'vindicare', do Latim, que quer dizer 'vingar-se'. Achamos legítimo reivindicar os nossos direitos (vingança legítima?), sem tentar aprofundar a compreensão do conceito. Reconciliação é o oposto da reivindicação, pois significa buscar o entendimento, a afinidade, abrindo mão da conduta reivindicatória.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O esforço de compreender o outro e suas razões é um processo terapêutico para estabelecer uma nova relação, o que acaba favorecendo a ambos. Esse é o tipo de negócio em que todos ganham.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Compreender não é o mesmo que concordar.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Amar é fazer os outros se sentirem melhores do que nós mesmos nos sentimos, às vezes, em muitos aspectos.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Toda consciência é singular pela sua natureza e similar pelo seu comportamento (necessidades evolutivas). Por esse motivo, na hora da mudança inevitável, apoia-se no próprio sistema de crenças buscando o que lhe é familiar para sentir-se confortável (zona de segurança). E é justamente essa atitude que a impede de sair do lugar.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Uma das características da maturidade é a seletividade nas escolhas. A consciência imatura confunde seletividade com sectarismo. A pseudo-seletividade imatura é excludente.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Ficar doente denota incompetência para tomar conta de si mesmo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Ninguém é totalmente inocente na própria dificuldade. Em algum momento faltou discernimento ou esforço.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Muitas vezes, a hostilidade é uma admiração mal resolvida.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O medo de errar já é, em si mesmo, uma atitude errada. O que é preciso é ser original ainda que através dos erros. Cometer erros novos, ainda não experimentados, implica que estamos fazendo novas experiências e nelas é natural errar. Cometer sem parar os mesmos erros é que é pior, pois leva a um círculo vicioso (automimese).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“É cosmoético deixar-se ajudar. Muitos não recebem mais assistência porque não se permitem ser ajudados. Nunca é tarde para pedir ou receber ajuda.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A tarefa do esclarecimento (tares) é uma sequência de desilusões cosmoéticas que libertam a consciência do ego e do grupocarma.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O mais positivo no ato de perdoar é compreender que a intenção individual sincera tem validade independente da resposta ou do reconhecimento do outro.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A partir daí, passamos a dizer: 'graças a fulano aprendi isso'. E não mais: 'por culpa de fulano, veja o que me aconteceu?'.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O perfeccionismo é uma tentativa de controle absoluto: de pessoas (manipulação), de objetos (mania) e dos fatos (ansiedade), tarefa que tudo indica ser impossível.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A consciência perfeccionista não consegue manter um nível de motivação sadia. Criando expectativas quanto à perfeição irrealizável, está sempre caindo em frustração e projetando o seu fracasso imaginário nos outros.
O perfeccionismo é a caricatura da auto-organização.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Podemos, portanto, garantir o melhor futuro evolutivo possível tomando agora, no momento presente, que é o único tempo que não tem fim, as decisões mais acertadas, escolhendo as melhores prioridades para a evolução.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A cosmoética atua de forma inexorável sobre todos nós. Alcança-nos em qualquer vida, em qualquer dimensão. Não é uma lei única para todos: atua segundo o nível de entendimento, evolução, maturidade, experiência de cada consciência. Rege, portanto, a evolutividade das consciências.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Desistir dos princípios pessoais é um tipo de autorrejeição, cujo resultado costuma ser uma carência afetiva que ninguém pode preencher, nem mesmo o amparador da pessoa. A pior carência afetiva é a miséria de autoafeto e de autorrespeito.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O homem se angustia com a própria cultura que ajuda a criar.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Segundo Vieira, a queixa é sempre uma exigência a alguém. Revela incompetência para lidar com algo. O ideal seria colaborar para mudar aquilo que nos afeta (ação), abandonando a atitude de reclamação que, paradoxalmente, é uma atitude passiva.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Saber o que é melhor e não fazer é diferente de não fazer melhor porque não sabe.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Por mais que alguém queira o melhor para nós e até nos auxilie a chegar lá, não podemos nos transformar naquilo que os outros esperam que sejamos. Autoestima é um patrimônio pessoal inalienável, construído através de uma sequência de posicionamentos e autossuperações íntimas, pluriexistenciais. São as chamadas vitórias silenciosas na eterna luta evolutiva da consciência para superar a si mesma.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A consciência é herdeira das próprias escolhas, logo, pode criar dívidas para consigo mesma.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Como no exemplo do avião, em caso de emergência, a máscara de oxigênio deve ser aplicada primeiro em si, antes de pretendermos ser úteis aos demais. (...) Cuido bem de mim para melhor servir.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O corpo sabe cuidar de si próprio quando bem comandado.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Aprender a dimensionar os fatos no seu real tamanho e importância é mais uma nova conduta igualmente valiosa a ser implementada e que levará à autocura afetiva.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“É postura sábia procurar dosar a carga de energia que atribuímos às ocorrências da vida. Temos o mau hábito de ampliar a estatura dos fatos. (...) Situações realmente dramáticas às vezes acontecem. Mas são raras e para essas horas vale a sábia fórmula: isso também passará.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Como vamos superar uma condição patológica evocando-a sem parar e, pior, através do uso de expressões dramáticas?
Num outro contexto, evocar uma ideia positiva com energia e sinceridade é válido, pois aumenta o poder de assimilação (reforço) de uma ideia, de um hábito ou mesmo do sentimento sadio por alguém.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Os fatos ocorrem de forma independente da minha vontade. Assim como eu, todas as consciências são dotadas de livre-arbítrio. Nada, ninguém, nenhum fato ou fenômeno precisa do meu endosso para atuar, ocorrer ou existir.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Mesmo os clássicos personagens sociais contadores de piadas (fuga psicológica) ou os humoristas irônicos e debochados, não costumam ser felizes ou alegres. Ao contrário, esses tipos populares costumam ser solitários, tristes e carentes afetivos, na intimidade. A assimilação negativa e o vampirismo energético também acontecem através do riso, principalmente quando o humor é negativo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Atitudes bem-humoradas e qualidade de vida estão hoje definitiva e cientificamente relacionadas. Os pessimistas comprometem a saúde e se saem mal na convalescença.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Nenhuma consciência está pronta, terminada, perfeita do ponto de vista evolutivo. Os amparadores compreendem esse processo e por isso nos avaliam sempre pelo conjunto da obra (intenções e atos). Não por fatos isolados, pelas falhas de um momento, por uma fase apenas ou, mesmo, pelo desempenho de uma só vida.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O medo é o inimigo-oculto da evolução consciencial. Quando a informação entra pela porta, o medo sai pela janela.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Compartilhar, dividir, é sinal de saúde.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quanto mais me exponho com sinceridade, mais os amparadores me preservam. Quanto mais tento me esconder, mais os assediadores me denunciam.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Se o ciúme é o medo da perda, a inveja é o desejo da posse. A possessividade é um traço paranoide. Um exemplo caricato dessa condição é o desenho animado da TV — Corrida Maluca —, na qual todos trapaceiam, competem e ninguém jamais ganha.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“As amizades ociosas nada somam às nossas vidas. Muitos círculos de relações significam apenas extensão do ego ou egoísmo em grupo. Incoerência, reincidência ou ignorância? Os amparadores só podem atuar quando a brecha é da terceira condição. Não podem intervir quando o problema se situa na primeira ou na segunda situação.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Os amparadores olham para nós com olhos sadios, com o foco no talento pessoal e na solução. Por que não podemos tentar fazer o mesmo?
Já possuímos bastante informação teórica sobre o que é o melhor. Agora falta pôr em prática (vivência). Em muitos aspectos, o que já sabemos é mais do que suficiente para nos deixar em melhor situação. O que falta não é receber mais ajuda e sim atuar de forma teática, pra valer, aplicando o que já foi aprendido.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Cada consciência pode pedir o que quiser aos amparadores. Contudo, na maioria das vezes, receberá o que precisa.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Nenhum encantamento perdura ou resiste ao desencanto produtivo da maturidade. Afinal, a crítica e o erro podem ser os maiores educadores para quem precisa amadurecer.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Se o atalho fosse o ideal, a estrada não seria necessária.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A maioria prefere brilhar no meio da ignorância do grupocarma a ser um rosto na multidão no grupo evolutivo mais avançado.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Aprender a ajudar o outro é o início de toda autocura.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O preconceito é a camisa de força do pensamento livre.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O livre-arbítrio é o instrumento magno para desenvolver a capacidade seletiva da consciência na adoção de novas escolhas. Cumpre o seu objetivo somente quando aplicado às mudanças e decisões pessoais. Somos livres para mudar a nós mesmos, seja onde for, apesar do que for.
Os pontos fundamentais da nossa programação de vida dependem mais de decisões pessoais acertadas e menos da atuação dos demais implicados ou até mesmo dos amparadores.
O problema é que cultivamos o mau hábito de utilizar o arbítrio pessoal para mudar o outro ou decidir sobre a evolução alheia, ao invés de aplicá-lo com toda liberdade para aperfeiçoar a nossa própria performance. Com a desculpa de ajudar o outro, cometemos facilmente o erro de objeto no uso do livre-arbítrio.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Conflitos breves são catalisadores de mudanças. Quando crônicos, desembocam nas enfermidades (catarse improdutiva). Adoecemos como forma de expressão de um fracasso no projeto pessoal de desenvolvimento ou quando abdicamos do uso inteligente do livre-arbítrio (subnível).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quanto mais talentos conscienciais nós possuímos, mais as provas da vida serão complexas.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quem aposta na vida vive melhor.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A conduta tímida é aquela que deixa a consciência parada na porta da frente da vida sem coragem para tocar a campainha. E nesse caso, é claro, ninguém responde, porque a pessoa não declarou as suas necessidades. (...)
O ideal é a pessoa ser corajosa e ousada perante a evolução, porém, modesta perante o que ainda lhe falta aprender. A superfície de contato com a ignorância aumenta à medida que a nossa experiência cresce. E a ignorância sincera é positiva, deixando explícito aquilo que nos falta aprender.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“É muito importante saber que perdoar não significa que alguém está certo e alguém está errado. Esse dilema não mais importa. Perdoar permite sobrepairar, transcender o limite de quem teve, tinha ou tem razão.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“É bom desconfiar quando nos sentimos cobertos(as) de razão. Os assediadores atuam sob esse mesmo enfoque. Ter razão não pode ser desculpa para tudo. A legítima defesa é legítima?”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O ideal é defender as ideias que beneficiam a todos. Não precisamos mais nos defender.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“As ideias estarão sempre acima das pessoas.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Ajudar de fato é respeitar aquilo que a pessoa é ou está.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A pessoa segura é consciente do seu nível de insegurança relativa, trabalhando o tempo todo para superá-lo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O fanático é o menos crente. Desfruta apenas do falso poder da exclusão.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A energia não cura. É apenas um meio e não atinge o âmago do problema. Daí a importância da própria pessoa atuar como agente de mudanças, participando ativamente na remissão de condições indesejáveis que ela mesma ajudou a criar. Ninguém deveria estar, eternamente, na dependência dos outros para manter o seu sistema energético equilibrado.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“As técnicas bioenergéticas têm um objetivo muito mais profilático do que terapêutico.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A experiência aponta que, sem a mudança do padrão pensênico individual para níveis mais éticos, jamais chegaremos a desenvolver a autodefesa energética. A afinidade é resultado da semelhança de padrões.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O homem é o único animal capaz de ter consciência de si mesmo em um nível mais sofisticado (autoconsciência), adaptando o seu comportamento de forma voluntária a cada situação.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Pessoas realistas planejam suas vidas e não são ingênuas, considerando as implicações antes da tomada de decisões. Tampouco, estão despreparadas para os imprevistos ou surpresas negativas (margem de erro).”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Aumentando o nosso universo de escolhas, expandimos o autodiscernimento. Mais dia menos dia, em prol do próprio futuro evolutivo, cada um é convidado pela vida a rever as escolhas anteriores.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O mais maduro participa, coopera mais e evita dar trabalho excessivo.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Quando os amparadores não podem aproveitar os resultados da maturidade consciencial, aproveitam as consequências das imaturidades para beneficiar quem esteja predisposto.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O egoísmo altruísta é justamente a postura que prioriza o aprendizado pessoal em todas as circunstâncias, com disponibilidade íntima simultânea para servir a todos.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“A chamada 'caridade', embora bem vista, esconde, muitas vezes, uma atitude arrogante ou interesseira, da parte do assistente, e passiva e preguiçosa da parte do assistido. Difícil é buscar qualificação para atender a real necessidade do asssistido. O tipo mais raro de assistência (tares) é aquela que esclarece, informa, sem tentar doutrinar, influenciar ou chantagear o 'assistido', para que utilize algum sistema de crenças.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“Comunicamo-nos de forma permanente com a multidimensionalidade, mesmo quando ignoramos o fato.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“No dicionário etimológico, 'procurar', 'pro-curare', tem uma raiz latina que significa 'buscar a cura'. E quem procura acha.”
(Málu Balona, no livro "Autocura Através Da Reconciliação")



“O ideal é tirar partido do passado para melhor elaborar o futuro.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Apresentamos de maneira geral um péssimo hábito: registrar sempre com precisão maior na memória integral de todas as vidas, chamada também de holomemória, os episódios e vivências negativas.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“É preciso limpar o lixo guardado na memória integral, para atualizar os arquivos pessoais.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Não há culpados pelas nossas dificuldades. Há deficiências a superar.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O preço cobrado pela imaturidade é sempre aprender da maneira mais difícil. Vamos assumir a responsabilidade integral pelo que nos ocorre — sendo autoimperdoadores (de nós mesmos), procurando o perdão antecipado (heteroperdão) para todos os demais, ad infinitum.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A Síndrome do Estrangeiro é um distúrbio do comportamento, caracterizado por um estado mórbido de alienação, estranheza ao ambiente e/ou a pessoas, inadaptação, melancolia aguda, apatia, depressão, (...), podendo levar à dessoma prematura.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O estrangeiro intrafísico sente-se exótico, distante socialmente, segregado e marginal sem saber o porquê.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“No campo sociológico, estudos demonstram que pessoas que se mudam de bairro ou cidade apresentam dificuldades de adaptação, permanecendo, durante um período variável, ainda presas ao antigo local de residência.
Muitos continuarão a cruzar a cidade para comprar pão ou utilizar serviços básicos, (...), preferindo deslocar-se e continuar visitando locais conhecidos. O fenômeno foi chamado de choque cultural. Ocorre uma impressão de incongruência e estranheza, dificultando a chegada psicológica ao novo ambiente.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“É fato que mudanças são sempre agentes de estresse, negativo e positivo. O aspecto negativo corresponde à neofobia natural e à ameaça que o novo provoca; o positivo é o crescimento e a experiência posteriormente adquiridos.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Também na Síndrome do Estrangeiro, a consciência portadora sofre da falta de familiaridade com as pessoas, os ambientes e as situações. Se a mudança, tão comum, de uma cidade para outra pode afetar tanto uma pessoa, quanto será a consciência afetada pela mudança de dimensão?”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Na literatura mundial há referências sobre as personalidades inadaptadas em geral. Na década de 50 foram chamadas de outsiders (forasteiros). O termo se refere àquelas consciências que viveram sempre ou vivem no contrafluxo social, contrárias ao espírito de sua época (zeitgeist).”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O(A) autor(a) sempre poderá se preservar da exposição excessiva, porém, quando a intenção é praticar a assistencialidade, a escolha recairá sobre a pesquisa-depoimento, sem com isso pretender a devassa consciencial ou a supervalorização de dificuldades, posturas inadequadas ao pesquisador da autoconsciência.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Toda pesquisa conscienciológica há de ser antes de tudo um autorresgate.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Ao enfrentar o grupo com objetivos assistenciais por meio do esclarecimento, rompe-se parte da cadeia de dívidas evolutivas contraídas no decorrer das seriéxis (carma).”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Se deixamos aqui o fruto da nossa gestação consciencial — por exemplo, na forma de um livro que possa continuar ajudando as gerações futuras a conquistar a maturidade —, alcançaremos, por fim, o policarma (ajuda indireta permanente a todas as consciências, independente de laços, compromissos ou dívidas pessoais).”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“As escolas extrafísicas não se assemelham às escolas humanas, na medida em que, nas primeiras, as disciplinas serão sempre renovadas ao nível e no ritmo da evolução alcançada pela consciência.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A vida humana consiste no teste de competência evolutiva na luta pela recuperação de CONS.
Admite-se que a recuperação de CONS dependerá sobremodo da própria maturação biológica, porém, o esforço despendido pela consciência no sentido de melhorar os seus desempenhos evolutivos será o mais importante elemento determinante para alcançar essa meta.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Qualquer consciência, mesmo aquela mais experiente, está sujeita a sofrer uma colisão de paradigmas ao voltar à vida humana para cumprir a sua proéxis, sendo acometida pela Síndrome do Estrangeiro.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“As abordagens bioenergética, multiveicular, multidimensional e multiexistencial da Projeciologia e da Conscienciologia podem contribuir para explicar processos obscuros como o autismo e a esquizofrenia, cuja origem mais remota poderia estar localizada não na vida atual, ou numa existência passada específica, mas numa série de inadaptações sucessivas à vida social humana.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Lembrar-se de vidas passadas é importante, contudo, preparar melhores vidas futuras é tarefa muito mais produtiva. A consciência é principalmente herdeira de si mesma.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O paradigma convencional, muitas vezes, se torna insuficiente para explicar todos os casos. Em vez de um enquadramento forçado, parece mais inteligente buscar novas abordagens para explicar aqueles casos em que os padrões já estabelecidos falharam.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A gestação é o mais estreito nível de contato físico (interfusão consciencial) possível entre duas conscins.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Os sentimentos de revolta e de ressentimento que acompanham certos processos impostos de resgate mútuo podem justificar, em alguns casos, as náuseas resistentes a qualquer tratamento convencional (hiperemese gravídica), vividas pela gestante durante vários meses.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Até que ponto podemos afirmar que tudo o que é vivido pela criança nessa fase seja fantasia e alucinação? Será que os médicos e terapeutas sentem-se mais aliviados com esta explicação lógica, oficial e aceita, que diminui sua própria angústia e ansiedade pessoal diante do fato?
E se a companhia extrafísica da criança fosse 'real'? Como se sentiriam? Com medo, inseguros? Todas as certezas se desvaneceriam num átimo, dando lugar a um grande vazio de informações.
A partir daí, somente um novo paradigma poderia ser utilizado para avaliar a normalidade.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O bebê humano é a cria mais frágil e complexa do planeta. Precisa de cuidados durante pelo menos os primeiros 7 anos de vida. Leva aproximadamente 1 ano para pôr-se de pé e caminhar e levará mais de 2 décadas para consolidar a sua estrutura biológica. O mais grave: a conscin está temporariamente amnésica quanto à sua real origem extrafísica e quanto à proéxis pessoal e grupal a ser cumprida.
Em muitos casos, não chegará à maturidade psicológica, fixando o quadro crônico de infantilismo adulto.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Mesmo apresentando grande precocidade, até superdotação e considerável maturidade psicológica, a quase totalidade das conscins sofrerá, da mesma forma, os efeitos da maturação biológica impostos pelo soma.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A utilização do cérebro abdominal ou emocional é mais antiga do que a do cérebro encefálico. Um dos muitos paradoxos da evolução é a consciência, imortal e experiente, conviver há milênios com um soma animal, cujas inovações são lentíssimas. Apesar do mundo moderno que o cerca, o homem ainda usa o mesmo equipamento emocional do homem de Cro-Magnon. O soma registra, reage; a consciência pensa.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O grupocarma revela o verdadeiro nível evolutivo consciencial. Com o restringimento imposto e suas consequências, vem o contato com esse grupo de compromissos evolutivos assumidos ao longo da evolução.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Os níveis diferentes de cosmoética (código de princípios pessoais evolutivos) costumam ser a base das desafeições e das rejeições mútuas. Quando as consciências praticam diferentes códigos de ética, ocorre a sensação de incongruência.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A autoculpa é um elemento paralisador da evolução devido à sua atemporalidade.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Como ocorre com certas personalidades intelectualmente bem dotadas, parecem muito mais maduras do que são (mecanismo de defesa: racionaliação).”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A consciência que deve muito precisa assumir compromissos críticos quando quer saldar suas dívidas evolutivas em tempo hábil.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Negar a existência de um processo ou fenômeno não faz com que deixe de existir: 'não admito, logo não existe'. É o mesmo que pensar que a ignorância é uma forma de proteção!”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Não é nada agradável ser diferente sem querer.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Segundo Sigmund Freud, a adolescência seria o período de maior vulnerabilidade na estrutura da personalidade, mais favorável ao desenvolvimento de situações psicopatológicas.
Sua filha e seguidora, Anna Freud, considera o adolescente uma entidade semi-patológica, que incomoda o grupo.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Os Mecanismos de Defesa do Ego são normalmente inconscientes. Quando passam a ser usados de modo intencional pela consciência, podem ser reconhecidos como autocorrupção.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Sem saber lidar com a agressividade reprimida, nem saber fazer as concessões naturais que se impõem, a consciência procede a renúncias drásticas sem discernimento. (...) Faça concessões até um ponto que não signifique perdas evolutivas.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A essa altura, ocorre uma certa torcida inconsciente pela patologização por parte da família. Melhor ter um membro da família psicótico, esquizofrênico ou autista, que se pode diagnosticar e tratar, do que alguém que: nem é suficientemente doente para ser tratado, nem suficientemente sadio para ser igual a todo mundo.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“À espera de receber uma espécie de senha, que um dia alguém, em algum lugar, lhe dará, a consciência alimenta a esperança de encontrar e reconhecer o seu grupo, os seus pares, os seus iguais. Está convicta de que há um tipo de comunicação consciencial específica, que só poderá ser captada pelos que sofrem do mesmo mal.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O soma é a pele da consciência. A ciência é o campo das dúvidas e das respostas temporárias. Estudar a consciência pelo trajeto do útero ao cemitério é analisar apenas a dermatologia consciencial.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A sociedade intrafísica patológica é composta de mecanismos criados para permitir a conservação da mediocridade, por meio da estampagem ou modelagem de indivíduos nivelados por baixo.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O grande desafio da consciência madura é conseguir viver como se fosse igual a todo mundo, sabendo que é diferente de todos.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Boa vontade e boa intenção não bastam. É preciso discernimento.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Tudo indica que parte das consciências que se encontram hoje na Terra, antes da primeira vinda, estava anteriormente em outros rincões do Universo somando experiências evolutivas.
Isso responde à brilhante dúvida dos detratores da teoria da seriéxis: 'mas onde estariam as outras consciências se a população da Terra continua crescendo?'.
A resposta seria: evoluindo em outras paragens. As transmigrações interplanetárias sempre existiram. Muitos planetas já deixaram de existir, porém, a experiência consciencial evolutiva prossegue sempre.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Na tentativa de sair do corpo (usando drogas), a conscin sai do ar e não cai na real como precisa.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O diagnóstico procurado com afinco nem sempre é para aliviar o paciente ou o seu entorno (familiares); às vezes, funciona mais como um elemento tranquilizador para o próprio terapeuta, confuso com a definição de certos casos.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A vida humana constitui-se de uma oportunidade para a consciência purgar a sua imaturidade residual (trafares) e aprender a ser feliz. É esse o grande motivo para estarmos aqui. Felicidade requer nova rede sináptica, já que constitui uma nova conduta.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O conformismo, a passividade, a neofobia e a inércia constituem os grandes inimigos a serem vencidos, e não as circunstâncias ou as outras pessoas. É a eterna luta contra a acomodação: a autossuperação.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A consciência [portadora da Síndrome do Estrangeiro] procura estar alerta quanto às próprias deficiências, compreendendo que ainda é menos pior ter ficado, até então, à margem da sociedade, no contrafluxo, do que ter ficado parada no tempo, conformista, à margem da evolução.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A loucura, em muitos aspectos, representa a fuga impossível de si mesmo.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O indivíduo chamado de louco é aquele que vive perdido numa viagem interdimensional sem fronteiras.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Na pessimista visão freudiana, a normalidade seria uma ficção ideal e a normalidade absoluta seria utopia, não podendo jamais ser atingida.
(...)
Segundo a pesquisa realizada por esses autores, nas obras de Sigmund Freud há mais de quatrocentas referências à neurose e nenhuma à saúde. Contra fatos não há argumentos.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A divergência, muitas vezes, será justamente a representação da saúde e o conformismo — adaptação — será a própria manifestação da patologia.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Nem sempre o indivíduo que difere dos seus semelhantes, perturba a sociedade ou escandaliza sua família é doente. Muitas vezes, pode ser o representante do paradigma da saúde em tempos de insanidade grupal e coletiva.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Depois de incentivada a crer sem ver, a conscin (religiosa) passa a ver o que foi ensinada a crer. Quem, nesse caso, torna-se então responsável pela sua doença mental?”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Somos filhos e frutos da cultura aprendida, da mesologia, da genética humana; contudo, somos primordialmente herdeiros de nós mesmos, através da paragenética auto-herdada.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“As três categorias terapêuticas — psicólogo, psiquiatra e psicanalista — não andam necessariamente juntas e, muitas vezes, estão em franco desacordo entre si quanto ao diagnóstico, às técnicas e ao tratamento dispensado ao paciente.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“A maior responsável pela profilaxia e pela conservação da saúde mental individual é a própria consciência, antes de tudo.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Genialidade é empregar os atributos conscienciais de modo simultâneo, em prol da evolução.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Maturidade: esforço para autocorrigir-se sem querer mudar ninguém.”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“O que dá validade ao trabalho científico, segundo o paradigma consciencial, é antes de tudo a vivência pessoal: experimento, logo existe (dedução lógica).”
(Málu Balona, no livro "Síndrome Do Estrangeiro")



“Temos de fazer um grande esforço para não incorrer no erro milenar dos gramáticos tradicionalistas de estudar a língua como uma coisa morta, sem levar em consideração as pessoas vivas que a falam.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. (...) Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte tendência a lutar contra as mais variadas formas de preconceito, a mostrar que eles não têm nenhum fundamento racional, nenhuma justificativa, e que são apenas o resultado da ignorância, da intolerância ou da manipulação ideológica.
Infelizmente, porém, essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito linguístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e manuais que pretendem ensinar o que é 'certo' e o que é 'errado', sem falar, é claro, nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: a gramática normativa e os livros didáticos.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Como a educação ainda é privilégio de muito pouca gente em nosso país, uma quantidade gigantesca de brasileiros permanece à margem do domínio de uma norma culta. Assim, da mesma forma como existem milhões de brasileiros sem terra, sem escola, sem teto, sem trabalho, sem saúde, também existem milhões de brasileiros sem língua. Afinal, se formos acreditar no mito da língua única, existem milhões de pessoas neste país que não têm acesso a essa língua, que é a norma literária, culta, empregada pelos escritores e jornalistas, pelas instituições oficiais, pelos órgãos do poder — os sem língua.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Como diz Maurizzio Gnerre (...), a Constituição afirma que todos os indivíduos são iguais perante a lei, mas essa mesma lei é redigida numa língua que só uma parcela pequena de brasileiros consegue entender. A discriminação social começa, portanto, já no texto da Constituição. É claro que Gnerre não está querendo dizer que a Constituição deveria ser escrita em língua não-padrão, mas sim que todos os brasileiros a que ela se refere deveriam ter acesso mais amplo e democrático a essa espécie de língua oficial que, restringindo seu caráter veicular a uma parte da população, exclui necessariamente uma outra, talvez a maior.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independente de qualquer ação normativa. Assim, quando se fala em 'Língua Portuguesa' está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. (...) A imagem de uma língua única, mais próxima da modalidade escrita da linguagem, subjacente às prescrições normativas da gramática escolar, dos manuais e mesmo dos programas de difusão da mídia sobre 'o que se deve e o que não se deve falar e escrever', não se sustenta na análise empírica dos usos da língua.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz", citando trecho dos Parâmetros Curriculares Nacionais)



“E por incrível que pareça, um dos principais obstáculos para a difusão no Brasil do cinema feito em Portugal é justamente... a língua — além das dificuldades de distribuição, ligadas ao quase monopólio do cinema americano. Como os brasileiros têm dificuldades em entender o português de Portugal, e como ficaria no mínimo estranho colocar legendas em filmes portugueses, o resultado é que praticamente nunca se vê filme português nos cinemas daqui. Temos a impressão de que Portugal não produz cinema, o que é falso.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“O Brasil hoje não é europeu, africano, asiático, indígena. Nós somos a mistura exata de tudo isso, completamente diferentes das nossas origens, únicos. E apesar disso, estamos indiscutivelmente atrelados aos princípios da nossa matriz. Talvez o ano 2000 possa servir para abrirmos os olhos e, em vez de comemorarmos os nossos cinco séculos coloniais, enterrarmos o que sobrou deles.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz", citando trecho de redação de vestibular escrito por Henrique Suguri, 17 anos)



“Como não me canso de repetir, são simplesmente diferenças de uso [da língua] — e diferença não é deficiência nem inferioridade.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, no sentido científico do verbo saber, significa conhecer intuitivamente e empregar com naturalidade as regras básicas de funcionamento dela.
Está provado e comprovado que uma criança entre os 3 e 4 anos de idade já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua! O que ela não conhece são sutilezas, sofisticações e irregularidades no uso dessas regras, coisas que só a leitura e o estudo podem lhe dar.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“(...) não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente 'melhor', 'mais pura', 'mais bonita', 'mais correta' que outra. Toda variedade linguística atende às necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. Quando deixar de atender, ela inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar às novas necessidades.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“(...) um instrutor de autoescola quer formar bons motoristas, e não campeões internacionais de Fórmula 1. Um professor de português quer formar bons usuários da língua escrita e falada, e não prováveis candidatos ao Prêmio Nobel de literatura!”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Ora, se o domínio da norma culta fosse realmente um instrumento de ascensão na sociedade, os professores de português ocupariam o topo da pirâmide social, econômica e política do país, não é mesmo?”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Esse ensino tradicional, como eu já disse, em vez de incentivar o uso das habilidades linguísticas do indivíduo, deixando-o expressar-se livremente para somente depois corrigir sua fala ou sua escrita, age exatamente ao contrário: interrompe o fluxo natural da expressão e da comunicação com a atitude corretiva (e muitas vezes punitiva), cuja consequência inevitável é a criação de um sentimento de incapacidade, de incompetência.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Em vez de rePEtir alguma coisa, o professor deveria reFLEtir sobre ela.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Quanto ao vestibular — Deus seja mil vezes louvado! —, ele está desaparecendo. Diversas universidades públicas e privadas estão encontrando novos meios de seleção e admissão de alunos aos cursos superiores. Afinal, poucas instituições houve no Brasil tão obtusas, nefastas, injustas, antidemocráticas e perniciosas quanto o vestibular. Nunca consegui entender por que uma pessoa que quer estudar Direito precisa fazer prova de física, química, biologia e matemática, se o que ela aprendeu dessas matérias já foi avaliado na conclusão do 2º grau.
Com o fim do vestibular, desaparecerá também — assim esperamos ardentemente — toda a indústria que se formou em torno dele: os nefandos 'cursinhos' onde ninguém aprende nada, onde não há nenhuma produção de conhecimento mas apenas reprodução de informações desconexas, onde centenas de alunos se apinham numa sala, onde tudo o que se faz é entupir a cabeça do aluno com 'truques' e 'macetes' que em nada contribuem para a sua verdadeira formação intelectual e humanística.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“(...) do ponto de vista científico, simplesmente não existe erro de português. Todo falante nativo de uma língua é um falante plenamente competente dessa língua. (...)
(...) qualquer criança entre os 3 e 4 anos de idade (se não menos) já domina plenamente a gramática de sua língua. O resultado disso é, como diz Perini (...), que 'nosso conhecimento da língua é ao mesmo tempo altamente complexo, incrivelmente exato e extremamente seguro'. (...)
Assim, podemos até dizer que existem 'erros de português', só que nenhum falante nativo da língua os comete!”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“De um verdadeiro professor devemos sempre esperar compaixão, solidariedade, empatia, nunca o ódio — muito menos o riso deplorador.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de 'comunicar', de 'transmitir ideias' — mito que as modernas correntes da linguística vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento. Ao lado dele, também existe o mito de que a escrita tem o objetivo de 'difundir ideias'. No entanto, uma simples investigação histórica mostra que, em muitos casos, a escrita funcionou , e ainda funciona, com a finalidade oposta: ocultar o saber, reservá-lo a uns poucos para garantir o poder àqueles que a ela têm acesso.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“Vamos fazer a nós mesmos as seguintes perguntas:
— Esse texto (ou esse discurso) é coerente?
— Traz ideias originais?
— Ofende algum princípio ético?
— É preconceituoso?
— Reproduz ideias autoritárias ou intolerantes?
— Mostra um espírito crítico e/ou criativo?
— Demonstra um senso estético?
— Comunica que sentimentos?
— Ensina-me alguma coisa?
— Desperta minhas emoções? Quais?
— (...)”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“A cada ano são descobertas dezenas de espécies novas de animais e plantas (no mesmo ritmo, infelizmente, das que são extintas para sempre).”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“(...) a língua portuguesa não vai nem bem, nem mal. Ela simplesmente VAI, isto é, segue seu rumo, prossegue em sua evolução, em sua transformação, que não pode ser detida (a não ser com a eliminação física de todos os seus falantes).”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“(...) uma vez que a língua está em tudo e tudo está na língua, o professor de português é professor de TUDO.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“A Gramática Tradicional permanece viva e forte porque, ao longo da história, ela deixou de ser apenas uma tentativa de explicação filosófica para os fenômenos da linguagem humana e foi transformada em mais um dos muitos elementos de dominação de uma parcela da sociedade sobre as demais. Assim como, no curso do tempo, tem se falado da Família, da Pátria, da Lei, da Fé etc. como entidades sacrossantas, como valores perenes e imutáveis, também a 'Língua' foi elevada a essa categoria abstrata, devendo, portanto, ser 'preservada' em sua 'pureza', 'defendida' dos ataques dos 'barbarismos', 'conservada' como um 'patrimônio' que não pode sofrer 'ruína' e 'corrupção'. Nessa concepção nada científica, língua não é toda e qualquer manifestação oral e/ou escrita de qualquer ser humano, de qualquer falante nativo do idioma: 'a Língua', com artigo definido e inicial maiúscula, é somente aquele ideal de pureza e virtude, falado e escrito, é claro, pelos 'puros' e 'virtuosos' que estão no topo da pirâmide social e que, por isso, merecem exercer seu domínio sobre as demais camadas da população. A língua deixou de ser fato concreto para se transformar em valor abstrato.”
(Marcos Bagno, no livro "Preconceito Linguístico - O Que É, Como Se Faz")



“A gramática tradicional, ao fundamentar sua análise na língua escrita, difundiu falsos conceitos sobre a natureza da linguagem. Ao não reconhecer a diferença entre língua escrita e língua falada, passou a considerar a expressão escrita como modelo de correção para toda e qualquer forma de expressão linguística. A gramática tradicional assumiu desde sua origem um ponto de vista prescritivo, normativo em relação à língua. (...)
A tarefa do gramático se desdobra em dizer o que é a língua, descrevê-la, e, ao privilegiar alguns usos, dizer como deve ser a língua.”
(Margarida Petter, no artigo “Linguagem, Língua, Linguística”)



“Em primeiro lugar, está suficientemente demonstrado que a língua escrita não pode ser modelo para a língua falada. Além do fato histórico de a língua ter precedido e continuar precedendo a escrita em qualquer sociedade, a diferença entre essas duas formas de expressão verifica-se desde sua organização até o seu uso social. Está também claro para todo estudioso da linguagem que não há língua 'mais lógica', melhor ou pior, rica ou pobre. Todas as línguas naturais possuem os recursos necessários para a comunicação entre seus falantes. Se uma língua não possui um vocabulário extenso num determinado domínio, significa que os seus falantes não necessitam dessas palavras; caso contrário, ao tomar contato com novas realidades, novas tecnologias, os falantes dessa língua serão fatalmente levados a criar novos termos ou a tomá-los emprestado.”
(Margarida Petter, no artigo “Linguagem, Língua, Linguística”)



“Ao comparar as línguas em qualquer que seja o aspecto observado, fonologia, sintaxe ou léxico, o linguista constata que elas não são melhores nem piores, são, simplesmente, diferentes. (...) Todas as línguas até hoje estudadas constituem um sistema de comunicação estruturado, complexo e altamente desenvolvido.”
(Margarida Petter, no artigo “Linguagem, Língua, Linguística”)



“A Linguística, portanto, como qualquer ciência, descreve seu objeto como ele é, não especula nem faz afirmações sobre como a língua deveria ser.”
(Margarida Petter, no artigo “Linguagem, Língua, Linguística”)



“[Este artigo] Parte da teoria da estética da recepção apresentada por Jauss (...), ou ainda pela crítica de Antonio Candido (...), que reconhecem no leitor o eixo pelo qual se examina o valor da obra literária e a situa dentro de um contexto político-histórico-social que define sua repercussão no público e sua duração no tempo como efeito de sua comunicação contínua com o leitor.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Segundo Candido (...), somos, frequentemente, tentados a considerar a obra literária como algo incondicionado, que existe em si e por si, agindo sobre nós graças a uma força própria que dispensa explicações. Esta ideia elementar repousa na hipótese de uma virtude criadora do escritor, misteriosamente pessoal; e mesmo quando desfeita pela análise, permanece um pouco em todos nós, leitores, na medida em que significa repugnância do afeto às tentativas de definir os seus fatores, isto é, traçar de algum modo os seus limites.
Mas, ainda segundo o crítico literário, é preciso dizer que o escritor, numa determinada sociedade, é não apenas o indivíduo capaz de exprimir a sua originalidade (que o delimita e o especifica entre todos), mas também alguém que desempenha um papel social, ocupando uma posição relativa ao seu grupo profissional e correspondendo a certas expectativas dos leitores ou auditores. A matéria e a forma da sua obra dependerão, em parte, da tensão entre as veleidades profundas e a consonância ao meio, caracterizando um diálogo mais ou menos vivo entre criador e público.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“A literatura é, pois, um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem, 'decifrando-a', 'aceitando-a', 'deformando-a'. A obra não é produto fixo, unívoco ante qualquer público; nem este é passivo, homogêneo, registrando uniformemente o seu efeito. São dois termos que atuam um sobre o outro, e aos quais se junta o autor, termo inicial desse processo de circulação literária, para configurar a realidade da literatura atuando no tempo.
A literatura vista como documento de uma época reflete o contexto social no qual está inserida e, como tal, deve ser analisada por meio da transmissão sociocultural. Aquela leitura embasada somente na história dos movimentos literários, em que não se estabelece a relação entre autor-obra-leitor, não se subsume à realidade contemporânea. Hoje, a literatura só pode ser compreendida e interpretada por meio de uma leitura dialógica, contextualizada e, sobretudo, interdisciplinar.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“(...) uma obra só existe verdadeiramente por meio das leituras que dela são feitas.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Considerada pela crítica brasileira e estrangeira como uma das maiores escritoras contemporâneas e uma das mais importantes representações da literatura brasileira, Clarice Lispector ficou conhecida, já, quando publicou sua primeira obra, o romance 'Perto do Coração Selvagem (1944)', pelas novas técnicas de expressão que introduzia em nossa literatura, que obrigavam a uma revisão de critérios avaliativos.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“As ousadias linguísticas praticadas por Clarice (...) são consideradas uma parte dos 'caminhos pouco explorados da nossa língua', conforme avaliação do crítico Antonio Candido, ao comentar o aparecimento do romance [Perto do Coração Selvagem]. Muitas vezes, o narrador da obra se apega ao fluxo do pensamento da protagonista que é sempre flagrada em seus conflitos emcionais, provocando um cruzamento de identidades que mistura a primeira pessoa (eu) com a terceira (ela).
Nas obras seguintes (...), Clarice Lispector mantém-se fiel a esse modo de narrar: a apreensão artística da realidade será feita a partir da consciência individual, não coletiva, muito diferente, portanto, da abordagem documental da época [2ª geração do movimento modernista].”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Na verdade, Clarice Lispector, com 'Perto do Coração Selvagem', introduzia em nossa literatura novas técnicas de expressão, que obrigavam a uma revisão de critérios avaliativos. Sua narrativa subverte com frequência a estrutura dos tradicionais gêneros narrativos (o conto, a novela, o romance), quebra a sequência 'começo-meio-fim', assim como a ordem cronológica, e funde a prosa à poesia, ao fazer uso constante de imagens, metáforas, antíteses, paradoxos, símbolos, sonoridades, etc.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Sendo uma imigrante ucraniana, naturalizada brasileira, Clarice passa a infância no Nordeste, mais especificamente, em Recife; por isso, sofre questionamentos constantes em relação à sua poética e o porquê de não aderir à linha neo-regionalista, de cunho político-social, à época de sua inauguração literária. A autora sempre respondia: 'Tem gente que cose pra fora, eu coso pra dentro'; isso queria dizer que ela não se propunha a fazer uma literatura explicitamente engajada.
[...] a crítica literária 'enxerga' na obra [A Hora da Estrela] a resposta às constantes cobranças feitas à autora por não produzir obras que apresentassem o nordeste brasileiro.
Macabéa é, então, brasileira, nordestina, mas é, também, universal à medida que seu nome vem de uma intertualidade bíblica.
Dentre as muitas personagens de Clarice, Macabéa, como o próprio título sugere, é uma 'estrela' diferenciada.
A história de Macabéa se abre para um amplo espectro de figuras relacionadas à composição da personagem de ficção, criada no/pelo discurso, mas terrivelmente verdadeira já que contém em si a inconsciência do seu próprio existir no mundo. Seu estatuto de personagem que não tem respostas porque não sabe as perguntas, de jovem de vida rala e sem perspectivas, de nordestina inserida no contexto de uma cidade totalmente voltada contra ela, conferem-lhe a marca da existência que se cumpre como a dos bichos que não sabem que vão morrer e também ignoram que estão vivos. A apresentação de uma figura desenhada a partir de traços tão pouco definidos serve aos propósitos do narrador de determinar quão frágeis são os laços que prendem o homem a ele mesmo e à vida.
(...)
A personagem Macabéa, assim, oscila entre traços sêmicos dos reinos humano e animal. Ao aproximá-la do animal, ela é vestida como algo puramente biológico, um ser vegetativo e inconsciente que apenas pulsa. Como criatura humana ela ensaia os primeiros passos.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“O nome Macabéa remonta à intertextualidade com o texto bíblico, mais precisamente, ao Antigo Testamento, que narra migrações dos Macabeus, povo heroico e guerreiro na história dos hebreus, que não têm residência fixa, constituindo, como Macabéa, um forte exemplo de resistência.
(...)
Macabéa é bíblica porque universal, mas é também Brasil porque repete a saga de um povo que já, há muito, luta em uma guerra desigual. Ela representa o nordestino que, anônimo, sem rumo e sem casa, resiste feito capim duro em solo inóspito. Macabéa vem do passado, repete a história do passado, mas renova a maneira de contar.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Nos modelos culturais, o masculino e o feminino são formas de simbolização e sempre há uma metade em interação com a outra. O neutro teria um destino meio diferente, ele não pertence a nenhuma das metades, tendo ao mesmo tempo ambas, conferindo-lhe uma certa marginalidade.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“A ironia é o recurso linguístico maior que figura no discurso do narrador para reiterar a neutralidade de Macabéa que é figurativizada pela virgem, negação do sexo, ou seja, negação de sua 'mulherice', a datilógrafa que datilografa com apenas dois dedos, suja o trabalho feito e fica perdida entre as palavras, negação de qualidades; ou o gosto por Coca-Cola que a torna mais uma entre milhões, ou, ainda, a deixa sem identidade própria.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Macabéa é a própria imagem do paradoxo: ao mesmo tempo que provoca desprezo, desperta a compaixão.
(...)
Na construção de Olímpico, um olhar também irônico se instala como um espelho que possibilita uma melhor visão da nordestina Macabéa.
(...)
O nome Olímpico remete a deuses elevados e hierarquizados do panteão grego, espaço de rixas, encontros e desencontros. Ele é de Jesus quase sem nome, mas tem sonhos de grandeza, das alturas, olímpicos.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“A intertextualidade com o texto euclidiano se faz presente na obra clariceana. Macabéa tinha a resistência contida no nome, Olímpico tinha a resistência da raça. Em ambos os casos, eles resistem, pois 'o sertanejo é antes de tudo um forte'.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Glória oferecia a Olímpico a possibilidade de identidade. A possibilidade de encontrar o seu lugar e pertencer ao clã do Sul; a possibilidade de finalmente ser alguém e ainda mais, oferece-lhe a oportunidade de não passar fome. Ela representa a 'glória', sinônimo de vitória.
(...)
O nordestino abandona sua terra não por vontade, mas por necessidade. Questão de sobrevivência. Ele é 'expulso' do seu 'lar' em busca de sobrevivência. Assim, corre para o sul à procura de abrigo, mas principalmente à procura de vida. Não quer morrer de fome.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“O texto clariceano dialoga com o texto euclidiano, mas a literatura proposta por Clarice foge ao estereótipo do texto regionalista para universalizar-se e mostrar que aquele que chega é o forasteiro porque é também o incompreendido (...).
A opção de Clarice Lispector foi a opção da linguagem, na certeza de que era o verdadeiro lugar da existência. A linguagem vista como energia, produto de sentido, não apenas as palavras e frases, mas 'um sentido secreto' que é mais do que elas.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“O silêncio contundente de Macabéa é uma voz eloquente que grita na alma... (...). A moça alagoana é um substantivo coletivo que clama por justiça, espaço, integração com o resto do país. É o retumbante grito daqueles que ainda não se fizeram ouvir e parecem esquecidos à mercê de uma luta desigual. A perda, o vazio, o oco são instâncias metafóricas da interdição histórica que nos despertam para uma consciência radical e avassaladora: só se é tudo a partir do nada. Somos o que nos falta.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“(...) a literatura é vista como documento de uma época que não apenas reflete como também ajuda a construir a sociedade, podendo, inclusive, modificá-la e, como tal, deve ser analisada por meio da transmissão sócio-cultural. A obra literária não é produto fixo, unívoco, ante qualquer público; nem este é passivo, homogêneo, registrando uniformemente o seu efeito. Autor, obra e leitor são, na realidade, referência um para o outro.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“Desse modo, podemos dizer, então, que a leitura não pode ser encarada como simples decodificação de signos, atividade mecânica que determina uma postura passiva diante do texto (...).
Não basta, porém, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de crítica, que envolve constatação, reflexão e transformação de significados e, consequentemente, de posturas.”
(Maria Eloísa de Souza Ivan, no artigo "O Leitor E O Texto: O Diálogo Possível")



“A aprendizagem, na maior parte das vezes, na educação sistemática, é uma atividade penosa, que reúne a necessidade de paciência e submissão. Com a ideia popular de que 'sem sacrifício nada se alcança', procura-se convencer a criança, o jovem e até o adulto, de que a escola é um 'mal necessário', uma espécie de estágio probatório para uma vida rotineira e desgastante. O sucesso econômico e a estabilidade social são os trunfos acenados como condição para a coragem de percorrer os anos de escolarização. Ninguém revela, porém, que o encontro pessoal do significado da vida é a verdadeira condição da realização humana. E a aprendizagem, na escola, se dá de forma a ameaçar totalmente esta descoberta. As pessoas 'precisam' estudar para aprender o que os outros selecionaram como sendo útil. Poucas vezes, a criança e o jovem encontram significado naquilo que lhe é imposto para aprender.”
(Maria Isabel Cunha e Cunha, no artigo "Motivação E Tecnologia Educacional")



“(...) é reconhecido que a pessoa predisposta a aprender o faz com muito maior facilidade e significado.”
(Maria Isabel Cunha e Cunha, no artigo "Motivação E Tecnologia Educacional")



“É claro que, em se tratando de um tema referente à ciência do homem, sempre haverá o que estudar e experimentar. Mas, inúmeras correntes têm proposto abordagens suficientes para convencer o mais cético a se preocupar com a motivação.
Por que, então, as escolas ignoram a sua função motivadora? Por que se pressupõe, ingenuamente, que o aluno é obrigado a já vir motivado para a escola?
Aliás, há um fenômeno interessante sobre esse aspecto: todos os que convivem com a criança em idade pré-escolar observam a avidez que esta criança tem para frequentar a escola. 'Brincar de colégio', vestir o uniforme do irmão mais velho, querer pertences escolares é um comportamento comum das crianças nesta faixa de idade. Conclui-se, então, que há uma tendência 'natural' da criança, positiva à escola. Para ela é um mundo novo, cheio de promessas e oportunidades.
E o que faz a escola então? Mata, sufoca esta motivação inicial, talvez a mais preciosa e irrecuperável em relação a uma perspectiva futura.”
(Maria Isabel Cunha e Cunha, no artigo "Motivação E Tecnologia Educacional")



“Indivíduos motivados tendem a ser criativos, inconformados, agentes de mudança e nem sempre é o modelo desejado, fácil de adaptar-se a qualquer sistema já definido.”
(Maria Isabel Cunha e Cunha, no artigo "Motivação E Tecnologia Educacional")



“O conceito de norma culta tem sido utilizado, no senso comum, como sinônimo daquela presente nos instrumentos linguísticos como gramáticas e dicionários. Mas, para os sociolinguistas brasileiros, metodologicamente, norma culta é considerada a norma utilizada por falantes que possuem nível universitário.”
(Marina Célia Mendonça, no artigo "A Luta Pelo Direito De Dizer A Língua: A Linguística E O Purismo Linguístico Na Passagem Do Século XX Para O Século XXI")



“No modelo político-ideológico do neoliberalismo, supervaloriza-se o sucesso pessoal/individual, em detrimento da 'coletivização' (com suporte na classe social, nos interesses sociais, na busca de um bem-estar comum etc); o sucesso buscado à exaustão seria fruto do esforço de cada um, não das condições sociais a que teve acesso o indivíduo.
É certo que a norma prescritiva tem sido instrumento de exercício de poder ao longo da história brasileira. Portanto, dominar a 'norma culta' já fazia parte dos desejos / das necessidades das classes dominantes. Assim, os enunciados que constituem o purismo neoliberal não são novos. Mas, no contexto histórico em que vivemos, esse desejo e essa necessidade se explicitam nos discursos analisados, eles se naturalizam através da mídia. Eles se agudizam, e a língua, poderoso elemento de exclusão social, encontra aí um recanto aprazível: alguns brasileiros conseguirão chegar perto do tal 'bom uso'; a maioria, não - o que é adequado para o neoliberalismo, em que as oportunidades, em tese acessíveis a todos, são privilégio de poucos.”
(Marina Célia Mendonça, no artigo "A Luta Pelo Direito De Dizer A Língua: A Linguística E O Purismo Linguístico Na Passagem Do Século XX Para O Século XXI")



“Vale a pena citar aqui o princípio bakhtiniano do não-álibi para a existência, que se aplica também às atividades de linguagem. Bakhtin (...), numa reflexão sobre o ato ético — que nos chegou postumamente, inconclusa e com o manuscrito parcialmente danificado pelas condições em que esteve 'armazenado' —, afirma que a realização linguística não pode ser apagada, ela tem necessariamente consequências, o que acentua a responsabilidade pelo dizer, mesmo que não assumida/percebida pelo falante/autor. Temos, novamente, um enunciado que se produz não somente a partir de outros ou com eles, mas também para outros que lhe seguirão. Todo enunciado proferido participa ativamente da cadeia infinita das enunciações.”
(Marina Célia Mendonça, no artigo "Estudos Bakhtinianos E Análise Do Discurso Francesa")



“(...) por apresentar uma visão preconceituosa do uso da linguagem, a gramática tradicional não fornece ao estudioso da linguagem uma teoria adequada para descrever o funcionamento gramatical das línguas.”
(Mário Eduardo Martelotta, no artigo "Conceitos De Gramática")



“Assim, qualquer atitude de valorizar uma variação em detrimento de outra implica critérios de natureza sociocultural, e não critérios linguísticos. Ou seja, a forma 'correta' tende fortemente a se identificar com o modo como utilizam a língua os falantes de classes sociais privilegiadas, que habitam as regiões mais importantes do país.”
(Mário Eduardo Martelotta, no artigo "Conceitos De Gramática")



“Quando justificamos o ensino de gramática dizendo que é para que os alunos venham a escrever (ou ler, ou falar) melhor, estamos prometendo uma mercadoria que não podemos entregar. Os alunos percebem isso com bastante clareza, embora talvez não o possam explicitar; e esse é um dos fatores do descrédito da disciplina entre eles.”
(Mário Eduardo Martelotta, no artigo "Conceitos De Gramática")



“Como brincamos entre nós, os acadêmicos, às vezes a Filosofia pode ser um cego, em um quarto escuro, procurando um gato preto, onde não há gato algum.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“O desejo por espiritualidade é um sinal de descontentamento muito grande com o rumo que muitas situações estão tomando e, por isso, é uma grande queixa. E a espiritualidade vem à tona quando você precisa refletir sobre si mesmo; aliás, a espiritualidade é precedida pela angústia. De maneira geral, a angústia é um sentimento sem objeto. Quando você fica triste, é por alguma coisa. Quando você está alegre, é por algum motivo. A angústia se sente e não identifica o objeto.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem. Aliás, só é possível caminhar em direção à excelência se você souber que não sabe algumas coisas. Porque há pessoas que, em vez de ter humildade para saber que não sabem, fingem que sabem. Pior do que não saber é fingir que sabe. Quando você finge que sabe, impede um planejamento adequado, impede uma ação coletiva eficaz. Por isso, a expressão 'não sei' é um sinal de absoluta inteligência.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Só seres que arriscam erram. Não confunda erro com negligência, desatenção e descuido. Ser capaz de arriscar é uma das coisas mais inteligentes para mudar. Você não tem de temer o erro. Tem de temer a negligência, a desatenção e o descuido. Erro é para ser corrigido, não para ser punido. O que se pune é negligência, desatenção e descuido.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Nenhum e nenhuma de nós é capaz de fazer tudo certo o tempo todo de todos os modos. Por isso, você só conhece alguém quando sabe que ele erra, e quando ele erra e não desiste. E dizem: ah, é por isso que a gente aprende com os erros? Não, a gente não aprende com os erros. A gente aprende com a correção dos erros. Se a gente aprendesse com os erros, o melhor método pedagógico seria errar bastante. (É bom lembrar que todo cogumelo é comestível. Alguns apenas uma vez.)”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Há até trinta anos, um empregado ou uma empregada aspirava entrar numa organização e nela ficar por longo tempo. Haveria uma estabilidade naquele trabalho. Aliás, considerava-se bom profissional aquele que ficava no mesmo lugar, em vez de saltitar por várias organizações. Essa perspectiva sofreu uma alteração em função até da mudança dos parâmetros de noção de produtividade e de competitividade. Por exemplo, há trinta anos, o presidente de uma empresa ia à reunião anual de acionistas com a seguinte expressão: 'Estamos muito bem, crescendo, nossa empresa está em franco sucesso, passamos de oito mil empregados para 12 mil empregados'. E haveria aplausos esfuziantes. Hoje, a frase de abertura seria: 'Estamos muito bem, com uma boa presença no mercado, quero comunicar que passamos de oito mil empregados para três mil empregados'. E os aplausos seriam esfuziantes.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Atenção: a coragem não é a ausência do medo. A coragem é o enfrentamento do medo. Corajoso é aquele que enfrenta o medo e não admite que este sentimento se transforme em pânico ou em inação, em imobilidade. Mudar é complicado, sem dúvida, mas acomodar é perecer.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“O que é oportunidade? É quando você pega o vento favorável, aquele que o leva para o porto. O vento inoportuno é o que o tira da direção do porto. O que é o porto? O porto — assim como uma porta — é segurança, é entrada e saída, é aquilo que o impede de ficar estanque na coisa mais perigosa que existe, que é ser prisioneiro do mesmo.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Ocupação não é sinônimo de vida, é sinônimo de atividade.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“'Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente meu tempo de convivência com as pessoas de que eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão-somente dinheiro?' Essa é uma dúvida que provavelmente atravessou muitas pessoas no trajeto de ida ou de volta do trabalho.
Para alguns, a resposta a esse questionamento poderia vir de pronto: 'Porque sem dinheiro não se vive'. Sim, sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro não se vive.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os 'comos' por uma grande demanda em relação aos 'porquês'.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Atenção, nem sempre chefe é líder. Muitas vezes líder é chefe, mas o contrário não é automático. Nem sempre chefe é líder. Há alguns chefes que são líderes, lembrando que liderança tem a ver com capacidade de inspirar, enquanto que chefia é uma estrutura hierárquica.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“O mundo está mudando. Mas a novidade não é a mudança do mundo, porque o mundo sempre mudou. A novidade é a velocidade da mudança. Nunca em toda a história humana se mudou com tanta velocidade. Aliás, a velocidade é tamanha que mudou a nossa noção de tempo. Cada dia você levanta mais cedo e vai deitar-se mais tarde. Sempre com a sensação de que deveria estar mais tempo acordado. Parece que é preciso estar o tempo todo em estado de vigília.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Reafirmemos: um poder que se serve, em vez de servir, não serve.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Quem manda nos outros animais? Tem um cachorro autonomia? Tem um cavalo autonomia? Em nenhum momento. Eles obedecem a regras que são anteriores e superiores a eles. Qual o nome que a gente dá a essas regras da natureza? Instinto.
Nós, humanos, vivemos em condomínio. Nós temos autonomia, porém não temos soberania. Não agimos por instinto. Agimos por reflexão, por decisão, por juízo. A ética é o conjunto de princípios e valores da nossa conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza manda e o que nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, julgar, avaliar. Só é possível falar em ética quando falamos em seres humanos, porque ética pressupõe a capacidade de decidir, julgar, avaliar com autonomia. Portanto, pressupõe liberdade.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Nós vivemos muitas vezes dilemas éticos. Há coisas que eu quero, mas não devo. Há coisas que eu devo, mas não posso. Há coisas que eu posso, mas não quero. Quando você tem paz de espírito? Quando tem um pouco de felicidade? Quando aquilo que você quer é o que você deve e o que você pode.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Parodiando a antiga e verdadeira frase sobre democracia, a ética é uma plantinha frágil que deve ser regada diariamente.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Não confunda ambição com ganância. A ambição faz a humanidade crescer, a ganância faz a humanidade regredir.
Ambiciosa é a pessoa que quer mais, gananciosa é a pessoa que só quer para si.”
(Mario Sergio Cortella, no livro "Qual É A Tua Obra?")



“Já em seus romances iniciais, portanto, Machado desmascara o mundo cor-de-rosa sugerido pelo romance romântico, onde o casamento era cura para todos os males e fiador da ordem social. Ao contrário, Machado vê o casamento como uma espécie de comércio ou, pelo menos, uma troca de favores.”
(Marisa Lajolo, no livro "Machado de Assis - Literatura Comentada")



“Criando suas personagens, Machado nada lhes perdoa: as mesquinharias pequenas e grandes; as indecisões; o oportunismo disfarçado; a falsa devoção; e a moral de fachada. Machado é implacável e irônico, não ocultando seu desencanto e, talvez, desencantando o leitor. Não com o livro, mas com a vida.
Machado desnuda as falsas virtudes, os interesses escusos, a caridade ostensiva, tudo, enfim, que constitui o avesso de uma vida socialmente digna e respeitável. Machado, ao narrar suas estórias, é cético quanto à sociedade brasileira e quanto à natureza humana.”
(Marisa Lajolo, no livro "Machado de Assis - Literatura Comentada")



“Machado recria, em seus romances, o mundo carioca (e brasileiro) de uma sociedade arcaica, cujos hábitos antigos e cerimoniosos e cujas atitudes convencionais dissimulavam, na boa educação e nos modos polidos, toda a violência de uma sociedade escravocrata, onde o apadrinhamento e o 'jeitinho' solucionavam, sempre que necessário, as situações geradas por uma estrutura social assentada nos privilégios e numa divisão desigual dos bens.
Machado, em seus melhores momentos, reflete esta sociedade dura e desapiedada, preconceituosa quanto à cor e posição social, sem nenhuma tradição política — os dois partidos políticos daquela época, por exemplo, embora se chamassem Conservador e Liberal, cumpriam a mesma função: sustentar o regime, o governo, o Estado. Mesmo a República, a cuja proclamação assistimos em 'Esaú e Jacó' e no 'Memorial de Aires', é vista, aos olhos de Machado, como simples mudança de fachada, pois os alicerces do tempo do Império continuam os mesmos. Nesse sentido, Machado é profundamente brasileiro, pois conta nas suas obras a verdadeira realidade, desmistificando nossa fama de povo democrático e não violento.”
(Marisa Lajolo, no livro "Machado de Assis - Literatura Comentada")



“Eu mesmo aprendi um bocado escrevendo este livro, mas três 'insights' em particular sobressaíram. O primeiro é que a pobreza não é o resultado da exploração de pessoas pobres por pessoas financistas predatórias. Ela tem muito mais a ver com a falta de instituições financeiras, com a ausência de bancos, não com sua presença. Somente quando as pessoas que precisam de empréstimos têm acesso a redes eficientes de crédito, elas podem escapar das garras de agiotas, e somente quando poupadores puderem depositar seu dinheiro em bancos confiáveis, ele poderá ser canalizado da pessoa rica ociosa para a pessoa pobre industriosa. (...)
O segundo grande estalo de minha mente teve a ver com a igualdade e a sua ausência. Se o sistema financeiro tem um defeito, é que ele reflete e magnifica como nós, seres humanos, somos. Como estamos aprendendo a partir de um volume crescente de pesquisas no campo das finanças behavioristas, o dinheiro amplifica a nossa tendência para reagir exageradamente, para pular da exuberância quando as coisas vão bem, para a mais profunda depressão quando elas vão mal. Os 'booms' e as quebradeiras são produtos, na raiz, da nossa volatilidade emocional. Mas as finanças também exageram as diferenças entre nós, enriquecendo as pessoas sortudas e as espertas, empobrecendo as azaradas e as não tão espertas. A globalização financeira significa que, depois de mais de trezentos anos de divergência, o mundo não pode mais ser dividido entre países desenvolvidos ricos e países subdesenvolvidos pobres. Quanto mais integrados se tornarem os mercados financeiros do mundo, maiores serão as oportunidades para pessoas financeiramente letradas, seja lá onde viverem - e maiores os riscos de fracasso para as pessoas analfabetas financeiras. Enfaticamente, esse não é um mundo plano quanto à distribuição geral de renda, simplesmente porque os resultados sobre o capital têm subido muito em relação aos resultados da mão de obra não especializada ou semiespecializada. As recompensas por 'ter conseguido' jamais foram tão imensas. E as penalidades para a ignorância financeira jamais foram tão duras.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Há cinco anos, membros da tribo Nukak-Makú saíram caminhando inesperadamente da floresta amazônica em San José del Guaviare, na Colômbia. A Nukak era uma tribo que o tempo esqueceu, isolada do resto da humanidade até esse repentino aparecimento. Subsistindo unicamente dos macacos que conseguiam caçar e das frutas que colhiam, as pessoas dessa tribo não tinham o conceito do dinheiro. Significativamente, tampouco possuíam a noção de futuro. Naqueles dias, elas viveram numa clareira perto da cidade, confiando sua subsistência aos alimentos doados pelo governo. Quando lhes perguntaram se sentiam falta da floresta, elas riram. Depois de uma vida inteira de caminhadas penosas, durante dias inteiros, em busca de comida, elas estavam assombradas que pessoas perfeitamente estranhas lhes dessem tudo, sem lhes pedir nada em troca.
A vida de uma pessoa caçadora primitiva é, de fato, como Thomas Hobbes disse sobre o estado da natureza: 'solitária, pobre, detestável, brutal e curta'. (...)
Seres humanos caçadores primitivos não comerciam. Eles vagueiam e atacam. Tampouco economizam, pois consomem sua comida na medida em que e se a encontram. Consequentemente, não precisam de dinheiro.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo" - 1º PARÁGRAFO DO TRECHO FOI IDENTIFICADO COMO FAKE NEWS.)



“Sociedades mais sofisticadas do que a Nukak funcionaram sem dinheiro, é verdade. Há quinhentos anos, a sociedade mais sofisticada da América do Sul, o império inca, também não usava dinheiro. Os membros do império inca apreciavam as qualidades estéticas dos metais raros. O ouro era 'o suor do sol', a prata era 'as lágrimas da lua'. O trabalho era a unidade de valor do império inca, exatamente como mais tarde foi suposto ser numa sociedade comunista. E, exatamente como no comunismo, a economia inca dependia de frequentes planos centrais e do trabalho forçado.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Um lugar de morte para as pessoas obrigadas a trabalhar nele, Potosí foi onde a Espanha ficou rica. Entre 1556 e 1783, a 'montanha rica' produziu 45.000 toneladas de prata pura, que foram transformadas em barras e moedas na Casa de Moneda e embarcadas para Sevilha. A despeito do ar rarefeito e do clima hostil, Potosí rapidamente se tornou uma das principais cidades do império espanhol, com uma população entre 160.000 e 200.000 habitantes, no seu auge, maior do que a maioria das cidades europeias daquela época. 'Valer un potosí' ainda é uma expressão espanhola que significa 'valer uma fortuna'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“O que a Espanha não conseguiu compreender foi que o valor do metal precioso não é absoluto. O dinheiro somente tem valor quando alguém tem disposição para dar-lhe algo por ele. Um crescimento no seu abastecimento não tornará a sociedade mais rica, embora possa enriquecer o governo que monopoliza a produção do dinheiro. As outras coisas permanecendo iguais, a expansão monetária meramente elevará os preços.
De fato, não existe qualquer razão além do acaso histórico que justifique o fato de o dinheiro ter sido durante tanto tempo na mente do ocidente vinculado com o metal.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Atualmente, o caráter intangível da maior parte do dinheiro é talvez a melhor evidência da sua verdadeira natureza. O que os grupos conquistadores não conseguiram entender é que o dinheiro é uma questão de confiança, talvez de fé: confiança na pessoa que está nos pagando, confiança na pessoa que emite o dinheiro que se usa, ou na instituição que honra os seus cheques ou as suas transferências. O dinheiro não é metal. É a confiança registrada. E não parece importar muito onde é registrada: sobre a prata, sobre a argila, sobre uma tela de cristal líquido. (...) E agora, ao que parece, o nada pode servir como dinheiro também, nessa era eletrônica.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Sem a antecedência fundamental de emprestar e tomar emprestado, a história econômica do nosso mundo dificilmente teria decolado. E sem a rede de relacionamentos sempre crescente entre credores e devedores, a economia global de hoje não funcionaria bem. Ao contrário da famosa canção do musical 'Cabaret', o dinheiro não faz o mundo girar literalmente. Mas ele faz girar atordoantes quantidades de pessoas, de bens e de serviços em todo o mundo.
A coisa extraordinária é quão tardia e hesitantemente a ideia do crédito fincou raízes na parte do mundo onde ela floresceu mais espetacularmente [o norte da Itália].”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Entre os muitos remanescentes do defunto império romano havia um sistema numérico (I, II, III, IV...) singularmente inadequado para cálculos matemáticos complexos, e muito menos para as necessidades do comércio. (...) Para descobrir a finança moderna, a Europa teve de importá-la. E, para isso, um papel crucial foi desempenhado por um jovem matemático chamado Leonardo de Pisa, ou Fibonacci.
(...) Atualmente, ele é mais bem lembrado pela sequência Fibonacci de números (0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, ...), na qual cada número sucessivo é a soma dos dois anteriores, e o coeficiente entre um número e seu antecedente imediato tende na direção de um 'meio dourado' (por volta de 1,618). É um padrão que espelha algumas das propriedades repetitivas que podem ser encontradas no mundo natural (por exemplo, na geometria fractal de samambaias e conchas marinhas).”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“No começo dos anos 1880, não havia prisões para devedores nos Estados Unidos, numa época em que devedores ingleses podiam acabar mofando e definhando numa cadeia durante anos. Desde 1898, é um direito constitucional de toda pessoa estadunidense o de evocar o Capítulo VII (declarar falência) ou o XIII (reorganização pessoal voluntária). Tanto pessoas ricas quanto pobres, os indivíduos nos Estados Unidos parecem considerar a falência como um 'direito inalienável', quase a par com a 'vida, a liberdade e a busca da felicidade'. A teoria é que a lei estadunidense existe para encorajar o empreendedorismo, para facilitar a criação de novos negócios. E isso significa dar um tempo às pessoas quando seus planos fracassam, mesmo numa segunda vez, e desse modo permitir que pessoas que nasceram para se arriscar aprendam através de tentativas e de erros, até que finalmente aprendam como ganhar aquele primeiro milhão. Afinal de contas, a pessoa falida de hoje pode muito bem ser a empresária de sucesso de amanhã.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Um mundo sem dinheiro seria pior, muito pior do que o nosso mundo atual. É errado pensar (...) em todas as pessoas e instituições que emprestam dinheiro como meras sanguessugas, chupando o sangue de pessoas e instituições devedoras desafortunadas. Agiotas podem se comportar dessa maneira, mas os bancos evoluíram desde os dias dos Medici precisamente (...) para 'facilitar o movimento do dinheiro do ponto A, onde ele se encontra, para o ponto B, onde ele é necessário. O crédito e o débito, em resumo, estão entre os blocos essenciais da construção do desenvolvimento econômico, tão vitais para a riqueza das nações quanto a mineração, a indústria, ou a telefonia móvel. A pobreza, em contraste, raras vezes é atribuída diretamente aos esgares de grupos financistas predatórios. Frequentemente tem mais a ver com a falta de instituições financeiras, com a ausência de bancos, não com a sua presença. Foi somente quando as pessoas que precisavam pedir empréstimos (...) tiveram acesso a redes eficientes de crédito que elas puderam escapar das garras de agiotas; foi somente quando poupadores puderam colocar seu dinheiro em bancos confiáveis, que ele pôde ser canalizado das pessoas ociosas para as industriosas e produtivas.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“A iliquidez é quando uma firma não consegue vender ativo suficiente para enfrentar seus compromissos financeiros. Ela pode ter o montante correto de bens, mas eles não são comerciáveis, porque existem poucos compradores potenciais. A insolvência é quando o valor dos compromissos financeiros claramente excede o valor do ativo. A distinção é mais difícil de definir do que algumas vezes se supõe. A firma numa crise de liquidez pode ser capaz de vender seu ativo, mas somente a preços tão baixos que provoca a insolvência.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Do ponto de vista de um grupo político, o mercado de títulos é poderoso em parte porque ele expressa um julgamento diário sobre a credibilidade da política fiscal e monetária de todo governo. Mas seu poder real reside na capacidade de punir um governo, com custos mais elevados para os empréstimos de que ele necessita. Mesmo um investimento para cima de meio por cento pode ferir um governo que está administrando um deficit, pois acrescenta um serviço maior para a dívida às suas despesas já elevadas. E, como em todos os relacionamentos financeiros, existe um efeito de retroalimentação. Os pagamentos de juros mais elevados fazem o deficit ainda maior. O mercado de títulos levanta suas sobrancelhas ainda mais para o alto. Os títulos são negociados novamente. As taxas de juros sobem novamente. E assim por diante. Mais cedo ou mais tarde, o governo enfrenta três duras alternativas. Será que deve não pagar uma parte da sua dívida, comprovando os piores medos do mercado de títulos? Ou, para ressegurar o mercado de títulos, deverá cortar despesas em alguma outra área, aborrecendo eleitores ou o capital investido? Ou deve tentar reduzir o deficit elevando os impostos? O mercado de títulos começa facilitando os empréstimos para o governo. Numa crise, entretanto, pode acabar ditando a política do governo.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“O pior de tudo foi o trauma social e psicológico causado pela crise. 'A inflação é um fenômeno de multidão no sentido mais estrito e mais concreto da palavra', escreveu mais tarde Ellias Canetti sobre sua experiência juvenil numa Frankfurt abalada pela inflação. '[A inflação] é um sabat da desvalorização, no qual as pessoas e as unidades do seu dinheiro confundem-se da maneira mais estranha. Uma simboliza a outra, as pessoas se sentindo tão 'mal' quanto o dinheiro; e isso se torna pior e pior. Juntas, todas as pessoas estão à mercê desse dinheiro ruim e, juntas, sentem-se igualmente desprovidas de valor'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Estar desprovido de valor era o principal produto da hiperinflação. Não somente o dinheiro passava a não valer nada; também acontecia o mesmo com todas as formas de riqueza e de renda fixada em relação àquele dinheiro. Isso incluía os títulos.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Foi a Lênin que Keynes atribuiu a percepção de que: 'Não existem meios mais sutis e mais seguros de virar a base existente da sociedade do que corromper sua moeda'. Nenhum registro dessa afirmação de Lênin sobreviveu, mas seu companheiro bolchevique Yevgeni Preobrajenski descreveu a máquina de imprimir dinheiro como 'a metralhadora do Comissariado de Finanças, que despejou fogo na retaguarda do sistema burguês'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Não é de surpreender que algumas pessoas começassem a prever a depreciação das notas bancárias e a buscar convertê-las em ouro e prata. Sempre absolutista, a reação inicial de Law foi apelar para a compulsão. As notas bancárias foram transformadas em moeda legal. A exportação do ouro e da prata foi proibida, assim como a produção e a venda de objetos de ouro e prata. No momento do arrêt de 27 de fevereiro de 1720, era ilegal para um cidadão privado possuir mais de 500 'livres' de moeda de metal precioso. As autoridades foram habilitadas a fazer buscas nas casas das pessoas, para implementar essa medida. Voltaire chamou isso de 'o decreto mais injusto jamais imposto' e 'o limite final de um absurdo tirânico'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Houve um tempo em que grupos de historiadores acadêmicos se sentiam melindrados ao afirmar que lições podem ser aprendidas da história. Esse é um sentimento desconhecido para economistas, que lutaram por duas gerações para explicar a Grande Depressão precisamente para evitar sua recorrência. De todas as lições que emergiram desse esforço coletivo, esta permanece a mais importante: que uma política monetária ineficiente ou inflexível no rastro de um declínio agudo nos preços de ativos pode transformar a correção em recessão, e uma recessão numa depressão.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“O impulso financeiro mais básico entre todos nós, seres humanos, é poupar para o futuro, porque o futuro é imprevisível. O mundo é um lugar perigoso. Não muitos de nós passam pela vida sem ter uma pequena falta de sorte. Alguns de nós acabam tendo muita sorte. Com frequência, é apenas uma questão de estar no lugar errado, na hora errada.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“A questão é: como podemos lidar com os riscos e as incertezas do futuro? O ônus para se garantir contra o infortúnio cai sobre o indivíduo? Ou deveríamos confiar na caridade voluntária dos seres humanos, nossos semelhantes, quando as coisas dessem horrivelmente errado? Ou deveríamos ser capazes de contar com o Estado — em outras palavras, nas contribuições compulsórias das pessoas contribuintes, nossas semelhantes — para nos socorrer quando a enchente acontecer?
A história da administração do risco é a de uma longa luta entre nosso vão desejo de sentir segurança financeira (...) e a dura realidade de que não existe uma coisa como 'o futuro', no singular. Existem apenas múltiplos futuros imprevisíveis, que jamais perderão sua capacidade de nos pegar de surpresa.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Naturalmente, a vida sempre foi perigosa. Sempre houve furacões, exatamente como sempre houve guerras, pragas, pestes e fome. E os desastres podem ser pequenos negócios privados, como também grandes e públicos. Todos os dias, homens e mulheres ficam doentes, ou sofrem ferimentos ou acidentes e, por isso, não podem mais trabalhar. Todos nós, seres humanos, envelhecemos e perdemos a força para ganhar o pão nosso de cada dia. E uns poucos desafortunados já nascem incapazes de se manter. E mais cedo ou mais tarde todos nós morreremos, frequentemente deixando um ou mais dependentes atrás de nós. O ponto-chave é que poucas dessas calamidades são eventos aleatórios. A incidência de furacões tem uma certa regularidade, como a incidência da doença e da morte.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Poupar antes de uma provável adversidade futura permanece o princípio fundamental do seguro, seja contra a morte, os efeitos da velhice, da doença ou de acidente. O truque é saber o quanto poupar e o que fazer com essas poupanças para assegurar que (...) exista dinheiro suficiente no bolo para cobrir os custos da catástrofe, quando ela acontecer.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Em 1738, o matemático suíço Daniel Bernoulli propôs que 'O valor de um item não deve ser baseado no seu preço, mas, ao contrário, na utilidade que ele rende'; e que a 'utilidade resultante de qualquer pequeno aumento na riqueza será inversamente proporcional à quantidade de bens previamente possuídos' — em outras palavras, US$ 100 valem mais para alguém de renda média do que para uma pessoa que é gerente de um fundo de investimento.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Além de calcular o tempo de vida das pessas seguradas, as seguradoras também precisam saber o que os investimentos dos seus fundos vão gerar. O que a companhia deve comprar com os prêmios que os membros segurados pagam regularmente? (...) Em outras palavras, o seguro está onde os riscos e as incertezas da vida diária se encontram com os riscos e as incertezas das finanças. Para ter certezas, a ciência atuarial provê as companhias de seguro com uma vantagem sobre as pessoas que são proprietárias das apólices. Antes da alvorada da moderna teoria da probabilidade, as seguradoras eram jogadoras de risco; agora são o cassino.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“A vida mais longa é boa notícia para os indivíduos, mas é má notícia para o Estado do bem-estar social e para os grupos políticos que têm que persuadir eleitores para reformá-lo. A notícia ainda pior é que, mesmo com a população do mundo ficando mais velha, o próprio mundo pode estar ficando mais perigoso.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Betty Flores não é o que convencionalmente se consideraria um bom risco de crédito. Tem uma poupança modesta e não possui casa própria. Ainda assim, ela e milhares de mulheres como ela, em países pobres em todo o mundo, estão conseguindo fazer empréstimos de instituições como o Pro Mujer, como parte de um esforço revolucionário para desatrelar as energias empreendedoras das mulheres. A grande revelação do movimento do microfinanciamento, em países como a Bolívia, é que as mulheres são realmente melhores riscos de crédito do que os homens, com ou sem uma casa para garantir seus empréstimos. Isso certamente vai contra a imagem convencional da mulher comprista e perdulária. De fato, vai contra o resquício de séculos de preconceito que, até os anos 1970, sistematicamente classificava as mulheres como menos confiáveis e menos dignas de crédito do que os homens. Nos Estados Unidos, por exemplo, as mulheres casadas costumavam ter crédito negado, mesmo que tivessem empregos, se os seus maridos não estivessem trabalhando. Com as mulheres sozinhas e divorciadas, o tratamento era ainda pior. Quando eu estava crescendo, o crédito era enfaticamente masculino. O microfinanciamento, entretanto, sugere que o merecimento do crédito pode, de fato, ser um traço feminino.
(...) Porque o que eu vi na Bolívia tem seus equivalentes em países pobres no mundo inteiro, das favelas de Nairóbi aos vilarejos de Andhra Pradesh, na Índia. E não apenas no mundo em desenvolvimento ou subdesenvolvido. O microfinanciamento também pode funcionar em enclaves de pobreza no mundo desenvolvido — como Castlemilk, em Glasgow (...). Também em Castlemilk, quem recebe os empréstimos são as mulheres locais. Tanto em El Alto quanto em Castlemilk, ouvi que era muito mais provável que os homens gastassem seu salário em bares, ou em agências de apostas, do que se preocupassem com o pagamento dos juros. As mulheres, como me disseram repetidamente, eram melhores para administrar dinheiro do que os seus maridos.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Uma lição importante da história é que as grandes guerras podem ser deflagradas mesmo quando a globalização está bastante adiantada, e a hegemonia do mundo de fala inglesa parece razoavelmente segura. Uma segunda lição importante é que, quanto maior é o período sem um conflito importante, o mais difícil seja imaginá-lo (e, talvez, o mais fácil seja começá-lo). Uma terceira, e final, lição é que, quando uma crise atinge investidores complacentes, ela causa muito mais rupturas do que quando atinge investidores com experiências e marcas causadas pelas cicatrizes das suas lutas. Como vimos repetidamente, as crises grandes de verdade acontecem apenas de vez em quando, o bastante para ficarem além da memória viva das pessoas que ocupam os cargos executivos dos bancos, administradores de fundos e corretores de hoje. A carreira média de CEOs em Wall Street é de apenas 25 anos, o que significa que as memórias de primeira mão no topo do sistema bancário estadunidense não retrocedem além de 1983 - dez anos depois do começo do último grande aumento dos preços do ouro e do petróleo. Esse fato sozinho oferece uma justificativa poderosa para o estudo da história financeira.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Em resumo, da antiga Mesopotâmia até a China de hoje, a ascensão do dinheiro tem sido uma das forças propulsoras por trás do progresso humano: um processo complexo de inovação, de intermediação e de integração que tem sido tão vital quanto o avanço da ciência, ou a disseminação da lei, na fuga da humanidade da labuta fatigante da agricultura de subsistência e da miséria da armadilha malthusiana. Nas palavras do antigo governador do Federal Reserve, Frederic Mishkin: 'o sistema financeiro é o cérebro da economia... Ele age como o mecanismo coordenador que aloca o capital, a força vital da atividade econômica, para seus usos mais produtivos pelos negócios e pelas famílias. Se o capital vai para usos errados, ou se não flui de todo, a economia vai operar ineficientemente e, em última análise, o crescimento econômico será baixo'.
Mas a ascensão do dinheiro não tem sido e jamais pode ser uma ascensão suave. Pelo contrário, a história financeira é uma montanha-russa, de altos e baixos, de bolhas e desastres, de manias e pânicos, de choques e quebradeiras.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Mesmo hoje, a despeito da sofisticação sem precedentes de nossas instituições e de nossos instrumentos, o Planeta Finanças permanece tão vulnerável como nunca às crises. Parece que, apesar de toda a nossa engenhosidade, os seres humanos estão condenados a ser 'enganados pelo acaso', e surpreendidos pelos 'cisnes negros'. Pode até ser que estejamos vivendo a deflação de uma 'superbolha' de múltiplas décadas.
Existem três razões fundamentais para isso. A primeira é que tantas coisas que influenciam o futuro - ou, melhor, futuros, porque nunca existe um futuro singular - residem na esfera da incerteza, opondo-se ao risco calculado. Como Frank Knight argumentou em 1921: 'A incerteza deve ser considerada num sentido radicalmente distinto da noção familiar do risco, do qual ela nunca foi propriamente separada... Uma incerteza mensurável, ou 'risco' apropriado... é tão diferente de uma não mensurável, que a primeira não é, com efeito, e de fato, uma incerteza'. Para dizê-lo mais simplesmente, muito do que acontece na vida não é como num jogo de dados. Repetidamente, ocorrerá um evento que é 'tão inteiramente excepcional que não existem outros, ou não em número suficiente para tornar possível sua tabulação a fim de formar a base de alguma interferência de valor sobre qualquer probabilidade verdadeira...'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Esse 'fracasso da invariância' é apenas um dos muitos preconceitos heurísticos (modos oblíquos de pensar ou aprender) que distinguem os reais seres humanos do ‘homo oeconomicus’ da teoria econômica neoclássica, que supostamente deve fazer suas escolhas de maneira racional, baseado em toda a informação disponível e na utilidade esperada. Outras experiências mostram que sucumbimos muito prontamente a essas armadilhas cognitivas, como:
1. O preconceito da disponibilidade, que faz com que tomemos nossas decisões com base na informação que está mais prontamente disponível em nossas memórias, em vez dos dados de que realmente precisamos.
2. O preconceito da percepção tardia, que faz com que associemos probabilidades maiores a eventos depois que eles aconteceram (ex post) do que antes que eles acontecessem (ex ante).
3. O problema da indução, que nos leva a formular regras gerais com base em informação insuficiente.
4. A falácia da conjunção (ou disjunção), que significa que tendemos a superestimar a probabilidade de que sete eventos com 90% de probabilidade vão acontecer, todos, enquanto subestimamos a probabilidade de que pelo menos um dos sete eventos com 10% de probabilidade aconteça.
5. O preconceito da confirmação, que nos inclina a procurar por evidência confirmadora de uma hipótese inicial, em vez de evidência refutadora, que a invalidaria.
6. Os efeitos de contaminação, pelos quais permitimos que uma informação irrelevante, mas imediata, influencie uma decisão.
7. A heurística afetiva, pela qual os julgamentos de valor preconcebidos interferem em nossa avaliação de custos e benefícios.
8. A negligência do escopo, que nos impede de ajustar proporcionalmente o que estaríamos dispostos a sacrificar para evitar danos de diferentes ordens de magnitude.
9. O excesso de confiança na calibração, que nos leva a subestimar os intervalos de confiança dentro dos quais as nossas estimativas ficarão fortalecidas (i.e., combinar o cenário do ‘melhor caso’ com o ‘mais provável’).
10. A apatia do circunstante, que nos inclina a abdicar da responsabilidade individual, quando estamos numa multidão.
Se você ainda duvida da resistente falibilidade dos seres humanos, faça a si a seguinte pergunta. Um bastão e uma bola, juntos, custam um total de 1,10 libra e o bastão custa 1 libra a mais que a bola. Quanto é a bola? A resposta errada é aquela que uma em cada duas pessoas responde de imediato: 10 penes. A resposta correta é 5 penes, já que somente com um bastão custando 1,05 libras e uma bola valendo 5 penes ambas as condições são satisfeitas.
Se algum campo possui o potencial para revolucionar nossa compreensão da maneira como o mercado financeiro funciona, ele deve certamente ser a borbulhante disciplina da finança behaviorista. Não é nada clara a quantidade do corpo do trabalho derivado da hipótese dos mercados eficientes que pode sobreviver a esse desafio. Para quem coloca sua fé na ‘sabedoria das multidões’, isso significa apenas que é mais provável que um grande grupo de pessoas possa fazer uma avaliação mais correta do que um grupo pequeno de supostas pessoas especialistas. Mas isso não é dizer muito. A velha piada de que ‘macroeconomistas previram, com muito sucesso, nove das últimas cinco recessões’, não é tanto uma piada quanto uma verdade deprimente sobre a dificuldade do prognóstico econômico. Enquanto isso, grupos estudiosos sérios da psicologia humana esperarão por tanta loucura quanto sabedoria de grandes grupos de pessoas.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Para adaptar um elegante resumo de Eliezer Yudkowsky: 'As pessoas podem ser superconfiantes e superotimistas. Podem se concentrar demasiadamente em cenários específicos para o futuro, com a exclusão de todos os outros. Podem não guardar qualquer [crise de liquidez] passada na memória. Podem superestimar a prognosticação do passado, e desse modo subestimar a surpresa do futuro. Podem não compreender a dificuldade de se preparar para [crise de liquidez], sem o benefício da percepção tardia. Podem preferir... apostas com probabilidades de aquisição maiores, negligenciando o valor das balizas. Podem combinar informação positiva sobre os benefícios de uma tecnologia [i.e., seguro de títulos] e informação negativa sobre os seus riscos. Podem ser contaminadas por filmes nos quais o [sistema financeiro] acaba sendo resgatado, e salvo... Ou a perspectiva extremamente desagradável de [uma crise de liquidez] pode estimulá-las a buscar argumentos de que [a liquidez] não [secará], sem uma busca igualmente frenética para as razões pelas quais ela secaria. Mas, se a questão é, especificamente: 'Por que mais pessoas não estão fazendo algo sobre isso?', um componente possível é que as pessoas estão fazendo aquela mesma questão – lançando olhares em volta para ver se o resto das pessoas está reagindo... enquanto tentam parecer equilibradas e imperturbáveis'.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Em termos evolucionários, então, o setor de serviços financeiros parece ter passado através de uma explosão cambriana de vinte anos, com o florescimento das espécies existentes e o crescimento do número de novas espécies. Como no mundo natural, a existência de gigantes não impossibilitou a evolução e a existência continuada de espécies menores. Tamanho não é tudo, nem nas finanças, nem na natureza. De fato, as próprias dificuldades que surgem quando as firmas de capital aberto se tornam maiores e mais complexas – as 'deseconomias' de escala associadas à burocracia, as pressões associadas com os relatórios trimestrais – também oferecem oportunidades para novas formas de firmas privadas. O que importa na evolução não é o seu tamanho ou (além de um certo nível) a sua complexidade. Tudo que interessa e importa é que você seja competente para sobreviver e para reproduzir os seus genes. O equivalente financeiro é ser competente o suficiente para gerar resultados sobre o patrimônio líquido – a 'equity' – e gerar imitadores empregando um modelo similar de negócio.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Permaneço mais ou menos convencido de que, até que possamos compreender inteiramente a origem das espécies financeiras, jamais compreenderemos a verdade fundamental sobre o dinheiro: que, longe de ser 'um monstro que deve ser colocado de volta no seu lugar', como o presidente alemão reclamou recentemente, os mercados financeiros são como o espelho da humanidade, revelando a cada hora de cada dia de trabalho a maneira como nos autovalorizamos, e os recursos do mundo ao nosso redor.
Não é culpa do espelho se ele reflete nossos defeitos tão claramente quanto a nossa beleza.”
(Niall Ferguson, no livro "A Ascensão Do Dinheiro - A História Financeira Do Mundo")



“Quem observa o faz de um certo ponto de vista, o que não situa o observador em erro. O erro na verdade não é ter um certo ponto de vista, mas absolutizá-lo e desconhecer que, mesmo do acerto de seu ponto de vista é possível que a razão ética nem sempre esteja com ele.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de por ela lutar é vivê-la em nossa prática.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos. Neste sentido, a transgressão dos princípios éticos é uma possibilidade mas não é uma virtude. Não podemos aceitá-la.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Como presença consciente no mundo não posso escapar à responsabilidade ética no meu mover-me no mundo. Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que faço no mover-me no mundo e se careço de responsabilidade não posso falar em ética. Isto não significa negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não determinados.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“(...) embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo. E uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas certezas.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho e se 'dispõe' a ser ultrapassado por outro amanhã.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Não há, para mim, na diferença e na 'distância' entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação. (...)
Na verdade, a curiosidade ingênua que, 'desarmada', está associada ao saber do senso comum, é a mesma curiosidade que, criticizando-se, aproximando-se de forma cada vez mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade epistemológica. Muda de qualidade mas não de essência.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação do desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Pensar certo, pelo contrário, demanda profundidade e não superficialidade na compreensão e na interpretação dos fatos. Supõe a disponibilidade à revisão dos achados, reconhece não apenas a possibilidade de mudar de opção, de apreciação, mas o direito de fazê-lo. Mas como não há pensar certo à margem de princípios éticos, se mudar é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda — exige o pensar certo — que assuma a mudança operada. Do ponto de vista do pensar certo não é possível mudar e fazer de conta que não mudou. É que todo pensar certo é radicalmente coerente.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Não há pensar certo fora de uma prática testemunhal que o re-diz em lugar de desdizê-lo.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Pensar certo não é que-fazer de quem se isola, de quem se 'aconchega' a si mesmo na solidão, mas um ato comunicante. Não há por isso mesmo pensar sem entendimento e o entendimento, do ponto de vista do pensar certo, não é transferido, mas co-participado.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Não há inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação e que não se funde na dialogicidade. O pensar certo por isso é dialógico e não polêmico.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O de que se precisa é possibilitar que, voltando-se sobre si mesma, através da reflexão sobre a prática, a curiosidade ingênua, percebendo-se como tal, se vá tornando crítica.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“(...) quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de porque estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso, do estado de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“A solidariedade social e política de que precisamos para construir a sociedade menos feia e menos arestosa, em que podemos ser mais nós mesmos, tem na formação democrática uma prática de real importância.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Na verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento. Mas só entre mulheres e homens o inacabamento se tornou consciente.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Quanto mais cultural é o ser maior a sua infância, sua dependência de cuidados especiais.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Gosto de ser humano, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu 'destino' não é um dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta mas a de quem nele se insere.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“É preciso deixar claro que a transgressão da eticidade jamais pode ser vista ou entendida como virtude, mas como ruptura com a decência.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos. Este esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prática, é já uma dessas virtudes indispensáveis — a da coerência.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O mundo não é. O mundo está sendo.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“'Programados para aprender' e impossibilitados de viver sem a referência de um amanhã, onde quer que haja mulheres e homens há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Segura de si, a autoridade não necessita de, a cada instante, fazer o discurso sobre sua existência, sobre si mesma. Não precisa perguntar a ninguém, certa de sua legitimidade, se 'sabe com quem está falando?'.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“A autoridade coerentemente democrática está convicta de que a disciplina verdadeira não existe na estagnação, no silêncio dos silenciados, mas no alvoroço dos inquietos, na dúvida que instiga, na esperança que desperta.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O educando que exercita sua liberdade ficará tão mais livre quanto mais eticamente vá assumindo a responsabilidade de suas ações.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O que quero repetir, com força, é que nada justifica a minimização dos seres humanos, no caso das maiorias compostas de minorias que não perceberam ainda que juntas seriam a maioria.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“É claro que, nem sempre, a liberdade do adolescente faz a melhor decisão com relação a seu amanhã. É indispensável que os pais tomem parte das discussões com os filhos em torno desse amanhã. Não podem nem devem omitir-se mas precisam saber e assumir que o futuro é de seus filhos e não seu. É preferível, para mim, reforçar o direito que tem a liberdade de decidir, mesmo correndo o risco de não acertar, a seguir a decisão dos pais. É decidindo que se aprende a decidir. Não posso aprender a ser eu mesmo se não decido nunca porque há sempre a sabedoria e a sensatez de meu pai e de minha mãe a decidir por mim. (...) Por outro lado, faz parte do aprendizado da decisão a assunção das consequências do ato de decidir. Não há decisão a que não se sigam efeitos esperados, pouco esperados ou inesperados. Por isso é que a decisão é um processo responsável. (...) A participação dos pais se deve dar sobretudo na análise, com os filhos, das consequências possíveis da decisão a ser tomada.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo tomadas.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por outro lado, ninguém amadurece de repente, aos 25 anos. A gente vai amadurecendo todo dia, ou não.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mas hipócrita, de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? 'Lavar as mãos' em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Sempre recusei os fatalismos. Prefiro a rebeldia que me confirma como gente e que jamais deixou de provar que o ser humano é maior do que os mecanicismos que o minimizam.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“(...) a impossibilidade do amanhã diferente implica a eternidade do hoje neoliberal que aí está, e a permanência do hoje mata em mim a possibilidade de sonhar.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Quem tem o que dizer tem igualmente o direito e o dever de dizê-lo. É preciso, porém, que quem tem o que dizer saiba, sem sombra de dúvida, não ser o único ou a única a ter o que dizer. Mais ainda, que o que tem a dizer não é necessariamente, por mais importante que seja, a verdade alvissareira por todos esperada. É preciso que quem tem o que dizer saiba, sem dúvida nenhuma, que, sem escutar o que quem escuta tem igualmente a dizer, termina por esgotar a sua capacidade de dizer por muito ter dito sem nada ou quase nada ter escutado.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Se a estrutura do meu pensamento é a única certa, irrepreensível, não posso escutar quem pensa e elabora seu discurso de outra maneira que não a minha. (...) E como estar aberto às formas de ser, de pensar, de valorar, consideradas por nós demasiado estranhas e exóticas de outra cultura? Vemos como o respeito às diferenças e obviamente aos diferentes exige de nós a humildade que nos adverte dos riscos de ultrapassagem dos limites além dos quais a nossa autovalia necessária vira arrogância e desrespeito aos demais. (...) A falta de humildade, expressa na arrogância e na falsa superioridade de uma pessoa sobre a outra, de uma raça sobre a outra, de um gênero sobre o outro, de uma classe ou de uma cultura sobre a outra, é uma transgressão da vocação humana do ser mais. O que a humildade não pode exigir de mim é a minha submissão à arrogância e ao destempero de quem me desrespeita. O que a humildade exige de mim, quando não posso reagir à altura da afronta, é enfrentá-la com dignidade. A dignidade do meu silêncio e do meu olhar que transmitem o meu protesto possível.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“O progresso científico e tecnológico que não responde fundamentalmente aos interesses humanos, às necessidades de nossa existência, perdem, para mim, sua significação.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“(...) o melhor caminho para guardar viva e desperta a minha capacidade de pensar certo, de ver com acuidade, de ouvir com respeito, por isso de forma exigente, é me deixar exposto às diferenças, é recusar posições dogmáticas, em que me admita como proprietário da verdade. No fundo, a atitude correta de quem não se sente dono da verdade nem tampouco objeto acomodado do discurso alheio que lhe é autoritariamente feito. (...) E quanto mais me dou à experiência de lidar sem medo, sem preconceito, com as diferenças, tanto melhor me conheço e construo meu perfil.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Nas minhas relações com os outros, que não fizeram necessariamente as mesmas opções que fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia, nem posso partir de que devo 'conquistá-los', não importa a que custo, nem tampouco temo que pretendam 'conquistar-me'. É no respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o que faço e o que digo, que me encontro com eles ou com elas.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Minha segurança se funda na convicção de que sei algo e de que ignoro algo a que se junta a certeza de que posso saber melhor o que já sei e conhecer o que ainda não sei. Minha segurança se alicerça no saber confirmado pela própria experiência de que, se minha inconclusão, de que sou consciente, atesta, de um lado, minha ignorância, me abre, de outro, o caminho para conhecer.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“A alegria não chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“Nem a arrogância é sinal de competência nem a competência é causa de arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente.”
(Paulo Freire, no livro "Pedagogia Da Autonomia")



“(...) sábios, suponho, sois vós, os rapsodos e os atores e aqueles cujos poemas vós cantais, enquanto eu não falo nada além da verdade, como convém a um leigo.”
(Platão, no diálogo "Íon")



“Pois coisa leve é o poeta, e alada e sacra, e incapaz de fazer poemas antes que se tenha tornado entusiasmado e ficado fora de seu juízo e o senso não esteja mais nele. Enquanto mantiver esse bem, o senso, todo homem é incapaz de fazer poemas e de cantar oráculos.”
(Platão, no diálogo "Íon")



“Abrir os 'olhos' para os fenômenos além do físico significa também participar mais diretamente do que já ocorre ao seu redor, porém, não é detectável através dos sentidos físicos.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Vários atributos do mentalsoma — a concentração e a habilidade de silenciar os pensamentos, por exemplo — são úteis para a clarividência. Contudo, o trabalho principal de desenvolvimento da clarividência está no soma (relaxamento) e no energossoma (desbloqueio e expansão).”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Outras linhas de pensamento/misticismos (...) combinam estados da consciência com o conceito de dimensão aqui apresentado.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“O princípio científico da navalha de Ocam propõe que, se houver duas teorias para explicar um mesmo fenômeno, deve-se optar pela mais simples.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A evocação tem eficácia proporcional à intensidade dos pensamentos e sentimentos.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A evocação seguida de acoplamento áurico pode criar um círculo vicioso (evocação - acoplamento - lembrança - evocação...), mantendo a consciência intrafísica em constante contato com a consciência extrafísica. Isso pode, por sua vez, causar um atraso na adaptação à nova condição da consciência extrafísica no período entre vidas.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A clarividência é independente da visão física, portanto podemos, tecnicamente, fazer exercícios de clarividência com os olhos fechados. Contudo, após alguns minutos de relaxamento nessa condição, grande parte das pessoas entraria em estado hipnagógico. E a pergunta surgiria: hipnagogia ou clarividência?”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A clarividência pode ser experimentada na ausência completa de qualquer fonte de luz visível, ativada e desativada diretamente através da vontade, dispensando até mesmo técnicas e procedimentos.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A visão física é algo bastante claro e objetivo para todos nós. Na analogia das telas, isso significa que a tela de trás (visão física) tem tanto brilho que torna difícil a percepção do estímulo da clarividência através do psicossoma. As imagens de clarividência apresentadas na tela semitransparente ficam ofuscadas ou imperceptíveis, dado o brilho muito maior da tela de trás.
(...)
A maioria das técnicas apresentadas neste livro busca 'diminuir o brilho' da tela da visão física, de modo a facilitar a percepção das imagens na tela da clarividência.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Por que me vejo em situações indesejadas? Que importância devo dar ao meu tempo? Estou atuando com maturidade suficiente nos papéis que assumo, como consciência, em minha vida?”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Vale ressaltar que o medo de qualquer tipo de parapsiquismo é injustificado, se entendido como sendo uma habilidade natural. A realidade extrafísica não se altera porque podemos acessá-la ou não.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Às vezes, o mais difícil não é saber o que temos de fazer, mas saber o que deveríamos parar de fazer.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Seria bom se fosse verdade o mito popular de que 'se fizer coisa ruim, os guias espirituais tiram o dom de você'.
(...)
O que acontece muitas vezes não é exatamente um 'corte' da clarividência, mas sim uma interrupção na ativação ou patrocínio da mesma. A interrupção da ajuda normalmente se dá porque o amparador não quer compactuar com as ações negativas.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“As más escolhas retiram, no mínimo, um aspecto da liberdade individual: à medida que a atividade ilícita se desenvolve, mais e mais segredos têm de ser mantidos pelo grupo. Assim, os indivíduos do grupo agora têm o poder de prejudicar uns aos outros, usando o que sabem para chantagem, por exemplo.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“A lógica disso é que cosmoética chama cosmoética e o oposto é também verdadeiro. (...) Não há punição ou sentença, só causa e consequência, em geral, piorada pela própria imaturidade das consciências envolvidas.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“O padrão é um reflexo do código de cosmoética e, quanto mais avançada a consciência, mais cosmoética será. Portanto, o nível de cosmoética do experimentador determina o nível evolutivo máximo que estará mais facilmente observável nos exercícios.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Todas as ações de pensamento e sentimento, incluindo a intenção verdadeira do experimentador, são sempre públicas do ponto de vista extrafísico. Ao contrário de certas situações no intrafísico, em que alguém pode dizer uma coisa e pensar outra, a consciex tem a possibilidade de 'ler' a intenção real do experimentador, que transparece através das energias. Nesse sentido, a premissa de que 'ninguém está vendo' é inválida se considerada a multidimensionalidade.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Sabemos que o padrão dos nossos pensamentos e sentimentos evoca (ou chama através de energia) consciências com padrão similar. Se o padrão for algo no sentido de 'estou aqui para aprender e ajudar no que for possível, buscando um nível maior de lucidez e cosmoética' atrairemos logicamente consciências nesse padrão.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“(...) em condições normais de saúde e lucidez, não existe imaginação sem esforço mental. Ver a aura, as energias ou uma consciência extrafísica é uma coisa, imaginar é outra. A diferença é tão clara quanto 'beber água' versus 'imaginar-se bebendo água'.”
(Rodrigo Medeiros, no livro "Clarividência - Teoria E Prática")



“Terminou os estudos secundários no ginásio Vera Cruz e entrou para a Escola Militar. Tinha dezessete anos, queria sair das costas do irmão, que o sustentava, e o exército se afigurava como uma boa saída. Mas estava mesmo era cometendo um grande equívoco, fato observado pelo comandante da escola, que um dia o chamou ao seu gabinete e o aconselhou a abandonar a farda:
'Meu filho, eu aqui tenho visto muita gente equivocada, sem um mínimo de vocação para a carreira militar, mas como você, nunca!'”
(Samira Campedelli, no livro "Dias Gomes - Literatura Comentada")



“Dramaturgo muito premiado, foi também o mais censurado: suas peças foram proibidas às vezes no dia da estreia (...).”
(Samira Campedelli, no livro "Dias Gomes - Literatura Comentada")



“Considerada por Anatol Rosenfeld como uma tragédia, no sentido clássico do termo, 'O Pagador de Promessas', segundo o próprio Dias Gomes, 'é a história de um homem que não quis conceder — e foi destruído'.”
(Samira Campedelli, no livro "Dias Gomes - Literatura Comentada")



“A vertente da crítica social direta, que o caracteriza desde as primeiras peças, foi muitas vezes mal compreendida e causou estranheza, como por exemplo a peça 'Doutor Ninguém' encenada em 1945, em que o personagem central era um médico negro: 'Mas, como assim, um médico de cor, no palco?'. 'O personagem mudou de cor, passou a ser branco, apenas filho de uma lavadeira', comenta hoje Dias Gomes. '... o preconceito de cor, tema central da peça, passou a ser preconceito de classe, e a peça virou uma tolice'.”
(Samira Campedelli, no livro "Dias Gomes - Literatura Comentada")



“[Dias Gomes diz, em entrevista:] Minha concepção de teatro popular é a de um teatro em favor do povo. Essa é uma definição genérica no que diz respeito à dramaturgia e o teatro popular envolve problemas que fogem ao domínio do próprio teatro. Não sei, por exemplo, como podemos considerar a existência de um teatro popular sem plateia popular. Esse é um impasse (a contradição palco-plateia): peça popular para plateia burguesa ou pequeno-burguesa?”
(Samira Campedelli, no livro "Dias Gomes - Literatura Comentada")



“A primeira ordem de seu dia como rinoceronte é atacar. Tomara que você tenha algo para atacar. Você deve ter algumas metas para dar propósito à sua vida de rinoceronte. Se você se levantar de manhã para trabalhar durante o dia todo apenas para comprar touceiras de iúca para o jantar e para pagar o aluguel, então está na hora de ficar aborrecido! Está na hora de dizer: ‘Já estou farto de ser uma vaca preguiçosa pastando dia após dia! Estou cansado de não fazer nada, de não ver nada e de não realizar nada! Acordei hoje de manhã sendo um rinoceronte! Vou sacrificar a segurança e o prazer do pasto e vou viver uma vida de rinoceronte, animada e cheia de aventuras na floresta!’ (...).
Enfureça-se! Quem vai discutir com um rinoceronte de três toneladas, impaciente, aborrecido e raivoso? Você conseguirá o que quer. Apenas ataque. Jure nunca mais voltar àquele pasto novamente. Esqueça aqueles seus amigos que parecem umas vacas preguiçosas. Saia e encontre novos amigos rinocerontes.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Ataque com força total e você terá o máximo de sucesso. De que outra maneira um rinoceronte ataca, se não for com força total (...)? Quando enfrenta um desafio, você não fica como um cachorro do mato, pronto a correr de volta para a sua toca ao menor sinal de perigo. Você diz: ‘Danem-se os torpedos!’ (...). Você dá tudo de si em tudo que faz. Ataque já e faça as perguntas depois.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Os rinocerontes atacam com um propósito único. Toda sua energia direciona-se para a realização de seu único e ardente desejo. Quando você ataca alguma coisa, nada poderá desviar sua atenção. Você nunca deverá atacar duas coisas ao mesmo tempo. Você se concentra em alcançar seu primeiro alvo e depois fixa sua atenção em sua próxima meta. Nunca faça muitas coisas de só vez.
Uma lente de aumento não ateará o fogo até ser concentrada em um só lugar por um certo período de tempo. Se a lente for constantemente movida de um lugar para outro, nada ficará aquecido, muito menos iniciará o fogo.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Como um rinoceronte, você procura algo, certo? O que as vacas procuram? Aparentemente não muito. Por que as vacas não procuram tudo o que você procura? Elas têm cérebro. Elas têm pernas que as fazem se movimentar. Elas têm ouvidos, olhos e chifres assim como você. Será que elas não veem todas as possibilidades da vida? Será que elas não conseguem sentir tudo o que está esperando por elas? Será que elas não veem tudo o que há para se fazer, tudo o que há para se experimentar e todos os lugares que há para serem visitados? O que você tem que elas não têm?
Isso mesmo! Crença! As vacas simplesmente não acreditam que elas possam realizar, consequentemente, nem tentam. Elas nem mesmo fazem um bom ataque! Elas veem todas as oportunidades circulando perto delas, mas acreditam que as boas oportunidades sejam para alguns poucos rinocerontes escolhidos a dedo.
Elas dizem: 'Nós somos vacas. Não podemos atacar. Não adianta nem tentar'.
As vacas vão-lhe dizer que estão sendo realistas. Mas nós sabemos a verdade. Ou elas são realmente ignorantes e preguiçosas, ou estão tentando apresentar razões para justificar o fracasso delas.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Você é uma bomba atômica esperando para ser lançada. Você só tem de decidir sobre o que irá lançá-la. Não desperdice sua energia com assuntos insignificantes. Não deixe que ninguém ou nada tire sua energia. Persiga alguma coisa que valha a pena. Pense grande! Rinocerontes não atacam coelhos. As bombas atômicas não são utilizadas no dia 7 de setembro nem a usina hidrelétrica de Itaipu é usada para tomar banho.
Persiga uma meta do tamanho de um rinoceronte: uma similar a seu potencial. Não se subestime!”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Não ignore as coisas negativas; apenas não sature sua mente com elas. Assim como as ervas daninhas crescem nos mais bonitos jardins, na vida também, sempre haverá coisas negativas para enfrentar. Cuide que seu jardim não esteja infestado de ervas daninhas.
Em vez disso, leia livros e revistas que dão ênfase aos aspectos positivos da vida ou alguma coisa educativa. Nós nos tornamos produto de três coisas: das pessoas com quem nos associamos, dos livros que lemos e das canções que ouvimos.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Como viver a vida de modo mais animado, mais audaz e mais satisfatório? PLANEJE! O que quer que planeje, você tem uma excelente possibilidade de conseguir. Planeje nada e você obterá um zero grande e redondo... absolutamente nada!”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Seus planos nunca vão funcionar exatamente como você deseja. Às vezes, eles terão de ser modificados (...).”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Não planeje muitas coisas de uma só vez. Lembre-se da lente de aumento. Os rinocerontes atacam um único objetivo de cada vez. Se você planeja atacar muitas coisas de uma vez, a sua retaguarda poderá não acompanhar a sua dianteira. Isso poderia diminuir sua velocidade.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Para ajudar a alcançar suas metas de curto prazo, o que você vai realizar esta semana ou este mês? Uma expedição de mil quilômetros começa com um passo. Comece a andar.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Pare de dar e você vai parar de receber. Sua vida é como um rio. Mantenha a água fluindo e será um refrigério, cheio de vida, transparente e bonito. Represe-o e você estagnará.
Dê, sabendo que receberá de volta dez vezes mais. É assim que funciona! O fazendeiro planta um copo de milho e colhe um alqueire. É um bom negócio, não é?”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Cuide-se. Seu corpo é seu negócio e você só tem uma unidade em estoque. Isso significa que você deve ter tempo para cuidar dele.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Coma comida saudável, verde, fresca e crua, como um verdadeiro rinoceronte. Os rinocerontes não vivem de tacos mexicanos e bolos de queijo. Você não deve sair correndo de manhã atrás de um prato de sucrilhos bem doces. Fique longe de açúcar, farinha, carne e frituras. Isso vai-lhe tirar mais energia do que dar energia para você.
Saiba o que é bom para o seu corpo. Habitue-se a fazer exercícios regularmente. Tenha consciência de sua saúde e você atacará mais rápido, com mais força e chegará mais longe.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Disciplina: ter de fazer algo que você não quer fazer. Quando éramos animais pequenos, todos tínhamos de fazer isso. É por isso que somos tão bons agora. Lembra-se do garoto que não tinha qualquer disciplina? Seus pais davam tudo o que ele queria, deixavam-no fazer o que ele queria fazer, e ele fazia tudo que queria. Em que ele se transformou? Ele é uma vaca agora, certo? Disciplina é muito bom. A disciplina faz rinocerontes.
Mas quem nos está disciplinando agora? Ninguém! Podemos fazer o que quisermos, o que — para a maioria dos animais — significa o menos possível.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Os rinocerontes alcançam o sucesso porque são autodisciplinados. É fácil disciplinar os outros, mas disciplinar a si mesmo é uma arte difícil de aprender.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Felicidade é sentir-se bem em relação a si. Trate-se a si de uma maneira especial.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Você não tem medo de cair, porque sabe que, com sua pele de 5cm de espessura, nada poderá machucar você. A pior coisa que pode acontecer é você morrer, e a morte é um incidente desprezível em sua vida. Todos morrem, até mesmo as vacas e ovelhas. Por que se preocupar com isso? Suas realizações futuras é que estimulam você.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Nem mesmo os rinocerontes chegam ao topo da montanha sem escorregar algumas vezes.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Você só tem 24 preciosas horas por dia. Utilize-as ou perca-as. O tempo não pode ser salvo. Ele está passando agora mesmo. Enquanto você toma banho de manhã, o tempo está passando. Enquanto você escova seus dentes e chifres, o tempo passa. Ele não pode ser detido. A corrida começou. Você está sendo cronometrado agora! Entenda isso já, antes que o tempo pare para você e ninguém nem mesmo saberá que você estava na corrida.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Os minutos são preciosos. Eles são os blocos com que construímos as horas que, por sua vez, são os materiais dos quais os dias são feitos. Os dias rapidamente se tornam meses. Os meses logo se tornam anos e os anos fazem uma vida inteira. Mas tudo começa com os minutos. Desperdice minutos importantes e poderá desperdiçar toda uma vida.
Os rinocerontes não caem nessa armadilha. Eles apreciam seus minutos. Os rinocerontes não desperdiçam os minutos com atividades inúteis. Eles vivem cada minuto como se tivessem de pagar dez reais por ele. Tenha certeza de saber o valor de seu dinheiro. Você pode ganhar mais dinheiro, mas não pode conseguir mais tempo.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“O ponto é: persistir. Quando você está em uma situação difícil, continue. NUNCA DESISTA! Imagine-se naquele barco com a tempestade tentando jogar você para fora. Não desista, a menos que a tempestade destrua o barco e comece a afundar. Então, tudo bem se você afrouxar sua força e evitar se afogar enquanto o barco afunda. Do contrário, persista!”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Como você está financeiramente? Você tem dinheiro suficiente? Nunca deixe que alguém lhe diga que dinheiro não é importante. Dinheiro é importante! Dinheiro é essencial! Sem dinheiro, é provável que qualquer outra área de sua vida sofra. Você pode morrer de fome se não tiver dinheiro! O dinheiro tem má reputação porque a maioria dos animais não tem suficiente (...).
O dinheiro não é a raiz de todo mal; o AMOR ao dinheiro é. Você pode gostar bastante de dinheiro, mas nunca deixe que ele se torne seu deus. Respeite o dinheiro por todo o bem que ele pode fazer. Faça bons planos para seu dinheiro. Aprecie o dinheiro e tenha desejo por ele, mas nunca viva sua vida em função do dinheiro. O dinheiro é uma ferramenta. Use-o adequadamente e você poderá construir uma vida feliz e satisfatória. Use-o inadequadamente e sua vida será miserável. Não o use e você irá perdê-lo. A sua boa vida de rinoceronte nem terá a oportunidade de começar.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Sua família tanto pode ajudar você como arruinar você. A maneira com que você age nesta área afeta sua condição financeira e seu ambiente de trabalho, assim como estes também podem afetar sua vida familiar. De fato, todas as seis principais áreas de sua vida afetam as outras de alguma maneira. Por esse motivo, é importante mantê-las em equilíbrio (...). Os rinocerontes destacam-se em todas as áreas de suas vidas. Isso ajuda a levá-los à felicidade. No final das contas, é isso que todos nós perseguimos, não é?!”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Os problemas não escolhem as pessoas. Eles existem para todos. Independente de sexo, credo, raça ou cor; mesmo assim, terá problemas. Até hoje ninguém recebeu imunidade contra os problemas. Eles sempre estão por perto; estão hoje e estarão amanhã. A diferença com o rinoceronte está na maneira de lidar com seus problemas. Rinocerontes não combinam com problemas. Primeiramente, a maioria dos problemas que paralisariam uma ovelha não fazem qualquer efeito em um rinoceronte. Pequenos problemas nem mesmo o incomodam. Eles estão aí, mas você nem pensa neles. Eles são tão insignificantes quanto os mosquitos que ficam se movendo diante de seus olhos. Enquanto você ataca, eles desaparecem. Mas pare um pouco e, de repente, os mosquitos estarão rodeando seus olhos novamente. Continue atacando e os pequenos problemas não o incomodarão. Eles sempre desaparecerão.
É com os grandes problemas que você lida. São problemas que podem atordoar um elefante. São problemas do tamanho de um rinoceronte. Você não se preocupa com problemas de ovelhas ou vacas. Você tem problemas grandes de rinocerontes. Fazem parte de seu trabalho. Felizmente, você sabe como lidar com eles. Isso também faz parte de seu trabalho.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Primeiramente, você precisa entender que a maioria dos problemas são um bom sinal. Os problemas indicam que está havendo um progresso, que as rodas estão girando, que você está se movendo em direção a suas metas. Cuidado quando você não tiver problemas! Então, você realmente terá um problema! Não ter problemas é sinal de inatividade. Não ter problemas significa que nenhuma ação está sendo tomada (...). Se você não tiver problemas, cheque o seu comportamento. Você poderá estar a caminho do nada.
(...) Os problemas são marcas de progresso. Ultrapasse muitos problemas e você alcançará seu destino. Portanto, espere problemas e não se surpreenderá quando eles começarem a aparecer.”
(Scott Alexander, no livro "Rinoceronte Bem Sucedido")



“Não existe qualquer meio que garanta a proteção da conscin contra o declínio da autolucidez na velhice.”
(Selma Prata, no livro “Cérebro Envelhece, Paracérebro Enriquece”)



“Há bilionários escravos do seu dinheirão. Há pobres senhores do seu dinheirinho.”
(Selma Prata, no livro “Cérebro Envelhece, Paracérebro Enriquece”)



“Ter boa memória é lembrar-se do essencial, no momento certo, se/quando necessário.”
(Selma Prata, no livro “Cérebro Envelhece, Paracérebro Enriquece”)



“O ser humano é feito por sua crença. Como acredita, assim ele é.”
(Sem Autoria Específica, no livro "Bhagavad-Gita")



“Você nunca se identifica com a sombra projetada pelo seu corpo, ou com seu reflexo, ou com o corpo que você vê num sonho ou em sua imaginação. Portanto, você também não deve se identificar com este corpo vivo.”
(Sri Shankara, no livro "Vivekachudamani")



“Dito em outras palavras, os atores acostumam-se tanto às suas rotinas que têm dificuldade de perceber os padrões estruturais sobre os quais essas rotinas e práticas se assentam ou — o que é mais sério — têm dificuldade em identificar os significados dessas rotinas e a forma como se encaixam em uma matriz social mais ampla, matriz essa que as condiciona, mas é também por eles condicionada.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“A coleta de dados não deve ser apenas um processo intuitivo, que consistiria simplesmente em fazer observações em determinado ambiente e tomar notas. Ela deve ser um processo deliberado, no qual o pesquisador tem de estar consciente das molduras de interpretação daqueles a quem observa e de suas próprias molduras de interpretação, que são culturalmente incorporadas e que ele traz consigo para o local da pesquisa.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Observe-se também que a pesquisa qualitativa reconhece que o olho do observador interfere no objeto observado, ou seja, o olhar do pesquisador já é uma espécie de filtro no processo de interpretação da realidade com a qual se defronta. Esse filtro está associado à própria bagagem cultural dos pesquisadores.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Conforme vimos, o paradigma positivista, que fornece a base para a pesquisa de natureza quantitativa, prevê que haja a maior objetividade possível na prática do pesquisador, isto é, ele observa os fatos do mundo de uma forma teoricamente neutra, buscando atingir o ideal da objetividade. Esse pressuposto não apresenta maiores dificuldades no âmbito das ciências exatas. Mas, trazido para o âmbito das ciências humanas, encontrou problemas. Uma forma de trabalhar o problema do necessário distanciamento entre o sujeito cognoscente (pesquisador) e o objeto cognoscível de sua pesquisa foi a aceitação, no paradigma interpretativista, do pressuposto da reflexividade, isto é, a pesquisa qualitativa aceita o fato de que o pesquisador é parte do mundo que ele pesquisa. Segundo o paradigma interpretativista, o cientista social é membro de uma sociedade e de uma cultura, o que certamente afeta a forma como ele vê o mundo. Portanto, de acordo com esse paradigma, não existe uma análise de fatos culturais absolutamente objetiva, pois essa não pode ser dissociada completamente das crenças e da visão de mundo do pesquisador. Assim, uma linguagem de observação neutra seria ilusória, pois todas as formas de conhecimento são fundamentadas em práticas sociais, linguagens e significados, inclusive aqueles do senso comum. O pesquisador não é um relator passivo e sim um agente ativo na construção do mundo. Sua ação investigativa tem influência no objeto da investigação e é por sua vez influenciada por esse.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Concordamos com Telma Ferraz Leal, quando afirmou no 2º Fórum Nacional Extraordinário da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), realizado em Brasília, em maio de 2006, que a polêmica sobre os usos dos métodos sintéticos, que partem do ensino da unidade menor (letra, fonema ou sílaba) para o todo; ou analíticos, que partem do sentido global da escrita (texto, frase) para unidades menores (palavras, sílabas, letras, fonemas); ou, ainda, os analítico-sintéticos (combinação dos dois métodos) é uma discussão sem sentido. O importante é que as unidades linguísticas sejam objeto de reflexão, na medida em que compõem o texto.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Elvira Souza Lima, no mesmo Fórum [2º Fórum Nacional Extraordinário da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), realizado em Brasília, em maio de 2006], enfatizou que mais importante do que entender como a criança aprende é explicar o que acontece quando a criança não aprende. Para ela, a aquisição da leitura e da escrita está relacionada ao desenvolvimento da capacidade simbólica do ser humano. Leitura e escrita não se desenvolvem naturalmente, como a fala, e envolvem funções diferentes do cérebro. As dificuldades para aprender a escrever e a ler devem-se, muitas vezes, ao fato de várias aprendizagens sobre o código escrito ficarem fragmentadas, não constituindo redes neuronais na memória. O desafio é saber desenvolver, com atividades pedagógicas e culturais, as redes de neurônios do cérebro para que o aluno faça as conexões para ler e escrever.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Depois de ter atingido a universalização da escolaridade, o Brasil enfrenta o desafio da universalização da escrita, e é preciso que os sistemas de ensino busquem com afinco a solução para as crianças que não aprendem. Mas o grande esforço dos profissionais da educação se ressente da ausência de registros de suas experiências, que permitirão que eles reflitam sobre suas práticas e possam aprimorá-las.”
(Stela Maris Bortoni-Ricardo, no livro "O Professor Pesquisador")



“Não, entre as montanhas do sudeste mexicano as crianças crescem aprendendo que 'esperança' é uma palavra que se pronuncia coletivamente e aprendem a viver a dignidade e o respeito ao diferente. Talvez uma das diferenças entre estas crianças e as de outros lugares é que estas aprenderam a ver o amanhã desde pequenas.”
(Subcomandante Insurgente Marcos, em "Os Diabos Do Novo Século”, no livro "Educar Na Esperança Em Tempos De Desencanto", de Chico Alencar & Pablo Gentili)



“18. Todas as operações militares baseiam-se no engano.
19. Por isso, quando temos capacidade de atacar, devemos parecer incapazes disso; quando podemos usar nossas forças, devemos parecer inativos; quando estivermos próximos, devemos fazer o inimigo acreditar que estamos distantes; quando estivermos distantes, devemos fazê-lo acreditar que estamos próximos.
20. Ofereça iscas para atrair o inimigo. Simule a desordem e esmague-o.
21. Se o inimigo estiver seguro em todos os sentidos, prepare-se para enfrentá-lo. Se o inimigo tiver uma força superior, fuja dele.
23. Se seu adversário estiver à vontade, não lhe dê trégua.
24. Ataque-o onde estiver despreparado, apareça onde não é esperado.
25. Esses artifícios militares, que levam à vitória, não devem ser divulgados antecipadamente.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 1)



“3. De novo, se a campanha se prolongar, os recursos do Estado serão inferiores ao esforço.
4. Agora, quando suas armas perderem o poder ofensivo, o ardor de seus homens tiver arrefecido, e suas forças estiverem esgotadas e seu tesouro findo, virão outros chefes para se aproveitar da situação. (...)
5. Assim, por mais que se ouça falar da estupidez que é apressar-se na guerra, jamais se viu a inteligência associada às ações retardadoras.
10. Um Estado com um tesouro insuficiente obriga o exército a ser mantido por impostos onde estiver. Os impostos para manter o exército a distância empobrecem o povo.
11. Por outro lado, a proximidade de um exército faz os preços subirem, e os preços altos esgotam os recursos do povo.
17. (...) Os soldados capturados devem ser tratados e mantidos com bondade.
18. A isso se chama usar o inimigo conquistado para aumentar nossa força.
19. Na guerra, portanto, seu objetivo principal deve ser a vitória, não prolongar a campanha.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 2)



“1. Sun Tzu disse: Na prática da arte da guerra, a melhor coisa de todas é tomar o país do inimigo por inteiro e intacto; danificar e destruir não é muito bom. Assim, também, é melhor capturar um exército inteiro do que aniquilá-lo, capturar um regimento, um destacamento ou uma companhia inteiros do que aniquilá-los.
2. Por isso, combater e conquistar em todas as batalhas não é o ideal supremo; o ideal supremo consiste em vencer a resistência do inimigo sem combater.
9. Se os exércitos forem equivalentes, poderemos partir para a batalha; se formos ligeiramente inferiores em número, poderemos evitar o inimigo; se formos significativamente inferiores de todas as maneiras, poderemos fugir dele.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 3)



“5. A segurança contra a derrota implica táticas defensivas; a capacidade de derrotar o inimigo significa assumir a postura ofensiva.
10. Erguer um fio de cabelo de um bebê não é sinal de grande força; ver o sol e a lua não é sinal de visão aguçada; ouvir o som do trovão não é sinal de ouvido apurado.
11. O que os antigos chamavam de um guerreiro talentoso é aquele que não só vence, mas que também chega à vitória com desembaraço.
12. Daí que suas vitórias não lhe rendem nem reputação por sabedoria nem crédito por coragem.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 4)



“1. Sun Tzu disse: Conduzir uma grande força segue o mesmo princípio de conduzir alguns homens; trata-se meramente de dividi-la em suas partes.
5. Em todo combate, o método direto pode ser usado para entrar em batalha, mas para assegurar a vitória são necessários os métodos indiretos.
10. Em batalha, não existem mais do que dois métodos de ataque — o direto e o indireto; mas esses dois combinados produzem uma série interminável de manobras.
13. A qualidade da decisão é como a arremetida precisa de um falcão, que a um mesmo tempo permite-lhe golpear e liquidar a vítima.
22. Quando utiliza a energia combinada, seus combatentes transformam-se como que em troncos ou pedras rolantes. Pois é da natureza de um tronco ou pedra permanecer imóvel em uma superfície plana e ganhar movimento quando em uma encosta inclinada; tendo quatro arestas, permanecerá imóvel, mas sendo arredondado descerá rolando.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 5)



“1. Sun Tzu disse: Quem chegar primeiro ao campo de batalha e esperar pelo inimigo estará descansado para o combate; quem chegar depois ao campo de batalha e precisar se dirigir às pressas para o combate chegará exausto.
2. O combatente mais esperto, portanto, impõe sua vontade ao inimigo, mas não permite que o inimigo imponha-lhe sua vontade.
6. Um exército poderá percorrer grandes distâncias sem se extenuar se marchar por um território em que o inimigo não está.
7. É possível assegurar-se de ser bem-sucedido nos ataques se atacar apenas os locais não defendidos, assim como garantir a segurança da defesa mantendo apenas posições que não possam ser atacadas.
8. Daí que o general habilidoso só ataca quando o oponente não sabe o que defender, e será habilidoso na defesa quando o oponente não souber o que atacar.
11. Se quisermos lutar, o inimigo poderá ser forçado a um embate mesmo que esteja abrigado atrás de uma alta muralha e de um fosso profundo. Tudo o que precisamos fazer é atacar algum outro lugar que ele seja obrigado a defender.
12. Se não desejarmos lutar, impediremos o inimigo de nos envolver, mesmo que as linhas de nosso acampamento estejam meramente traçadas no chão. Tudo o que precisamos fazer é atirar alguma coisa estranha e inexplicável no caminho dele.
23. Provoque o inimigo e conhecerá os princípios de sua atividade ou inatividade.
25. Ao definir as disposições táticas, o melhor que se pode fazer é dissimulá-las; dissimule suas disposições e estará seguro contra a intromissão dos mais sutis espiões, contra as maquinações dos cérebros mais ardilosos.
28. Não repita as táticas que lhe renderam uma vitória, mas deixe que seus métodos se conduzam pela infinita variedade de circunstâncias.
29. As táticas militares são como a água, pois a água, em seu curso natural, foge dos lugares altos e procura os mais baixos.
30. Na guerra, portanto, o caminho é evitar o que é forte e atacar o que é fraco.
31. A água modifica seu curso de acordo com a natureza da superfície que percorre; o soldado calcula sua vitória de acordo com o inimigo com que se defronta.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 6)



“11. Devemos concluir, então, que um exército sem sua tropa de bagagem estará perdido; sem suas provisões, estará perdido; sem suas bases de suprimento, estará perdido.
12. Não podemos celebrar alianças sem antes conhecer as pretensões de nossos vizinhos.
14. Seremos incapazes de aproveitar as vantagens naturais a menos que façamos uso de guias locais.
15. Na guerra, pratique a dissimulação e será bem-sucedido.
16. Se suas tropas deverão ser concentradas ou divididas, as circunstâncias dirão.
17. Que sua velocidade seja como a do vento, e sua densidade, como a da floresta.
18. No ataque e na pilhagem, seja como o fogo; na imobilidade, permaneça como uma montanha.
19. Que seus planos sejam invisíveis e impenetráveis como a noite; e, quando se mover, seja como um raio fulminante.
21. Pondere e delibere antes de fazer um movimento.
33. É um axioma militar não avançar contra o inimigo montanha acima nem opor-se a ele montanha abaixo.
36. Quando cercar um exército, deixe aberto um caminho de fuga. Não pressione demais um inimigo desesperado.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 7)



“2. Quando em uma região difícil, não monte acampamento. Em uma região em que grandes estradas se interceptam, some forças com aliados. Não se demore em posições perigosamente isoladas. Quando estiver cercado, recorra a um estratagema. Em situação de desespero, parta para o combate.
3. Há estradas que não devem ser trilhadas, exércitos que não devem ser atacados, cidades que não devem ser sitiadas, posições que não devem ser contestadas, ordens do soberano que não devem ser obedecidas.
11. A arte da guerra nos ensina a confiar não na probabilidade de o inimigo não atacar, mas em nossa própria prontidão para recebê-lo; não na possibilidade de não atacar, mas sim no fato de que tornamos nossa posição inexpugnável.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 8)



“18. Quando o inimigo está bem próximo e permanece quieto, é porque confia na resistência natural da posição que ocupa.
26. Propostas de paz desacompanhadas de uma promessa de pacto indicam conspiração.
35. A visão de homens sussurrando entre si em grupinhos ou falando em voz baixa indica o descontentamento entre os soldados.
41. Aquele que não exercita a premeditação mas faz pouco caso de seus oponentes com certeza será capturado por eles.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 9)



“13. (...) Em uma área difícil, mantenha-se constantemente em marcha.
29. O estrategista habilidoso pode ser comparado à Shuai-Jan. A Shuai-Jan é uma serpente rápida encontrada nas montanhas Ch'ang. Golpeie-a na cabeça e ela o atacará imediatamente com a cauda; bata-lhe na cauda e ela o atacará prontamente com a cabeça; acerte-a no meio e como um raio ela o atacará com a cabeça e a cauda ao mesmo tempo.
57. (...) Quando a perspectiva for radiante, exponha aos olhos dos soldados, mas não lhes diga nada quando a situação for sombria.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 11)



“15. Se for vantajoso, avance; se não, permaneça onde está.”
(Sun Tzu, no livro "A Arte Da Guerra", Capítulo 12)



“Uma ideia bem menos conhecida, mas igualmente interessante, formulada por Freud, foi sua afirmação de que tinha descoberto o único denominador comum de todas as grandes revoluções científicas: surpreendentemente, todas elas humilham ou destronam o ser humano da posição de figura central do cosmos.”
(Vilayanur S. Ramachandran, no livro "Fantasmas No Cérebro")



“A seleção natural pode explicar apenas o surgimento de habilidades reais que são expressas pelo organismo — nunca as potenciais. Quando elas são úteis e favorecem a sobrevivência, são transmitidas à geração seguinte. Mas o que dizer de um gene para habilidade matemática latente? Que benefício isso confere a uma pessoa analfabeta? Parece mais do que o necessário ou desejável. (...) Aqui está o busílis. Um instrumento foi desenvolvido antecipadamente às necessidades do quem o possui, mas sabemos que a evolução não tem previsão! Aqui está um exemplo em que a evolução parece ter presciência. Como isso é possível?”
(Vilayanur S. Ramachandran, no livro "Fantasmas No Cérebro")



“Contrariamente à visão ultradarwinista, a engenharia reversa nem sempre funciona em biologia pela simples razão de que Deus não é engenheiro; é um hacker.”
(Vilayanur S. Ramachandran, no livro "Fantasmas No Cérebro")



“Se você duvida da realidade da individualidade social, apresente a si a seguinte questão: imagine que há algum ato que você cometeu, a respeito do qual você sente extremo embaraço (...). Suponha além disso que agora você tem uma doença fatal e morrerá em dois meses. Se você sabe que, remexendo em seus pertences, alguma pessoa descobrirá seus segredos, você vai fazer o máximo para encobrir suas pistas? Se a resposta é sim, surge a pergunta: por que se incomodar? Afinal de contas, você não estará mais aqui. Então que importância tem o que as pessoas pensam de você depois que você se foi? Esta simples experiência de pensamento sugere que a ideia da individualidade social e de sua reputação não é apenas uma coisa abstrata. Pelo contrário, está entranhada tão profundamente em nós que queremos protegê-la até depois da morte. Muitos e muitas cientistas passaram a vida inteira desejando obsessivamente a fama póstuma — sacrificando tudo o mais para deixar uma pequenina marca no edifício.”
(Vilayanur S. Ramachandran, no livro "Fantasmas No Cérebro")



“Na Conscienciologia, assim como na Arqueologia, não escavamos o passado com picaretas ou explosivos, e sim com pinça, pincel e paciência.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Apesar do inegável valor terapêutico da retrocognição, esta não pode ser vista como uma panaceia universal — o remédio infalível para todos os males. A verdadeira panaceia é a evolução, a qual só é obtida passo a passo, por meio do esforço e da lucidez pessoais, e somente pode ser acelerada com muito trabalho.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Crescemos muito mais lembrando nosso último período entre vidas que recuperando as memórias de várias vidas intrafísicas anteriores.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Como não é possível voltar ao passado para mudá-lo, sejamos mais lúcidos e pragmáticos e pensemos no que é possível ser feito de prático e efetivo no aqui-e-agora multidimensional.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“As retrocognições são inevitáveis no processo de amadurecimento da consciência. Quanto mais a consciência amadurece, mais se lembra de suas experiências passadas e, quanto mais se lembra, mais pode amadurecer.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A conclusão óbvia é que, para estudar a consciência, é necessário usar a própria consciência. Isto leva inevitavelmente à pesquisa participativa, em que o pesquisador é, na maioria das vezes, também a cobaia, enquanto que sua vivência diária, dentro do corpo e fora dele, é seu laboratório consciencial.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Com uma série de existências, incontáveis atributos, inúmeras memórias, várias inteligências, alguns egos e quatro veículos de manifestação, é inevitável concluir que a consciência é o objeto de estudo mais complexo que se pode vislumbrar neste momento evolutivo.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A consciência existe e não pode ser destruída, não para e não pode ser parada, não silencia e não pode ser silenciada, manifesta-se e não pode ser isolada. Sua mera existência, por mais limitada e autista que seja, perturba o universo e as outras consciências, criando o mantendo laços energéticos com tudo e todos. Só por existir a consciência age.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Provavelmente até mesmo as experiências mais longínquas da consciência, quando esta era algum ser unicelular, vegetal ou animal subumano, e mesmo as vivências já como ser autoconsciente, em outros planetas, antes da transmigração para a Terra, estejam incluídas na memória da consciência.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Toda função biológica, ação motora, percepção física, pensamento ou memória usa um determinado conjunto de circuitos neuroniais. Cada impulso nervoso, transmitido através de cada um destes circuitos, passa por vários neurônios, em sequência. Este impulso é transmitido na forma de condução elétrica (despolarização), ao passar pelo neurônio, e na forma de transmissão química (neurotransmissor - receptor) ao cruzar o intervalo (sinapse) para o próximo neurônio.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Uma nova memória é mais facilmente registrada e mantida se puder ser associada a outras preexistentes. Normalmente a retenção da memória é maior quando distintos tipos de estímulos confluem e se somam no registro da mesma experiência. (...) Quanto maior o número de circuitos estimulados, mais aquele registro tende a ser estável. Pelos mesmos motivos, o interesse, por envolver emoção, reforça memórias.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Ao longo da evolução biológica, vários seres vivos desenvolveram a priorização do registro de eventos que possam ser críticos à sua sobrevivência. Contudo, o estresse de longo prazo causa saturação dos neurônios e seus circuitos, levando à hipomnésia.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“O mecanismo de reaprendizado evidencia que uma memória não é perdida, simplesmente perde sua intensidade, ou o cérebro perde seu endereço ou índice e não tem como localizá-la.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A própria aparência do psicossoma é uma evidência da paragenética. O caso mais sério que se conhece de falha na mesma é a dos mutantes extrafísicos, os quais são consciências extrafísicas humanas que chegaram ao seu mais alto grau de desorganização íntima, a ponto de não poderem sustentar uma forma extrafísica estável. Enquanto neste estado, não são capazes de assumir um soma em formação e catalisar o desenvolvimento normal do novo corpo.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“De certa forma, pode-se afirmar que o psicossoma é um morfopensene mantido pelo mentalsoma.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Como seres conscientes, perturbamos significativamente o oceano de energias imanentes no qual estamos imersos, criando ondas e propagando informações. Deixamos o rastro pensênico de nossa personalidade ao longo de nossas existências por todos os lugares ou dimensões onde passamos.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Sabe-se que matéria e energia são essencialmente a mesma coisa manifestando-se como dois estados da mesma 'substância' ou propriedade universal.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Em nosso nível evolutivo, somos capazes de absorver a energia em suas formas imanentes e conscienciais, porém mobilizamos e exteriorizamos somente energias conscienciais.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“O pensene pode ser definido, então, como a unidade mínima, indivisível, de manifestação da consciência.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Como em um fóssil, o passado está presente em nós, hoje.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A consciência evolui por meio da acumulação de experiências, numa série longuíssima de vidas sucessivas em diferentes corpos, espécies, planetas e dimensões.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Um ponto que escapa à maioria, essencialmente devido aos condicionamentos sociais e religiosos, e à falta de vivência extrafísica, é que, para as consciências mais lúcidas, o choque ou trauma da ressoma (renascimento) é muito mais intenso que o da dessoma (morte).”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Com certeza se pode afirmar que é mais fácil relembrar aquela existência intrafísica de 30 séculos atrás que nosso último período intermissivo. Isso se deve às limitações nas analogias cerebrais e às diferenças pensênicas entre estes diferentes tipos de memórias.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A retrocognição só pode ser considerada sadia quando impulsiona a consciência para a frente.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“É importante frisar que o único tempo real é o agora, porque é quando podemos atuar. Devemos nos lembrar do passado para nos conhecermos melhor, evitarmos os mesmos erros e orientarmos com mais exatidão nosso caminho rumo ao futuro.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A maturidade consciencial e a compreensão cosmoética são essenciais para perdoar a todos e para ser perdoado (e às vezes para não o ser).”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A hipnose pode ser uma poderosa e válida ferramenta de assistência e pesquisa se bem empregada, contudo é uma intrusão energética – parente de primeiro grau da lavagem cerebral – e deve ser evitada sempre que possível.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Aceita-se hoje o consenso de que aproximadamente 10% da população não cedem ao transe hipnótico, outros 10% entram em transe hipnótico profundo e os restantes 80% são passíveis de um nível superficial de sugestão hipnótica.
Observou-se também que, em geral, as pessoas mais criativas e inteligentes (pelo menos sob o conceito tradicional de inteligência) são as mais predispostas a serem hipnotizadas, enquanto que esquizofrênicos são quase que impossíveis de serem postos em transe hipnótico.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Existem muitas formas de hipnose, umas mais brandas e outras mais dominadoras. É impossível viver sem aplicar ou receber certo nível de imposição ou sugestão hipnótica. Todos somos sugestionadores, sugestionáveis e sugestionados ao mesmo tempo. Existe alguma influência hipnótica na maioria de nossas relações.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Ao contrário do afirmado e defendido por muitos dos profissionais da hipnose, esta diminui o nível de lucidez do hipnotizado, e não o incrementa. (...)
O hipnotizado realmente entra em um estado consciencial em que certos atributos da consciência ficam exacerbados, como a atenção e a memória, por exemplo. Porém, está no extremo oposto da cosmoconsciência. Na hipnose, a vontade, mola mestra da consciência, fica subjugada por uma vontade externa.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A hipnose pode ser uma poderosa e válida ferramenta de assistência e pesquisa. Contudo, pode ser comparada a uma cirurgia, sendo, neste caso, uma intervenção na intimidade da consciência, seus corpos sutis, pensenes, memórias e energias. Da mesma forma que um procedimento cirúrgico deveria ser o último recurso médico, a hipnose é aceitável quando todas as outras abordagens conhecidas já foram tentadas ou descartadas depois de criteriosa análise. Alguns veterinários humanos apelam para a cirurgia de maneira simplista e precipitada, da mesma forma que alguns terapeutas usam a hipnose como uma cirurgia exploratória, que deixa mais sequelas que benefícios.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Se, hoje, alguém tem extrema facilidade para hipnotizar outros, algumas vezes sem nem mesmo necessitar falar, bastando o olhar, toque físico, estalar de dedos ou o posicionamento de uma das mãos sobre a testa do hipnotizando, deveria considerar seriamente a possibilidade de ter sido assediador extrafísico veterano recentemente. Amparadores nunca atuam desta forma e nenhuma de suas ações sequer se assemelha à hipnose. Por outro lado, muitas das abordagens dos assediadores lembram a hipnose.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Baseado nos fatos conscienciais e evolutivos, vê-se que não existe heterocura, mas somente autocura. O médico, psicólogo, professor (...), ou qualquer outro podem ser, no máximo, elementos desencadeantes ou facilitadores do processo de autossuperação.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“O mais poderoso fator desencadeante de qualquer fenômeno parapsíquico é a vontade decidida e constante.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Nossa proéxis atual, a qual foi planejada para se valer de nossos trafores e também para nos ajudar a superar nossos trafares.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Dentro da abordagem conscienciológica de autonomia consciencial, visa-se ao aprendizado, à aquisição e ao desenvolvimento de novas capacidades evolutivas, superando a necessidade de depender de outros para obtenção de avanços que, em última análise, são de nossa própria responsabilidade.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A melhor maneira de obter retrocognições, assim como projeções conscientes, é tentando.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Em vez de lamentar o que faltou obter, valorize e explore ao máximo os resultados que for alcançando.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“O único tempo real é o presente, porque é quando se pode aplicar o livre arbítrio, decisão e ação.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“Para a consciência expandida, o passado e o futuro são ilusões. O primeiro existe somente como efeito de nossa memória pessoal e grupal, ou pela observação dos efeitos deixados por eventos naturais ocorridos (memória da natureza – fósseis, formação geológica e muitos outros). O segundo é um conjunto de probabilidades que mudam, se reforçam ou se cancelam, de acordo com cada evento do presente.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“A evolução do cosmo não está seguindo um calendário que leva o nome de um ser humano (um Papa), representante de uma determinada religião (não universalista) dentre as muitas de um pequeno planeta na periferia de uma das incontáveis galáxias do universo visível.”
(Wagner Alegretti, no livro "Retrocognições - Pesquisa Da Memória De Vivências Passadas")



“O determinismo sobre nossa vida é básico, mas relativo.
Nossa liberdade condicionada de manifestação consciencial é sempre bem mais ampla do que julgamos.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Quanto mais avançada ou evoluída seja a proéxis, maior o percentual de megafraternidade vivida e incluída em seu planejamento ou em suas cláusulas no curso intermissivo.
Seja qual for a sua proéxis, o seu objetivo será sempre alcançar a desperticidade, se você não é um ser desperto.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“No esforço da evolução, vale ter qualidade competitiva com a gente mesma.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Nenhuma consciência morre.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A maxiproéxis é um destino intrafísico alternativo, diferente da existência da conscin vulgar da massa impensante.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Quanto mais evoluída a consciência, maior a sua capacidade de desempenho da proéxis, contudo, a sua proéxis vai se tornando cada vez mais sofisticada e apresenta maiores dificuldades para ser cumprida em relação à conscin vulgar.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A proéxis é realizada em todos os minutos da existência, como o resultado das pequenas grandes coisas.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A programação existencial é adaptável ou mutável, suscetível de renovações ou ampliações, conforme a complexidade do seu desenvolvimento e a extensão do universo consciencial ou intrafísico que abarca as suas tarefas. Evolução significa mutabilidade e renovação.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Toda programação existencial é fundamentalmente cosmoética em suas premissas e em seus fins.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Toda proéxis é única, singular, personalíssima ou exclusiva de determinada consciência.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Não existem duas consciências que recebam duas proéxis planejadas exatamente idênticas, nem mesmo de siameses.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Toda proéxis é plenamente exequível ou factível, com razoável folga, por parte da consciência, dentro do seu contexto evolutivo e da extensão da sua competência. A execução de uma proéxis pode ser complexa e problemática, mas jamais irrealizável.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Nenhuma proéxis, para ser concluída, precisa que outra proéxis seja eliminada ou deixe de existir para dar-lhe o lugar.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Não existem duas consciências idênticas.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Toda programação existencial exige cultivo diário a partir de um fato natural: nem toda semente germina.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Não podemos exigir performances avançadas de quem tenha uma proéxis primária para executar.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A sabedoria da solidariedade lúcida já é uma recompensa natural.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Inflexibilidade, teimosia, intransigência e radicalismo não são a mesma coisa que constância.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Uma das prescrições técnicas para o êxito na execução da proéxis é eliminar as amizades ociosas com pessoas — turistas evolutivos — que só desejam se divertir, ignorando os princípios da evolução consciencial.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A fórmula máxima ou o ideal mais simples e prático na execução da programação existencial é a conscin não deixar o erro acontecer.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A maior teoria ainda não é fato comprovado.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“O maior discurso ainda não é realização razoável.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A quilo que não serve à nossa evolução, não serve mesmo e deve ser desprezado e alijado.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Universalismo não é murismo.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Primeiro, o homem trabalha denodadamente nas minas para desenterrar o ouro de debaixo do solo. Depois, trabalha denodadamente para enterrar o ouro que desenterrou, no subsolo das caixas de segurança dos bancos, onde fica sem o seu contato direto, como era antes debaixo da terra.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Ao adorar um ser que considera maior quanto às suas qualidades e potencialidades, a pessoa se julga isenta de fazer autoavaliações evolutivas, exime-se de suas obrigações, passando para outrem as suas responsabilidades.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Criogenia com todo o seu aparato tecnológico: um último ato de ignorância quanto à multidimensionalidade consciencial.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Uma das piores prisões humanas, ectópica, castradora da proéxis, é a do prisioneiro de um sistema de crença.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“O dissidente, a rigor, não é nosso inimigo, mas uma conscin que discorda democraticamente de nossas ideias e colocações, um posicionamento natural que devemos respeitar.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“O dissidente é nosso colaborador atípico. Quem se afasta para nos dar passagem ajuda nosso trabalho.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Cosmoeticamente, as dissidências ideológicas não devem nem podem abalar a verdadeira amizade.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A cosmoética indica que respeitemos o nível evolutivo de todos os seres, sem forçá-los a aceitar este ou aquele ponto de vista nosso, seja este correto ou errado, evoluído ou anacrônico.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Podemos viver discordando de uma conscin e, ao mesmo tempo, cooperar e aprender muito com ela.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Quem está só ou permanece isolado porque assim deseja, pode estar praticando, pelo menos, o mal da omissão.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“As consciências mais livres são as escravas da cosmoética.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“A ambiguidade do tempo exige que estabeleçamos uma sólida conduta-padrão a fim de aproveitar a uniformidade dos minutos. Daí nasce a autorganização evolutiva.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Segundo as pesquisas atuais, dentro da Tanatologia ou da Dessomática, há 3 trafores característicos à maioria das conscins centenárias:
1. Harmonia. O senso de harmonia.
2. Vontade. A força de vontade.
3. Ajustamento. A capacidade de se ajustar.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“O compléxis não é resultante de fatos heroicos ou magistrais e sim de pequenas porções de sacrifícios e serviços a favor do bem comum.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Um fator de autodesorganização, aparentemente simples, pode apontar um incompléxis subjacente em andamento.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Errar, em geral, é igual a fazer cara feia: exige muito mais esforço e energia do que acertar ou sorrir.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Se o compléxis é o diploma da vida humana, a moréxis é o troféu da conscin.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Lei básica da assistência interconsciencial: o menos doente, mais experiente, ajuda o mais doente, menos experiente.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Ignorar um problema, por menor que seja, não traz nenhuma segurança íntima à consciência ignorante.”
(Waldo Vieira, no livro "Manual Da Proéxis - Programação Existencial")



“Nossos conhecimentos aumentam sempre, através de nossos atos, em qualquer hora e lugar em que nos manifestamos.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Sair do corpo humano, com lucidez, é a mais preciosa e prática fonte de esclarecimentos e informações prioritárias acerca dos mais importantes problemas da vida, elucidando-nos sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Toda pessoa sai sempre do corpo humano, mesmo que sem lucidez. Isso é um fato inevitável.
Qualquer pessoa pode sair do corpo humano com lucidez. Basta querer com vontade firme e empregar técnicas específicas.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Não existem verdades absolutas. Tudo tende a evoluir.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Se você pensa que o autoconhecimento exige muito esforço, tente evoluir com a ignorância.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“É bom refletir que o ato de esclarecer os outros é mais difícil e muito menos simpático do que o ato de consolar os outros. Contudo, é mais produtivo evolutivamente para todos nós.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O equilíbrio da saúde das energias conscienciais da pessoa depende do que ela pensa, sente e age. Isso significa que depende da sua vontade exclusiva e da sua intenção mais profunda.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Nem todas as pessoas usufruem da assistência de um amparador: apenas a microminoria das pessoas que já renunciaram ao seu egão. Somente raras pessoas, que trabalham pesado em favor das outras, têm mais de um amaparador extrafísico.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Assim como a memória cerebral recente da pessoa madura, o veterano da vida, é a mais difícil de ser conservada; a memória integral recente da consciência é a mais difícil de ser acessada.
É menos difícil termos retrocognições de vidas pretéritas de 2 milênios atrás do que recordar o que fazíamos 2 anos antes de assumirmos o corpo humano.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“A consciência humana herda muito mais de si mesma, parageneticamente, do que, geneticamente, da mãe e do pai.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Ninguém foge ao próprio passado, mas o passado somente serve para se evitar cometer os mesmos erros.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Ao contrário do que afirmam as ciências convencionais, dermatológicas, que investigam tão somente a pele da consciência, os processos evolutivos em grupo, quando pesquisados extrafisicamente, evidenciam que a consciência do filho, na maioria dos casos, tem responsabilidade quanto ao sexo do soma e pelo corpo humano que tem.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Há pessoas que não dispõem de inteligência bastante para impedir a putrefação do próprio soma enquanto ainda vivem, conscientes, com ele.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“A inatividade física continuada mata o corpo humano.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O que importa, antes de tudo, para a consciência, em qualquer dimensão em que se manifeste, é o nível da sua lucidez.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O passado somente deve existir pelas lições que nos deixou. Excluído este aspecto didático do tempo passado, só nos deve interessar o presente-futuro.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O prêmio do completista existencial é escolher um soma futuro melhor, no próximo período evolutivo, multiexistencial.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O triunfo máximo da consciência humana é o completismo existencial.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Toda amoralidade intensifica o percentual de erros pessoais.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“A reperspectivação ou reciclagem racional da vida humana cura definitivamente a melancolia intrafísica.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“A vida multidimensional é indescartável para qualquer um nós.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“A cosmoética recomenda a prioridade de seus trabalhos em um princípio: é sempre melhor a predominância do seu esforço em favor dos outros, mesmo com o sacrifício pessoal, do que a predominância em favor de si mesmo, sem nenhum sacrifício pessoal, dentro do caminho da dinamização da Evolução Consciente.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Cada um de nós tem uma intencionalidade indevassável e inalienável.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“É tão inútil como entrar no trem errado, que segue na direção contrária à sua, e correr pelo corredor, na outra direção. O trem carregará você sempre, inapelavelmente, para trás ou para o atraso.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Não existem favorecimentos desonestos nem privilégios anticosmoéticos dentro do mecanismo das leis fundamentais que regem o Cosmos.
Somos o que construímos por nós mesmos.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“O conjunto de nossas energias situam-nos, cada qual, consciente ou inconscientemente, em determinado nível específico de vida, em qualquer dimensão, o tempo todo.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Já tem certo nível notável de discernimento quem tem 4 coisas: bom gosto, boa vontade, boa intenção e bom humor.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Ninguém consegue fugir aos efeitos dos próprios atos.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Nossa memória integral registra tudo o que fazemos, sem falhas. Isso é atestado a nosso favor ou depoimento contra nós.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Os semelhantes se atraem com força irresistível.
Ninguém perde ninguém. Ninguém se livra de ninguém.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Nossas energias pessoais denunciam sempre o nosso nível de realização evolutiva.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“Todo livro funciona apenas como fonte de informações.
Toda conclusão, ou decisão renovadora, somente deve ser posta em prática depois da vivência pessoal, direta.”
(Waldo Vieira, no livro "Nossa Evolução")



“As experiências fora do corpo denso são fatos, independentemente da maneira como cada qual as explique por si próprio.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A circuntância de o estudante escolher assunto elevado para pesquisar não significa ser portador de elevação, apenas revela as suas necessidades.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A projeção consciente permite à criatura substituir a crença pelo conhecimento.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Quanto maior a evolução da conscin, melhores as condições conscienciais anteriores ao renascimento.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O emocionalismo tira a capacidade de decisão serena e a racionalidade da inteligência.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“As projeções ensinam que nunca se devem desprezar os conhecimentos pessoais e as amizades conquistadas no transcorrer da existência humana, por mínimas que sejam. Agora ou depois, aqui, na matéria ou algures, na dimensão extrafísica, os destinos se cruzam e as alegrias se renovam porque nenhuma inteligência se extingue no caminho da evolução.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O sexo, antes de mais nada, está na mente. O órgão sexual mais importante é a cabeça. Domando-se a mente, domina-se o sexo e tudo o mais.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Somente a autoridade consciencial permite ter supremacia sobre as consciexes enfermas.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Tudo na essência da vida é pensamento, emoção e energia. O que pensamos apaixonadamente materializamos, impregnamos de vida, emitindo energia.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O tempo é uma unidade de medida humana. Com a primeira morte, só morre o tempo e o soma. Quem desativa o soma vive sem futuro, ou, se o quiserem, no contínuo espaço-tempo.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O sonho, embora com imagens mais fracas, tem lembranças mais fortes e fáceis, por ocorrerem quase sempre no estado consciencial perto da coincidência ou, pelo menos, próximo ao físico; a projeção, conquanto de imagens mais fortes, tem lembranças ou rememorações mais fracas e evanescentes, por se darem à distância e sem a influência direta do cérebro humano. Essa regra é um dos notáveis paradoxos da projeção consciente: quanto mais prolongada seja a experiência e mais distante a excursão do psicossoma ou do mentalsoma, mais difícil será a rememoração.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Ninguém engana a cosmoética. Os ressarcimentos inevitáveis podem aparentemente demorar, mas chegam sempre. Ninguém está livre de ser vítima das próprias obras.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Até que ponto a erraticidade, quando na condição de conscin, predispõe a consciência à erraticidadde após o descarte do soma?”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Há um departamento consciencial de pessoal em cada grande estabelecimento terrestre.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Na raiz de todas as grandes árvores do progresso corre a seiva da abnegação silenciosa e anônima da dimensão extrafísica.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Esteja certo, a projeção consciente é uma herança natural da conscin, realidade acessível a 'todo mundo' que se permite alguma disciplina. O controle da projeção consciente depende do autocontrole dos pensamentos, juízos, desejos, emoções, motivações e afinidades.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Quando despontamos no meio de uma família humana, como pai, mãe, irmão e irmã; acatamos fraternalmente a convivência dentro do lar com a consciência mais equilibrada e a desequilibrada, o tranquilo e o exaltado, o estudioso e o negligente, o intelectual e o menos brilhante, o de contato agradável e o de relacionamento difícil.
E não somos incentivados pela vida nem pela natureza a excluir do roteiro, em razão de preconceitos, antíteses, contradições e paradoxos, aquele mais necessitado de assistência extrafísica segundo os padrões ideais assentados pelos nossos pontos de vista. Pelo contrário, quase sempre em razão da existência desse mesmo companheiro é que fomos chamados ao renascimento dentro de condições pré-montadas.
A ordem natural não está em relegá-lo ao esquecimento, mas em prosseguir com ele à frente.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Em favor do conhecimento multidimensional e do maxifraternismo, torna-se mister somar e não dividir.
Ninguém é posto a evoluir junto por acaso.
A jaça do psicossoma do irmão de convivência reflete-se em nós. A sombra do companheiro próximo escurece o nosso trilho.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Os eventos extrafísicos são imprevisíveis, nunca se tendo a certeza dos rumos e do que realmente vai ocorrer numa projeção, contudo, há sempre profunda relação entre as bases da existência e os acontecimentos fora do soma.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A consciência não precisa do sono. Quem precisa do sono é o corpo e, em certos casos, o psicossoma. O sonho é o maior protesto da consciência contra o sono. A projeção lúcida é a vitória da consciência contra o sono e o sonho comum.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Quanto mais se exerce a projeção, menos exercícios são exigidos para a sua reprodução.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A assistência extrafísica está em toda a parte onde se faz necessária.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A passagem pela primeira morte, ou projeção final, não transforma ninguém de uma hora para outra. Continuamos a ser nós mesmos, como éramos à época do descarte do soma, até que sobrevenha a transformação interior, as mudanças de opiniões, as ideias novas e se instale o autodomínio holossomático de acordo com o esforço próprio.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O assédio é um processo estruturalmente mental antes de ser intrafísico. Para haver a implantação do assediador numa câmara mental é sempre necessário que a consciex encontre predisposição psicológica e emocional da vítima.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O que importa é a vida mental do projetor e não a moldura do mundo intrafísico em seu derredor. Por outro lado, o projetor é indeclinavelmente um experimentador ou explorador. A conjugação dessas condições é inevitável, porque quanto maiores sejam o conhecimento e o interesse pela projeção, melhores serão os resultados obtidos pelo projetor.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Muitos agentes catalíticos podem atuar na projeção do psicossoma, tanto drogas como fatores de outras origens, porém, não os recomendo e indico somente o mais poderoso e seguro: a vontade decidida do projetor.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A sensação de deixar de respirar é agradabilíssima. Na vida intrafísica não parece, mas a respiração natural é um fardo pesado que o ser humano carrega constantemente.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A projeção é a continuação da vigília, porém com a expansão da consciência em todos os sentidos.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A esfera extrafísica evidentemente segue sempre a mesma, o que muda é a percepção da consciência.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O projetor é uma espécie de atleta transcendente.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O poder modelador e organizador do pensamento assusta. A influência da mente para formar e moldar o próprio ambiente predomina em qualquer esfera da vida e, com isso, cria resultados impressionantes.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Pensamento e ação se equivalem na prática extrafísica.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“O aparente nada mostrava-se capaz de criar tudo.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Se a gente mesmo muda tanto de uma projeção para outra, o que dizer de um projetor para outro?”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A dimensão extrafísica é a mentolândia e o universo mental de cada consciência é único, diferente de todos os outros.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Não se pode estabelecer fronteiras para o infinito.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Todos sentiram e compreenderam tudo, até às últimas consequências, num átimo. Alguém esteve lá, ninguém viu, mas todos notaram. Transmitiu a mensagem, ninguém ouviu, mas todos entenderam.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Abaixo a lágrima, viva o sorriso! A poesia da dor caducou. Há bom humor até na multidimensionalidade.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“A criatura não mais acredita, ela sabe. Não tem apenas a crença ou a fé, ela dispõe do conhecimento no rumo da consciência contínua.”
(Waldo Vieira, no livro "Projeções da Consciência")



“Tudo isso se baseia na incapacidade que a ciência demonstra desde alguns séculos (e esta é a nossa espira) para definir certos detalhes dotados de primacial importância como elementos condicionadores do progresso científico, tais como: uma concepção real e definitiva da verdadeira natureza da mente humana, do relacionamento mente-corpo, o conhecimento dos fenômenos psíquicos, e outros. Parece uma insolência afirmar, em pleno século XXI, que ainda não sabemos o que ocorre realmente dentro do cérebro (...).”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“Os psicólogos idealistas, que tiveram Descartes como um de seus representantes mais expressivos, concluíram que o nível superior de comportamento abstrato, característico do homem, é a manifestação de faculdades espirituais especiais, originalmente existentes no psiquismo humano. Isto é, o pensamento, função geradora da linguagem, é reflexo de um mundo espiritual que existe fora do cérebro. Concepção que representa uma modalidade tão obscura quanto aquela encontrada em muitas culturas primitivas de que a linguagem é uma dádiva especial de um deus.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“O signo linguístico (ideia) formado em nossa mente pela contemplação de uma coisa e pela audição de um determinado som tendem a desvanecer e desaparecer totalmente com o passar do tempo. Para que eles persistam, é necessário haver uma repetição da experiência de impressão dos nossos sentidos (reforço) ou a intenção para que a fixação aconteça.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“Considerado do ponto de vista funcional, o pensamento mostra-se-nos como o agente da ordenação das ideias. Se as ideias fluíssem para a vida consciente a partir diretamente da memória, teríamos um aglomerado muito desconexo de imagens e palavras. No entanto, ao se submeterem à ação ordenadora do pensamento (à adequação de duas ideias, resultando no juízo, e à adequação de dois juízos, originando o raciocínio), as ideias apresentam-se-nos, finalmente, como mensagens portadoras de nexo e objetivo.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“As ideias, depois de produzidas pela percepção, dirigem-se, como sabemos, para a área da memória, onde são armazenadas para futuro aproveitamento. Existe uma tendência para o seu desvanecimento gradual; por isso, necessita receber um 'tratamento' para atualização, o que acontece pela realização da atividade perceptiva, ou reforço.
Entretanto, o mesmo sinal (ideia), que provém da percepção, dirige-se para outros setores, dentre os quais a consciência, para imediato aproveitamento.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“Por esta razão, podemos afirmar que os signos linguísticos são também linguagem, e que a linguagem percorre toda a nossa mente. A constatação destes fatos nos leva a perceber que o início da linguagem dá-se mais precisamente com a formação dos signos linguísticos (durante o fenômeno da percepção) do que no momento em que o pensamento se transforma em fala (elaboração dos juízos).”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“A linguagem é o produto natural da atividade mental. Tem o propósito bem definido de estabelecer comunicação entre dois (ou mais) indivíduos. Sua manifestação promove um contato no qual o falante expande sua personalidade, revelando seus propósitos, causando influências nas pessoas e modificando o mundo. As palavras que falamos e as estruturas fraseológicas que construímos levam calcada essa propriedade, traduzindo, ainda que implicitamente, nossas atitudes e intenções.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")



“(...) durante o desenvolvimento da linguagem, a criança passa por uma fase em que se mostra capaz de compreender o que se lhe diz, embora não fale ainda. Isto é, a compreensão é um processo que se efetiva de forma natural e gradativa. A criança não espera ter conhecimento da língua para usá-lo na busca da compreensão da fala das outras pessoas (por exemplo, fazendo perguntas). Ou seja, a compreensão antecede a fala.”
(Wandy E. Benencase, no livro "Psicologia da Linguagem")